Papéis da Oi dispararam mais de 10% após venda de ativos. Dólar atinge maior cotação desde 22 de agosto
São Paulo - A expectativa pelo enxugamento de liquidez no mercado em virtude da recuperação da economia americana induziu cautela nos negócios nesta quarta-feira. Em sessão volátil, ontem (04/12), o Ibovespa amargou a terceira queda seguida ao recuar 0,26%, aos 50.215 pontos.
"O mercado mantém o mal-estar que começou na sexta-feira com a divulgação do reajuste no preço dos combustíveis. No entanto, a barreira psicológica dos 50 mil pontos foi respeitada", disse o analista da Futura Invest Alan Oliveira.
Após a decepção com o recuo de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, a produção industrial mostrou avanço de 0,6% em outubro. "Esse dado aponta para um desempenho um pouco melhor da economia nos últimos três meses do ano", afirmou o analista-chefe da Ativa Corretora, Marcelo Torto.
Petrobras
Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4), os mais negociados da sessão, caíram 0,63%. Em resposta à solicitação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal prestou esclarecimento sobre a dinâmica de reajuste dos combustíveis, mas não revelou a fórmula utilizada. A companhia anunciou ainda, na terça-feira, recuo de 0,96% na produção em outubro, para 1,96 milhões de barris por dia.
Na avaliação corretora Concórdia, a estatal não deverá alacnçar a meta de produção para este ano. Quanto à política de reajustes, as analistas Karina Freitas e Daniela Martins apontam, em relatório, não haver confiança de que a empresa tenha efetivamente recebido "carta branca" do governo. "Nossa avaliação de longo prazo persiste positiva, mas, no curto prazo, esperamos continuidade da pressão sobre os ativos da companhia".
Oi
Na ponta positiva, o destaque ficou para a Oi. Os papéis preferenciais (OIBR4) dispararam 10,98%, seguido pelos ordinários (OIBR3), que ganharam 10,73%. O movimento reflete a venda de 2.007 torres para a empresas SBA, pelo valor de R$ 1,5 bilhão. Os investidores viram com bons olhos o esforço da companhia em buscar a redução da alavancagem.
Para a corretora Concórdia, em relatório, "o principal vetor para as ações da companhia, até o primeiro trimestre do próximo ano, fica na possível integração com a Portugal Telecom".
Estados Unidos
O mercado de trabalho americano mostrou força após a divulgação da criação de 215 mil vagas no setor privado em novembro, número acima da expectativa dos analistas, de 178 mil. O indicador trouxe à tona a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode reduzir o programa de estímulo em janeiro, o que derrubou as bolsas.
Ontem (04/12), por volta das 18h, o Dow Jones recuava 0,39%, o S&P perdia 0,41% enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,16%.
"A recuperação do mercado de trabalho é um dos gatilhos que o Fed usa para decidir pela redução do programa de compra de títulos. O dado positivo alimenta a expectativa por um número acima do esperado também do relatório geral de emprego que será conhecido na sexta-feira", afirmou Torto.
Câmbio
Pela quarta sessão consecutiva, o dólar mostrou avanço. A alta de 0,42% foi impulsionada pela expectativa de um enxugamento de liquidez no mercado por parte do Fed. Assim, a moeda americana terminou cotada a R$ 2,389 na venda, o maior valor desde 22 de agosto.
Fonte: Brasil Econômico
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