19 de dezembro de 2013 | O Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) anunciou ontem (18) que irá começar a reduzir gradualmente os estímulos à economia do país a partir do mês que vem. A compra mensal de títulos passará dos atuais US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões por mês. Apesar de sinalizada essa diminuição de ritmo, o Fed não pretende corrigir para cima a taxa básica de juros, que se mantem entre zero e 0,25% ao ano. Isso porque, mesmo com a melhora das taxas de emprego, ganhos no varejo e no setor imobiliário, o país ainda passa por uma fase de recuperação econômica após a crise de 2008.
José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), avalia que o início da retirada gradual dos incentivos monetários quantitativos (tapering) se deu da maneira “mais light possível”. “O medo dos dirigentes do Banco Central americano era que interpretassem a medida como um sinal do começo de subida da taxa de juros”, ressalta ao dizer que isso poderia resultar em alta expressiva dos juros de mercado.
Para evitar qualquer tipo de interpretação equivocada, os dirigentes do Fed complementaram a decisão relativa à retirada dos incentivos com sinalização forte sobre o juro básico, empurrando para ainda mais longe o momento de começar a agir sobre essa variável. “A decisão foi bem recebida pelos participantes de mercado”, enfatiza o economista. Senna salienta ainda que houve o cuidado de não se prender a um programa rígido de redução de compra de papéis, deixando a determinação do respectivo ritmo, vinculada ao desemprenho da economia. “Isso significa que os efeitos em mercado ficarão rigorosamente dependentes de novos dados macroeconômicos. Como a economia americana está longe de exibir pujança, é bem possível que os efeitos sobre o Brasil e outros emergentes sejam moderados, a curto e médio prazos”, conclui.
Fonte: IBRE/FGV
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