Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Varejo brasileiro perde força em outubro e avança 0,2%, abaixo do esperado

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 12 Dez (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro cresceram 0,2 por cento em outubro sobre o mês anterior, marcando o oitavo mês seguido de expansão, porém voltaram a desacelerar, ficando abaixo do esperado.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas varejistas atingiram o menor nível desde março deste ano, quando cresceram 0,1 por cento, após aumento de 0,5 por cento em setembro na comparação mensal.

Sobre outubro de 2012, as vendas registraram crescimento de 5,3 por cento, também a oitava taxa positiva nesse tipo de comparação, de acordo com o IBGE.

A mediana das projeções de analistas ouvidos pela Reuters apontava para expansão de 0,5 por cento em outubro ante o mês anterior e avanço de 5,7 por cento na comparação anual.

"Como o crescimento da economia está aquém do esperado, o comércio tenta resistir a essa conjuntura e a tendência como um todo é de redução de ritmo", disse o economista do IBGE Reinaldo Pereira.

Na comparação mensal, cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram crescimento. Os principais destaques foram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0 por cento); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,5 por cento); e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,2 por cento).

Tiveram resultados negativos Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4 por cento); Tecidos, vestuário e calçados (-0,4 por cento); e Móveis e eletrodomésticos (-0,2 por cento).

Segundo Pereira, ainda que esteja em trajetória de desaceleração, a inflação alta prejudica o desempenho de supermercados e eletrodomésticos, em meio à valorização do dólar ante o real. "A questão cambial encareceu os preços", disse ele.

De acordo com o IBGE, a inflação de alimentos soma 8,2 por cento em 12 meses até outubro e a de eletrodométicos, 5,2 por cento. Até aquele mês, o IPCA acumulou alta de 5,84 por cento em 12 meses.

Os preços de alimentos mais caros acabam inibindo, segundo Pereira, o consumo de outros bens. "As pessoas tem que definir prioridades. Buscar itens e gêneros de primeira necessidade em detrimento de outros", avaliou ele.

O economista do IBGE reconheceu que, dado o ritmo atual do varejo, as vendas devem encerrar este ano abaixo da expansão de 8,4 por cento registrada em 2012. Até outubro, o volume de vendas acumula alta de 4,0 por cento.

Diante do resultado aquém do esperado, os contratos de juros futuros recuavam nesta quinta-feira, refletindo a menor pressão do consumo na inflação.

VEÍCULOS

O IBGE informou ainda que a receita nominal do varejo teve alta de 0,7 por cento em outubro ante setembro e avanço de 12 por cento sobre um ano antes.

Já o volume de vendas no varejo ampliado --que incluem veículos e material de construção-- registrou alta de 1,8 por cento em outubro ante setembro, com avanço de 6,2 por cento nas vendas de Veículos e motos, partes e peças.

Incentivos do governo --como redução de impostos sobre eletrodomésticos--, baixo nível de desemprego e crescimento da renda vêm ajudando a manter os gastos dos consumidores brasileiros. Em outubro, a taxa de desemprego brasileiro atingiu o melhor resultado do ano ao cair para 5,2 por cento.

"As condições favoráveis observadas no mercado de trabalho --que elevam os salários-- têm sustentado expansão estável do varejo restrito. Acreditamos que a expansão modesta observada em outubro não deve ser considerada indicação de que as vendas no varejo devem enfraquecer nos próximos meses", informou a equipe de economistas do Espírito Santo Investment Bank, em nota.

Fonte: Reuters Brasil

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