SÃO PAULO, 11 Dez (Reuters) - O dólar fechou com alta de mais de 1 por cento ante o real nesta quarta-feira, em um movimento de ajuste após quatro pregões de queda e diante da expectativa de mais sinais do Federal Reserve, banco central norte-americano, sobre o futuro de seu programa de estímulo na próxima semana.
O dólar avançou 1,29 por cento, a 2,3385 reais na venda, chegando a bater 2,3445 reais na máxima do dia. É a maior alta para a divisa no fechamento desde 21 de novembro, quando subiu 1,64 por cento. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em cerca de 820 milhões de dólares.
"O mercado caiu muito e aí deu uma retomada para ajustar as posições. Como o mês é mais curto, estamos vendo pressão total de saídas de empresas", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.
Nas quatro sessões anteriores, o dólar acumulou queda de 3,36 por cento, voltando a 2,30 reais, patamar que foi visto como atrativo para os investidores comprarem dólares para remeter em forma de lucro e dividendos.
A desvalorização ocorreu diante da certeza de que o Banco Central continuará intervindo no mercado cambial do próximo ano e com a realização da rolagem antecipada dos contratos de swap cambial tradicional que vencem no início de janeiro
O presidente do BC, Alexandre Tombini, anunciou na semana passada que o programa cambial será estendido para além deste ano. Os detalhes sobre o funcionamento da intervenção serão divulgados no fim da próxima semana.
Nesta sessão, o BC vendeu a oferta total de 20 mil swaps na terceira etapa de rolagem dos swaps cambiais tradicionais --equivalentes a venda de dólar futuro-- no valor equivalente de 9,93 bilhões de dólares que vencem em janeiro. Com isso, a autoridade monetária já rolou cerca de 30 por cento do lote total.
O BC também deu sequência pela manhã ao cronograma de atuações diárias com a venda de 4.750 contratos com vencimento em 5 de março e 5.250 contratos para 2 de junho de 2014. O volume financeiro do leilão foi de 497,4 milhões de dólares.
Na semana passada, o Brasil registrou saída líquida de 2,651 bilhões de dólares e, segundo analistas, dezembro é um mês em que tipicamente predominam saídas.
"Depois que o Tombini anunciou a extensão do programa, o dólar deu uma acomodada e isso é natural. Mas chegou num ponto baixo em que o mercado se lembrou que ainda tem muita coisa puxando a cotação para cima", disse o operador de câmbio da Renascença, José Carlos Amado.
Uma delas é a expectativa sobre quais pistas o Fed poderá dar na próxima semana, quando se reúne novamente, sobre o início da redução do programa de estímulos, que injeta na economia norte-americana mensalmente 85 bilhões de dólares. Quando tomada, essa decisão enxugará a liquidez mundial, com a tendência de fortalecimento do dólar frente às demais moedas.
Pesquisa Reuters mostrou que a expectativa majoritária ainda é de que a redução venha apenas em março, embora um anúncio na próxima semana não possa ser descartado.
Fonte: Reuters Brasil
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