Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mercados se preparam para menos estímulo à economia americana

Os investidores se preparam para a redução do programa de estímulo do Federal Reserve, o banco central americano, já esta semana, sinal de que acreditam que a economia dos Estados Unidos tenha melhorado o suficiente para permitir que a instituição reduza sua compra de títulos de dívida.

Na sexta-feira, a Média Industrial Dow Jones subiu 15,93 pontos, para 15.755,36 pontos, mas encerrou a semana com queda de 1,7%, o segundo recuo semanal consecutivo. No ano, o índice acumula alta de 20%.

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O dólar atingiu seu valor mais alto desde outubro de 2008 em relação ao iene japonês no início da sexta-feira à medida que investidores apostavam que uma economia mais forte nos EUA impulsionará a moeda americana. Na sessão de negociação na Ásia na sexta-feira, o dólar subiu para 103,93 ienes.

O Comitê Federal de Mercado Aberto, que define a política monetária americana, vai decidir o destino do programa mensal de US$ 85 bilhões em compras de títulos de dívida do Fed na tarde desta quarta-feira.

Muitos analistas acreditam que é improvável que o Fed comece a reduzir o estímulo nesta semana. Mas, dizem eles, a melhora da economia deixou os investidores mais confortáveis com relação a essa perspectiva. "Nós não seríamos surpreendidos por isso", diz Fran Radano, gerente de investimento da Aberdeen Asset Management, ADN.LN -0.90% que administra mais de US$ 300 bilhões.

A maioria dos participantes do mercado ainda considera que o mais provável é que o recuo do estímulo ocorra no próximo ano. Uma pesquisa realizada pela Nomura Securities Inc. mostrou que 63% dos seus clientes não espera que o Fed reduza o programa até lá.

Uma pesquisa do The Wall Street Journal com economistas mostrou que eles esperam que o Fed atue com cautela. Mais da metade dos 46 economistas consultados — nem todos responderam a todas as perguntas — espera que o Fed anuncie o início da redução das compras de títulos de dívida até o fim de janeiro. Cerca de 25% dos entrevistados preveem que o anúncio ocorrerá esta semana, 33% acredita que o Fed irá esperar até o fim de janeiro e pouco mais de um terço deles acha que o BC americano irá aguardar até a reunião de março. Só dois economistas previram que o primeiro corte virá depois de março.
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Os mercados estremeceram após o presidente do Fed, Ben Bernanke, ter mencionado pela primeira vez, em maio, uma possível redução do programa. Mas eles voltaram a se recuperar.

O índice S&P 500 acumula alta de 24% este ano e bateu vários recordes, o mais recente na segunda-feira passada.

Muitos investidores institucionais consideram que o impacto de uma redução no programa de estímulo pelo Fed já está "precificado", diz David Seaburg, chefe de operações de vendas da corretora Cowen & Co., de Nova York.

"Não acho que há uma preocupação extraordinária com relação a um recuo agora", diz.

O debate ocorre em meio a sinais de que a economia dos EUA está ganhando fôlego e os lucros das empresas estão crescendo a um ritmo saudável, embora abaixo do visto nos últimos anos.

Ao mesmo tempo, alguns investidores de títulos de dívida citam uma tênue inflação como razão para as autoridades do Fed poderem se mover lentamente no recuo do estímulo. Na sexta-feira, o Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao produtor caiu 0,1% em novembro, a terceira queda mensal seguida. Esse declínio dos preços que as empresas pagam por insumos, de madeira a caminhões, indica que as pressões inflacionárias estão enfraquecendo.

Os bancos centrais acreditam que uma inflação baixa inibe o desempenho econômico, reduzindo o incentivo para gastar, e pode de se transformar em deflação, a queda persistente de preços que atormentou o Japão ao longo de 20 anos de estagnação.

Apesar de os dados econômicos terem sido mistos, o preço das notas do Tesouro de 10 anos caiu em dezembro, elevando seu rendimento para 2,868% ao ano. Normalmente, os preços dos títulos sobem e o rendimento cai quando a economia está lenta. O retorno dessa nota de referência do Tesouro ganhou mais de um ponto percentual este ano, em meio às apostas dos investidores de que a economia vai crescer num ritmo mais rápido em 2014.

"Suspeito que eles vão esperar até janeiro", disse Bill Irving, gerente de carteira de títulos do governo e dívidas hipotecárias da Fidelity Investments, que administra US$ 890 bilhões em ativos de renda fixa.

Na sexta-feira, a alta do Índice da Média Industrial Dow Jones acabou com uma sequência de três dias de queda. O S&P 500 caiu 0,18 ponto, ou menos de 0,1%, para 1.775,32 pontos, registrando a primeira perda semanal em dois meses. O Índice Composto Nasdaq subiu 2,57 pontos, ou 0,1%, para 4.000,98 pontos.

Operadores e analistas dizem que há a possibilidade dos mercados reagirem fortemente caso o Fed opte por reduzir o programa de estímulo nesta semana.

Isso levaria as pessoas a pensarem que o Fed "é mais linha dura do que acreditavam", diz Chris McReynolds, chefe de negociação de títulos do Tesouro dos EUA no Barclays PLC. BARC.LN +1.09% Ele espera que o Fed não altere seu programa de estímulo até março.

Em um esforço para minimizar a volatilidade, o Departamento do Tesouro transferiu a venda de US$ 35 bilhões em títulos de cinco anos na quarta-feira para às 11h30 (14h30 em Brasília), duas horas e meia antes da esperada da decisão do Fed. Ela estava marcada para às 13h00 (16h00 em Brasília).

Alguns investidores já se preparam para o recuo do estímulo, que deve dar origem a um período de alta nas taxas de juros, reduzindo o valor dos títulos em circulação. Na semana encerrada em 11 de dezembro, os investidores resgataram US$ 4,2 bilhões dos fundos de títulos, a maior retirada semanal desde o fim de agosto, segundo dados da EPFR Global.

Fonte: The Wall Street Journal

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