Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Desaceleração na China leva empresas ocidentais a rever planos de expansão

Depois de anos de rápida expansão na China, algumas empresas ocidentais estão reduzindo sua força de trabalho no país, agora que o crescimento da segunda maior economia do mundo caiu para o ritmo mais lento em mais de 20 anos.

A Hewlett-Packard Co. informou que está demitindo uma pequena percentagem de sua equipe na China, que a empresa chama de um dos seus mais importantes mercados. A Johnson & Johnson JNJ -2.09% está cortando um número não divulgado de empregados de sua equipe de vendas de produtos farmacêuticos, disseram pessoas próximas à empresa. A IBM Corp. IBM -1.04% também está demitindo um número não revelado de trabalhadores no país, segundo o sindicato que representa seus funcionários. A empresa de tecnologia, que está reduzindo sua força de trabalho em todo o mundo, não quis comentar sobre os cortes na China. Mas informou a analistas em outubro que a demanda na China desacelerou.

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A provedora americana de serviços de software Bsquare Corp. anunciou em outubro que iria fechar seu escritório em Pequim, dois meses depois de informar aos analistas que "a produtividade das vendas não estava cumprindo as expectativas".

Firmas de recrutamento e consultoria afirmam que seus negócios estão sendo afetados pelo recuo das multinacionais.

"Estamos bastante preocupados", diz Rob Chipman, diretor-presidente da Asian Tigers Mobility, firma especializada em dar assistência a profissionais que são transferidos para o país. "Temo que essa situação dure não apenas um ou dois meses, mas um ou dois anos." O executivo atribui a desaceleração à cautela das empresas ocidentais e às iniciativas de capacitação de talentos dentro da China.

Certamente, a China continua a ser uma das principais prioridades para empresas ocidentais. O investimento estrangeiro direto que foi enviado ao país pelos Estados Unidos e a União Europeia alcançou US$ 9,4 bilhões nos primeiros dez meses deste ano, um aumento de 19% em relação a um ano atrás.

A rede de salas de cinema IMAX Corp., a General Motors Co. e a Wal -Mart Stores Inc. estão entre as empresas que têm planos de expansão no país. Cerca de metade das companhias americanas pesquisadas pelo Conselho Empresarial EUA- China planeja reservar mais recursos para a China no próximo ano, abaixo dos 67% que responderam que aumentariam os investimentos no país na pesquisa do ano passado. E o investimento estrangeiro em ativos fixos, como fábricas e outras instalações — um indicador de comprometimento de longo prazo com a China — perdeu força. O governo chinês informou na terça-feira que este tipo de investimento estrangeiro subiu 4,7% durante os primeiros 11 meses do ano, bem abaixo do crescimento de 19,9% no total de investimentos em ativos fixos.

A desaceleração da economia e o aumento dos custos trabalhistas da China são os principais motivos para as empresas estrangeiras terem começado a recuar no país, de acordo com uma pesquisa realizada pela filial da Câmara Americana de Comércio em Pequim. A ascensão dos concorrentes chineses e a recente investida das autoridades contra práticas de preços, controle de qualidade e comércio de empresas ocidentais também têm levado algumas companhias a repensar seus projetos de expansão, dizem analistas.

Empresas ocidentais, como a gigante francesa de bebidas Pernod Ricard S.A. e a farmacêutica americana Eli Lilly & Co., mencionaram a China como um fator de queda no crescimento de suas receitas no último trimestre. A Câmara Americana de Comércio na China informou que 29% das empresas pesquisadas afirmaram que seu faturamento no país ficou estagnado ou caiu no ano passado, em comparação com 19% em 2011. E 64% das empresas europeias disseram que obtiveram lucro na China em 2012, ante 73% do ano anterior, de acordo com a Câmara de Comércio da União Europeia.

Multinacionais ocidentais afirmam que se sentiram encorajadas pelo plano econômico divulgado pelo governo chinês recentemente, porque ele promete abrir mais indústrias para o setor privado e empresas estrangeiras. Mas as mudanças não serão um "divisor de águas" para a contratação ou investimento agora porque elas tendem a levar vários anos para serem implementadas, diz Frederic Neumann, diretor de pesquisa econômica do HSBC na Ásia.

A ManpowerGroup Inc. , uma das maiores empresas de recrutamento do mundo, informa que o número de vagas oferecidas na China pelas empresas estrangeiras que monitora caiu 25% este ano até outubro, um declínio mais acentuado que o visto durante a crise financeira global. E os empregos perdidos vão de funções mais básicas a postos executivos de alto escalão.
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A Empresa de recrutamento chinesa Zhaopin Ltd. informa que o número de empregos listados por empresas ocidentais em seu site caiu 5% este ano, apesar de o total de postos no mercado de trabalho ter aumentado em cerca de 30%.

"A expansão agressiva parou", diz Evan Guo, diretor-presidente da Zhaopin.com.

Para certas empresas, os cortes na China fazem parte de reestruturações mais amplas. A HP vai eliminar até 33.000 vagas no mundo até outubro e informou que alguns dos empregados cortados na China podem ser transferidos. Também há firmas planejando novos investimentos no país, mesmo enquanto fazem cortes lá. A Xian Janssen Pharmaceutical, unidade da Johnson & Johnson, iniciou recentemente as obras de uma fábrica que pode custar até US$ 300 milhões.

Fonte: The Wall Street Journal

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