Credit Suisse elevou probabilidade do país deixar o bloco neste ano para 20%; em lista de 23 países, Brasil é o terceiro pior posicionado.
O Credit Suisse elevou a probabilidade de saída da Grécia da Zona do Euro neste ano de 15% para 20%. E esta não é uma boa notícia para o Brasil.
A alteração acontece mesmo com as pesquisas mostrando a liderança do partido Nova Democracia nas eleições parlamentares, o que favoreceria o cumprimento das medidas de austeridade acordadas com a União Europeia.
De acordo com o banco suíço, essa situação seria muito danosa para a Grécia, com queda de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação de aproximadamente 30%.
O cenário para a Europa também não seria bom, com custos diretos de € 260 bilhões, contágio nos países periféricos e uma queda de cerca de 2% no PIB.
Nesse cenário, o índice acionário americano S&P 500 cairia a 1.200 pontos, dos atuais 1.330. Porém, como a situação levaria a uma nova rodada de estímulos, as medidas poderiam impulsionar o mercado em 20%.
Segundo o Credit Suisse, se o euro cair para US$ 1,10, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) iria implementar o QE3 (flexibilização quantitativa).
Impacto no Brasil
Os países mais defensivos, conforme a análise, são os que têm ativos externos líquidos, são importadores de commodities com uma economia fechada, superávit em conta corrente e baixo peso cíclico.
A descrição é oposta às características brasileiras, cujas exportações de commodities equivalem a 3% do PIB, tem um crecente déficit em conta corrente e onde os setores cíclicos representam 32% do mercado.
Não à toa, o país aparece em 21º lugar na lista de 23 países feita pelo Credit Suisse, na frente apenas da Coreia e da Rússia. Em contrapartida, o cenário favoreceria Singapura, Malásia e Colômbia.
Zona do Euro continua intacta
Porém, a maior probabilidade é de que a Zona do Euro sobreviva à crise sem grandes alterações. Ainda assim, não há espaço para otimismo: a região só andou cerca de 40% do caminho dos ajustes necessários.
A equipe do Credit Suisse, formada por Andrew Garthwaite, Marina Pronina, Mark Richards, Sebastian Raedler, Robert Griffiths e Nicolas Wylenzek, acredita que a região enfrenta atualmente cinco desafios inter-relacionados.
O primeiro é o fraco crescimento, seguido dos déficits em conta corrente de países periféricos, a insolvência da Irlanda, de Portugal e da Grécia, a necessidade de uma barreira viável para os países solventes e, enfim, a propriedade comum da dívida.
Em relatório, os analistas do Credit Suisse afirmam que "a Espanha está próxima da insolvência, se o cenário for ajustado de acordo com o excesso de alavancagem do setor privado".
Eles defendem que a solução para esses desafios da Europa está em um Quantitative Easing (QE) de larga escala, além do enfraquecimento das metas fiscais.
Porém, para que o Banco Central Europeu (BCE) aja de fato, será necessário um panorama pior, embora não tão ruim quanto em 2011. "Dada a escala das medidas requeridas, a crise provavelmente teria que piorar antes do BCE agir", avaliam.
As ações previstas são a garantia de depósitos ou operações de refinanciamento de longo prazo (LTRO, na sigla em inglês), que levariam a uma união fiscal parcial no bloco.
Fim do Euro
Além desses dois cenários, há ainda um menos provável, mas muito pior, que é a decomposição da Zona do Euro. A quebra completa da moeda única tem 10% de probabilidade e levaria a custos diretos de € 1 trilhão, além de uma queda de 5% a 10% do PIB europeu.
Nesse caso, o S&P 500 cairia para 950 pontos e a Alemanha seria o maior perdedor no longo prazo.
Em todos os cenários, o dólar ganha atratividade.
Fonte: Brasil Econômico
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