Economistas projetam PIB trimestral com alta entre 0,5% e 0,7%. Crescimento anual deve ser menor que 3%, reflexo do desempenho mais fraco do setor industrial.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na sexta-feira (1/6) o Produto Interno Bruno (PIB) referente ao primeiro trimestre deste ano.
O Boletim Focus desta segunda-feira (28/5) mostrou que as instituições financeiras consultadas reduziram a expectativa sobre o crescimento do PIB para o ano, passando de 3,09% para 2,99%.
Trata-se da terceira semana seguida de queda nas estimativas. Há quatro semanas, as previsões apontavam para 3,22%.
Márcio Salvato, professor do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), é ainda mais radical e vê o PIB em 2,3% em 2012. "A expectativa de crescimento continua sendo puxada para baixo. A despeito da política de demanda agregada, a produção industrial teve, no primeiro trimestre, um crescimento pífio", avalia.
Para Salvato, os setores de serviços e de construção civil não conseguirão sustentar o crescimento da economia por muito tempo.
Um pouco menos pessimista, a equipe de análise do Banco Safra revisou o crescimento do PIB anual de 2,9% para 2,6%.
"Os indicadores antecedentes da produção e vendas disponíveis, e mesmo os dados de emprego e crédito não sugerem um grande otimismo a respeito da velocidade da recuperação, o que nos levou a optar por uma estimativa mais cautelosa a respeito do crescimento do PIB em 2012", apontou o Banco Safra, em relatório.
"Para o primeiro trimestre de 2012, reduzimos nossa expectativa para o crescimento trimestral de 0,6% para 0,5%, na série dessazonalizada", acrescenta.
A redução é baseada nos indicadores de março, especialmente no desempenho mais fraco do que o previsto da produção industrial e do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br).
Já a equipe de análise econômica do Santander, liderada por Maurício Molan, prevê que o primeiro trimestre deverá trazer melhores resultados que o sinalizado pelo IBC-Br, com estimativa de alta de 0,7% em relação ao último trimestre de 2011.
"Acreditamos que embora o setor industrial tenha apresentado desempenho modesto, o forte reajuste do salário mínimo deve ter influenciado positivamente sobre o setor de serviços, que devido ao seu peso no indicador, impedirá um resultado mais fraco do PIB", acredita o Santander.
Para a equipe do Santander, a divulgação do PIB do primeiro trimestre - que em geral não atrai muitas atenções devido à sua defasagem em relação aos demais indicadores - será crucial para mensurar a magnitude do crescimento deste ano, uma vez que a direção de forte aceleração no segundo semestre parece ser consenso no mercado.
Márcio Salvato, do Ibmec, também crê que os efeitos das medidas macroprudenciais tomadas pelo governo até então só serão sentidos na segunda metade de 2012.
Apesar disso, a equipe da MCM Consultores Associados acredita que essas medidas não serão suficientes para satisfazer a meta de crescimento do governo para os próximos anos, em torno de 5,5%.
Fonte: Brasil Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário