Medidas anunciadas em conta-gotas pelo governo federal fazem aportes
do setor produtivo externo entrar em compasso de espera.
A desvalorização do real em relação ao dólar nas últimas semanas e as
inúmeras medidas anunciadas pelo governo desde o final do ano passado colocaram
um freio na entrada de capital estrangeiros para investimentos produtivos no
país. O raciocínio dos investidores é que, como as ações do governo estão sendo
anunciadas em conta-gotas, novas medidas podem chegar nos próximos dias.
Como ninguém sabe o conteúdo das novas ações e o efeito que elas terão sobre
a economia real, a entrada de dinheiro externo no setor produtivo diminuiu.
Nos primeiros três de 2012, os investimentos diretos estrangeiros no
país somaram US$ 18 bilhões, um volume menor do que os US$ 21 bilhões
contabilizados no primeiro trimestre do ano passado.
Sem investimentos em
novas máquinas e em tecnologia, a indústria reduz sua capacidade de produção e a
competitividade. "Ninguém quer colocar dinheiro em um país sem saber o que vai
acontecer nos próximos meses", diz Alexandre Chaia, professor de economia do
Insper, em São Paulo. Quem sai perdendo é o consumidor.
Se o consumo
continuar em alta é provável que faltem produtos nacionais no mercado. Como os
importados ficaram mais caros, os brasileiros podem enfrentar alta no preço de
vários produtos. "O resultado vai ser mais inflação em 2013", diz Chaia,
contrariando avaliação do governo.
A desvalorização do real em relação ao
dólar ajuda alguns setores da economia, mas pode encarecer itens de vários
outros que dependem de insumos importados, como os eletroeletrônicos.
A
desvalorização já chega a 8% e deve continuar com tendência de alta até
dezembro. "Esse movimento é reflexo da crise europeia que não deve ser resolvida
no curto prazo", diz Evaldo Alves, coordenador do curso de negócios e comércio
exterior da GV-PEC (Programa de Educação Continuada) da Fundação Getulio Vargas
(FGV).
Os Investidores têm colocado o dinheiro em títulos do governo
americano, considerados os mais seguros do mundo, e esperam a crise passar.
Fonte: Brasil Econômico
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