São Paulo – Em almoço com empresários, em São Paulo, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse hoje (21) que a valorização do dólar nas últimas semanas é generalizada e que a desvalorização do real, que caiu 2,2% entre janeiro e abril deste ano, está ocorrendo em linha com as demais moedas do mundo.
“O que está ocorrendo hoje é um processo em função do quadro internacional, a valorização da moeda norte-americana contra a grande maioria das moedas”, disse Tombini.
Respondendo a perguntas dos empresários sobre qual seria o ponto de equilíbrio para o câmbio, Tombini não deu números, mas falou que o BC está tomando uma série de medidas para evitar o excesso do ingresso de dólares no país. “Reitero que temos instrumentos para fazer com que o mercado de câmbio, em seus diversos segmentos, funcione dentro da normalidade. Sempre que identificarmos disfuncionalidade nesse mercado, o Banco Central vai entrar nesses mercados para fazer com que eles funcionem adequadamente”, ressaltou.
Na avaliação do presidente do BC, o impacto da alta do dólar sobre a inflação será moderado. “O que vimos ao longo dos anos no regime de metas de inflação é que esse repasse, no Brasil, foi diminuindo ao longo do tempo. Hoje, está na faixa de 3% a 4% no curto prazo e de 8% no médio prazo. Nossa avaliação, até o momento, é que o repasse é moderado”, disse Tombini, que descartou mudanças no regime de metas de inflação. “Não há nada no horizonte, nem no mês que vem, nem no próximo ano, com relação a mudanças no regime de metas”.
Ainda sobre inflação, Tombini disse ela deverá ser menor neste mês e nos próximos do que aquela que foi registrada em abril deste ano. Segundo ele, a inflação tenderá a convergir para o centro da meta. “Depois daquele pico da inflação, em setembro de 2011, quando a inflação medida pelo IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] chegou a cerca de 7,30%, ela reduziu e, em abril, chegou à faixa de 5,1%. Houve uma queda de mais de 2 pontos nesses últimos sete meses”, citou.
Tombini também previu que a taxa de inadimplência deve cair no segundo semestre deste ano e que o crescimento do país deva se acelerar no mesmo período. “Certamente, em 2013, a economia brasileira vai crescer mais que crescerá este ano”, disse.
Fonte: Agência Brasil
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