Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Economia da zona do euro continua piorando.

As preocupações sobre o futuro da zona do euro aumentaram na quinta-feira com o surgimento de mais indícios de inércia política e uma nova leva de dados aterradores, os quais mostraram que alguns dos últimos sustentáculos da atividade econômica no bloco de 17 países começaram a ruir.
eurocoins
A contração econômica da zona do euro se aprofundou em maio, com a atividade empresarial encolhendo no ritmo mais rápido em quase três anos, mostrou na quinta-feira uma influente pesquisa de gerentes de compras. Os dados vieram juntar-se a uma forte reversão este mês do índice alemão Ifo de confiança empresarial. Uma pesquisa empresarial francesa também exibiu um resultado ruim. Coletivamente, os sinais econômicos vitais mostram o risco crescente de a economia da zona do euro seguir em recessão durante boa parte do ano.
"A zona do euro pode ter se esquivado de uma recessão técnica no primeiro trimestre, mas os indicadores do segundo trimestre estão ficando cada vez piores", disse James Ashley, economista sênior para a Europa do banco RBC.
A cúpula de líderes europeus na noite de quarta-feira não conseguiu produzir novas políticas para impulsionar o crescimento econômico e conter a crise de dívida da Grécia. Em vez disso, os mercados assistiram a rumores crescentes de que os governos da zona do euro estão preparando planos de contingência para limitar os danos causados pela saída da Grécia da zona do euro. Autoridades alertam que a saída grega do euro deixará o país aleijado financeiramente e terá efeitos abrangentes no bloco monetário.
A falta de uma estratégia clara dos líderes europeus para evitar uma espiral de crise econômica tem direcionado as atenções ao Banco Central Europeu, a autoridade da zona do euro melhor equipada para fornecer um alívio veloz para o sistema econômico, por meio de cortes nos juros e, se necessário, suprimento ilimitado de liquidez, na forma de empréstimos de longo prazo para os bancos.
A escalada dos temores de contágio tem aumentado o custo dos swaps de crédito, o seguro contra moratória dos títulos de dívida soberana.
O juro do título de dívida da Alemanha com vencimento em dois anos, uma aplicação segura para se proteger do choque causado pelo retorno de alguns países a suas próprias moedas, está perto de zero, um acontecimento raro nos mercados mundiais de capital. Isso significaria que os investidores preferem trocar uma pequena perda de capital por segurança e liquidez. O rendimento dos títulos alemães com vencimento em dois anos chegou a menos de 0,1%.
A cotação do euro caiu para US$ 1,2516 na manhã de quinta-feira, a menor desde 6 de julho de 2010, e a moeda comum europeia também se desvalorizou em relação à libra esterlina e ao iene.
O novo grande marco para o projeto da moeda única europeia é a eleição na Grécia em 17 de junho, de fato um referendo dos eleitores gregos sobre a permanência na zona do euro. As eleições de 6 de maio não produziram maioria parlamentar suficiente para um partido governar, já que os partidos mais radicais se beneficiaram bastante da resistência da população a continuar o programa de austeridade fiscal.
Economistas do Citigroup calculam agora que a Grécia provavelmente deixará a zona do euro em janeiro, o que causará uma desvalorização imediata de 60% da sua nova moeda em relação ao euro e uma onda massiva mas administrável de contágio na Europa inteira.
Numa nota aos clientes, o segundo maior banco mundial em operações cambiais reiterou sua opinião de que a probabilidade de a Grécia deixar a zona do euro "em um ou dois anos" subiu de perto de 50% para entre 50% e 75%, e que o banco está assumindo que a Grécia deixará o euro no início do ano que vem.
Entre os detalhes dos dados econômicos de quinta-feira, o índice composto preliminar de confiança dos gerentes de compras nos 17 países que usam o euro caiu de 46,7 em abril para 45,9 em maio, disse a firma de pesquisa de mercado Markit Economics. Foi o quarto declínio consecutivo e o menor número desde junho de 2009, época da última recessão da zona do euro. Os economistas consultados esperavam um declínio menor, para 46,5.
O índice compila resultados de pesquisas de gerentes de compras tanto na indústria como em serviços. Qualquer número abaixo de 50 significa que a atividade econômica se contraiu em relação ao mês anterior.
"Os dados preliminares do índice indicam que a recessão na zona do euro ganhou impulso em maio", disse Chris Williamson, economista-chefe da Markit. Ele disse que os resultados são consistentes com uma redução de pelo menos 0,5% no produto interno bruto no segundo trimestre. Dados oficiais mostraram que a economia estagnou entre janeiro e maio, depois de se contrair 0,3% no quarto trimestre de 2011.

Fonte: The Wall Street Journal

Nenhum comentário:

Postar um comentário