Em entrevista, o ministro conta os planos do governo para melhorar a
infraestrutura de comércio do país, da segunda fase do plano para o setor
automotivo e comenta sobre a “nova” fase do Banco Central.
Sobrenatural de Almeida foi um personagem criado pelo dramaturgo Nelson
Rodrigues. Era um fantasma que entrava em campo e fazia os gols mais
improváveis.
Em entrevista ao Brasil Econômico, o ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, faz uma
alusão a essa figura e cria o "Inevitável de Oliveira" para ilustrar algumas
mudanças que, obrigatoriamente, vão ocorrer para que o país possa se adaptar ao
posto de 6ª maior economia do planeta.
O ministro, um dos auxiliares com mais trânsito junto a presidente Dilma
Rousseff, diz claramente que o governo e, por consequência, o Banco Central,
assumiram uma postura de que o controle da moeda não é o fim, mas, sim, o
meio.
"Nós temos que controlá-la, mas usá-la como instrumento. O fim é crescimento,
emprego e bem-estar social". Ao ser questionado sobre o controle da inflação,
responde: "Não ter inflação é pressuposto para ter crescimento econômico, mas
esse não pode ser só o fim. Aí eu não faço mais nada? Agarro a meta de inflação
e fico ali?"
Os juros, seja em referência à taxa Selic ou aos cobrados pelos bancos, são
diagnosticados como uma das três travas para o crescimento sustentado do Produto
Interno Bruto (PIB) e é para onde a presidente volta os olhos com a determinação
de quem quer resolver tudo para ontem.
Câmbio e carga tributária são os outros grandes problemas na linha mestra de
atuação da equipe econômica. Para Pimentel, que houve mais frequentemente
queixas dos exportadores, falar em taxa de câmbio de R$ 2,50 é uma incógnita,
mas a faixa atual é considerada razoável. "Vamos operar para ficar na faixa
próxima de R$ 2 e longe do R$ 1,50".
Se não é possível chegar à taxa que agradaria aos exportadores, há no front
uma série de novas medidas que estão sendo gestadas no âmbito do comércio
exterior.
O ministro adiantou que está no radar a formação de uma aduana, que estaria
voltada especificamente para o monitoramento da entrada de mercadorias no país.
"A própria presidente está muito interessada nisso", garante o ministro.
Afinal, lembra: "Hoje, no Brasil, estamos com a mesma estruturazinha de
quando a gente exportava US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões. E já exportamos quase
US$ 300 bilhões".
Fonte: Brasil Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário