Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Relatório mostra que economia verde pode gerar em 20 anos até 60 milhões de novos empregos

Brasília - Se todos os países adotarem uma economia mais verde como modelo de desenvolvimento, em 20 anos seriam criados entre 15 e 60 milhões de novos empregos no mundo. A conclusão está no relatório Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: Oportunidades de Trabalho Decente e Inclusão Social em uma Economia Verde, divulgado hoje (31) pela Iniciativa Empregos Verdes.
O grupo, que reúne especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Internacional de Empregadores (OIE) e da Confederação Sindical Internacional (CSI), mostra que o atual modelo de desenvolvimento não é mais capaz de gerar emprego produtivo e trabalho decente.
“Se a situação continuar como hoje, os níveis de produtividade dos países em 2030 serão 2,4% menores do que os atuais. Em 2050, esses níveis cairiam 7,2%. Os índices coincidem com estimativas de estudos sobre danos econômicos produzidos pela degradação do meio ambiente e a redução dos ecossistemas básicos”, sugere o relatório.
Em contrapartida, considerando apenas os empregos relacionados a produtos e serviços ambientais nos Estados Unidos, 3 milhões de pessoas já se beneficiam do novo padrão. Na União Europeia, existem 14,6 milhões de empregos diretos e indiretos na proteção da biodiversidade e recuperação dos recursos naturais e florestas, sendo mais de meio milhão só na Espanha.
Na Colômbia e no Brasil, os organismos internacionais destacaram a formalização e organização de quase 20 milhões de catadores informais. Ampliando as possibilidades de ocupação, o relatório aponta que o Brasil já criou cerca de 3 milhões de empregos com iniciativas sustentáveis, o que representa aproximadamente 7% do emprego formal.
De acordo com o estudo, é possível obter ganhos líquidos na taxa de emprego entre 0,5% e 2% do emprego total existente hoje. Mas os especialistas alertam que, para que o novo modelo funcione, é preciso combinar políticas.
As orientações indicadas no relatório elencam incentivos financeiros para estimular a mudança de padrões nas empresas, a adoção de um diálogo permanente com os diversos setores da sociedade e a garantia de políticas de mercado de trabalho que complementem políticas econômicas e socioambientais.
“A Lei Nacional de Garantia de Emprego Rural na Índia e na habitação social e os programas de bolsas verdes no Brasil são bons exemplos de políticas de proteção social que contribuem para o desenvolvimento sustentável”, destaca o documento.

Fonte: Agência Brasil

Brasil cai duas posições em ranking de competitividade mundial

São Paulo – O Brasil caiu duas posições este ano no Índice de Competitividade Mundial (World Competitiveness Yearbook), divulgado nesta quinta-feira (31) pelo International Institute for Management Development (IMD). O levantamento, publicado anualmente desde 1989, avalia as condições de competitividade de 59 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e pesquisa de opinião feita com executivos. No Brasil, a pesquisa é coordenada pela Fundação Dom Cabral.
Entre os 59 países pesquisados, o Brasil caiu da 44ª, em 2011, para 46ª posição, em 2012. Em 2010, o país ocupava o 38º lugar. O ranking geral aponta, pela ordem, Hong Kong, Estados Unidos, Suíça, Cingapura, Suécia e Canadá como as economias mais competitivas do mundo.
“Apesar dos pontos extremamente fortes da economia brasileira, como o dinamismo econômico e a força do mercado consumidor, fatores como o frágil crescimento econômico do produto interno, a baixa produtividade de suas indústrias e as pressões inflacionárias acabaram por combalir, nos últimos anos, a competitividade nacional”, disse o professor da Fundação Dom Cabral e responsável pela coleta e análise dos dados no Brasil, Carlos Arruda.
Em relação aos países da América Latina, o Brasil aparece no ranking atrás de Chile (28ª), México (37ª) e Peru (44ª). Entre os países de economia emergente, que compõem o Brics, o Brasil está à frente da Rússia (48ª) e África do Sul (50ª), mas atrás de Índia (35ª) e China (23ª).
“O Brasil precisa de reduzir o protecionismo, que é muito elevado. As tarifas alfandegárias são altas e o protecionismo está a minar a competitividade das empresas locais. As exportações de produtos com alto valor agregado não têm evolução nenhuma, as únicas exportações que aumentam são exportações de bens naturais”, disse o professor de finanças do IMD, Nuno Fernandes.
Fernandes destacou que, para ganhar competitividade, o país precisa elevar as exportações de produtos de grande valor agregado, aumentar os financiamentos das empresas via mercado de capitais, e não somente pelo setor bancário, e melhorar a infraestrutura tecnológica. A cultura empreendedora dos empresários brasileiros, segundo ele, também precisa ser alterada.
“Sobre a gestão empresarial, é necessário uma cultura de risco no Brasil. Os empresários têm uma cultura empreendedora não muito elevada. E a maior parte das empresas preferem ficar só no baixo risco, ligadas a empresas públicas e empresas do estado. É preciso uma cultura global, o gestor não pode ficar apenas refém dos serviços das empresas públicas e do mercado local”, disse Fernandes.
O levantamento mostra que o Brasil apresentou significativos avanços nos subitens emprego (ganho de cinco posições, ocupando o sexto lugar no ranking) e na infraestrutura (crescimento de seis posições, no 45º lugar no ranking). A eficiência dos negócios continua sendo, segundo o levantamento, o pilar de maior força e estabilidade competitiva do Brasil, ocupando o 27º lugar (ganho de duas posições).
“A Europa vai continuar a divergir durante os próximos anos e não crescerá como os outros mercados. Os mercados emergentes vão representar mais de 60% do crescimento durante a década atual. O Brasil tem de tentar aproveitar esse crescimento e integrar-se globalmente”, disse o professor do IMD.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 29 de maio de 2012

Saída da Grécia do euro é prejudicial ao Brasil


Credit Suisse elevou probabilidade do país deixar o bloco neste ano para 20%; em lista de 23 países, Brasil é o terceiro pior posicionado.
O Credit Suisse elevou a probabilidade de saída da Grécia da Zona do Euro neste ano de 15% para 20%. E esta não é uma boa notícia para o Brasil.
A alteração acontece mesmo com as pesquisas mostrando a liderança do partido Nova Democracia nas eleições parlamentares, o que favoreceria o cumprimento das medidas de austeridade acordadas com a União Europeia.
De acordo com o banco suíço, essa situação seria muito danosa para a Grécia, com queda de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação de aproximadamente 30%.
O cenário para a Europa também não seria bom, com custos diretos de € 260 bilhões, contágio nos países periféricos e uma queda de cerca de 2% no PIB.
Nesse cenário, o índice acionário americano S&P 500 cairia a 1.200 pontos, dos atuais 1.330. Porém, como a situação levaria a uma nova rodada de estímulos, as medidas poderiam impulsionar o mercado em 20%.
Segundo o Credit Suisse, se o euro cair para US$ 1,10, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) iria implementar o QE3 (flexibilização quantitativa).
Impacto no Brasil
Os países mais defensivos, conforme a análise, são os que têm ativos externos líquidos, são importadores de commodities com uma economia fechada, superávit em conta corrente e baixo peso cíclico.
A descrição é oposta às características brasileiras, cujas exportações de commodities equivalem a 3% do PIB, tem um crecente déficit em conta corrente e onde os setores cíclicos representam 32% do mercado.
Não à toa, o país aparece em 21º lugar na lista de 23 países feita pelo Credit Suisse, na frente apenas da Coreia e da Rússia. Em contrapartida, o cenário favoreceria Singapura, Malásia e Colômbia.
Zona do Euro continua intacta
Porém, a maior probabilidade é de que a Zona do Euro sobreviva à crise sem grandes alterações. Ainda assim, não há espaço para otimismo: a região só andou cerca de 40% do caminho dos ajustes necessários.
A equipe do Credit Suisse, formada por Andrew Garthwaite, Marina Pronina, Mark Richards, Sebastian Raedler, Robert Griffiths e Nicolas Wylenzek, acredita que a região enfrenta atualmente cinco desafios inter-relacionados.
O primeiro é o fraco crescimento, seguido dos déficits em conta corrente de países periféricos, a insolvência da Irlanda, de Portugal e da Grécia, a necessidade de uma barreira viável para os países solventes e, enfim, a propriedade comum da dívida.
Em relatório, os analistas do Credit Suisse afirmam que "a Espanha está próxima da insolvência, se o cenário for ajustado de acordo com o excesso de alavancagem do setor privado".
Eles defendem que a solução para esses desafios da Europa está em um Quantitative Easing (QE) de larga escala, além do enfraquecimento das metas fiscais.
Porém, para que o Banco Central Europeu (BCE) aja de fato, será necessário um panorama pior, embora não tão ruim quanto em 2011. "Dada a escala das medidas requeridas, a crise provavelmente teria que piorar antes do BCE agir", avaliam.
As ações previstas são a garantia de depósitos ou operações de refinanciamento de longo prazo (LTRO, na sigla em inglês), que levariam a uma união fiscal parcial no bloco.
Fim do Euro
Além desses dois cenários, há ainda um menos provável, mas muito pior, que é a decomposição da Zona do Euro. A quebra completa da moeda única tem 10% de probabilidade e levaria a custos diretos de € 1 trilhão, além de uma queda de 5% a 10% do PIB europeu.
Nesse caso, o S&P 500 cairia para 950 pontos e a Alemanha seria o maior perdedor no longo prazo.
Em todos os cenários, o dólar ganha atratividade.

Fonte: Brasil Econômico

Novo Código Florestal poderá impactar nas ações de reflorestamento do bioma da Mata Atlântica

São Paulo – Com a aprovação do novo Código Florestal, os 7,9% que restam de Mata Atlântica no Brasil podem estar ainda mais ameaçados. Esta foi a avaliação feita pela Fundação SOS Mata Atlântica durante a divulgação do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, que mostra as alterações no bioma no período de maio de 2010 a maio de 2011. De acordo com o estudo, o Brasil perdeu mais de 13 mil hectares de sua Mata Atlântica em apenas um ano. Segundo a fundação, o novo código pode provocar diminuição nas ações de reflorestamento.
“O novo código altera a obrigatoriedade da regeneração de determinadas áreas e esse estudo vai nos ajudar a avaliar os reais impactos do Código Florestal”, disse Márcia Hirota, coordenadora do atlas, que foi produzido em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo a coordenadora, estão sendo feitos novos levantamentos para incluir no documento dados sobre matas ciliares e de várzea, que irão formar um “marco zero” do momento que antecede a implantação da nova lei. Os dados complementares devem estar prontos em agosto deste ano.
O atlas, que teve sua primeira edição em 1990, mostra uma redução dos níveis de desmatamento ao longo de 25 anos. No período de 1985 a 1990, a média anual era de cerca de 93 mil hectares desvatados. Em 2010, o volume foi de 13 mil hectares. “Apesar da diminuição do volume, o desmatamento não deixou de acontecer e nos fez chegar a marca de apenas 7,9% de remanescentes florestais”, disse Hirota. Segundo a fundação, a Mata Atlântica é o bioma mais ameaçado do Brasil.
Foram pesquisados dez dos 17 estados que formam o bioma, os quais representam 93% da Mata Atlântica do país. Minas Gerais e Bahia são os estados que mais desmataram, com 6.339 e 4.493 hectares, respectivamente. “No estado de Minas Gerais, as florestas nativas estão sendo transformadas em carvão e substituídas por eucalipto”, disse a coordenadora do estudo.
Os estados com menos áreas desmatadas (em hectares) são Goiás, com 33; Paraná, com 71; e Rio de Janeiro, com 92. “Destacamos o Rio de Janeiro, pois o estado já liderou a lista dos maiores devastadores em análises anteriores e, nos últimos anos, temos verificado um ocorrência menor de desmatamento”, avaliou Hirota. O Rio de Janeiro possui, atualmente, 19,59% de sua Mata Atlântica preservada.
Nesta edição, o estudo delimitou a área pertencente aos municípios como forma de permitir uma melhor atuação das entidades e organizações municipais. “É importante que os municípios sigam o que diz a Lei da Mata Atlântica e criem seus Planos Municipais de Conservação e Recuperação do bioma”, ressaltou Mario Mantonvani, diretor de políticas públicas da SOS Mata Atlântica. As cidades mineiras de Águas Vermelhas e Jequitinhonha estão entre os piores resultados, com devastação de 1.367 e 1.270, respectivamente.

Fonte: Agência Brasil

Nova classe média brasileira tem renda entre R$ 291 e R$ 1.019 familiar per capita, define governo

São Paulo - O governo brasileiro já tem uma nova definição para a classe média brasileira. Considerando a renda familiar como critério básico, uma comissão de especialistas formada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República definiu que a nova classe média é integrada pelos indivíduos que vivem em famílias com renda per capita (somando-se a renda familiar e dividindo-a pelo número de pessoas que compõem a família) entre R$ 291 e R$ 1.019.
“Quem tiver renda per capita nesse intervalo será considerada classe média”, disse Ricardo Paes de Barros, secretário de Ações Estratégicas da SAE, na noite de hoje (29), em São Paulo. Segundo ele, a definição de classe média foi finalizada após análises de propostas com mais de 30 alternativas, feitas em quatro reuniões da equipe técnica da secretaria e mais duas da equipe de avaliação.
Dentro dessa definição, a comissão dividiu a classe média em três grupos: a baixa classe média, composta por pessoas com renda familiar per capita entre R$ 291 e R$ 441, a média classe média, com renda compreendida entre R$ 441 e R$ 641 e a alta classe média, com renda superior a R$ 641 e inferior a R$ 1.019.
“Isso é um ativo para a sociedade brasileira. A classe média do país representa mais da metade da população. Tendo uma definição padrão, que seja aceita por todo mundo, isso vai facilitar muito toda a discussão sobre o que pensa, o que quer, o que espera, o que faz e qual o padrão de consumo dessa nova classe média”, disse Barros.
Segundo a comissão, para chegar a essa definição a secretaria levou em consideração o padrão de despesa das famílias e os gastos com bens essenciais e supérfluos. Também foi usado como critério o grau de vulnerabilidade, ou seja, da probabilidade de retorno à condição de pobreza.
Após a definição, a comissão estuda agora aplicar políticas públicas voltadas para essa classe média. A ideia é fazer com que se diminua a rotatividade de emprego entre os trabalhadores formais, aumentando a capacitação profissional. “Queremos estimular relações de trabalho de mais longa duração”, explicou.
Segundo Barros, além da qualificação dos trabalhadores, o governo também estuda promover políticas públicas que estimulem, por exemplo, a poupança. “Já estamos trabalhando em políticas de qualificação continuada para trabalhadores ocupados, expansão das possibilidades de microsseguros, educação financeira e outras políticas voltadas para os diferentes segmentos da classe média”, disse.
De acordo com o ministro  da SAE, Moreira Franco, a próxima etapa do trabalho da comissão será a de criar ferramentas que possam interagir e estimular o debate e a reflexão sobre essa definição. Uma das primeiras ferramentas será a criação de uma pesquisa chamada Vozes da Classe Média, que pretende fazer um levantamento sobre as aspirações e o comportamento das pessoas que fazem parte desse grupo social.

Fonte: Agência Brasil

Novo diesel com baixo teor de enxofre tem baixa procura, diz Fecombustíveis

Rio de Janeiro - A demanda pelo diesel S50, com baixo teor de enxofre, é fraca nos cinco primeiros meses de venda do produto, admitiu hoje (29) o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares.
O custo do combustível é um dos fatores. O novo diesel é R$ 0,12 mais caro do que o diesel comum (S1800). Além disso, os caminhões novos fabricados pelas montadoras e equipados com motor Euro 7, específico para o óleo S50, têm custo entre 12% e 15% mais alto do que os caminhões com motores antigos, que foram estocados nas concessionárias e são abastecidos com qualquer diesel.
“Nós estamos preparados, mas não tem ainda caminhão para a gente abastecer”, disse Soares. Segundo ele, “são pouquíssimas unidades que tem hoje circulando no Brasil”. Ele disse também que para o caminhoneiro que roda pelo país, R$ 0,12 faz diferença.
De acordo com a Fecombustíveis, o problema é mais grave nas regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife e Belém, que só podem vender S50 e perdem em termos de competitividade para as regiões vizinhas.
A Fecombustíveis sugeriu a Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia aumentar R$ 0,01 por litro no preço do óleo diesel mais comum para subsidiar o óleo novo S50. “Se ela [Petrobras] aumentar R$ 0,01 lá, compensa os R$ 0,12 mais caros aqui. O preço poderia ficar muito semelhante. Seria um subsídio cruzado”. Soares informou que não há, até o momento, nenhuma resposta do governo ao pleito.
O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Allan Kardec Duailibe Barros Filho, considerou o impasse natural. “Nós já prevíamos que ia ter alguns meses, ou talvez, até um ano, de consolidação. Era mais ou menos esperado que haja esse debate”. Ele disse que o problema não ocorre somente no Brasil, na Europa também houve problemas.
O balanço da distribuição do novo diesel S50, no entanto, é positiva disse Soares, em evento na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, no Rio de Janeiro. O novo produto está sendo oferecido em 3 mil postos credenciados em todo o país. “O produto está em todas as regiões brasileiras. Por isso, eu acho que, em matéria de logística, foi cumprida a determinação da ANP”.

Fonte: Agência Brasil

Indústria deve pressionar crescimento econômico


Economistas projetam PIB trimestral com alta entre 0,5% e 0,7%. Crescimento anual deve ser menor que 3%, reflexo do desempenho mais fraco do setor industrial.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na sexta-feira (1/6) o Produto Interno Bruno (PIB) referente ao primeiro trimestre deste ano. 
O Boletim Focus desta segunda-feira (28/5) mostrou que as instituições financeiras consultadas reduziram a expectativa sobre o crescimento do PIB para o ano, passando de 3,09% para 2,99%.
Trata-se da terceira semana seguida de queda nas estimativas. Há quatro semanas, as previsões apontavam para 3,22%.
Márcio Salvato, professor do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), é ainda mais radical e vê o PIB em 2,3% em 2012. "A expectativa de crescimento continua sendo puxada para baixo. A despeito da política de demanda agregada, a produção industrial teve, no primeiro trimestre, um crescimento pífio", avalia.
Para Salvato, os setores de serviços e de construção civil não conseguirão sustentar o crescimento da economia por muito tempo. 
Um pouco menos pessimista, a equipe de análise do Banco Safra revisou o crescimento do PIB anual de 2,9% para 2,6%.
"Os indicadores antecedentes da produção e vendas disponíveis, e mesmo os dados de emprego e crédito não sugerem um grande otimismo a respeito da velocidade da recuperação, o que nos levou a optar por uma estimativa mais cautelosa a respeito do crescimento do PIB em 2012", apontou o Banco Safra, em relatório.
"Para o primeiro trimestre de 2012, reduzimos nossa expectativa para o crescimento trimestral de 0,6% para 0,5%, na série dessazonalizada", acrescenta.
A redução é baseada nos indicadores de março, especialmente no desempenho mais fraco do que o previsto da produção industrial e do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br).
Já a equipe de análise econômica do Santander, liderada por Maurício Molan, prevê que o primeiro trimestre deverá trazer melhores resultados que o sinalizado pelo IBC-Br, com estimativa de alta de 0,7% em relação ao último trimestre de 2011.
"Acreditamos que embora o setor industrial tenha apresentado desempenho modesto, o forte reajuste do salário mínimo deve ter influenciado positivamente sobre o setor de serviços, que devido ao seu peso no indicador, impedirá um resultado mais fraco do PIB", acredita o Santander.
Para a equipe do Santander, a divulgação do PIB do primeiro trimestre - que em geral não atrai muitas atenções devido à sua defasagem em relação aos demais indicadores - será crucial para mensurar a magnitude do crescimento deste ano, uma vez que a direção de forte aceleração no segundo semestre parece ser consenso no mercado.
Márcio Salvato, do Ibmec, também crê que os efeitos das medidas macroprudenciais tomadas pelo governo até então só serão sentidos na segunda metade de 2012.
Apesar disso, a equipe da MCM Consultores Associados acredita que essas medidas não serão suficientes para satisfazer a meta de crescimento do governo para os próximos anos, em torno de 5,5%.

Fonte: Brasil Econômico

segunda-feira, 28 de maio de 2012

África está crescendo sem gerar empregos, diz relatório

Os países africanos precisarão criar empregos mais rapidamente se quiserem sustentar o crescimento econômico, pois o número de jovens na região está aumentando, disse um relatório de importantes organizações internacionais divulgado na segunda-feira.
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Associated Press
Jovens sul-africanos numa manifestação contra a pobreza e o desemprego, em outubro de 2011.
O número de africanos entre 15 e 24 anos vai dobrar até 2045, segundo o "Panorama Econômico Africano", divulgado pelo Banco de Desenvolvimento Africano, o Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a Comissão Econômica da Organização das Nações Unidas para a África e o Programa de Desenvolvimento da ONU. No momento, até as principais economias africanas mostram poucos sinais de que estão preparadas para gerar empregos para essa juventude, disse o relatório.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o desemprego de muitos países africanos chega a 20%. Na África do Sul, maior economia do continente, o desemprego é de 25,2%. E ele é ainda pior para os jovens — 60% da população economicamente ativa e desempregada da África tem menos de 24 anos.
"O continente está vivendo um crescimento sem geração de emprego", disse o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento Africano, Mthuli Ncube, num comunicado divulgado junto com o relatório. "É uma realidade inaceitável num continente com uma oferta tão impressionante de jovens talentosos e criativos."
O relatório prevê que a economia da África vai crescer 4,5% este ano e 4,8% em 2013. Mas boa parte desse crescimento será em países ricos em commodities, que têm assistido a um boom na exploração do petróleo, como Nigéria e Guiné Equatorial, ou em carvão e jazidas de gás natural, como Moçambique. Os resultados ainda não se traduziram numa melhoria geral do padrão de vida para a população jovem em franca expansão, o que ameaça a coesão social e a estabilidade política em países que não estão solucionando seus problemas de desemprego, disse o relatório.
Para corrigir a situação, o relatório recomenda que esses países incentivem o crescimento veloz do setor privado, especialmente na economia informal e em empregos agrícolas, que ainda dominam muitos países isolados da África.
Melhorar a educação também é crucial, disse o relatório, bem como a expansão dos setores industriais e de serviços para libertar esses países da receita insustentável proveniente das exportações de commodities.
"A diversificação das exportações além das matérias-primas e o desenvolvimento do setor privado são importantes para mitigar a suscetibilidade do continente a choques externos, mas isso leva tempo", disse Emmanuel Nnadozie, diretor de desenvolvimento econômico da Uneca, como a Comissão Econômica da ONU é conhecida.
Há indícios de que a África já está se diversificando mais, com os setores de telecomunicações, comércio e serviços apresentando forte crescimento a partir de uma base extremamente pequena, disse o relatório.

Fonte: The Wall Street Journal

Em pregão atípico, dólar recua e fecha a R$ 1,98


Sem referência dos Estados Unidos, a moeda americana teve queda de 0,60% neste pregão.
O feriado americano em homenagem a soldados mortos em combate - Memorial Day - rendeu uma sessão cambial morna nesta segunda-feira (28/5).
O dólar comercial para venda encerrou o pregão cotado a R$ 1,9830, com queda de 0,60%.
"Com o mercado em Nova York fechado, aqui ficou de lado. Praticamente não houve volatilidade nem desespero. O mercado continua se ajustando ao leilão do Banco Central de sexta-feira (25/5)", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso. 
De acordo com Galhardo, os investidores já perceberam que o governo não quer a moeda americana acima de R$ 2,05, mas com o pregão atípico não é possivel ter uma avaliação precisa do mercado.
"Não tivemos notícias ruins e a tranquilidade do mercado se manteve", afirma o gerente de câmbio, que prevê dólar entre R$ 1,98 e R$ 1,99 para o restante da semana. 
De acordo com o boletim Focus, a projeção para a taxa de câmbio foi elevada de R$ 1,85 para R$ 1,90 ao fim deste ano. Para 2013, a projeção para o câmbio foi mantida em R$ 1,85.
"Amanhã teremos a reação da volta dp feriado e veremos se isso vai alterar a rotina iniciada nesta segunda", finaliza.
O Dollar Index, índice que mede a variação da moeda americana contra as divisas de seis economias mundiais, recuou 0,24%, para 82.206 pontos.
Indicadores
Sem dados da Zona do Euro e dos Estados Unidos - ajudando a manter morna as negociações da moeda americana por aqui -, o foco ficou nos indicadores domésticos.
A confiança da indústria em maio ficou abaixo do previsto, passando de 103,3 para apenas 103,4 pontos, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice Nacional de Custo da Construção do Mercado (INCC-M) acelerou para 1,30% em maio, contra 0,83% no mês anterior. No ano, o índice acumula elevação de 3,63% e, nos últimos 12 meses, a taxa é de 7,16%.
A atividade econômica brasileira, medida pelo Serasa Experian, cresceu 0,5% em março, na comparação com fevereiro, já se descontando as influências sazonais.

Fonte: Brasil Econômico

Desvalorização do real pode derrubar Brasil em ranking de economias

Por Marcos Troyjo*

Um dos principais símbolos da recente ascensão do Brasil no cenário econômico mundial pode estar ameaçado pela crise europeia. A avaliação é do economista brasileiro Marcos Troyjo, diretor do BRICLab, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, que escreveu o artigo a seguir, a pedido da BBC:
O Brasil é sem dúvida afetado pela crise do euro. É também uma vítima dos efeitos colaterais da aversão ao risco global. O impacto, no entanto, é limitado, graças à política macroeconômica conservadora dos governos tanto de Fernando Henrique Cardoso quanto de Luiz Inácio Lula da Silva, que colocou a situação financeira do Brasil em ordem. Privilegiou estabilidade sobre crescimento nos últimos 16 anos.
Se o epicentro da crise atual fosse a China, e não a Europa, os efeitos no Brasil estariam sendo mais intensos. A muito propagada noção de que o recente crescimento do Brasil foi impulsionado pela ascensão da China e seu apetite por commodities, setor em que o Brasil apresenta muitas vantagens comparativas, certamente jogaria contra o Brasil caso a economia da China desaquecesse mais drasticamente.
Nós devemos, porém, observar que, apesar de a China ter se tornado o maior parceiro comercial do Brasil – e o comércio exterior do Brasil é cada vez mais “sino-dependente” – também é verdade que as exportações para esse país representam apenas cerca de 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Na realidade, as exportações totais do Brasil respondem por apenas 10% do PIB brasileiro.
A crise global para o Brasil é, portanto, menos um problema relacionado a comércio e mais a investimento.

'Brasilmania'

Um dos efeitos colaterais sentidos no Brasil à medida que a crise global se aprofunda é a forte depreciação da moeda brasileira nas últimas semanas. E o enfraquecimento do real pode proferir um golpe doloroso à autoestima do país.
O Brasil chegou ao fim de 2011 como a sexta maior economia do mundo. Ultrapassou a Grã-Bretanha em termos de PIB medido em dólares. De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o PIB anual do Brasil em dezembro de 2011 era de US$ 2,5 trilhões.
Apesar de a fatia da economia mundial que cabe ao Brasil ter permanecido essencialmente inalterada nos últimos 10 anos (um pouco menos de 3%), uma “Brasilmania”, tanto doméstica quanto no exterior, fez com que muitos acreditassem que o PIB do Brasil estava destinado a um ascensão irresistível e sem escalas. Segundo essas projeções entusiasmadas, o Brasil superaria a França até 2015 e se tornaria a quinta maior economia do mundo.
Curiosamente, as altas taxas domésticas de juros no Brasil – corretamente consideradas um dos vilões que historicamente impediam que a economia florescesse completamente – na verdade ajudaram a abastecer a ilusão de um alto PIB medido em dólar, assim como a de um real sobrevalorizado.
Com a baixa taxa de retorno para capitais financeiros ao redor do planeta, especialmente depois da recessão de 2008, as sedutoras taxas de juros do Brasil atraíram ainda mais investimento de curto prazo, o que deu musculatura ao real e fez o PIB brasileiro em dólar avançar.
Com a crescente incerteza no cenário internacional, o capital financeiro busca destinos mais seguros. Companhias ao redor do globo se tornam menos propensas a estabelecer operações no Brasil para tirar vantagem de oportunidades relacionadas ao aproveitamento do conteúdo local.
Considere esse cenário pouco provável - e indesejável: se o Real se desvalorizar para o nível de R$ 2,20 contra o dólar e o Brasil crescer 3%, em dezembro de 2012, o PIB brasileiro atingirá R$ 4,24 trilhões, mas medido em dólares isso será apenas US$ 1,93 trilhão.

Da sexta para a nona economia

Caso isso aconteça, o Brasil será superado pela Grã-Bretanha, pela Itália e pela Rússia e voltará a ser a nona economia do mundo. Claro que essas economias também estão sendo afetadas pela crise e a posição delas no ranking pode cair. Mas esse cenário mostra como são superficiais as análises que levam o Brasil a se vangloriar por ser a "sexta economia do mundo".
Seja lá o que aconteça com a taxa de câmbio ou com a zona do euro, o Brasil deve se preocupar mais com o descompasso entre seu grande potencial e sua baixa capacidade de competir globalmente. Nos últimos 25 anos a produtividade brasileira cresceu a apenas 0,2% ao ano, enquanto a da China aumentou 4%.
O Brasil deve aumentar sua taxa de poupança doméstica e investimentos, como porcentagem do PIB, e direcionar mais recursos para educação, ciência e tecnologia - as ferramentas indispensáveis para promover uma prosperidade sustentável.

*Diretor do BRICLab, Universidade de Columbia

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Melhoramentos urbanos variam de acordo com renda dos moradores

Por José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli

94% dos domicílios com renda superior a R$ 1 mil por mês estão em ruas pavimentadas; proporção cai a dois terços quando renda é menor do que R$ 250

Quanto maior a renda dos moradores, mais alta a taxa de urbanização em volta de sua casa: melhor a iluminação pública, mais chance de o lixo ser recolhido com frequência adequada e de o esgoto correr por baixo do pavimento e não pelo meio-fio -se é que há meio fio defronte à moradia. Essa relação parece óbvia, mas há décadas não era medida em uma pesquisa de amplitude nacional. É uma novidade do Censo 2010.

A taxa de urbanização foi calculada pelo Estado a partir de observações feitas pelos recenseadores sobre dez tipos de melhoramentos urbanos localizados no entorno de 57 milhões de domicílios brasileiros, e divulgadas esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na média do Brasil, a taxa de atendimento dos domicílios no conjunto dos dez itens foi de 68%, mas com grandes variações: de 96% de iluminação pública a menos de 5% de rampas para cadeirantes. As desigualdades são ainda maiores quando se leva em conta a renda domiciliar.

Nada menos do que 94% dos domicílios brasileiros cujo rendimento é maior do que R$ 1 mil por mês estão em ruas pavimentadas. Mas essa proporção cai a dois terços quando a renda dos moradores é inferior a R$ 250 (em valores de setembro de 2010). A disparidade é ainda pior quando se trata de calçadas: 87% da parcela de renda superior tem calçamento na porta de casa, enquanto a taxa no extrato de renda mais baixa cai a 45%.

Em todos os dez tipos de melhoramentos pesquisados há diferenças significativas na taxa de atendimento por esses equipamentos urbanos básicos em função da renda de quem mora nos domicílios. Os mais pobres têm seis vezes mais chances de verem o esgoto correr a céu aberto na frente de suas casas, por exemplo. A qualidade do urbanismo varia intensamente tanto dentro das próprias cidades quanto entre elas.

Em primeiro lugar no ranking dos 5.565 municípios ficou Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina. Sua taxa de urbanização é de 91,3%. O resultado é cinco vezes melhor do que o de Pacajá, no Pará, onde menos de 18% dos domicílios são atendidos adequadamente por serviços e equipamentos urbanos básicos. Quatro em cada cinco cidades brasileiras, porém, têm uma taxa de urbanização superior a 50%. E em uma a cada quatro essa taxa supera 70%. As melhores taxas estão na região Sudeste e as piores, nos municípios do Norte.

Balneário Camboriú não alcança o primeiro lugar em nenhum item específico, mas tem a melhor média de atendimento no conjunto deles: mais de 99% de seus domicílios estão sob iluminação pública e têm seu esgoto e lixo recolhidos, 98% estão em ruas devidamente identificadas, pavimentadas e dotadas de meio-fio, 97% têm calçada à porta, 92% se beneficiam da existência de bueiro na via onde estão, 78% gozam a sombra de árvores nas calçadas. E 54% dessas calçadas têm rebaixamentos que servem de rampa de acesso para pessoas que se locomovem em cadeiras de rodas.

A taxa de urbanização é a média de dez características urbanísticas observadas pelos recenseadores IBGE. Eles medem a proporção de domicílios que têm à sua porta os principais equipamentos e serviços públicos que se esperam encontrar em uma área urbanizada: iluminação pública, pavimentação das vias, calçada, meio-fio, arborização, esgoto, bueiro, recolhimento de lixo, identificação do logradouro (nome da rua, por exemplo) e rampa para cadeirantes.
A iniciativa resgata uma tradição de pesquisas que eram feitas até 1957 e que chamavam essas características de "melhoramentos urbanos". Desta vez, o levantamento considerou apenas as áreas urbanas dos municípios e não levou em conta favelas e outros tipos de aglomerados urbanos subnormais -onde esse tipo de equipamento e serviços nem sequer é alvo de políticas públicas. Mesmo assim, a pesquisa do IBGE abrangeu o entorno de 97% dos domicílios localizados dentro das áreas urbanas dos municípios brasileiros.

Fonte: O Estado de São Paulo

Economia parece estar perdendo fôlego no mundo todo .

Novos sinais de uma desaceleração mundial estão turvando o cenário econômico.
CECON
Associated Press
Operários trabalhando na construção do edifício Shanghai Center Tower, em Xangai, na China. O país registrou a sétima queda consecutiva em um importante indicador da atividade manufatureira.
Na quinta-feira, indicadores da confiança do empresariado na Europa caíram e sondagens com gerentes de compras de indústrias no mundo todo resultaram negativas. Entre estas, a China, segunda maior economia do planeta, registrou a sétima queda consecutiva em um importante indicador da atividade manufatureira. Os Estados Unidos divulgaram que empresas vinham cortando pedidos de computadores, aviões, produtos metalúrgicos e outros bens duráveis.
Com essa última leva de dados, surge um novo temor entre economistas e governantes: o de que a atividade econômica esteja arrefecendo em sincronia no mundo todo, e não só num punhado de mercados devido a problemas isolados. A Europa — lutando com o risco da saída da Grécia da zona do euro e problemas fiscais maiores — é, no momento, o epicentro da crise mundial. Mas relatos de problemas econômicos já surgem na Índia, na África do Sul, no Brasil e em outros lugares.
Quando a economia mundial vai bem, o crescimento sincronizado se reforça sozinho e espalha prosperidade por todo canto. Mas o desaquecimento também pode ser interligado e ser seu próprio combustível. De fato, nos quatro anos desde a crise financeira de 2008, a economia mundial tem sido vítima desse fenômeno.
As notícias econômicas ruins significam, por sua vez, que o investidor está sentindo diretamente o baque. O índice mundial das bolsas MSCI, que reflete mercados ao redor do mundo, registra queda de mais de 9% de meados de março para cá.
"Praticamente todo setor industrial no qual atuamos (...) está fraco", disse Gary Hendrickson, diretor-presidente da fabricante americana de tintas Valspar Corp., sediada em Minneapolis, durante conversa com analistas de mercado na quarta-feira sobre a recente experiência da empresa na China. A Valspar registrou um salto de 36% no lucro no começo do mês, mas decepcionou analistas com as projeções para o resto do ano, derrubando a cotação da ação.
Na África do Sul, a atividade mineradora também sofre com o arrefecimento da demanda de certas commodities. A Lonmin PLC, terceira maior produtora de platina do mundo, avisou este mês que pode reduzir investimentos nas minas na África do Sul porque a demanda pelo metal está fraca. Em março, inesperadamente, a produção manufatureira caiu 2,7%, informou a agência de estatísticas do governo este mês.
A indiana Infosys Ltd., que presta serviços terceirizados, registou queda de 1,9% na sua receita em dólar no trimestre encerrado em março, a primeira queda trimestral desde 2009. No exercício fiscal atual, a empresa projeta um crescimento de um dígito apenas, baixo para o seu padrão. S.D. Shibulal, diretor-presidente da Infosys, disse no mês passado que muitos clientes americanos do setor financeiro estão tomando decisões de gastos mês a mês — e não para o ano todo. A queda no investimento em tecnologia é uma preocupação.
Nos EUA, novos pedidos de computadores e artigos correlatos caíram 3,1% em abril em relação ao mês anterior; em março, já tinham recuado 3,7%, segundo dados do Departamento de Comércio americano divulgados ontem. De modo geral, novos pedidos subiram 0,2% em abril, depois da queda de 3,7% em março. Mas pedidos de bens de capital (tirando o setor de defesa e aeronaves), uma estatística muito monitorada, que indicaria a intenção de gasto de empresas, caíram 1,9% em abril, após recuo de 2,2% em março.
A californiana Informatica Corp., que produz software de integração de dados para empresas, já registra queda nas vendas na Europa — especialmente no setor público, disse seu presidente-executivo, Sohaib Abbasi, num congresso do setor esta semana. No primeiro trimestre do ano passado, a empresa fechou dois acordos de US$ 1 milhão com governos europeus. No primeiro trimestre deste ano, nenhum, disse.
No primeiro trimestre, a receita obtida com vendas para governos europeus equivaleu a 1% do total, — abaixo da média de 3% a 5%, disse Abbasi. "As medidas de austeridade tiveram impacto". Ainda assim, a empresa vem registrando crescimento na casa dos dois dígitos em outras regiões, incluindo América Latina e Ásia-Pacífico.
Ontem, foi divulgado o mais recente indicativo do fraco desempenho da economia chinesa: o índice de gerentes de compra do HSBC Holdings PLC, que caiu dos 49,3 registrados em abril para uma prévia de 48,7 agora em maio. É sinal de que o ritmo da atividade industrial recuou pelo sétimo mês consecutivo. Um total inferior a 50 indica contração; acima de 50, expansão. O índice de gerentes de compra de maio se segue a uma leva de resultados fracos em abril — do comércio exterior à concessão de crédito nos bancos.
Pedidos de seguro desemprego se mantêm
Em resposta, o governo em Pequim optou por uma série de iniciativas em várias áreas que, espera, promovam o crescimento e complementem sua campanha de longo prazo para torná-la uma economia fortalecida por mais consumo, inovação e atividade da iniciativa privada.
A China parece decicida a ampliar a reforma fiscal iniciada no começo do ano em Xangai, onde certas atividades de serviços migraram para um imposto sobre valor agregado (IVA), o que representou uma expressiva desoneração sobre o setor. É provável que o sistema seja adotado em Pequim já no começo de julho — e no país todo no prazo de dois anos, disse Lachlan Wolfers, sócio da área tributária da KPMG China, em entrevista. A KPMG vem trabalhando com o governo na reforma.
Em outro desdobramento, o Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação do país soltou ontem um comunicado pedindo o fim de encargos administrativos aplicados a pequenas empresas, bem como de uma série de multas e taxas impostas por órgões de governos locais, uma das principais queixas de empresas menores.
Antes, na quarta-feira, o Conselho de Estado da China, a suprema instância do executivo, prometeu reformas fiscais estruturais para aliviar a carga sobre empresas nacionais —mas sem dar detalhes. Autoridades vão encorajar investimentos privados em setores como o ferroviário, de energia e de telecomunicações, disse. O Conselho também prometeu apoiar o uso de energia solar e outras novas tecnologias energéticas, e de acelerar o desenvolvimento de cabos de fibra óptica para resdiências.
Alguns analistas acreditam em uma ação governamental conjunta maior por parte das autoridades chinesas se a retomada crescimento não ocorrer.
"Se não houver logo uma retomada do crédito e dos investimentos, a pressão para que o Estado comece a gastar vai ser forte", disse Mark Williams, economista da firma de pesquisa de mercado Capital Economics, em comunicado."A perspectiva de que a economia assuma em breve uma base mais sustentável, mais fundada no consumo, ainda parece remota".

Fonte: The Wall Street Journal

Governo obriga replantio de mata nativa nas áreas de preservação ao longo dos rios

Brasília - Uma das principais intervenções feitas pela presidenta Dilma Rousseff no novo Código Florestal Brasileiro foi a ampliação da faixa que deverá ser reflorestada nas margens de rios em áreas de Preservação Permanente (APPs). Os produtores rurais terão que recompor entre 5 e 100 metros de vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, dependendo do tamanho da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais.
As novas regras vão substituir o artigo 61 do código aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de abril. O texto só exigia a recuperação da vegetação de APPs ao longo de rios com, no máximo, 10 metros de largura. Não previa nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas áreas nas margens dos rios mais largos.
“Fizemos [a mudança] considerando o tamanho da propriedade, a largura de rio, o impacto da regularização no tamanho da propriedade; consideramos os fatores social e ambiental”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao explicar a alteração.
Para imóveis rurais com até um módulo fiscal (unidade de área que varia de 5 a 110 hectares, acordo com a região do país), o proprietário terá que recompor na APP uma faixa de 5 metros largura a partir da calha do rio, independentemente do tamanho do curso d'água. Se houver outras APPs na propriedade, a área preservada não poderá ultrapassar 10% da área total do imóvel.
Nas propriedades entre 1 e 2 módulos fiscais, a faixa a ser reflorestada deverá ter 8 metros, qualquer que seja a largura do rio. Nos imóveis rurais entre 2 e 4 módulos fiscais, os proprietários terão que recuperar 15 metros. No caso de imóveis entre 4 e 10 módulos rurais, a largura da recomposição da mata nativa será 20 metros nas APPs ao longo de rios de até 10 metros de largura, e 30 metros a 100 metros nas margens de rios mais largos.
Os grandes proprietários de terras, com imóveis com mais de 10 módulos fiscais, serão obrigados a recompor, no mínimo, faixas de 30 metros de largura nas APPs ao longo de pequenos cursos d'água (com 10 metros de largura) e entre 30 metros e 100 metros nas margens de rios maiores, com mais de 10 metros de largura.
A criação de escalas de recomposição, segundo o governo, vai garantir a maior preservação das margens de rios e beneficiar os pequenos agricultores. Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, os principais beneficiados serão os agricultores familiares. “Quem tem menos área de terra vai recompor menos e quem tem mais vai recompor mais APP. Estamos aqui estabelecendo um principio de justiça, estamos preservando aqueles que produzem alimentos saudáveis, estamos preservando o meio ambiente”.

Fonte: Agência Brasil

Dilma decide vetar 12 itens e fazer 32 mudanças no Código Florestal Brasileiro

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff decidiu vetar 12 itens do Código Florestal e fazer 32 modificações no texto aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de abril. O governo vai editar uma medida provisória (MP) para regulamentar os pontos que sofreram intervenção da presidenta. Os vetos e a MP serão publicados na edição de segunda-feira (28) do Diário Oficial da União.
"Foram 12 vetos e 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado, cinco correspondem a dispositivos novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo", resumiu o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ao anunciar as decisões.
Entre os pontos vetados está o artigo que trata da consolidação de atividades rurais e da recuperação de  áreas de preservação permanente (APPs). O texto aprovado pelos deputados só exigia a recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios de até 10 metros de largura. E não previa nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas APPs nas margens de rios mais largos.
Os vetos estão sendo apresentados pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Agricultura, Mendes Ribeiro, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, no Palácio do Planalto.
O texto, aprovado pela Câmara no fim de abril, deixou de fora pontos que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação no Senado. Os vetos presidenciais podem ser derrubados pelo Congresso Nacional, desde que tenham o apoio da maioria absoluta das duas Casas – Senado e Câmara – em votação secreta.

Fonte: Agência Brasil

Economia da zona do euro continua piorando.

As preocupações sobre o futuro da zona do euro aumentaram na quinta-feira com o surgimento de mais indícios de inércia política e uma nova leva de dados aterradores, os quais mostraram que alguns dos últimos sustentáculos da atividade econômica no bloco de 17 países começaram a ruir.
eurocoins
A contração econômica da zona do euro se aprofundou em maio, com a atividade empresarial encolhendo no ritmo mais rápido em quase três anos, mostrou na quinta-feira uma influente pesquisa de gerentes de compras. Os dados vieram juntar-se a uma forte reversão este mês do índice alemão Ifo de confiança empresarial. Uma pesquisa empresarial francesa também exibiu um resultado ruim. Coletivamente, os sinais econômicos vitais mostram o risco crescente de a economia da zona do euro seguir em recessão durante boa parte do ano.
"A zona do euro pode ter se esquivado de uma recessão técnica no primeiro trimestre, mas os indicadores do segundo trimestre estão ficando cada vez piores", disse James Ashley, economista sênior para a Europa do banco RBC.
A cúpula de líderes europeus na noite de quarta-feira não conseguiu produzir novas políticas para impulsionar o crescimento econômico e conter a crise de dívida da Grécia. Em vez disso, os mercados assistiram a rumores crescentes de que os governos da zona do euro estão preparando planos de contingência para limitar os danos causados pela saída da Grécia da zona do euro. Autoridades alertam que a saída grega do euro deixará o país aleijado financeiramente e terá efeitos abrangentes no bloco monetário.
A falta de uma estratégia clara dos líderes europeus para evitar uma espiral de crise econômica tem direcionado as atenções ao Banco Central Europeu, a autoridade da zona do euro melhor equipada para fornecer um alívio veloz para o sistema econômico, por meio de cortes nos juros e, se necessário, suprimento ilimitado de liquidez, na forma de empréstimos de longo prazo para os bancos.
A escalada dos temores de contágio tem aumentado o custo dos swaps de crédito, o seguro contra moratória dos títulos de dívida soberana.
O juro do título de dívida da Alemanha com vencimento em dois anos, uma aplicação segura para se proteger do choque causado pelo retorno de alguns países a suas próprias moedas, está perto de zero, um acontecimento raro nos mercados mundiais de capital. Isso significaria que os investidores preferem trocar uma pequena perda de capital por segurança e liquidez. O rendimento dos títulos alemães com vencimento em dois anos chegou a menos de 0,1%.
A cotação do euro caiu para US$ 1,2516 na manhã de quinta-feira, a menor desde 6 de julho de 2010, e a moeda comum europeia também se desvalorizou em relação à libra esterlina e ao iene.
O novo grande marco para o projeto da moeda única europeia é a eleição na Grécia em 17 de junho, de fato um referendo dos eleitores gregos sobre a permanência na zona do euro. As eleições de 6 de maio não produziram maioria parlamentar suficiente para um partido governar, já que os partidos mais radicais se beneficiaram bastante da resistência da população a continuar o programa de austeridade fiscal.
Economistas do Citigroup calculam agora que a Grécia provavelmente deixará a zona do euro em janeiro, o que causará uma desvalorização imediata de 60% da sua nova moeda em relação ao euro e uma onda massiva mas administrável de contágio na Europa inteira.
Numa nota aos clientes, o segundo maior banco mundial em operações cambiais reiterou sua opinião de que a probabilidade de a Grécia deixar a zona do euro "em um ou dois anos" subiu de perto de 50% para entre 50% e 75%, e que o banco está assumindo que a Grécia deixará o euro no início do ano que vem.
Entre os detalhes dos dados econômicos de quinta-feira, o índice composto preliminar de confiança dos gerentes de compras nos 17 países que usam o euro caiu de 46,7 em abril para 45,9 em maio, disse a firma de pesquisa de mercado Markit Economics. Foi o quarto declínio consecutivo e o menor número desde junho de 2009, época da última recessão da zona do euro. Os economistas consultados esperavam um declínio menor, para 46,5.
O índice compila resultados de pesquisas de gerentes de compras tanto na indústria como em serviços. Qualquer número abaixo de 50 significa que a atividade econômica se contraiu em relação ao mês anterior.
"Os dados preliminares do índice indicam que a recessão na zona do euro ganhou impulso em maio", disse Chris Williamson, economista-chefe da Markit. Ele disse que os resultados são consistentes com uma redução de pelo menos 0,5% no produto interno bruto no segundo trimestre. Dados oficiais mostraram que a economia estagnou entre janeiro e maio, depois de se contrair 0,3% no quarto trimestre de 2011.

Fonte: The Wall Street Journal

Com receios, bolsas mundiais não definem direção


Bolsas europeias operam com instabilidade, seguidas por índices futuros de Wall Street.
Em meio a eventos do cenário europeu, bolsas munidias devem operar com volatilidade durante o pregão desta sexta-feira (25/5).
Na Europa, declarações do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, de que a Grécia não sairá da Zona do Euro e que a maioria dos líderes da região seria favorável à emissão de eurobônus animou os mercados no início da sessão.
Além disso, a confiança do consumidor alemão, que permaneceu inalterada em 5,7 pontos em junho, foi outro ponto de referência positivo assimilado pelos investidores.
Na contramão, a suspensão das negociações dos ativos do banco espanhol Bankia, na bolsa de Madri, deu um tom mais pessimista ao último pregão da semana.
Neste panorama, as bolsas da Europa operam sem direção definida. O índice FTSE 100, de Londres, recua 0,25%; o alemão DAX tem alta de 0,19%; e o CAC 40, de Paris, retrai 0,10%.
A ausência de indicadores relevantes faz com que os principais índices americanos reflitam o cenário europeu. Por lá, a principal divulgação é a confiança do consumidor dos Estados Unidos.
Com isso, os índices futuros dos Estados Unidos também operam mistos. O Nasdaq, que mede o desempenho de ações de tecnologia, desacelera 0,38%, o Standard & Poor's 500 cresce 0,14% e o Dow Jones opera em alta de 0,27%.
Na Ásia, os principais índices de ações fecharam em alta. O índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, que encerrou a sessão com alta de 0,20%, aos 8.580 pontos.
Por aqui, o Ibovespa deve operar com volatilidade, acompanhando o ambiente internacional.
Na quinta-feira (24/5), o Ibovespa desvalorizou 1,02%, aos 54.063 pontos, com giro financeiro de R$ 7,2 bilhões.
Na agenda doméstica, destaque para a confiança do consumidor brasileiro que recuou 1,2% em maio.

Fonte: Brasil Econômico

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Estímulos não são suficientes sem medidas estruturais, dizem economistas .

Com a economia brasileira perdendo fôlego, a presidente Dilma Rousseff ordenou mais uma rodada de estímulo econômico, desta vez para a indústria automotiva, à medida que aumenta os receios do governo de que os problemas da economia mundial podem prejudicar ainda mais o crescimento do país.
As medidas foram anunciadas na noite de segunda-feira e incluem cerca de US$ 1 bilhão em incentivos fiscais temporários, bem como o relaxamento das regras de financiamento de veículos. As medidas complementam outros passos que Dilma deu para expandir a oferta de crédito a ajudar os exportadores por meio do enfraquecimento do real. Ela pressionou o Banco Central a baixar os juros em 3,5 pontos porcentuais desde o ano passado, uma medida que ela acredita vai impulsionar o crescimento.
Mas o real se desvalorizou mais do que os investidores esperavam, levando alguns economistas a se preocupar com a possibilidade de a inflação brasileira acelerar. O dólar subiu na terça-feira quase 2%, para R$ 2,08, apesar de uma intervenção do BC para tentar segurar a cotação.
"Posso garantir que o Brasil está 100%, 200%, 300% preparado" para reagir aos efeitos da crise econômica mundial, disse Dilma semana passada.
A tentativa da presidente de suavizar os temores é fácil de entender. Os investidores internacionais, que aplicaram em massa no Brasil nos últimos anos em meio ao otimismo sobre as economias emergentes, estão ficando mais cautelosos devido à crescente incerteza sobre a crise de dívida da Europa. Enquanto isso, o crescimento está desacelerando na China, cujo apetite por commodities ajudou o Brasil a prosperar na última década.
Um fator que complica a situação é que muitos dos problemas econômicos brasileiros têm raízes domésticas em vez de internacionais.
Vários economistas dizem que se concentrar em setores específicos com incentivos tributários e à expansão do crédito não resolve problemas econômicos mais profundos, que exigem soluções estruturais. O Brasil lançou medidas semelhantes para apoiar setores desde o têxtil ao de eletrodomésticos nos últimos meses. Mesmo assim, a economia encolheu nos primeiros meses do ano, segundo dados do BC.
Quando se trata de estímulo, o Brasil está numa posição vantajosa em relação ao resto do mundo. Ele ainda tem margem para reduzir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 9%, enquanto os Estados Unidos e a Europa já reduziram seus juros para praticamente zero. O real se valorizou demais de acordo com vários indicadores, e enfraquecê-lo pode impulsionar a capacidade da indústria local de exportar, dizem autoridades.
Ao mesmo tempo, na ausência de reformas mais profundas, alguns investidores estão começando a reconsiderar se a economia do país é mesmo capaz de fazer frente às altas expectativas que criou quando atingiu um crescimento de 7,5% em 2010. O Brasil cresceu 2,7% em 2011 e muitos economistas dizem que não vai crescer muito mais do que isto este ano.
"Minha impressão é que existe uma mudança no sentimento internacional em relação ao Brasil", disse o economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega.
O índice de ações Ibovespa já caiu mais de 18% desde meados de março e o real se desvalorizou cerca de 18% perante o dólar desde fevereiro, ultrapassando a marca psicologicamente importante dos R$ 2 por dólar. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já afirmou que quer uma moeda mais fraca e que o risco de inflação é baixo.
As montadoras elogiaram o novo pacote de incentivos. Mas as medidas também atraíram críticos. Incentivar novos financiamentos automotivos pode não ser o remédio que o Brasil precisa, dizem alguns analistas. Quase 6% dos financiamentos de carros em vigor no país já estão inadimplentes, consequência do último boom de crédito do setor.
Ainda por cima, a maioria dos economistas ortodoxos diz que o Brasil precisa reformar seu sistema tributário, que onera os contribuintes com uma das maiores cargas tributárias do hemisfério. "Eles nunca pensam em medidas estruturais. Tudo que fazem é aplicar paliativos de curto prazo", disse o economista Alberto Ramos, que analisa o Brasil para o banco americano Goldman Sachs.

Fonte: The Wall Street Journal 

Queda do real reflete erros do Brasil, diz investidor .

O enfraquecimento do real não é uma anomalia de curto prazo, mas uma mudança estrutural que reflete a exaustão do modelo de crescimento baseado principalmente na expansão do consumo, disse Luis Stuhlberger, cofundador e diretor de investimentos de uma das maiores firmas de administração de ativos do Brasil, a Credit Suisse Hedging-Griffo.
"De 2004 a 2012, cada vez que o real se enfraquecia, isso era visto como uma mudança cíclica e não estrutural, então o que todo mundo dizia é 'tudo que cai volta a subir'", disse Stuhlberger à agência Dow Jones. "Mas agora é estrutural. O modelo está quebrado."
Stuhlberger é responsável pelo maior fundo de hedge do Brasil, o Verde, com um patrimônio líquido de R$ 15 bilhões, e a Credit Suisse Hedging-Griffo tem R$ 42 bilhões em ativos em sua divisão de private banking.
Apesar de gerar incertezas, a desaceleração da China ou a crise de dívida da Europa não são as culpadas pela saída de capital do Brasil, disse Stuhlberger. "Os gregos, italianos, chineses e espanhóis não devem ser culpados pelos problemas. O Brasil é vítima dos seus próprios erros" disse ele, ponderando que os problemas externos "exacerbam" tais erros.
Anos de baixo investimento implicam que o modelo de crescimento impulsionado pelo consumo está perdendo o fôlego, e o governo não tem feito muito para mudar isso, disse ele. Além disso, diz Stuhlberger, o Brasil não fez reformas extremamente necessárias, como fiscais e sociais, inclusive não solucionando a questão do sistema de previdência social.
"A capacidade de consumo se exauriu. Precisamos de mais produtividade. Acho que as soluções do governo não estão atacando os grandes problemas", disse Stuhlberger, acrescentando que, para corrigir algumas dessas fraquezas, o governo brasileiro deveria cortar mais impostos e reduzir seus próprios gastos.
Os problemas brasileiros estão ficando evidentes agora no mercado cambial, com o real tendo caído para menos de US$ 0,50 esta semana. O governo tem tentado enfraquecer a moeda e proteger a indústria e os exportadores locais, embora o Banco Central nos últimos dias tenha agido para impedir uma queda mais descontrolada.
Na história recente, o câmbio brasileiro só saiu duas vezes de seu padrão, disse Stuhlberger: uma vez entre outubro de 1997 e janeiro de 1999, quando o país adotou uma faixa fixa de câmbio, e depois entre maio de 2002 e maio de 2003, quando os mercados entraram em pânico antes da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A atual situação implica que o dólar pode cair até para R$ 2,40 por dólar, segundo o executivo, mas o governo certamente tentará impedir isso.
Para Stuhlberger, a intervenção do governo no mercado cambial não significa que ele abandonou o câmbio flutuante. "Não acho que o conceito de câmbio flutuante perdeu sua validade", disse ele.
Ele também acredita que a desvalorização do real soluciona parte dos problemas do Brasil, pois torna sua indústria mais competitiva no mercado doméstico diante das importações mais baratas.
Mas a crise mundial ajuda a destacar os problemas brasileiros, e isso está chamando a atenção dos investidores internacionais, disse Stuhlberger. E se houver de fato uma corrida dos investidores para deixar o país, ele acredita que o BC pode cogitar uma interrupção em seu ciclo de cortes nos juros para manter o investimento no Brasil.
"Não me surpreenderia se o BC decidisse parar o afrouxamento monetário em 8,5% devido ao equilíbrio de forças. Com a taxa básica de juros a, digamos, 7,5%, num momento em que os investidores estão reavaliando suas opiniões sobre o país, a demanda seria muito diferente de uma situação com os juros a 8,5% ou 9%", disse ele.

Fonte: The Wall Street Journal

Banco Central anuncia oferta de swap cambial


O Banco Central (BC) anunciou nesta manhã que oferecerá contratos de swap cambial, visando conter a alta da moeda americana.
A autoridade monetária oferecerá 40 mil contratos, em operação que será finalizada às 12h15. O resultado será divulgado às 12h30.
A operação funciona como uma venda de dólares no mercado futuro, rebaixando a cotação da moeda.
O dólar tem desvalorização de 0,14% nesta quinta-feira (24/5), a R$ 2,034 na compra e R$ 2,036 na venda.

Fonte: Brasil Econômico

Atividade econômica da Zona do Euro tem deterioração


O desempenho das atividades da indústria e dos serviços influenciaram queda no índice gerente de compras da região.
O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da Zona do Euro recuou para 45,9 pontos em maio, frente a 46,5 pontos apontados no mês anterior.
Com o resultado, o indicador chega ao seu pior patamar em 35 meses, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (24/5) pelo Instituto Markit Economics. Os dados são preliminares e podem sofrer revisões.
Tanto o setor de serviços quanto o industrial contribuíram negativamente para o índice. O PMI de serviços caiu de 46,9 pontos para 46,5 pontos, e o da indústria passou de 45,9 para 45 pontos.
Vale destacar que um dado abaixo de 50 pontos sinaliza contração na atividade.
Entre os países, a Alemanha reportou baixa na atividade, e na França, o índice teve o declínio mais acentuado desde abril de 2009.
A sondagem mostrou que o volume de novos pedidos para as empresas registrou queda nos países da Zona do Euro.
O emprego no setor privado reportou o quinto revés consecutivo. Mesmo com resultado negativo, a baixa foi atenuada em função do aumento do emprego na Alemanha.
Na França, o PMI passou de 45,9 pontos para 44,7 pontos. Já na Alemanha, o índice recuou de 50,5 para 49,6 pontos, chegando a sua sexta retração consecutiva.

Fonte: Brasil Econômico

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Entendendo o boom imobiliário-3

Por Rodrigo Sias*


Os contínuos aumentos do salário mínimo - 3,5 vezes em termos nominais e duas vezes em termos reais nos últimos 10 anos -, que referencia o custo de mão de obra de pedreiros, mestres de obra e ajudantes, impactam rapidamente no setor.
Programas de infraestrutura como o PAC também aumentam a procura por esse profissional, pressionando o mercado de trabalho. Há ainda registros preocupantes de falta de mão de obra qualificada, como engenheiros e arquitetos, encarecendo toda a cadeia de construção.
Vale registrar que o PIB da construção civil tem crescido acima da média de alta do PIB. Em 2011, por exemplo, o setor representou cerca de 15% da economia brasileira e cresceu 3,6% frente a 2,7% do PIB total. O efeito riqueza também explica o aumento do preço dos imóveis em zonas residenciais e comerciais nobres.
O valor de mercado das empresas cotadas em bolsa de valores cresceu em 500%, média de quase 20% ao ano desde 2002. Por outro lado, a contínua apreciação da taxa de câmbio - 30% em termos nominais e mais de 60% em termos reais desde 2003 -, ajustam os preços em dólares dos imóveis para cima, tendo como referencial o mercado mundial de imóveis.
Ainda do lado da oferta, o país está experimentando a falta de imóveis comerciais e industriais. Escritórios bem localizados e galpões com acesso a infraestrutura estão sendo intensamente disputados, em especial nas duas principais cidades do país, Rio e São Paulo, o que eleva seus preços.
No caso específico do Rio de Janeiro, há ainda a Copa e a Olimpíada de 2016 - além do pré-sal - pressionando a demanda por terrenos e imóveis. É possível que, após esses eventos, o crescimento do valor dos imóveis cariocas passe por uma acomodação.
No entanto, é pouco provável que o patamar de preços baixe sensivelmente, a não ser que a crise econômica mundial tome proporções catastróficas, o que, por ora, parece uma hipótese remota.
O cenário brasileiro passa longe do que aconteceu nos EUA ou mesmo na Espanha onde uma bolha foi criada por taxas de juros negativas, excessiva alavancagem do setor bancário e por derivativos pouco transparentes.
Esses países já contavam com mercados imobiliários maduros e crédito farto, em torno de 70% do PIB, ao contrário do Brasil, que gira entre 5% e 10% e tem muito espaço para crescer ainda. Estruturalmente, os preços devem se elevar para completar o ajuste pelo qual passa a economia brasileira.
As baixas deverão ser conjunturais, de acordo com os ciclos econômicos. O PIB fraco no ano passado e a queda recente da bolsa já se refletem no preço de imóveis usados, exemplificando esse tipo de movimento conjuntural.
Portanto, na próxima conversa de bar, vou contrariar o que disse no primeiro artigo e tentar fazer uma previsão. Direi que não há uma bolha imobiliária prestes a explodir no Brasil. Há apenas o grande ajuste estrutural derivado do cenário inédito de juros baixos e de mudanças institucionais profundas, que só toma ares de bolha para o observador pouco atento. Os preços altos vieram para ficar.
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*Economista do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Fonte: Brasil Econômico

BC intervém novamente e dólar recua 1,97%


Com investidores ainda preocupados com possível saída da Grécia da Zona do Euro e consequente calote, leilão do Banco Central evitou nova alta da moeda americana.
Preocupados com permanência da Grécia na Zona do Euro e risco de calote, investidores mostram preferência pelo investimento na moeda americana em detrimento das bolsas mundiais
Autoridades do bloco econômico pediram para que países-membros se preparem para eventual saída da Grécia da Zona do Euro e façam um plano de contingência. Entretanto, o Ministério das Finanças grego negou que qualquer pedido desta natureza tenha sido feito.
Também com problemas, a Espanha anunciou o investimento de € 9 bilhões no Bankia, para recapitalizar o banco nacionalizado.
Em meio a esse cenário conturbado, o dólar comercial para venda chegou à máxima de R$ 2,0956 nesta quarta-feira (23/5).
O Banco Central emitiu US$ 1,309 bilhão em contratos de swap cambial, visando conter a alta do dólar.
Foram ofertados 80 mil contratos, dos quais foram colocados 26,4 mil. O mercado comprou 18,6 mil papéis com vencimento em 2 de julho e 7,8 mil papéis com vencimento em 1º de agosto.
A medida surtiu efeito e a moeda encerrou a sessão cotada a R$ 2,0390, com queda de 1,97%. Apesar do recuo, o dólar mantém alta de 0,99% na semana.
Antes, na terça-feira (22/5), a autoridade monetária realizou dois leilões de swap cambial, em uma tentativa de conter a alta da moeda americana, mas o dólar subiu 1,66%, a R$ 2,08.
"A sessão de hoje foi basicamente influenciada por Grécia e Banco Central", diz Fábio Cornetta, corretor de câmbio do Grupo Guitta.

Fonte: Brasil Econômico

Revendo o Brasil

Por Rogério Mori*


A economia brasileira nos últimos anos tem sido um destaque em âmbito internacional. Desde a eclosão da crise em fins de 2008, o Brasil tem sido apontado como uma economia de peso e importante, tendo reagido de forma muito positiva durante os momentos mais agudos da crise.
De fato, a economia brasileira reagiu muito bem, lidando de forma adequada em relação aos efeitos mais negativos naquele momento.
A política fiscal, com a redução de impostos, agiu favoravelmente e o Banco Central, apesar da demora em reagir, cortou juros no início de 2009 e ajudou a economia a reverter o quadro recessivo instalado.
De lá para cá temos sido apontados internacionalmente como a nova estrela no cenário econômico global.
Nesse contexto, o Brasil tem vários aspectos positivos: é democrático, não existem amplas barreiras aos fluxos de capitais, as contas públicas estão ajustadas, a dívida pública é relativamente baixa e o crescimento econômico é moderado.
Apesar desses aspectos positivos, o Brasil está muito longe de ser considerado um país rico: nossa renda per capita ainda se situa próxima da média mundial e menos de um terço do que seria adequado para sermos considerados um país rico.
Adicionalmente, os níveis de investimento produtivo ainda se situam em torno de 20% do PIB, bem abaixo do que seria adequado para que a economia brasileira sustentasse um ritmo de crescimento em torno de 5% ao ano sem a formação de gargalos.
Também é importante lembrar que, apesar das taxas de juros terem caído, ainda se situam em patamar elevadíssimo na ponta do empréstimo.
Por fim, é importante ressaltar que a moeda brasileira encontra-se extremamente apreciada em relação às demais moedas, o que tira paulatinamente a competitividade da nossa economia e gera danos graves à estrutura produtiva brasileira.
Esses elementos reforçam que, apesar dos aspectos positivos em relação à nossa economia, os problemas fundamentais permanecem e o crescimento brasileiro mantém-se em patamar relativamente baixo.
Isso significa que nossa renda per capita cresce em ritmo lento e se mostra insuficiente para que o Brasil se torne um país rico de fato nas próximas décadas.
Apesar do bom humor internacional, alguns analistas econômicos internacionais já começaram a dar alertas em relação a esses problemas na economia brasileira.
No curto prazo, os humores não devem mudar, o otimismo com o Brasil não deve durar indefinidamente.
Esse prazo pode ser dilatado ou reduzido em função do cenário econômico internacional: caso as economias desenvolvidas se recuperem, a tendência dos fluxos é de reversão e é bem provável que o bom humor com a economia brasileira se dissipe nesse processo.
Em função disso, o Brasil deveria fazer sua lição de casa neste momento, com o governo controlando mais seus gastos e investindo mais em infraestrutura. Adicionalmente, os investimentos produtivos privados também deveriam ser estimulados.
O governo parece caminhar na direção correta na questão cambial, mas a lentidão do ajuste prorroga a agonia do setor produtivo. Mais agilidade e mais foco deveriam ser a tônica do governo nesse momento de otimismo com o Brasil.
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*Professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/Eesp)

Fonte: Brasil Econômico