SÃO PAULO (Reuters) - Analistas criticaram a decisão da Petrobras na sexta-feira de não divulgar detalhes sobre a nova metodologia de reajustes de combustíveis, dizendo que a falta de clareza sobre os critérios mantém incertezas para o mercado, em um momento em que a empresa enfrenta defasagem dos preços domésticos na comparação com os internacionais.
Na noite de sexta-feira, a estatal anunciou o reajuste de preços nas refinarias de 4 por cento na gasolina e de 8 por cento para o diesel, já como consequência de uma nova política de preços. No entanto, a empresa disse que "por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia".
Para analistas do Itaú BBA, "a falta de transparência causará frustração no mercado. Ninguém sabe exatamente quais são os indicadores ou quais são os gatilhos ou períodos para as revisões, deixando espaço para potenciais manobras nos preços".
"Nós nos questionamos o que realmente mudou", disseram os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes, em nota a clientes no fim de semana.
O Credit Suisse rebaixou, no domingo, a recomendação para as ações da empresa para "underperform" (abaixo da média do mercado). O preço alvo das ADRs está estimado pelo banco em 14 dólares.
"Aumentos tímidos nos preços e uma metodologia de precificação opaca deterioram a percepção sobre a governança corporativa, enfraquecem a posição de uma equipe de gestão forte e técnica, têm um significativo impacto nos lucros e na avaliação e deixam o balanço financeiro extremamente frágil em meio a um 2014 cheio de incertezas", disseram os analistas Vinicius Canheu e Andre Sobreira, do Credit Suisse, em relatório a clientes.
Fonte: Reuters Brasil
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