Alta nos preços da gasolina e do diesel foi menor que o esperado. Estatal não divulgou a metodologia utilizada para definir o aumento
São Paulo - O mercado retalha as ações da Petrobras nesta segunda-feira como reflexo da insatisfação quanto ao reajuste no preço dos combustíveis anunciado na sexta-feira. Por volta das 14h, as ações preferenciais (PETR4) recuavam 7,32% enquanto as ordinárias (PETR3) perdiam 8,07%. No mesmo horário, o Ibovespa caía 1,56%, aos 54.664 pontos.
A alta de 4% no preço da gasolina e 8% do diesel não foi suficiente para zerar a disparidade com o preço do mercado internacional, que está em 10% e 12%, respectivamente, de acordo com cálculo do presidente do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires.
"Os investidores esperavam um ajuste de 6% no preço da gasolina e de 10% no diesel. O mercado acreditava que a Graça Foster exerceria influência sobre a presidente Dilma, o que foi descartado, pois a presidente deixou claro que a política de reajuste dos combustíveis continua seguindo o viés da inflação", afirmou Pires.
Na avaliação do analista da Um Investimentos Gabriel Ribeiro, a queda das ações não é exagerada, uma vez que a companhia apresentou recuo de 39% no lucro líquido no terceiro trimestre para R$ 3,4 bilhões, como consequência da disparidade do preço dos combustíveis em relação ao mercado internacional.
"Apesar do resultado ruim, as ações subiram após a divulgação do balanço, refletindo a expectativa por uma nova metodologia de reajuste. A boa notícia seria uma previsibilidade dos reajustes futuros, o que não aconteceu, pois essa fórmula não foi apresentada", disse Ribeiro.
Para Pires, do CBIE, a ausência da divulgação da fórmula tira a transparência da empresa. "Dessa maneira, não há garantia de que a estatal vai consiguir arcar com o investimento necessário para o pré-sal", disse Pires. A Petrobras prevê investimentos de US$ 236 bilhões até 2017.
Fonte: Brasil Econômico
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