Para escolher entre prefixado e pós-fixado, o investidor deve avaliar a intenção do BC em levar a inflação ao centro da meta
Diante do ciclo de aperto monetário, que deve elevar a taxa básica de juros para 10% no final de 2013, especialistas apontam os tradicionais títulos do Tesouro Direto como a melhor opção para investir. A escolha entre os papéis com rendimento prefixado ou pós-fixados vai depender da avaliação sobre a atuação do Banco Central (BC) em relação à inflação.
"Tudo vai depender se o BC está determinado a trazer a inflação para o centro da meta [IPCA de 4,5% ao ano] mesmo tendo em vista os vários preços contidos, como o da gasolina, por exemplo, que podem pressionar a taxa", explica o diretor de fundos de renda fixa da Queluz, Luiz Monteiro.
Para o administrador de investimentos Fábio Colombo, o aumento da Selic é um paliativo para compensar a alta da inflação e impedir que o IPCA estoure o teto da meta, de 6,5%. Por isso, diz Colombo, uma boa opção são os títulos pós-fixados, atrelados à inflação, como as notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B), que têm remuneração de cerca de 5% ao ano, mais a variação do IPCA. É possível adquirir esses títulos em instituições financeiras com investimento inicial de R$ 30 ou por meio de cotas de fundos de previdência privada.
"O importante é procurar taxas de administração baixas nos fundos e não movimentar os recursos antes de dois anos, pois o desconto do imposto de renda é de 15% após 24 meses", diz o administrador, para quem esse tipo de aplicação longa, cuja data de resgate pode se estender até 2035, deve ocupar até 20% da carteira.
Em um cenário mais otimista, que projeta a inflação no centro da meta no longo prazo e recuo da taxa de juros nominal em linha com a tendência internacional, a melhor opção são as Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-F) com vencimento em 2017, cujo retorno prefixado é em média de 11% ao ano, diz o diretor de fundos de renda fixa da Queluz.
Para o investidor com perfil mais arrojado, "a bolsa de valores está com preços bastante interessantes, o que aumenta a chance de ganhos para daqui a três anos", comenta Colombo. Nesta modalidade, a dica é diversificar os recursos em fundos que seguem o Ibovespa. Neste caso, para obter taxas de administração vantajosas, o aporte mínimo é de R$ 50 mil.
O economista da FGV Samy Dana recomenda que os leigos fiquem longe do mercado de ações. "Esses históricos que mostram alto retorno na renda variável são mitos e não levam em conta os custos com corretagem e impostos. A renda variável pode trazer lucro nos Estados Unidos, onde a bolsa vai bem e a taxa de juros é pequena. Mas aqui no Brasil é diferente, pois o risco é maior e os custos para investimento são elevados", diz.
Fonte: Brasil Econômico
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