Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Setor de tecnologia sustenta economia americana

Com mão de obra mais cara e dependente de qualificação, criação de empregos fica retraída no setor

São Paulo - A melhora na economia americana e a taxa de desemprego praticamente estável mostra uma nova alavanca de crescimento nos Estados Unidos, o setor de tecnologia. Neste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,1% no primeiro trimestre e 2,5% no segundo trimestre.

Já a taxa de desemprego caiu em ritmo mais lento, de 7,5% em julho para 7,2% em setembro. E a criação líquida de postos de trabalho continua menor do que o mercado projeta. Em setembro, foram abertas 148 mil vagas. O número é 23% inferior ao total de postos abertos em agosto. A explicação para o aumento do PIB e estabilidade na taxa de desemprego está nos setores de maior valor agregado. "Estes setores demandam mão de obra qualificada e, consequentemente, mais cara. São segmentos com mais ganhos de produtividade, como os de tecnologia e ciência. O país está se tornando cada vez mais o país da inovação", diz o diretor do BricLab da Columbia University, Marcos Troyjo. Ele relaciona a expansão com os altos valores das ações das empresas do setor. O papel da Google, por exemplo, vale mais de US$ 1.025. Já o da Apple passa dos US$ 530.

O economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini, enxerga como natural a retomada da economia americana sustentada pelo setor de tecnologia, pois trata-se um país movido a consumo, principalmente de bens duráveis, ou seja, segmento dependente de inovação.

"Esta melhora no setor de tecnologia é fundamental, pois projeta o futuro e ativa a economia pelo lado da demanda. É um bom indicador porque mostra a volta do investimento no médio prazo nas demais áreas, o que gera emprego no futuro. Quanto mais tecnologia, as empresas vendem mais e incorporam mais trabalhadores", afirma o coordenador de relações internacionais do Ibmec, José Niemeyer.

Paralelamente ao boom tecnológico, Agostini vê outro motivo para a escassez de contratação nos demais setores. "Os americanos sempre tiveram um padrão social confortável e não havia alta demanda pelos estudos, pois os salários, em geral, eram elevados em todas as áreas. Desta forma, os Estados Unidos exportaram os empregos para Ásia, levando sua produção para a China, pois os custos eram menores. Agora, os setores de mão de obra física, como o de construção, têm demorado para se recuperar e os cidadãos sem emprego não conseguem migrar de área por falta de qualificação", diz.

Diante deste cenário, o mercado de trabalho na indústria em geral manteve-se prejudicado. O volume de americanos com emprego segue em 58,6%, valor próximo dos menores níveis em 30 anos. O setor de serviços parece ensaiar uma retomada, principalmente nas áreas de educação e de saúde, mas a criação de postos de trabalho ainda não alcança a média em um ano (185 mil vagas). Com a parada de 16 dias dos serviços do governo, a expectativa para a criação de postos em outubro é inferior à de setembro.

Fonte: Brasil Econômico

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