O dólar fechou com alta nesta sexta-feira-feira, em um movimento de ajuste técnico, após cair para menos de 2,15 reais pela primeira vez em mais de quatro meses.
Alguns analistas disseram que possíveis fluxos de saída de divisas podem ter contribuído para a alta da moeda norte-americana.
O dólar avançou 0,77 por cento, a 2,1760 reais na venda, depois de atingir 2,1474 reais na mínima do dia e 2,1794 reais na máxima. Na sessão anterior, a divisa caiu 0,70 por cento, para 2,1593 reais, o menor nível de fechamento desde 14 de junho.
Segundo dados da BM&F, o volume financeiro ficou em torno de 986 milhões de dólares.
"O dólar passou praticamente o dia inteiro assim, renovando repetidamente as máximas (do dia)", disse o operador de um banco nacional. "Pode ter algum fluxo de saída forte, alguma operação que o mercado esteja adiantando".
Apesar da alta desta sessão, a moeda norte-americana vem perdendo força em relação ao real desde que o Banco Central anunciou o programa de intervenções diárias no mercado de câmbio, previsto para durar até o fim deste ano. Desde 22 de agosto, dia do anúncio, a divisa acumula queda de pouco mais de 10 por cento.
Após o fechamento dos negócios, o BC anunciou que fará na segunda-feira pesquisa de demanda para avaliar a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- que vencem em 1º de novembro. A pesquisa ocorrerá entre 17h e 17h30 e os leilões ocorreriam em 22, 23 e 24 de outubro, informou o BC.
O BC também anunciou para segunda-feira leilão de swap cambial tradicional, previsto pelo cronograma de intervenções diárias. Entre 9h30 e 9h40, a autoridade monetária ofertará até 10 mil contratos distribuídos entre os vencimentos de 5 de março de 2014 e 1º de julho de 2014, com o resultado sendo divulgado a partir das 9h50.
"O dólar caiu bastante nos últimos dias, chegou até a bater 2,15 reais, chega um momento o pessoal quer tomar fôlego", disse o operador de uma corretora internacional.
O BC realizou mais uma intervenção neste pregão ao ofertar 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 2 de julho de 2014.
DE OLHO NO FED
Além do fôlego que a intervenção do BC dá à queda do dólar ante o real, a expectativa de investidores sobre a manutenção do ritmo de compra de ativos pelo Federal Reserve criou um ambiente favorável ao real na primeira hora do pregão. O programa do BC dos Estados Unidos é responsável pelo aumento da liquidez nos mercados mundiais.
Analistas acreditam que o Fed vai manter nos atuais 85 bilhões de dólares mensais o tamanho do estímulo monetário diante as incertezas fiscais no país, já que o acordo entre democratas e republicanos para por um fim à paralisação do governo dos Estados Unidos e elevar o teto da dívida é apenas temporário.
"Em função do acordo transitório nos EUA e da expectativa de que a retirada de estímulos do Fed será adiada, o mercado espera que fluxo em países emergentes será melhor", disse economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.
Fonte: Reuters Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário