Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Empresas precisam agir para estimular produtividade, diz especialista

Em um evento da revista The Economist para discutir os desafios do crescimento econômico brasileiro, empresários foram unânimes ao elencar obstáculos à produtividade, como infraestrutura e carga tributária.
No entanto, o presidente da consultoria Accenture na América Latina, Roger Ingold , foi uma voz dissonante. Ele defende que, antes mesmo de cobrar mudanças estruturais do poder público, os empresários e industriais brasileiros podem melhorar o próprio desempenho no cenário nacional.
"O brasileiro sofre de um mal: quando a estrutura não funciona, todo mundo só fala. Mas se formos só esperar, ninguém faz nada. Mesmo que a educação não esteja boa, por exemplo, com boa gestão e olho nas metas do mercado, se pode educar ou fazer qualquer coisa", disse à BBC Brasil.
"É claro que isso não é sustentável a longo prazo sem melhorar a infraestrutura. Esses problemas são verdadeiros. Mas mudar a cultura de gestão é algo que o Brasil precisa fazer."
Ele participou de um debate batizado de "paradoxo da produtividade" com Javier Falcon, o presidente da multinacional francesa de equipamentos de telefonia no Brasil, Alcatel-Lucent. Falcon queixou-se de problemas como a falta de profissionais qualificados e o alto custo de importação dos equipamentos.
O executivo pediu rapidez na criação de um sistema nacional de banda larga como primeiro passo para que o governo impulsione os índices de produtividade nacionais. "Se você tem conectividade em todo o país, você integra todo o país. Essa é a medida inicial para chegar a ser competitivo", disse.
Ingold, no entanto, afirmou que o setor industrial precisa de mais iniciativa e articulação para levar demandas ao governo federal .
"Todo mundo pede tudo, então imagina a posição do governo. O setor privado mal se articula para ir pedir uma coisa bem estruturada, vender uma ideia ao governo. Não há interlocução. É quem tem mais influência, quem grita mais", disse à BBC Brasil.

Infraestrutura
Durante o evento, autoridades como os governadores dos Estados de Goiás, Marconi Perillo, e de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e empresários de diversos setores apontaram os gargalos da infraestrutura no país como um dos principais entraves ao crescimento econômico e ao aumento da competitividade da indústria brasileira.
"A principal política agrícola que o Brasil precisa agora é infraestrutura, que está matando o agronegócio", disse Marcos Jank, diretor global de assuntos corporativos da BRF, uma gigante dos alimentos brasileira.
O presidente da construtora multinacional Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, criticou a falta de mais investimento federal em rodovias e ferrovias, mas se mostrou otimista a respeito da abertura do governo - outra voz dissonante entre os participantes do evento.
"Temos que ser críticos com o mau humor, porque o mau humor está ganhando. Nunca tivemos tanta oportunidade. O crescimento brasileiro não está a 7%, mas, considerando a China, está na média (mundial). E o governo tem extrema boa vontade, às vezes a gente não aprecia", afirmou.

Fonte: BBC Brasil

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