Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Moody's reduz perspectiva de rating do Brasil para "estável", de "positiva"

SÃO PAULO, 3 Out (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's reduziu a perspectiva do rating soberano brasileiro para "estável", de "positiva", na noite de quarta-feira, citando a deterioração da relação dívida/PIB, o nível dos investimentos e o fraco crescimento.

A Moody's reafirmou o crédito a "Baa2", o segundo grau mais baixo de investimento. A agência elevou a perspectiva do rating para "positiva" em 2011, e no fim do ano passado, tomou a decisão incomum de adiar um possível elevação da classificação de risco.

A decisão evidencia uma maior preocupação do mercado de que a economia brasileira --que no fim da década passada parecia estar entrando numa época de crescimento mais expressivo-- está ficando atrás de outras economias emergentes.

"Apesar de haver sinais de que a economia brasileira está começando a se recuperar, a visão da Moody's é que, se e quando a recuperação se materializar, não é provável que será forte o suficiente para restaurar a tendência positiva nas métricas de crédito do Brasil", afirmou o analista de crédito soberano da Moody's Mauro Leos.

Em Londres, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, buscou minimizar a redução da perspectiva do rating brasileiro pela agência de classificação de risco Moody's, lembrando que o Brasil foi confirmado como "grau de investimento".

"A agência afirmou que temos grau de investimento", afirmou Tombini após conferência em Londres. "Com isso, duas das três maiores agências confirmaram que o Brasil é grau de investimento", acrescentou.

A Moody's, a Standard & Poor's e a Fitch Ratings atualmente classificam o Brasil no segundo menor grau de investimento, mas a Moody's era a única que mantinha uma perspectiva positiva. A S&P reduziu a perspectiva para negativa, ante estável, em junho.

A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou que não irá comentar a decisão da agência.

O analista da Moody's disse que, apesar de o Brasil enfrentar uma situação claramente menos favorável do que nos últimos meses, há elementos que dão suporte ao rating do país "quando comparado com os seus pares Baa3 de classificação inferior".

Entre os elementos estão o relativamente administrável déficit em conta corrente, a capacidade de resistência a choques externos e o programa de investimentos de infraestrutura em curso.

Leos disse esta semana em um evento da Moody's que a economia brasileira deverá crescer cerca de 2,5 por cento neste e no próximo ano. Esse cenário é causado por "desafios estruturais" como baixo investimento e gargalos de infraestrutura, o que significa que qualquer medida para melhorar os ratings do Brasil vai demandar ações de "longo prazo" pelo governo, ele acrescentou.

Um aspecto que tem preocupado as agências de crédito é a deterioração das tendências da dívida pública. A relação entre a dívida bruta brasileira e o PIB é igual a cerca de 60 por cento, em comparação com índices médios de cerca de 45 por cento para os países com classificação Baa2.

Fonte: Reuters Brasil

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