Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Novo corte na Selic gera incertezas para economistas


Com mais seis reuniões pela frente, economistas se dividem com relação ao valor do novo corte na taxa básica de juros, que deve encerrar o ano em 9%.
Após os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central derrubarem a taxa básica de juros (Selic) para 9,75% ao ano, a ata divulgada nesta quinta-feira (15/3) reforçou que existe alta probabilidade da Selic se deslocar para patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos.
Na avaliação de Luis Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, três fatores foram relevantes para a redução da Selic: “a desaceleração na China, o atual cenário econômico no Brasil - com desaceleração do PIB e da produção industrial – e a melhora na inflação.”
De acordo com economista, a leitura da ata indica que a taxa de juros deve cair novamente, chegando até os 9% ao ano.
“Essa leitura mostra que houve uma antecipação do movimento de corte, podendo ocorrer uma manutenção da taxa em uma das próximas reuniões”, avalia Leal, que aposta em um novo corte de 0,75 ponto percentual (p.p) na reunião que ocorrerá nos dias 17 e 18 de abril.
Já na avaliação da equipe da consultoria LCA, o ajuste restante será promovido com dois cortes adicionais: um de 0,50 ponto em abril e outro 0,25 ponto em 30 de maio.
“Não se deve descartar totalmente, porém, a possibilidade de o ajuste remanescente ser realizado de uma só vez, através de um derradeiro corte de 0,75 ponto já na próxima reunião do Copom”, frisa o relatório da LCA.
Diante desse cenário, Leal, do Banco ABC Brasil, explica que a inflação em 2012 não será um problema, ficando próxima dos 5%. "O agravamento ocorrerá no ano seguinte", pondera.
Considerando a última projeção do boletim Focus, compilado pelo BC, a Selic voltará ao patamar de dois dígitos em 2013. A estimativa das instituições financeiras consultadas é de 10% no próximo ano.
A decisão da última reunião, que ocorreu nos dias 6 e 7 de março, não foi unânime, sendo cinco votos a favor do corte de 0,75 ponto e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,5 ponto percentual.
“Acredito que a opinião seria unânime caso o corte fosse de 0,5 ponto, o que ocorre é que ainda existe dentro do BC uma corrente mais conservadora que não aceitou a decisão de 0,75 ponto”, explicou Leal.
Câmbio
No início do mês, a presidente Dilma Rousseff criticou as políticas monetárias expansionistas adotadas por países desenvolvidos afirmando que o Brasil se preocupa com o “tsunami monetário” - expressão usada para comentar a forte circulação de dólares nos países emergentes.
Mesmo com a questão cambial no centro do debate econômico, o BC não trouxe qualquer posicionamento na ata. “O BC não vai admitir que existe um target no câmbio”, concluiu o economista da ABC Brasil.

Fonte: Brasil Econômico

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