Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 21 de março de 2012

BC divulga Relatório de Estabilidade Financeira

Brasília – O Banco Central divulgou hoje (21/03) o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), referente ao segundo semestre de 2011. O REF é uma publicação semestral que descreve a evolução recente do Sistema Financeiro Nacional (SFN), apresenta os resultados de análises da sua resiliência a eventuais choques, bem como avalia as suas perspectivas de evolução.
Os riscos para a estabilidade financeira global agravaram-se no segundo semestre de 2011, com destaque para a desaceleração da atividade econômica mundial e a vulnerabilidade fiscal europeia.
No âmbito doméstico, a expansão do sistema bancário e o consequente aumento da exposição aos riscos inerentes à atividade bancária foram acompanhados pelo crescimento da base de capital, principalmente em decorrência da incorporação de lucros e da captação de dívidas subordinadas. O Índice de Basileia manteve-se consideravelmente acima da exigência mínima nacional de 11%, tendo registrado 16,3% em dezembro.
O sistema bancário nacional demonstra solidez diante do padrão regulatório atual, bem como se encontra preparado para futuros requisitos adicionais a exemplo de Basileia III. Ademais, os resultados dos testes de estresse corroboram a alta capacidade de solvência do sistema bancário, haja vista que em todos os cenários analisados, inclusive naqueles de extrema deterioração da situação macroeconômica, o capital regulamentar do sistema bancário permanece acima do mínimo exigido.
A disponibilidade de recursos nos mercados doméstico e externo permitiu aos bancos financiar o crescimento da carteira de crédito e aumentar o montante de ativos líquidos. Nesse sentido, apesar da elevação na volatilidade das taxas de câmbio e de juros, a liquidez disponível no sistema bancário permaneceu em patamar elevado, demonstrando plena capacidade para fazer frente a eventuais restrições de recursos, mesmo em situações de estresse.
O crescimento da carteira de crédito, em ritmo inferior ao ano anterior, refletiu as ações de política monetária e de algumas das medidas macroprudenciais introduzidas ao longo dos últimos anos. De forma geral, essa expansão foi liderada pelos créditos direcionados, com destaque para os financiamentos imobiliários às famílias.
A inadimplência mostrou tendência de alta, mas vários fatores apontam para uma perspectiva de estabilização desse indicador. Dentre esses se destacam, o crescimento da renda, a recuperação da atividade econômica, mudanças nos critérios de concessão de crédito pela indústria bancária e a transmissão da redução da taxa básica de juros para as taxas cobradas pelos bancos, que devem ter impacto positivo sobre a capacidade de pagamento de famílias e empresas e, consequentemente, sobre a inadimplência e o resultado das instituições financeiras.

O lucro líquido do sistema bancário apresentou leve aumento e foi basicamente originado pelas operações de intermediação financeira, com participação discreta de resultados não operacionais.
Do ponto de vista normativo, destacaram-se as alterações nas regras contábeis para o registro da venda de carteiras de crédito com retenção de risco, a redução nos limites de emissão de Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e as alterações nas regras dos depósitos compulsórios. Dessa forma, o BCB tem buscado aperfeiçoar a estrutura regulatória e de supervisão com vistas a garantir a solidez e a eficiência do SFN.
Clique para assistir à entrevista coletiva.
Clique para acessar o relatório.
Clique para acessar a apresentação.

Fonte: Banco Central

Nenhum comentário:

Postar um comentário