Por Iracema Sodré
A presidente Dilma Rousseff disse, nesta sexta-feira, em Nova Déli, na Índia, que este é o século de um novo caminho das Índias, em uma referência à rota marítima que levava os europeus aos portos indianos e que passava pelo Brasil, nos tempos da Colônia.
"Vamos criar este corredor entre Brasil e Índia de tal forma que possamos nos orgulhar de termos iniciado uma nova era. (...) Este século 21 é o século dessa nova carreira das Índias", disse a presidente durante o encerramento do fórum empresarial Brasil Índia, realizado logo após a Quarta Cúpula dos Brics.
O objetivo do evento - que contou com a participação de 60 empresários brasileiros - é incrementar e diversificar as relações entre os dois países.
Em 2011, o comércio bilateral entre Brasil e Índia chegou a US$ 9,2 bilhões e a meta é que chegue a US$ 15 bilhões até 2015, algo que seria viável, segundo o governo, devido ao dinamismo das duas economias.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Índia na América Latina e, nos últimos cinco anos, o intercâmbio comercial entre os países cresceu 200%.
Segundo a presidente Dilma, essa relação reforça uma "tendência de profunda transformação" no fluxo de comércio e nos investimentos internacionais, em relação à importância das economias dos países emergentes.
"Hoje, fica evidente que as relações entre nós não são apenas vantajosas e produtivas, mas representam importante fonte de dinamismo para a economia internacional."
Produção industrial
Apesar de estarem entre os países cujas economias mais cresceram nos últimos anos, tanto Índia como Brasil enfrentam atualmente uma forte desaceleração da produção industrial.
Para tentar estimular o crescimento no Brasil, a presidente Dilma afirmou que anunciará uma série de medidas, que não foram detalhadas, assim que voltar ao país.
Uma das medidas estudadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, é a desoneração da folha de pagamentos da indústria do país. Representantes do setor alegam que o real valorizado leva a uma invasão de importados, prejudicando empresas brasileiras.
A redução de custos para a indústria nacional seria feita através da redução da contribuição atual à Previdência Social, em alguns setores.
Segundo o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Tigre, que também participou do fórum, em Nova Déli, é preciso também "corrigir defeitos".
"Ao mesmo tempo que falamos que o câmbio é ruim, nós temos estados que dão vantagens ao importador", disse Tigre.
"Além de já termos problema de câmbio, aumentamos a competitividade do produto importado, então acredito que temos de tomar medidas boas e rápidas. A medida, muitas vezes, pode ser boa, mas não é rápida."
Fonte: BBC Brasil
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