Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Primeira usina hidrelétrica do Rio Madeira entra em operação hoje

Brasília - A Usina Hidrelétrica Santo Antônio iniciou hoje (30) a geração comercial de energia, com a entrada em operação de duas turbinas do tipo bulbo que estão conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A usina é um dos principais empreendimentos energéticos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Cada turbina tem capacidade para gerar até 71,6 Megawatts, energia suficiente para atender a cerca de 350 mil residências. A hidrelétrica está sendo construída no Rio Madeira, em Porto Velho (RO).
A greve dos trabalhadores da usina não afetou o acionamento das turbinas, de acordo com a assessoria de imprensa da empresa, porque os testes já estavam sendo feitos desde dezembro do ano passado. Na tarde de hoje, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 14ª Região está promovendo uma audiência de conciliação com os sindicatos dos trabalhadores e as empresas encarregadas da construção das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira.
Até o final do ano, a usina terá 12 turbinas em geração comercial e, a partir de janeiro de 2016, com todas as 44 turbinas em operação, a usina irá gerar energia para abastecer mais de 40 milhões de pessoas em todo o país.
A expectativa inicial da empresa era de que o funcionamento da usina começasse em dezembro do ano passado, mas depois o prazo foi prorrogado para a segunda quinzena de março. Mesmo assim, o cronograma da obra ainda está adiantado em relação ao previsto em 2007, quando foi feito o leilão de Santo Antônio, que estabelecia o início da operação para dezembro de 2012.
A hidrelétrica terá capacidade instalada de 3,15 mil megawatts e custo de cerca de R$ 16 bilhões. Santo Antônio e a Usina Hidrelétrica Jirau formam o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira.
A Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela construção e operação da hidrelétrica por 35 anos, é formada pelas empresas Eletrobras Furnas (39%), Odebrecht Energia (18,6%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%) e o Caixa FIP Amazônia Energia (20%).

 
Fonte: Agência Brasil

Consumo de energia elétrica em fevereiro cresce a reboque das novas indústrias de mineração no Norte e Centro-Oeste

Rio de Janeiro - O consumo nacional de energia elétrica cresceu 4,1% em fevereiro, em comparação com fevereiro de 2011, e 3,8% no período de 11 meses. Os dados foram divulgados hoje (30) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. A alta do consumo foi puxada pela indústria e pelo comércio, com aumento de 4,5% em cada setor. O consumo residencial cresceu um pouco menos, 2,8%.
De acordo com a análise da EPE, o consumo industrial indica “início de recuperação da indústria” e foi mais expressivo nas regiões Norte (14,9%) e Centro-Oeste (22,8%), “pela produção de novas indústrias recentemente instaladas, que contribuíram para o aquecimento das atividades do setor de extração mineral nos estados de Goiás, Mato Grosso e do Pará”.
O documento ressalta que as previsões da EPE para o crescimento do consumo das indústrias em 2012, de 4,7%, estão “em consonância” com uma retomada gradual da produção nacional do setor industrial ao longo do ano.
Embora também tenha apresentado crescimento de 4,5% em fevereiro, o comércio apresenta ritmo de alta mais lento do que o verificado no ano passado e ainda registra desempenho abaixo da média dos últimos 12 meses (5,7%). Em fevereiro, as regiões Sul e Nordeste sustentaram o resultado e, juntas, contribuíram com cerca de 60% do acréscimo do uso de energia verificado no comércio brasileiro.
No Sul, os destaque foram Santa Catarina, onde o consumo cresceu 12,5% influenciado pela expansão do segmento atacadista; e Rio Grande do Sul (8,4%), refletindo a antecipação da safra por causa do calor e da estiagem, que impactou o consumo comercial.
Já no Nordeste, as elevações mais intensas foram observadas em Pernambuco (10,8%), com aumento das demandas no setor de turismo em função do carnaval, e no Ceará (14,1%), onde houve, segundo a EPE, influência estatística de uma baixa base de comparação, já que, em fevereiro do ano passado, o consumo de energia praticamente não variou.
Em relação ao consumo residencial, com expansão de 2,8%, o documento destaca que o resultado foi influenciado pelo clima, com temperaturas mais baixas que no ano passado, sobretudo no Sudeste, e pelo chamado efeito calendário, já que 2012 tem um dia a mais por ser ano bissexto, “o que atenuou, em parte, o efeito redutor do carnaval”.

Fonte: Agência Brasil

Salário médio mundial é R$ 2,7 mil, segundo OIT

Brasília – Uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) definiu que o salário médio mundial é US$ 1.480 (R$ 2,7 mil). Trata-se de um valor aproximado, baseado em dados de 72 países, que não incluem algumas das nações mais pobres do mundo. Todos os números são ajustados para refletir variações no custo de vida de um país para outro e se referem apenas a trabalhadores assalariados e não a autônomos ou pessoas que vivem com a renda de benefícios sociais.
Dentro da lista de 72 países, o Brasil encontra-se na 51ª posição, com um salário médio de US$ 778 (R$ 1,4 mil). Os cinco primeiros lugares são ocupados por Luxemburgo, Noruega, Áustria, EUA e Reino Unido. Dentre os latino-americanos, Argentina (40), Chile (43) e Panamá (49) estão a frente do Brasil.
Os pesquisadores da OIT chegaram a este número, basicamente, dividindo o valor total da receita mundial, que está em US$ 70 trilhões (R$ 127 trilhões) por ano, pelo número de pessoas no planeta (7 bilhões). A média de rendimentos anuais estaria em cerca de US$ 10 mil (R$ 18 mil) por pessoa por ano.
Mas nem todos têm o mesmo salário e, dentre a população mundial, muitos estão fora da força de trabalho. Complexo, o cálculo do salário médio mundial tem sido parte de um projeto da OIT, que é ligada às Nações Unidas, e esta é a primeira vez que as cifras, que traz dados coletados em 2009, são divulgadas.
Outro fator importante é o câmbio. A moeda utilizada pelos economistas da ONU não é o dólar normal, mas sim dólares de Paridade de Poder de Compra (PPC). Essencialmente, o dólar PPC leva em consideração as variações de custo de vida em diferentes países. Ou seja, o estudo avalia quanto uma pessoa pode comprar com US$ 1 em diferentes realidades econômicas para se ter uma base de comparação.
Embora o valor de R$ 2,7 mil mensais (cerca de R$ 137 por dia) possa parecer alto, os responsáveis pelo estudo alertam que, na prática, o salário médio mundial ainda é muito baixo. Mais de um terço da população do planeta ainda vive com menos de US$ 2 (R$ 3,6 por dia) – abaixo da linha de pobreza. Em um país como o Tajiquistão, por exemplo, o salário médio anual, e não mensal, é US$ 2,7 mil (R$ 4,9 mil).
Os R$ 2,7 mil mensais e R$ 32 mil anuais estão abaixo dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, onde a média salarial é de R$ 5,4 mil por mês e R$ 67 mil por ano.
"(A pesquisa) revela um pouco sobre a qualidade de vida das classes médias. Diz como as pessoas estão no fim do mês, dá uma ideia de como elas vivem – quantas vezes podem sair, onde podem comprar, onde podem viver, que tipo de aluguel podem pagar. E isso é o mais interessante, em contraste com o PIB per capita, que é uma noção muito mais abstrata", disse o economista Patrick Belser, da OIT.
"O que mostra, também, é que a média salarial ainda é muito baixa, e que, portanto, o nível de desenvolvimento econômico mundial ainda é, de fato, muito baixo, apesar da abundância financeira que vemos em alguns lugares", conclui.

Fonte: Agência Brasil

Dilma diz que este é o século de um novo caminho das Índias

Por Iracema Sodré
A presidente Dilma Rousseff disse, nesta sexta-feira, em Nova Déli, na Índia, que este é o século de um novo caminho das Índias, em uma referência à rota marítima que levava os europeus aos portos indianos e que passava pelo Brasil, nos tempos da Colônia.
"Vamos criar este corredor entre Brasil e Índia de tal forma que possamos nos orgulhar de termos iniciado uma nova era. (...) Este século 21 é o século dessa nova carreira das Índias", disse a presidente durante o encerramento do fórum empresarial Brasil Índia, realizado logo após a Quarta Cúpula dos Brics.
O objetivo do evento - que contou com a participação de 60 empresários brasileiros - é incrementar e diversificar as relações entre os dois países.
Em 2011, o comércio bilateral entre Brasil e Índia chegou a US$ 9,2 bilhões e a meta é que chegue a US$ 15 bilhões até 2015, algo que seria viável, segundo o governo, devido ao dinamismo das duas economias.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Índia na América Latina e, nos últimos cinco anos, o intercâmbio comercial entre os países cresceu 200%.
Segundo a presidente Dilma, essa relação reforça uma "tendência de profunda transformação" no fluxo de comércio e nos investimentos internacionais, em relação à importância das economias dos países emergentes.
"Hoje, fica evidente que as relações entre nós não são apenas vantajosas e produtivas, mas representam importante fonte de dinamismo para a economia internacional."

Produção industrial

Apesar de estarem entre os países cujas economias mais cresceram nos últimos anos, tanto Índia como Brasil enfrentam atualmente uma forte desaceleração da produção industrial.
Para tentar estimular o crescimento no Brasil, a presidente Dilma afirmou que anunciará uma série de medidas, que não foram detalhadas, assim que voltar ao país.
Uma das medidas estudadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, é a desoneração da folha de pagamentos da indústria do país. Representantes do setor alegam que o real valorizado leva a uma invasão de importados, prejudicando empresas brasileiras.
A redução de custos para a indústria nacional seria feita através da redução da contribuição atual à Previdência Social, em alguns setores.
Segundo o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Tigre, que também participou do fórum, em Nova Déli, é preciso também "corrigir defeitos".
"Ao mesmo tempo que falamos que o câmbio é ruim, nós temos estados que dão vantagens ao importador", disse Tigre.
"Além de já termos problema de câmbio, aumentamos a competitividade do produto importado, então acredito que temos de tomar medidas boas e rápidas. A medida, muitas vezes, pode ser boa, mas não é rápida."

Fonte: BBC Brasil

Uma corrida científica para salvar o chocolate

Fredy Pinchi Pinchi caminha pela mata amazônica aqui numa missão: salvar o chocolate.
O agrônomo de 31 anos está em busca de um cacaueiro mais resistente e produtivo. Seu progresso — e o de pesquisadores como ele em outras regiões produtoras de cacau — está sendo observado de perto pelos grandes fabricantes mundiais de doces, como a americana Mars Inc., que faz o M&M. O motivo dessa busca são temores de que o cacau produzido hoje vem de pés por demais velhos, frágeis e pouco produtivos para satisfazer o crescente apetite mundial por chocolate.
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Bloomberg News
Devido à crescente demanda em mercados emergentes, empresas de alimentos e negociadores de commodities estão prevendo que o consumo mundial de cacau vá crescer 25%, para cerca de 5 milhões de toneladas, até 2020. Pessoas do setor dizem que cacaueiros novos e melhores são vitais para o suprimento futuro — e para que o chocolate continue sendo um luxo acessível.
"Estou procurando uma planta de elite. Essa é a meta", disse Pinchi. "Há muita gente que depende do cacau."
Mas o tempo está correndo. O processo de enxertar diferentes tipos de cacaueiros para obter a mistura genética certa leva anos, e está longe de ser certeiro. Uma vez plantado, o pé de cacau leva pelo menos quatro anos para começar a dar frutos bons para processamento.
"Para a saúde de longo prazo da indústria de cacau, variedades de alto rendimento precisam ser identificadas, propagadas e distribuídas", disse Kip Walk, diretor de cacau da Blommer Chocolate Co., que fornece chocolate para muitas grandes fabricantes de alimentos.
Enquanto isso, as plantas atuais continuam lutando contra as forças da natureza. Na África Ocidental, região que mais produz cacau no mundo, golpes de vento quente este ano secaram pés de cacau. A perspectiva de uma safra prejudicada provocou alta de 15% nos preços do cacau em relação ao preço mais baixo em três anos atingido em dezembro. Os futuros de cacau fecharam ontem a US$ 2.223 a tonelada, em queda de 3,1% no dia.
Dado o estado frágil dos cacaueiros e a forte demanda, é só uma questão de tempo até que haja falta de cacau e os preços disparem, disse Julian Rundle, diretor de investimento da Dorset Management, uma firma americana de investimento alternativo.
A demanda de cacau deve superar a oferta este ano em 71.000 toneladas, segundo estimativas da Organização Internacional do Cacau, sediada em Londres.
Só uma fração das milhares de variedades de pés de cacau existentes são cultivadas para produzir chocolate, porque plantar cacau sempre foi um negócio de baixas margens que não atrai investimentos. Essa prática de plantar cacaueiros geneticamente similares deixa populações inteiras vulneráveis quando atingidas por alguma doença contra a qual não têm resistência.
Em plena floresta, Pinchi está a postos para mudar isso. Ele passa por fileiras enlameadas de mudas, acariciando brotos de cor lima-limão, checando seu peso e tamanho. Ele e sua equipe do Instituto de Culturas Tropicais, um centro de pesquisa no norte do Peru, coletaram centenas de variedades de cacau da floresta tropical sul-americana e estão testando sua capacidade de produzir mais frutas, e maiores. Pesquisadores na Costa do Marfim e em Gana fazem estudos semelhantes.
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O nome científico do cacaueiro é Theobroma cacao, algo como "comida dos deuses", em grego. Conforme o chocolate passou de um regalo para ocasiões especiais para um prazer diário, grandes áreas de mata foram cortadas nos anos 70 e 80 para dar espaço a cacauais, que agora cobrem cerca de 7,4 milhões de hectares. Mas a indústria sofreu um golpe quando um fungo conhecido como vassoura-de-bruxa dizimou mais de metade da produção de cacau do Brasil entre 1990 e 2010.
Executivos do setor esperam evitar outra crise de cacau, razão pela qual estão pondo suas esperanças em pesquisadores como Pinchi. Expandir a área plantada não é uma opção, devido à ampla oposição contra mais devastação de florestas tropicais — o único terreno bom para o cacau.
"Até 2020, precisamos de outra Côte d'Ivoire", disse Howard-Yana Shapiro, diretor de ciência de plantas e pesquisa externa da Mars, referindo-se à Costa do Marfim. Shapiro liderou uma equipe a que se atribui o mapeamento do genoma do cacaueiro em 2010. Ele mantém registros do trabalho conduzido pela equipe de Pinchi e outros pesquisadores.
"Há duas alternativas. Uma, cortamos todas as árvores dos trópicos e só plantamos cacau, o que seria um grande desastre. Ou aumentamos" o rendimento das plantas, disse Shapiro.
É certo que nem todo mundo está tão pessimista.
Kona Haque, estrategista de commodities do Macquarie Bank, admite que os preços do cacau tendem a subir, mas acha que previsões de que eles vão dobrar no longo prazo são exageradas. "A demanda vai continuar crescendo, mas, com o preço certo, o suprimento também", disse ela. "Eu acredito que o preço do cacau vai subir 50% em 10 anos."
Pinchi, porém, acredita que ele e seus colegas vão chegar ao cacaueiro certo antes que os preços amarguem o chocolate do mundo.
"A Amazônia é a origem do cacau", disse ele. "Há muita diversidade, o que nos dá muitas opções."

Fonte: The Wall Street Journal

quinta-feira, 29 de março de 2012

Hotéis não têm capacidade para conferência Rio+20

 

Fonte: Brasil Econômico
"Nenhuma rede hoteleira do mundo tem capacidade de hospedar todos os participantes de um evento deste porte", justificou Laudemar Aguiar, secretário do Comitê Nacional de Organização da Rio+20.
A rede hoteleira do Rio de Janeiro não tem capacidade de absorver todos os participantes da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada entre os dias 20 e 22 de junho, no Rio de Janeiro.
Esta é a opinião do secretário do Comitê Nacional de Organização da Rio+20, ministro Laudemar Aguiar. Para o secretário, porém, esta situação é normal e haverá a busca por hospedagens alternativas.
"Nenhuma rede hoteleira do mundo tem capacidade de hospedar todos os participantes de um evento deste porte", afirmou. Apenas para as discussões oficiais, no RioCentro, espera-se que 50 mil pessoas sejam credenciadas.

Entretanto, de acordo com Aguiar, não há preocupação quanto à hospedagem das delegações, pois o Itamaraty já reservou metade dos quartos disponíveis em hotéis quatro e cinco estrelas com esta finalidade.
Segundo ele, 84 países já solicitaram hospedagem para chefes de Estado ou de Governo e suas comitivas. A expectativa é que esse número passe de 100. Além disso, mais de 100 já pediram autorização para discursar durante a Conferência.
"Eles pediram autorização, mas não significa que venham. Mas, de qualquer forma, isto é um bom indicativo", disse.

Aguiar falou que o governo brasileiro está investigando e conversando com a Associação Brasileira de Hotéis (ABIH) sobre denúncias de aumento abusivo nas tarifas hoteleiras no Rio, durante o período da Rio+20.
Mas considerou natural que haja algum aumento no período de eventos deste porte.

O secretário ressaltou que será estimulado o uso de transporte público durante a Conferência, com a venda antecipada de vale transporte eletrônico. Ele disse ainda que haverá esquemas especiais para passagem dos comboios das delegações.

Óleo de Crambe é nova alternativa para os biocombustíveis

O crambe (Crambe abyssinica) é uma planta originária da região do Mar Mediterrâneo, que vem sendo pesquisada no Brasil desde 1995. Durante os primeiros anos a cultura foi testada no Mato Grosso do Sul, com sucesso para a adubação verde e produção de grãos. É plantada em maior escala no México e Estados Unidos.

Segundo o Diretor Técnico da Fundação MS, Renato Roscoe, no Brasil o processamento está sendo feito por duas grandes empresas, a Caramuru e a Granol. “Toda a produção está sendo processada, parte para produção de biodiesel e parte para exportação do óleo, voltado para a extração de ácido erucico”, explicou Roscoe em seminário apresentado na Embrapa Agroenergia.

O pesquisador César Miranda, da Embrapa Agroenergia, ressaltou que isto confere ao óleo de crambe alto valor agregado devido ao potencial de uso em lubrificantes especiais e que são utilizados em carros de corrida e aviões, além de criação de película em plásticos para evitar aderências.

O cambre se destaca por ser totalmente mecanizável, utilizando-se os mesmos equipamentos de plantio e colheita da soja, milho e outros grãos. A cultura tem ciclo curto, de 90 dias, o que é ideal para plantios mais tardios, na safrinha. Apresenta tolerância à seca, baixa incidência de pragas e doenças, produtividade entre 1000 e 1500 kg de grãos/ha. O teor de óleo na semente é de 35 a 38%, sendo que o óleo não comestível não compete com o mercado de alimentos. “É um material que tem potencial interessante como cultura de inverno”, salientou Miranda.

Rocoe informou que atualmente existem cerca de 8 mil hectares com crambe entre os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. “Somente no MS existem aproximadamente 700 mil hectares potenciais para a produção desta cultura. Novos materiais estão também em fase final de seleção e adaptação em diferentes regiões produtoras do País, inclusive no semiárido nordestino”, adiantou ele.

Na Embrapa Agroenergia há projetos de destoxificação da torta e aproveitamento de coprodutos visando à obtenção de moléculas para indústria química e farmacêutica.

Diversas instituições no país estão investindo em pesquisa com o crambe. De acordo com Roscoe, a Fundação MS tem cooperação com mais de vinte instituições de pesquisa e desenvolvimento no Brasil, estudando desde o melhoramento genético, questões agronômicas como época, espaçamento e densidade de plantio; fertilidade do solo e nutrição de plantas; incidência de pragas e doenças, até a utilização do óleo para biodiesel, fluido isolante de transformadores, lubrificantes e do farelo na alimentação animal.

Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente

Mundo precisa de agricultura inteligente para conseguir alimentar população, diz relatório

Um relatório divulgado nesta quarta-feira (28) pela Comissão de Agricultura Sustentável e Mudança Climática, formada por cientistas de diferentes países, afirma que são necessárias grandes mudanças na agricultura e no consumo de alimentos no mundo todo para que gerações futuras consigam se alimentar.

A Comissão de Agricultura Sustentável e Mudança Climática passou mais de um ano avaliando dados enviados por cientistas e responsáveis pela elaboração de políticas alimentares.

De acordo com o documento publicado pela comissão, o setor agrícola precisa intensificar a sustentabilidade, diminuir o desperdício e reduzir as emissões de gases de efeito estufa das fazendas.

A comissão foi presidida pelo professor John Beddington, o conselheiro científico mais importante do governo da Grã-Bretanha.

"Se você vai gerar alimentos o bastante para enfrentar a pobreza de 1 bilhão de pessoas que não conseguem o alimento necessário, imagine com outro bilhão (de aumento na população global) dentro de 13 anos. Você vai precisar aumentar muito a produção agrícola", disse Beddington à BBC.

"Você não pode fazer isto usando as mesmas técnicas agrícolas que usamos antes, pois isto iria aumentar muito as emissões de gases de efeito estufa no mundo todo", acrescentou.

A atividade agrícola é considerada como provavelmente responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa, apesar de os números ainda serem indefinidos, pois uma grande proporção destes números é relativa à desmatamento com a limpeza de florestas para a criação de áreas cultiváveis e é muito difícil medir as emissões nestes casos.

E, apesar de haver variações regionais, as previsões são de que a mudança climática reduza a produção agrícola.

No caso do sul da Ásia, esta redução será dramática. Estudos sugerem que a produção de trigo pode cair pela metade em 50 anos.

"Precisamos desenvolver uma agricultura que seja inteligente em relação ao clima - gerando mais produção sem as emissões de gases de efeito estufa", afirmou Beddington.

Técnicas variáveis
A comissão foi estabelecida pelo Grupo Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês), a rede global de instituições que trabalham com questões alimentares e de pobreza.
O relatório final da comissão foi divulgado na conferência Planet Under Pressure (Planeta Sob Pressão, em tradução livre), que ocorre em Londres.

A conferência de quatro dias promove o encontro de acadêmicos, ativistas e empresários para divulgar informações sobre políticas ambientais antes da conferência Rio+20, que ocorre em junho.

Segundo Christine Negra, coordenadora do trabalho da comissão, as técnicas para renovação da atividade agrícola variam de acordo com as regiões.

"Em lugares onde o uso de métodos orgânicos, por exemplo, é apropriado ou economicamente vantajoso e produz bons resultados sócio-econômicos e ecológicos, esta será uma ótima abordagem", disse.

"Em lugares onde, com o uso de organismos geneticamente modificados você possa enfrentar os desafios da segurança alimentar e questões sócio-econômicas, então estas serão as abordagens corretas, uma vez que seja provado que são seguras."

A comissão também recomenda mudanças no sistema político e econômico em torno da produção e consumo de alimentos para encorajar a sustentabilidade, aumentar a produção e diminuir os impactos ambientais.

Agricultores precisam de mais investimentos e informações, e governos precisam colocar a agricultura sustentável no centro das políticas nacionais, segundo o relatório.

Modelos existentes
Segundo o professor Tekalign Mamo, consultor do Ministério da Agricultura na Etiópia, os modelos para muitas das transformações necessárias já existem.

Um destes modelos, destacados no relatório, é o Programa de Segurança Produtiva da Etiópia, que começou em 2003 com a participação do governo e parceiros internacionais.

Mamo afirma que um dos aspectos destes modelos é que "é preciso conseguir bens domésticos, para que as pessoas não gastem todos os recursos em tempos de escassez crônica de alimentos".

"Outro é trabalhar em bens da comunidade, como construção de (dispositivos) de irrigação de pequena escala (...); as comunidades são donas destas atividades e também designam o trabalho livre, e o governo fornece incentivos como alimentos ou dinheiro para os que participam", afirmou.

O professor afirma que este modelo já tirou "1,3 milhão da população da pobreza e (levou para a situação de) segurança alimentar. E, ao mesmo tempo, também conservou e recuperou o meio ambiente".

O relatório também destacou outros projetos como a garantia na Índia de emprego nas áreas rurais ou as medidas para garantir a propriedade da terra para mulheres em países africanos.

Mas, o documento também recomenda mudanças na política agrícola de países desenvolvidos e cita como exemplo a questão do desperdício de alimentos.

"Se desperdiçarmos menos alimentos, teremos que produzir menos e menos gases de efeito estufa serão emitidos", disse Christine Negra.

Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente | BBC Brasil

Brics assinam acordo de investimento e comércio em moedas locais

Por Iracema Sodré
Os presidentes de bancos de desenvolvimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) assinaram nesta quinta-feira, em Nova Déli, na Índia, acordos que vão permitir o financiamento de comércio e investimento em moeda local, um assunto que vem sendo discutido desde a primeira reunião do grupo.
O objetivo da medida é aumentar a cooperação entre os bancos de desenvolvimento dos Brics e elevar o comércio entre os países do bloco, já que facilita a obtenção de financiamento com instituições de fomento do país onde o investimento será realizado, e também evita a vinculação do negócio ao dólar, e portanto, a exposição à flutuação cambial.
Segundo a presidente Dilma Rousseff, a medida será um dos pilares do dinamismo das economias do grupo.
"Os Brics continuam sendo um elemento dinâmico da economia global e vão responder por uma parcela significativa do comércio. A notável expansão dos últimos anos do comércio intra Brics evidencia também o potencial das nossas relações. Nós passamos de US$ 27 bilhões em 2002 para estimados US$ 250 bilhões em 2011", disse a presidente.
Ela também afirmou que a definição de um grupo de trabalho para criar um banco de desenvolvimento dos Brics - que atue especialmente em projetos de infraestrutura, inovação, e ciência e tecnologia - sinaliza a disposição dos países de trabalhar em projetos conjuntos.
A presidente voltou a criticar as políticas adotadas pelo Banco Central Europeu e pelos Estados Unidos para conter a crise.
"Medidas exclusivas de política monetária não são suficientes para a superação dos atuais problemas da economia mundial. (...) Ao mesmo tempo, elas introduzem grave desequilíbrio cambial, por meio da desvalorização artifical da moeda e pela expansão da política monetária", disse.
A presidente Dilma defende que a depreciação do dólar e do euro decorrente destas medidas traz vantagens comerciais para os países desenvolvidos, mas diminui a competitividade dos produtos de outros países, como o Brasil.

Reformas

Na declaração conjunta divulgada ao fim da Cúpula, os Brics voltaram a defender uma reforma mais efetiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, aumentando a representatividade dos países emergentes.
Como era esperado, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não apoiaram nenhum candidato à presidência do Banco Mundial, mas voltaram a defender que a escolha seja feita por mérito e não por critérios geográficos, já que, tradicionalmente, a liderança da instituição fica nas mãos de americanos, enquanto o FMI é presidido por um europeu.
Segundo uma das principais negociadoras brasileiras nos Brics, a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, o fato de o presidente americano, Barack Obama, ter apoiado a candidatura de Jim Yong Kim, que nasceu na Coreia do Sul e tem experiência no setor de desenvolvimento, sinaliza que as reivindicações do grupo estão, de certa forma, sendo ouvidas.
"Mostra uma disposição por parte dos Estados Unidos de dar atenção à pauta que preocupa os Brics. Uma forma de lançar um candidato com condições de vencer."
A declaração dos Brics também mencionou a importância da Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, e condenou a violência na Síria.
Após o fim da cúpula, Dilma Rousseff se reuniu com o presidente Dmitri Medvedev, quando os dois líderes discutiram cooperação na área científica, tecnológica e de inovação, além de possíveis parcerias nas áreas de satélites e petróleo e gás, e a perspectiva de exportação de carne brasileira para o mercado russo.
A presidente não quis comentar a posição da Rússia em relação ao Irã, mas enfatizou a posição brasileira.
"A posição do Brasil é clara. O Brasil acha extremamente perigosas as medidas de bloqueio de compras do Irã", disse. "Compreendemos que outros países têm (relações comerciais com o Irã) e precisam dessas compras, mas achamos necessário que haja, de parte a parte, uma redução do conflito, para que se estabeleça o diálogo."
Dilma Rousseff também defendeu o direito de os países usarem energia nuclear para fins pacíficos, assim como o Brasil faz.
Na sexta-feira, a presidente brasileira tem encontros com líderes políticos e empresários indianos.

Fonte: BBC Brasil

Mais duas bacias hidrográficas podem começar a cobrar pelo uso da água

Rio de Janeiro - A cobrança pelo uso da água nos rios de domínio da União, hoje restrita a quatro bacias hidrográficas, poderá se estender ainda este ano para as bacias do Paranaíba, que banha os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, e do Verde Grande, integrante da Bacia do São Francisco.
Segundo o gerente de Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), Giordano de Carvalho, a iniciativa é sempre dos comitês de bacias, que recebem apoio técnico da instituição. No momento, estão sendo elaborados os planos de Recursos Hídricos das novas bacias, sem os quais a cobrança não pode ser iniciada.
As bacias interestaduais que já cobram pelo uso dos recursos hídricos são as dos rios Paraíba do Sul, entre São Paulo, o Rio de Janeiro e  Minas Gerais; Piracicaba, Capivari e Jundiaí, entre São Paulo e Minas Gerais; São Francisco, que envolve  sete estados brasileiros; e Doce, entre Minas e o Espírito Santo.
Carvalho informou que futuramente - “existe uma previsão para 2015” - a cobrança poderá ser feita também nas bacias do Rio Grande, entre São Paulo e Minas Gerais, e do Paranapanema, entre São Paulo e o Paraná.
A cobrança é um instrumento econômico de gestão dos recursos hídricos, criado pela Lei 9.433/97. O valor é calculado pelos comitês de bacias hidrográficas. A ANA  operacionaliza a cobrança e recebe o dinheiro arrecadado, que é repassado integralmente para as agências das bacias. Essas são entidades jurídicas de direito privado, que se encarregam  da aplicação dos recursos da cobrança com base nos planos de Recursos Hídricos aprovados pelos comitês.
Consideram-se bacias interestaduais aquelas em que o rio principal é de domínio da União, ou seja, o rio corta  vários estados ou outro  país. “São águas de interesse nacional. A gestão dessas águas é da União, de acordo com a Constituição”, explicou o gerente da ANA. Quando o rio nasce em um estado e deságua no mesmo território, a responsabilidade pela gestão das águas é estadual. Isso significa que são os comitês estaduais das bacias ou os órgãos gestores dos estados que calculam e fazem a cobrança pelo uso da água. No caso do Rio de Janeiro, a gestão cabe ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O valor é proposto pelos comitês, mas tem de ser aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). A cobrança é anual e o valor é dividido em 12 parcelas, para facilitar o pagamento, informou Carvalho. Além das quatro bacias de domínio da União, existem no país 17 bacias estaduais onde a cobrança pelo uso da água está em vigor.
O gerente esclareceu que a cobrança é um preço  público, chamado preço condominial. “Não é uma tarifa, porque não está atrelada à prestação de nenhum serviço público, e também não é um  imposto, porque ele parte de baixo para cima, é discutido pelos comitês de bacias hidrográficas”, explicou. “Esses preços pagos são decididos pelo comitê com base no impacto envolvendo os atores da bacia. Daí o nome preço condominial”, acrescentou.
Têm assento nessas instâncias, de forma igualitária, representantes do Poder Público, dos usuários e da sociedade civil organizada. A cobrança pelo uso da água difere da Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (Cfurh), conhecida como royalties da água. Essa compensação é  paga pelas usinas hidrelétricas a estados e municípios onde existem reservatórios, visando a ressarcir eventuais problemas causados às populações locais pelas barragens. O dinheiro distribuído pelas empresas do setor hidrelétrico como royalties deve ser aplicado em serviços para as populações.
Os recursos arrecadados na cobrança pelo uso da água revertem em benefício dos próprios rios. “Todo o dinheiro arrecadado sempre foi e sempre será revertido para a bacia de origem”. Existe um programa de investimentos destinado à recuperação dos rios da bacia, informou Giordano de Carvalho. Estão previstos investimentos em tratamento de esgotos, em controle de perdas físicas e sistemas de abastecimento de água, em educação ambiental, reflorestamento, resíduos sólidos. Segundo o gerente da ANA, a cobrança estimula  a racionalização do uso (da água), além de arrecadar recursos para serem aplicados nos planos hídricos.
O instrumento diminui também a poluição, na medida em que incentiva o usuário a economizar água, ao mesmo tempo que o estimula a fazer tratamento dos seus efluentes líquidos, antes de lançá-los ao rio. “Porque as duas coisas são cobradas: tanto pelo que você retira  e consome, quanto pelo que você está lançando”.
No ano passado, o valor arrecadado na cobrança pelo uso da água  nas quatro bacias interestaduais e nas 17 bacias estaduais alcançou R$ 130,540 milhões. Giordano de Carvalho esclareceu que na Bacia do Doce,  a cobrança começou no ano passado mas, por decisão do comitê e da ANA, os boletos só passaram a ser emitidos em janeiro deste ano. Essa é a razão de não ter sido registrada arrecadação.
Os usuários das águas são representados nos comitês pelas entidades de classe. No caso das indústrias, elas podem ser representadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ou pelas federações estaduais. O mandato dos membros nos comitês de bacias dura, em média, dois anos, mas há possibilidade de renovação.

Fonte: Agência Brasil
Brasília – O Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul se empenharão para ter um banco de desenvolvimento específico para a região do Brics – formado pelos cinco países. Um grupo de trabalho, formado por técnicos das cinco nações, fará os estudos para organizar e montar a instituição financeira. Mas, antes de sua consolidação, a região vai negociar internamente com moedas locais.
As decisões foram definidas hoje (29) em declaração conjunta assinada pela presidenta Dilma Rousseff e pelos presidentes Dmitri Medvedev (Rússia), Hu Jintao (China) e Jacob Zuma (África do Sul), além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, no encerramento da 4ª Cúpula do Brics, em Nova Delhi (na Índia).
A presidenta disse que a criação do banco é “indício positivo”. Segundo ela, os países do Brics mostram que é possível crescer economicamente, distribuindo renda e gerando empregos. Ela elogiou a iniciativa conjunta de passar a adotar moedas locais nas negociações internas do bloco. “[Os países] Brics são um elemento dinâmico no comércio internacional”, disse.
A proposta de criação do banco de desenvolvimento do Brics foi apresentada pelo primeiro-ministro indiano. A ideia é que a nova instituição seja uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Os detalhes serão fixados pelo grupo de trabalho que organizará sua criação.
Para os negociadores brasileiros, o processo de criação do banco ocorrerá a longo prazo, pois será necessário definir uma série de aspectos, como os termos de referência, a estrutura do organismo, como será integralizado o capital e as práticas de comércio bilateral e multilateral.
Os indianos argumentam que o objetivo é estabelecer um mecanismo que permita o financiamento de projetos exclusivamente nos países em desenvolvimento. A presidência da instituição deve ser  rotativa entre os cinco integrantes do Brics. Paralelamente, os líderes presentes aos debates deverão reiterar a defesa da ampliação do FMI.

Fonte: Agência Brasil

Abate de bovinos cai 1,6% em 2011, segundo IBGE

Rio de Janeiro - O abate de bovinos registrou queda de 1,6% em 2011, com 28,8 milhões de cabeças de gado, informou hoje (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve queda também na aquisição de couro que foi de 34,1 milhões de peças inteiras, 2,5% menor que em 2010.
Já o abate de frangos chegou a 5,3 bilhões de animais em 2011, 5,6% a mais que em 2010. Também foi registrado aumento de 7,2% no abate de suínos (34,9 milhões de cabeças) e de 3,9% na produção de leite (21,8 bilhões de litros). A produção de ovos de galinha em 2011 também aumentou em comparação com 2010, com 4,3% de crescimento ou 2,7 bilhões de dúzias.
De acordo com o IBGE, os preços altos da carne bovina no mercado interno e o aumento do consumo das carnes de suínos e de aves indicam que o consumidor pode ter substituído parcialmente o consumo da carne bovina por carnes com preços mais acessíveis. A queda nas exportações devido à crise econômica na Europa, à desaceleração econômica global e a necessidade de reposição do rebanho nacional são outros fatores que contribuíram para este resultado, de acordo com o estudo.

A Região Centro-Oeste foi a principal abatedora de frangos em 2011, seguida pelas regiões Sul e Sudeste. A Região Sul continuou sendo a principal região abatedora de suínos em 2011, respondendo por 65,9% do abate nacional. Amazonas e Sergipe tiveram o maior crescimento percentual de aquisição de leite – respectivamente, 190,6% e 46,4%, embora suas produções sejam pouco representativas em termos nacionais. Roraima, por sua vez, teve queda na aquisição de 32,8%.
Mato Grosso foi o estado que mais aumentou a aquisição total de couro, um aumento superior à diferença anual. Tocantins também registrou crescimento na aquisição do produto sendo responsável por uma participação na diferença anual de 33,7%. Por outro lado, São Paulo reduziu significativamente as compras de couro no período em comparação, bem como Paraná, Bahia e Goiás.

Fonte: Agência Brasil

É hora da verdade para a economia de Portugal .

Por CHARLES FORELLE, de Londres e PATRICIA KOWSMANN, de Lisboa

Os políticos locais de Lisboa e os da União Europeia em Bruxelas insistem que Portugal não é a Grécia. Nos próximos meses, o país terá de provar isso.
A injeção de capital do Banco Central Europeu no sistema bancário da Europa conseguiu tirar momentaneamente a Itália e a Espanha do abismo de uma crise de dívida soberana. Mas o remédio não aliviou as dores de Portugal. Embora o juro dos títulos de seu governo tenham diminuído esta semana, continuam a um nível elevado que indica uma situação de crise.
Isso ocorre, em parte, porque os investidores estão pessimistas de que o governo conseguirá vencer a luta para baixar seu déficit orçamentário em meio à uma crise econômica prolongada. Portugal só conseguiu atingir sua meta de reduzir o déficit para 5,9% do PIB no ano passado depois de contabilizar um ganho com a transferência de ativos de fundos de pensão que estavam com os bancos. O país usou uma manobra contábil parecida em 2010, daquela vez com ativos de fundos de pensão do setor de telecomunicações.
Os bancos portugueses ainda não começaram a comprar de verdade os títulos do governo, um ingrediente importante da recuperação da confiança na Espanha e na Itália. Portugal portanto vive meio num purgatório das finanças públicas. Seus problemas orçamentários não chegam a ser tão graves quanto os da Grécia, mas o país ainda não apresentou a melhora significativa de outro país europeu que foi socorrido, a Irlanda.
O título de dívida soberana de Portugal com vencimento em dez anos fechou na quarta-feira com juro de 11%, segundo a Tradeweb, ante 13,5% no início do ano. O volume segue fraco e os preços, voláteis. Um título irlandês parecido tinha juros menores que 7% no mesmo período.
"Apesar de os juros serem muito atraentes, o risco de aplicar neles não é", disse Rebecca Patterson, diretora de estratégia de mercado da J.P. Morgan Asset Management, em Nova York. "Há muitos lugares em que você pode conseguir um bom retorno sem ter que assumir um risco grego."
A demanda fraca e o baixo volume em circulação sugerem que Portugal pode enfrentar problemas para levantar capital. De acordo com o pacote de socorro de 78 bilhões de euros (US$ 104 bilhões) dado pelos países da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional, Portugal terá de tomar emprestado 10 bilhões de euros do mercado privado em 2013; se não conseguir, não poderá pagar 9,7 bilhões de euros em títulos de dívida que vencem em setembro do ano que vem.
A não ser que os juros dos títulos de dívida caiam substancialmente a um nível que sugira que ainda é possível a Portugal captar recursos no mercado privado, a questão pode se tornar um problema já nos próximos meses; o FMI determina que essas "brechas de financiamento" sejam resolvidas antecipadamente.
Há motivos para se acreditar que alguns investidores não pretendem retomar a aplicação nos títulos do país. Quando as firmas de avaliação de risco rebaixaram Portugal, seus títulos de dívida se tornaram impopulares entre os fundos de pensão e outros grandes investidores em papéis soberanos, que seguem os índices de títulos de dívida com grau de investimento.
"A maioria dos investidores internacionais abandonou as aplicações em Portugal simplesmente porque elas saíram dos índices", disse Justin Knight, diretor de estratégia de juros na Europa do UBS de Londres.
E as instituições financeiras portuguesas não têm investido nesses títulos de dívida em quantidades estáveis. Elas tinham um total de 23 bilhões de euros aplicados no fim de janeiro, depois da primeira das duas grandes injeções de capital do BCE, e isso já não tinha mudado em relação a dois meses antes. Por outro lado, o investimento dos bancos espanhóis nos títulos de dívida do próprio país pulou 70% no mesmo período, e o investimento dos bancos italianos em títulos de dívida do governo italiano subiu mais de 15% no período, segundo dados do banco central.
Os bancos portugueses dependem muito do BCE para conseguir recursos e estão sob pressão das autoridades de regulamentação para reduzir a exposição a país arriscados, como o seu próprio. Alguns bancos portugueses tiveram prejuízo com aplicação em títulos de dívida soberana da Grécia. A Moody's Investors Service rebaixou na noite de quarta-feira quatro bancos portugueses e a subsidiária lusitana do espanhol Banco Santander SA, indicando que há uma pressão crescente em cima da economia cada vez mais enfraquecida de Portugal.

Fonte: The Wall Street Journal

DF lidera ranking de economia criativa, diz estudo

SÃO PAULO - O Distrito Federal é o principal destaque entre as unidades da Federação e São Paulo lidera uma lista de 50 cidades com as características necessárias para a expansão da economia inovadora - lugares com maior potencial para atrair e reter talentos criativos por apresentar melhores condições socioeconômicas. A conclusão surge da análise do Índice de Criatividade das Cidades, estudo inédito divulgado nesta quinta-feira pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O Distrito Federal, primeiro colocado no ranking dos Estados, obteve o maior desempenho em dois dos três subíndices analisados: econômico, que mede o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e renda locais, e social, que avalia condições de saúde e emprego. O DF, porém, ficou em segundo lugar no subíndice criatividade, atrás do Rio de Janeiro. O ranking geral é obtido a partir de média ponderada dos subíndices. O Rio de Janeiro é o segundo colocado na lista, seguido por São Paulo. Maranhão (27.º), Pará (26.º) e Alagoas (25.º) ocupam as últimas colocações.
Na avaliação por cidades, a capital paulista alcançou o maior número de pontos, mas só conseguiu a liderança no subíndice social. São Paulo obteve o sexto lugar no subíndice econômico e o nono lugar no de criatividade. Os paulistanos são seguidos pelos moradores de Porto Alegre, Belo Horizonte e Campinas. Ananindeua (PA) está no fim da lista, abaixo de Belford Roxo (RJ) em 49.º e Mauá (SP) em 48.º.
Para avaliar o setor criativo dos locais pesquisados, a FecomercioSP levou em conta, além de características socioeconômicas, a capacidade das populações em, por exemplo, fabricar artefatos têxteis e tapeçaria, desenvolver programas de computador sob encomenda, abrir agências de publicidade e gerir espaços para artes cênicas, espetáculos e outras atividades artísticas.
"Trabalhar a economia criativa é fundamental para o desenvolvimento das cidades, e do País como um todo, já que essas atividades possibilitam um crescimento sustentado ao longo do tempo e têm grande potencial para contornar períodos de crise", afirma a entidade no estudo.

Fonte: Agência Estado

quarta-feira, 28 de março de 2012

Países do Brics podem expandir seus negócios com nações do Continente Africano, estima Ipea

Brasília – A adesão da África do Sul, em 2011, ao grupo do Brics – integrado ainda pelo Brasil, a Rússia, Índia, China – poderá facilitar uma abertura comercial importante para os países do Continente Africano, de acordo com artigo divulgado hoje (28) no Boletim de Economia e Política Internacional, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o artigo Brics e África: A Grande Incógnita, de Gladys Lechini, no momento, o desempenho dos outros países do Brics na África mostra "uma situação de atrito e concorrência", pois as nações africanas não mostraram ainda "intenção mais aberta e condições de cooperar".
O ponto favorável citado no artigo é que há, no continente, um quadro de redução substancial de conflitos regionais, além de bons índices de crescimento econômico, "principalmente devido às imensas reservas de recursos naturais como petróleo, gás e minerais", o que é visto como um atrativo para investimentos. Soma-se a isso a expansão da fronteira agrícola em novas áreas de cultivo de arroz e milho.
O Continente Africano cresceu, em 2010, a uma taxa de 5,4% e, em 2011, de 5,2%. Pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2012, a expansão da África ficará em 5,8%. Isso torna o continente mais atraente para o mundo, podendo-se vislumbrar a possibilidade de novos negócios, segundo o boletim do Ipea.
"Os países do Brics começam a chegar à África para promover sua própria estratégia africana", observa Gladys Lechini. "Eles são os principais investidores no Continente Africano, com mais de US$ 60 bilhões aplicados entre 2003 e 2009. O comércio deles com a África aumentou oito vezes entre 2000 [US$ 21,9 milhões] e 2008 [US$ 164,6 milhões]".
O estudo destaca que, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, "foram tomadas medidas importantes em relação aos estados africanos, respondendo à crescente demanda interna da população afrodescendente do Brasil, que significa a maior população de origem africana fora da África". Com isso, o comércio bilateral cresceu rapidamente, passando de US$ 4,2 milhões, em 2000, para US$ 20,5 milhões, em 2010.
Os dez principais parceiros africanos do Brasil são: Egito, África do Sul, Angola, Nigéria, Líbia, Gana, Tunísia, Senegal, Quênia e Camarões. A cooperação Brasil-África inclui áreas relacionadas à agricultura tropical, energia e bioenergia, educação técnica, formação profissional, governo eletrônico, saúde e medicina tropical, meio ambiente, biocombustíveis, transporte aéreo, turismo, Justiça, cultura, direitos humanos e esportes.
O envolvimento do Brics na África é visto sob duas perspectivas, de acordo com referências citadas por Gladys Lechini. "A [perspectiva] pessimista defende que eles [os países do Brics] desembarcaram no continente mascarados pelo neocolonialismo, e a visão otimista ou benevolente julga que a África tem uma oportunidade única para aproveitar o investimento do Brics para alavancar seu desenvolvimento, graças aos recursos minerais e naturais, principalmente energéticos, para continuar alimentando seu crescimento econômico".
Isso poderia ajudar no desenvolvimento do mercado consumidor africano, no desenvolvimento demográfico da África e na ascensão da classe média no continente, conclui a articulista.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 27 de março de 2012

PUC-RJ começa a desenvolver protótipo de casa sustentável

Rio de Janeiro - Uma casa totalmente sustentável é o protótipo que começou a ser construído no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e deverá estar concluído em 15 dias. O modelo de residência ecológica será exibido a cerca de 500 cientistas do mundo inteiro, no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, entre os dias 10 e 15 de junho.
O encontro ocorrerá na PUC-RJ e é organizado pelo Conselho Internacional para a Ciência (Icsu) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Federação Mundial de Organizações de Engenharia (WFEO), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e com a Academia Brasileira de Ciências, entre outras instituições.
Idealizado pela Planeja & Informa e pela Casa Viva Eventos Ambientais, o projeto Casa Viva é desenvolvido em parceria com o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima) e as faculdades de Arquitetura e Engenharia da PUC-RJ.
A casa, modelo de sustentabilidade, é a principal atração da mostra Casa Viva – Transforma Sua Casa num Pedacinho do Planeta, que a PUC-RJ promove entre os dias 26 e 28 de abril. Após esse evento, a casa será doada à universidade, que a transformará em um laboratório vivo, ou seja, um espaço permanente para pesquisa e desenvolvimento.
O coordenador da Área de Educação Ambiental do Nima, Roosevelt Fidélis de Souza, informou à Agência Brasil que a Casa Viva “é uma casa em que todo o material que entra nela, desde a técnica de construção até o produto final, é sustentável”. A casa terá 70 metros quadrados de área construída e usará a tecnologia wood frame, baseada em estrutura de madeira proveniente de reflorestamento. “Todo o material que vai estar disponível na casa tem o selo verde”, destacou.
A casa terá luzes eficientes. Biodigestores instalados no banheiro transformarão o esgoto sanitário em energia. O gás resultante desse processo irá abastecer a pequena cozinha. A casa é formada de quatro módulos: sala, quarto, banheiro e cozinha. “O teto tem o telhado verde, com reaproveitamento da água da chuva.”
Durante um ano, os pesquisadores e alunos de diversos departamentos da PUC-RJ vão avaliar se o projeto é durável e pode ser reproduzido. “Vão fazer estudos e avaliações para realmente ver se a casa é sustentável ao longo do tempo”. Ao fim desse período, Roosevelt de Souza admitiu que o projeto poderá servir de base para outras construções em todo o país, obedecendo ao mesmo parâmetro.
Além de oferecer ao público a oportunidade de visitar uma casa sustentável, o evento que a PUC-RJ promoverá em abril incluirá debates sobre novas tecnologias que atendem aos padrões internacionais de sustentabilidade e de qualidade.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 26 de março de 2012

Fórum Mundial de Sustentabilidade premia empresas sustentáveis

JMA-Jornal Meio Ambiente

O 3º Fórum Mundial de Sustentabilidade promoveu na noite da última sexta-feira (23), no Palácio Rio Negro, em Manaus (AM), a entrega do Prêmio LIDE Sustentabilidade.
A cerimônia de premiação foi destinada às empresas brasileiras ou estrangeiras, atuantes em território nacional, que realizaram projetos ambientais no Brasil e demonstraram claramente uma cultura empresarial preocupada com a sustentabilidade, a conservação da biodiversidade e dos recursos naturais do país, muito além do exigido pela legislação brasileira ou as convenções sociais.
Na primeira edição do prêmio foram reconhecidas por suas iniciativas em prol da sustentabilidade as empresas: Bradesco, Unilever, Natura, Coca-Cola e Boticário. As cinco empresas receberam uma escultura feita pela artista plástica, Bia Doria, intitulada de “Movimentos da Vida”.
Entre os critérios que influíram na seleção estão: utilizar o core business da empresa como ferramenta para melhorar a vida em comunidades e preservar ecossistemas; ter metas claras e significativas com relação à redução da pegada ambiental; implementar inovações que demonstrem um comprometimento com estas metas e se desprender da competição com relação à sua postura e suas ações em prol do meio ambiente e da sociedade; empresas que compartilham inovações ou metodologias por ela desenvolvidas e ajudem o setor como um todo a reduzir sua pegada ambiental.
O Prêmio LIDE Sustentabilidade busca, sobretudo, reconhecer as empresas que se preocupam com o seu papel na sociedade e na adoção de posturas sustentáveis, que priorizam informações que refletem o equilíbrio na apropriação de recursos financeiro, social e ambiental.  A premiação faz parte do 3º Fórum Mundial de Sustentabilidade, uma iniciativa do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, com promoção da XYZ LIVE.
Durante a entrega, Marcos Simões, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola falou em nome de todas as empresas premiadas. Ele lembrou que “as empresas premiadas possuem um ponto que as congrega, que é participar do dia a dia das pessoas, porque sustentabilidade é melhorar a vida das pessoas”. Para ele, “ser empresa sustentável é um projeto que nunca se alcança porque precisamos ser mais e mais sustentáveis”.
João Doria Jr., presidente de LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, afirmou que as cinco empresas premiadas são exemplos reais de empresa sustentável. “Queremos, com o prêmio, valorizar as empresas e ajudar o cidadão a distinguir cada vez mais quem são as sustentáveis das que não são e tomar a decisão certa na hora de comprar um produto”.

Fonte: JMA - Jornal do Meio Ambiente

Amazônia está sujeita a "loucuras" sem estratégia de redução de emissões

São Paulo – Recentemente, a notícia de que indígenas teriam vendido direitos sobre terras na floresta amazônica para uma empresa irlandesa do mercado de crédito de carbono causou alvoroço e questionamentos sobre as condições em que acontecem esses contratos. Não é a primeira vez. A Funai registra ao menos 30 acordos semelhantes entre grupos estrangeiros e  tribos da região, sendo que a maioria incorre em sérios problemas jurídicos, uma vez que o país não possui um regime nacional de REDD, sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação.
Por permitir a compensação monetária de países que combatem o desmatamento em seus territórios e que consequentemente reduzem emissões de gases efeito estufa, esse mercado voluntário é considerado por muitos especialistas como um dos mecanismos financeiros ambientais mais promissores para combater as mudanças climáticas. Mas diante do cenário atual, ainda sem regras claras, é preciso cautela.
“O Brasil é o país mais bem capacitado para liderar esse processo, mas se não tivermos um regime federal, veremos a proliferação de acordos estranhos, que carecem de segurança jurídica, seja com indígenas ou outras populações”, afirma Paulo Moutinho, diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), referência em estudos voltados para promover o desenvolvimento sustentável da floresta. “No longo prazo, o marasmo político pode representar a própria morte da promessa de uma nova economia rural na Amazônia”, alerta. Em entrevista à EXAME.com, o ambientalista, que foi um dos autores da proposta de redução compensada do desmatamento, que culminou na criação do mecanismo de REDD durante a Convenção de Bali, em 2007, falou das oportunidades e desafios do REDD para o Brasil.
EXAME.com - Como o comércio de créditos de carbono oriundos de iniciativas de REDD pode ajudar a combater o desmatamento na Amazônia, preservar os recursos natruais e ajudar o Brasil a reduzir emissões?
Divulgação
Paulo Moutinho, diretor executivo do IPAM
Paulo Moutinho, diretor do IPAM
Moutinho - O Redd traz algo que está fora da dinâmica econômica para dentro dessa dinâmica, que são as florestas tropicais. Hoje, mais da 70% do desmatamento na Amazônia origina-se da conversão da floresta em pastagens extensivas de baixa produtividade. Isso acontece em função da ausência de um mecanismo financeiro que permita que a floresta em pé tenha algum valor monetário. Com o REDD, é possível compensar países que demonstrem performances positivas na redução de desmatamento e das emissões de gases efeito estufa. É um processo que agrega valor a floresta em pé, gera ganhos econômicos para os proprietários e para o país, e mantém importantes serviços ecológicos providos pelos ecossistemas florestais saudáveis Trata-se de uma oportunidade de mudar a lógica econômica rural.
EXAME.com - Por que o sucesso do REDD depende tanto do Brasil?
Moutinho - O Brasil reúne os elementos mais apropriados para a regulamentação do REDD. Uma coisa fundamental é a medição do desmatamento, necessária para calcular os esforço feitos. Temos através do INPE o melhor sistema de monitoramento de florestas tropicais do mundo. Há também o Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES, uma Política Nacional de Mudanças Climáticas que estabeleceu uma meta por lei de redução do desmatamento até 2020. Além disso, o país conta com uma comunidade científica expressiva de excelência e uma governança crescente na região amazônica. Não dá para encontrar esse conjunto de características em outras áreas de interesse para o REDD, como a Bacia do Congo ou a Ásia. Se não for aqui, não tem como ser em outro lugar.
EXAME.com - O que está emperrando a criação desse marco regulatório por aqui?
Moutinho - Uma certa cautela exagerada por parte do governo brasileiro, que está esperando para ver no que vai se desdobrar o mercado mundial de carbono. Com isso, o governo evita estabelecer qualquer compromisso mais efetivo dentro do país em relação à redução do desmatamento porque mais tarde ele pode ser cobrado ou, então, pode ter que fazer o serviço de “vassoura” das emissões, que também é reponsabilidade dos países desenvolvidos. Isso explica em parte a lentidão de ações.
A segunda coisa é que o Brasil vive um conflito de macro políticas muito grande. Ao mesmo tempo em que temos o Programa de Proteção e Combate de Desmatamento da Amazônia (PPCDAM), temos um Plano Plurianual de expansão do agronegócio. Ao mesmo tempo em que temos um investimento do governo federal de três bilhões de reais para o ABC (programa Agricultura de Baixo Carbono), temos 70 bilhões de reais investidos na agricultura tradicional. Para não falar de todo o ataque à legislação, como o Código Florestal.
Existe ainda uma demanda por commodities no Brasil e no mundo que pressiona a abertura de novas áreas de produção, especialmente na Amazônia. Esses conflitos todos então fazendo com que as tomadas de decisões aconteçam de forma mais lenta pela própria dificuldade que essas incongruências geram.
EXAME.com - Essa lentidão lembra o processo penoso de criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos...
Moutinho - Um pouco, sim. Mas diferente da PNRS, a discussão sobre REDD não é marcada por uma inanição dos estados, e esse é o grande diferencial. A esperança mora no que os estados estão fazendo, especialmente os amazônicos, entre eles o Acre, que montou um programa estadual de pagamento por serviços ambientais, onde REDD é um elemento fundamental. O Amazonas também tem um certo pioneirismo na construção de leis estaduais para a mudança no clima e o Mato Grosso está finalizando uma lei que estabelece regras para o REDD.
Enfim, os estados estão muito mais avançados nas suas pretensões do que o próprio governo federal. O problema é que sem uma regulamentação federal fica muito difícil garantir o sucesso desses projetos e do próprio mecanismo no longo prazo. Enquanto o governo não resolver isso, haverá uma insegurança jurídica tanto pras comunidades envolvidas quanto para o investidor. Cada um faz os cálculos de suas emissões evitadas de forma diferenciada, criando um certo caos no sentido em que você não sabe exatamente qual foi a metodologia ou a contabilidade usada.
EXAME.com - Como você avalia os benefícios potenciais do REDD para as comunidades indígenas?
Moutinho - É preciso tratar esses entes por populações indígenas em geral, não dividindo por etnias. É preciso remunerar tanto aquele indígena que está isolado no meio da floresta sem ameaça nenhuma, como aqueles povos que sofrem com ameaça de desmatamento e invasão de suas terras. Recentemente lançamos a publicação “REDD no Brasil: um enfoque amazônico”, junto com a secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE-PR), com propostas para que a distribuição de benefícios seja justa e transparente e atinja aqueles que realmente realizam esforços de redução de desmatamento ou conservação florestal.
Hoje, você remunera um país apenas pelo esforço de redução de emissões, ou seja do fluxo de carbono, que é demonstrada pela queda na taxa de desmatamento. Mas há um incentivo perverso nesse cenário, que é o de beneficiar quem desmatou muito no passado e agora deixou de desmatar. Quando você inclui nessa conta o estoque de carbono, você leva em conta quem conserva a floresta e não apenas quem reduziu o desmatamento. Com a remuneração de todas as comunidades, você evita assédios isolados a indígenas por empresas estrangeiras, que apresentam propostas e valores de compensação diferentes.
EXAME.com - Qual o estágio atual das discussões sobre REDD no mundo?
Moutinho - Dentro das convenções das Nações Unidas, as discussões estão evoluindo, mas a uma velocidade que às vezes não é muito adequada. Além disso, há uma coalisão de países disponibilizando recursos públicos, que hoje somam quase 5 bilhões de dólares, para ser investido em regiões que detém grandes áreas de florestas. Essa ação com dinheiro público é o que chamamos de “Redness for REDD”, um preparatório para o REDD. O Banco Mundial também tem um fundo para floresta e carbono onde ele investe recursos nos países para que eles possam se preparar. E o país mais bem capacitado para isso é o Brasil. Se não avançarmos na discussão estratégia nacional para Redd será muito difícil isso acontecer em outros países.

Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente | Exame por Vanessa Barbosa

Quarta semana de março teve exportações de US$ 4,839 bilhões

Brasília (26 de março) – Na quarta semana de março (19 a 25), com cinco dias úteis, as exportações brasileiras atingiram US$ 4,839 bilhões (média diária de US$ 967,8 milhões) e as importações totalizaram US$ 4,467 bilhões (com média diária de US$ 893,4 milhões). A média das exportações da quarta semana foi 1,5% superior à média até a terceira semana do mês (US$ 953,2 milhões).
Neste comparativo, aumentaram as vendas de produtos semimanufaturados (12,1%), por conta de ouro em forma semimanufaturada, semimanufaturados de ferro e aço, óleo de soja em bruto e ferro-ligas, e também as de produtos básicos (1,3%), com destaques para minério de ferro, soja em grão, carne de frango, farelo de soja e café em grão. Por outro lado, decresceram as vendas de manufaturados (-0,8%), em consequência, principalmente, de autopeças, açúcar refinado e máquinas para terraplanagem.
Do lado das importações, houve expansão de 0,1%, sobre a média até a terceira semana (US$ 892,5 milhões), explicada pelo aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, plásticos e obras e adubos e fertilizantes.
Com estes resultados, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 372 milhões (média diária de US$ 74,4 milhões) e corrente de comércio de US$ 9,306 bilhões (média de US$ 1,861 bilhão).
Mês
Nos 17 dias úteis de março (1° a 25), as exportações foram de US$ 16,277 bilhões, com média diária de US$ 957,5 milhões. Pela média, houve aumento de 4,3% em relação à média do mês de março de 2011 (US$ 918,4 milhões).
Entre os produtos básicos (12,3%), os destaques foram algodão em bruto, petróleo em bruto, arroz em grão, fumo em folhas e soja em grão, e, entre os manufaturados (0,3%), máquinas e aparelhos para terraplanagem, óleos combustíveis, açúcar refinado, veículos de carga e polímeros plásticos. As vendas de semimanufaturados, porém, decresceram (-12,7%), com quedas de alumínio em bruto, açúcar em bruto, ferro fundido, couros e peles, celulose e semimanufaturados de ferro e aço. 
Na comparação com a média do mês de fevereiro deste ano (US$ 948,8 milhões), houve crescimento de 0,9% devido ao aumento em produtos básicos (19,5%), enquanto que diminuíram as exportações de semimanufaturados (-20,9%) e manufaturados (-9,6%).
As importações, até a quarta semana de março, estão em US$ 15,177 bilhões (média de US$ 892,8 milhões). Houve aumento de 5,7% na comparação com a média de março de 2011 (US$ 844,5 milhões). Cresceram os gastos, principalmente, com adubos e fertilizantes (43,4%), farmacêuticos (24,2%), instrumentos de ótica e precisão (16,8%), siderúrgicos (15,1%), combustíveis e lubrificantes (14,8%) e químicos orgânicos e inorgânicos (6,5%).
Em relação ao resultado de fevereiro deste ano (US$ 858,6 milhões), houve alta de 4% nas aquisições no exterior, com maior elevação nas despesas dos itens: adubos e fertilizantes (49,2%), combustíveis e lubrificantes (24,7%) e farmacêuticos (22,1%).
No acumulado mensal, a balança acumula saldo positivo de US$ 1,100 bilhão (média diária de US$ 64,7 milhões) e a corrente de comércio atinge US$ 31,454 bilhões (média de US$ 1,850 bilhão).
Ano
De janeiro até a quarta semana de março, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 99,369 bilhões (média diária de US$ 1,713 bilhão), com aumento de 7,6% sobre a média do mesmo período do ano passado (US$ 1,592 bilhão).
Nos 58 dias úteis de 2012, o superávit da balança comercial é de US$ 1,523 bilhão (média diária de US$ 26,3 milhões). O resultado é 41,6% menor que o verificado no mesmo período do ano passado (média diária de US$ 45 milhões).
No acumulado do ano, as exportações alcançaram US$ 50,446 bilhões (média diária de US$ 869,8 milhões), resultado 6,3% acima do verificado no mesmo período de 2011, que teve média diária de US$ 818,5 milhões. O acumulado anual das importações está 9% maior em relação ao ano passado (média diária de US$ 773,5 milhões). No ano, as compras externas brasileiras foram de US$ 48,923 bilhões (média diária de US$ 843,5 milhões).


Fonte: MDIC

Bernanke diz que política de juros baixos ajuda a reduzir desemprego .


O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse que a política de baixas taxas de juros que tem sido usada pelo banco central americano é necessária para enfrentar problemas profundos e contínuos de desemprego. Ele alertou que as condições do mercado de trabalho continuam "longe do nível considerado normal" e ainda há incerteza se o ritmo relativamente rápido de recuperação do último ano é sustentável.
"Novas melhorias significativas no desemprego provavelmente exigirão uma expansão mais rápida da produção e da demanda de consumidores e empresas, um processo que só pode ser apoiado pela continuidade de políticas acomodativas", disse Bernanke num discurso na conferência anual da Associação Nacional de Economia Empresarial dos Estados Unidos.
O discurso deve amainar as expectativas recentes de investidores de que o Fed deve começar a aumentar os juros antes do prazo final que já tinha indicado, em 2014.
A economia criou em média 245.000 empregos nos últimos três meses, embora o ritmo tenha desacelerado um pouco em fevereiro, para 227.000, e o desemprego continue alto, em 8,3%. Mesmo assim, o número de pessoas pedindo seguro-desemprego caiu para o menor nível em quatro anos na semana passada, aumentando as expectativas de que a criação de vagas em março mais uma vez ficará acima de 200.000.

Embora note essas melhorias, Bernanke enfatizou que o mercado de trabalho ainda está longe da recuperação total, com o número de pessoas empregadas e o total de horas ainda significativamente menores que antes da crise.
"Ainda não podemos ter certeza de que o ritmo recente de melhoria do mercado de trabalho é sustentável", disse ele.
O tom cauteloso ecoa comentários de Bernanke na semana passada, quando alertou contra a repetição dos erros da Grande Depressão, nos anos 30, com a elevação rápida demais dos juros. Ele reiterou que o ritmo lento da recuperação tem sido frustrante.
O comitê de política monetária do Fed ofereceu no início do mês uma avaliação um pouco mais otimista sobre a recuperação da economia e o mercado de trabalho, embora tenha previsto que o desemprego vai diminuir "apenas gradualmente".
As previsões mais recentes das autoridades do BC americano, em janeiro, antecipavam que o desemprego terminaria o ano praticamente na mesma, entre 8,2% e 8,5%.
Bernanke admitiu que o ritmo da recuperação do mercado de trabalho, apesar do crescimento econômico decepcionante, tem sido "meio que uma charada".
Numa referência à teoria criada há cinquenta anos pelo economista Arthur Okun sobre o relacionamento entre crescimento econômico e emprego, ele disse que o índice de crescimento de 1,7% da economia no ano passado sugere que o desemprego deve diminuir pouco — ou até aumentar ligeiramente.
Para explicar isso, Bernanke disse que os dados sugerem "que talvez estejamos vendo o efeito do excesso de demissões durante o pior momento da recessão, já que as empresas estão suficientemente confiantes agora para manter o número de empregados mais alinhado com as expectativas de demanda por seus produtos".
Mas como o mercado de trabalho continua tentando "alcançar" a economia, a redução do desemprego exigirá "uma expansão mais rápida da produção e da demanda de consumidores e empresas, processo que só pode ser apoiado pela continuidade das políticas acomodativas".
Bernanke disse que a sua leitura dos atuais dados econômicos sugere que a alta taxa de desemprego no longo prazo foi provavelmente alimentada por problemas estruturais cíclicos.

Fonte: The Wall Street Journal

FAO alerta que florestas da madeira teca sofreram queda de mais 1% em menos de uma década

Brasília – A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) advertiu hoje (26) que diminuiu a quantidade de florestas naturais de teca (um tipo de madeira de alta qualidade) em 60 países tropicais, incluindo o Brasil. Segundo os pesquisadores, as florestas naturais de teca na área sofreram 1,3% de redução no período de 1992 a 2010, o equivalente à perda de 385 mil hectares.
No relatório, a FAO disse que é previsível que no futuro a produção sustentável de teca seja limitada, devido à tendência de aumento do desmatamento de forma contínua. De acordo com especialistas, a teca é uma das madeiras mais valiosas e seu plantio atrai  investimentos na África, na Ásia e na América Latina.
Pelo relatório, a Ásia concentra 90% da produção de teca no mundo - só a Índia é responsável por 38%. Os especialistas ressaltam que aumenta o número de área plantada de teca quando há estímulo das autoridades e incentivo aos agricultores.
No relatório Mercado de Teca, divulgado hoje, a FAO informou que a tendência de aumento de produção de teca ocorre apenas na Índia, no Laos, em Mianmar, na Indonésia e Tailândia, na Ásia. De forma geral, segundo a FAO, a área plantada de teca tem aumentado na África  - Benin, Gana, Nigéria, Tanzânia -, na América Central  - Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Panamá - e na América do Sul – Brasil e Equador.

Segundo pesquisadores brasileiros, a teca tem valor elevado no mercado nacional e internacional. É  uma das espécies florestais mais analisadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Norte do país.
A teca é utilizada na construção naval, na fabricação de móveis e até como lenha e carvão vegetal. É elogiada por sua durabilidade, estabilidade e resistência natural aos ataques de fungos e insetos.

Fonte: Agência Brasil