Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nos últimos dez anos, o clima no DF ficou 1ºC mais quente

Especialistas alertam: a temperatura no Distrito Federal está cada vez mais elevada. Nos últimos dez anos, o clima ficou cerca de 1°C mais quente em relação à média histórica. De acordo com o ClimaTempo, com base em informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média da temperatura máxima no ano passado atingiu os 27°C, enquanto a mínima chegou a 16,7°C. Em 2010, a máxima alcançou 27,5°C e a mínina, 17,4°C. Em ambos foi ultrapassada a média máxima anual estabelecida na capital federal, que é de 26,3°C.

Desde a década de 1990, a temperatura no Distrito Federal vem aumentando. Curiosamente, esse registro cresceu na mesma época em que as áreas invadidas do DF foram regularizadas e se tornaram regiões administrativas. Segundo o meteorologista Mamede Luiz Melo, o crescimento constante da temperatura está diretamente ligado ao crescimento populacional. 

“Com o aumento do número de pessoas, as cidades tendem a crescer e, com isso, boa parte dos espaços naturais se perde. Quanto mais construções, asfalto, carros e poluição, mais a temperatura se eleva. É o famoso fenômeno conhecido como ilhas de calor”, explica.

Menos áreas verdes
Quanto maior for o crescimento urbano, mais áreas verdes precisarão ser retiradas para comportar a população, o que contribui para o aumento da temperatura e a formação das ilhas de calor. O especialista em patologia de estruturas da Universidade de Brasília (UnB), Dickran Berberian, acredita que quatro fatores principais afetam o microclima de uma cidade: a diminuição da ventilação cruzada; excesso de concreto e asfalto; substituição de árvores por prédios; e a construção de edifícios próximos a nascentes.

“Juntando os parâmetros citados ao aumento vertiginoso no número de veículos em circulação, a distribuição humana se torna um dos principais fatores para o aquecimento”, comenta o especialista. 

“As cidades do DF não podem crescer mais. Não tem mais espaço, e  continuam inchando de pessoas. Por isso, é preciso urgentemente projetar uma nova cidade para salvar Brasília. O governo gastaria muito mais reformando esses locais do que construindo novas estruturas”, apontou.

Brasília já apresenta um quadro favorável à formação de ilhas de calor. A constatação foi confirmada no Projeto de Monitoramento do Campo Térmico do Distrito Federal (Proterm-DF), elaborado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

A iniciativa tem como principal finalidade monitorar o campo térmico local, por meio de imagens de satélite banda termal e estudos provenientes dos sites oficiais e de instituições de pesquisa reconhecidas nacionalmente.

A partir dos resultados obtidos até então, foi possível concluir que o comportamento da temperatura está relacionado com a expansão das áreas urbanas e a degradação nas áreas rurais, além do crescimento desordenado das cidades.

Fonte: Jornal de Brasília

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