Por Diego Costi Diretor da Ecossocial - Produtos Conscientes
“Nada é tão parecido com o idêntico do que aquilo que é igual à mesma coisa.” Já dizia o gênio Charles Chaplin. As palavras do título são de significados parecidos, mas de notável diferença se aplicadas no âmago da realidade ambiental brasileira e quiçá da mundial. Para seu entendimento é necessário mexer em paradigmas sociais enraizados e a cada dia mais fixados, pois o ponto de vista de uma sociedade que quer proteger a Natureza não deve mais existir...
A própria distinção, separação e exclusão do homem da (sua) natureza são como uma bicicleta sem motorista, e neste caso nós seríamos a bicicleta dessa matriz e a natureza, o motorista. O ser humano não consegue exercer suas funções sem ar para respirar, água para beber, uma temperatura estável apropriada, a luz do sol e tantos outros fatores ambientais; nem uma bicicleta sabe dirigir sozinha, e perde a razão de existir se não tiver seu motorista. Já a Natureza viveu por anos sem a existência dos seres humanos e caso venhamos a desaparecer será uma notável mutação que a Natureza sofrerá, mas continuará viva nas eras a seguir. Como um motorista que passou a usar outro meio de transporte. Um case típico deste cenário são os dinossauros. Eles deixaram de existir por algum fator ainda não descoberto, porém a Natureza continuou o seu caminho e vigorou em outras formas e espécies. Fazemos parte de seu todo e completamos a sua forma aqui na Terra: A Natureza.
Antonio Carlos Diegues tratou bem do tema Preservacionista e Conservacionista no livro “O Mito da Natureza Intocada”, onde cita o modelo do primeiro parque nacional criado nos Estados Unidos – Yellowstone. Donde o modelo preservacionista, em que a natureza e o ser humano não podem viver em conjunto na mesma área, foi copiado para o mundo inteiro. Em outras palavras, a natureza tem que permanecer intocada, sem nenhuma interação humana, gerando enormes conflitos na criação de parques nacionais no Brasil e América Latina. Um exemplo disso é o Parque Nacional do Superagui, no Litoral Paranaense, onde as comunidades tradicionais têm que deixar o lugar onde residem porque a legislação não concebe o conceito de que a comunidade pode conservar seu entorno, isto é, usufruir dos bens naturais respeitando seu ciclo de reposição. Por tantas vezes essa riqueza humana tem que ensinar mais do que aprender sobre a sustentabilidade. Geração a geração eles compartilham o conhecimento gerado pela interação com a natureza, isto resulta em um enorme conhecimento ambiental. Vêem-se obrigados a sair do local de residência. Esta ação de retirada impugna a natureza humana e tira do próprio homem seu direito de interagir e se relacionar com o meio. Tratando o homem como agente isolado da natureza, como se a Terra não fosse seu lar. Esta é a síntese da visão preservacionista, áreas protegidas não devem ser conservadas, mas sim intocadas.
A Conservação é a palavra deste momento para se falar de áreas protegidas, não porque ela é uma moda, mas porque as próprias palavras evoluem, melhor ainda, os conceitos se moldam em outras realidades mais atuais. O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, também a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente: A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972. A definição de sustentabilidade veio no Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas". Significado que se encaixa muito bem ao conceito de conservação. Seria a interação e o uso dos bens naturais respeitando o seu tempo de reposição natural, este é o parâmetro que deve ser implementado nessas áreas. O ser humano tem direito ao uso fruto do seu meio, entretanto não se deve permitir a livre extração de recursos naturais.
A maior apropriação que podemos fazer da nossa Natureza é significativa, isto quer dizer, que está intrínseco no nosso conceito de como a tratamos. Voltamos à frase inicial: “Uma sociedade que quer proteger a Natureza não deve mais existir”, mas sim proteger a própria natureza. Não é colocado aqui a instância de não se importar com o meio em que vivemos, mas a responsabilidade de nos inserirmos ao nosso meio enquanto o protegemos. Nossas reflexões, atitudes e sentimentos são humanos, mas antes de tudo naturais. A nossa Natureza merece ser conservada. Seus caminhos naturais nos mostrarão os próximos passos, assim como mostramos para nossos filhos que os queremos tão bem quanto desejamos que eles nos quisessem.
Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente
A própria distinção, separação e exclusão do homem da (sua) natureza são como uma bicicleta sem motorista, e neste caso nós seríamos a bicicleta dessa matriz e a natureza, o motorista. O ser humano não consegue exercer suas funções sem ar para respirar, água para beber, uma temperatura estável apropriada, a luz do sol e tantos outros fatores ambientais; nem uma bicicleta sabe dirigir sozinha, e perde a razão de existir se não tiver seu motorista. Já a Natureza viveu por anos sem a existência dos seres humanos e caso venhamos a desaparecer será uma notável mutação que a Natureza sofrerá, mas continuará viva nas eras a seguir. Como um motorista que passou a usar outro meio de transporte. Um case típico deste cenário são os dinossauros. Eles deixaram de existir por algum fator ainda não descoberto, porém a Natureza continuou o seu caminho e vigorou em outras formas e espécies. Fazemos parte de seu todo e completamos a sua forma aqui na Terra: A Natureza.
Antonio Carlos Diegues tratou bem do tema Preservacionista e Conservacionista no livro “O Mito da Natureza Intocada”, onde cita o modelo do primeiro parque nacional criado nos Estados Unidos – Yellowstone. Donde o modelo preservacionista, em que a natureza e o ser humano não podem viver em conjunto na mesma área, foi copiado para o mundo inteiro. Em outras palavras, a natureza tem que permanecer intocada, sem nenhuma interação humana, gerando enormes conflitos na criação de parques nacionais no Brasil e América Latina. Um exemplo disso é o Parque Nacional do Superagui, no Litoral Paranaense, onde as comunidades tradicionais têm que deixar o lugar onde residem porque a legislação não concebe o conceito de que a comunidade pode conservar seu entorno, isto é, usufruir dos bens naturais respeitando seu ciclo de reposição. Por tantas vezes essa riqueza humana tem que ensinar mais do que aprender sobre a sustentabilidade. Geração a geração eles compartilham o conhecimento gerado pela interação com a natureza, isto resulta em um enorme conhecimento ambiental. Vêem-se obrigados a sair do local de residência. Esta ação de retirada impugna a natureza humana e tira do próprio homem seu direito de interagir e se relacionar com o meio. Tratando o homem como agente isolado da natureza, como se a Terra não fosse seu lar. Esta é a síntese da visão preservacionista, áreas protegidas não devem ser conservadas, mas sim intocadas.
A Conservação é a palavra deste momento para se falar de áreas protegidas, não porque ela é uma moda, mas porque as próprias palavras evoluem, melhor ainda, os conceitos se moldam em outras realidades mais atuais. O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, também a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente: A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972. A definição de sustentabilidade veio no Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas". Significado que se encaixa muito bem ao conceito de conservação. Seria a interação e o uso dos bens naturais respeitando o seu tempo de reposição natural, este é o parâmetro que deve ser implementado nessas áreas. O ser humano tem direito ao uso fruto do seu meio, entretanto não se deve permitir a livre extração de recursos naturais.
A maior apropriação que podemos fazer da nossa Natureza é significativa, isto quer dizer, que está intrínseco no nosso conceito de como a tratamos. Voltamos à frase inicial: “Uma sociedade que quer proteger a Natureza não deve mais existir”, mas sim proteger a própria natureza. Não é colocado aqui a instância de não se importar com o meio em que vivemos, mas a responsabilidade de nos inserirmos ao nosso meio enquanto o protegemos. Nossas reflexões, atitudes e sentimentos são humanos, mas antes de tudo naturais. A nossa Natureza merece ser conservada. Seus caminhos naturais nos mostrarão os próximos passos, assim como mostramos para nossos filhos que os queremos tão bem quanto desejamos que eles nos quisessem.
Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente
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