Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

G-20 adia decisão de ajudar a Europa

Autoridades das economias mais importantes do mundo adiaram para daqui a meses decisões cruciais sobre a ajuda internacional para a Europa. Pois eles esperam mais ações da zona do euro para combater a crise da dívida no continente.
G20
O secretário do tesouro dos EUA, Timothy Geithner (centro), disse que a Europa deve persistir nas suas ações para sair da crise.
Os ministros da Fazenda e banqueiros centrais do Grupo das 20 economias avançadas e em desenvolvimento, após uma reunião de dois dias aqui, indicaram que estão prevendo um acordo para ampliar o fundo europeu de resgate no próximo mês.
Essa iniciativa "dará um impulso essencial às nossas considerações atuais de mobilizar recursos" para o Fundo Monetário Internacional, disseram as autoridades do G-20 em um comunicado conjunto no domingo.
A falta de progressos significativos coloca em suspenso novas discussões sobre apoio internacional até a nova reunião dos ministros do G-20, em abril. As autoridades esperam que isso leve a um acordo final na reunião de cúpula dos líderes mundiais, em junho, o que aumentaria o clima de confiança.
As autoridades do G-20 reconheceram uma longa lista de possíveis obstáculos à frente. A Grécia deve cumprir numerosas condições para receber seu mais recente resgate, dentro de semanas. Os representantes europeus reconheceram também a relutância da Alemanha em aumentar rapidamente a capacidade do "muro de contenção" financeira da zona do euro — um fundo de resgate grande o suficiente para garantir aos mercados que outras economias problemáticas da zona do euro conseguirão administrar suas dívidas. O G-20 impôs essa ampliação como condição para aumentar os recursos do FMI destinados à Europa. Ao mesmo tempo, as autoridades observaram que o aumento do preço do petróleo, em parte devido a tensões com o Irã, ameaça deprimir uma recuperação global já enfraquecida pela crise europeia.
As autoridades do G-20 incentivaram os líderes europeus a agir com rapidez, ainda que as melhores condições de mercado tenham relaxado a pressão sobre a zona do euro. Nos últimos dois anos, os líderes europeus rotineiramente diminuíam seus esforços logo que os mercados melhoravam.
"Seria um erro nos consolarmos muito com o impacto cumulativo" do esforço feito até agora, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner."Parte do progresso que temos visto na confiança dos mercados baseia-se na expectativa, criada pelos próprios europeus, de que eles têm mais a mostrar."
Os líderes europeus planejam discutir esta semana juntar o dinheiro deixado em um fundo de resgate temporário com uma linha de crédito permanente a ser lançada em meados do ano, criando assim um fundo combinado de 750 bilhões de euros (US$ 1 trilhão) que poderia sustentar economias em dificuldades, como Itália e Espanha. Mas a relutância da Alemanha deve deixar essa decisão para março, ou mesmo abril.
Ao mesmo tempo, o FMI quer expandir sua capacidade de empréstimo de US$ 500 bilhões para quase US$ 1 trilhão, captando o dinheiro de seus países membros. Juntos, os fundos da Europa e do FMI poderiam fornecer US$ 2 trilhões em capacidade de resgate, como proteção contra mais convulsões mundiais.
"A economia global não está fora da zona de perigo", disse a diretora do FMI, Christine Lagarde. "Ainda há grandes vulnerabilidades econômicas e financeiras."
A crise europeia fez com que o G-20, que serve como conselho administrativo da economia mundial, adiasse outros debates sobre problemas de longo prazo. Os representantes do G-20 aqui mencionaram outras preocupações, como a volatilidade cambial e os desequilíbrios entre as nações avançadas e em desenvolvimento. Mas as preocupações com o crescimento no curto prazo deixam os países relutantes em tomar decisões de prazo mais longo.
"Há um círculo vicioso aqui, em que cada um fica esperando que o outro faça a coisa certa", disse o diretor do Banco do Canadá, Mark Carney, numa conferência para o Instituto de Finanças Internacionais, um grupo do setor bancário, realizada em paralelo à reunião do G-20.

Fonte: The Wall Street Journal

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