Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Novos dados mostram fortalecimento da economia da China .

As exportações e importações da China tiveram, ambas, um forte crescimento em maio, enquanto que a inflação perdeu fôlego consideravelmente, o que são sinais animadores para a segunda maior economia do mundo.
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Nelson Ching/Bloomberg News
Navio é carregado num porto em Xangai. Tanto as exportações quanto as importações da China subiram em maio.
Um conjunto de dados divulgados durante o fim de semana pelo governo chinês não mostrou cenários conflitantes, mas indicou no geral uma economia mais forte do que muitos no mercado temiam uma semana atrás. Um corte surpreendente que o banco central fez quinta-feira nas taxas de juros gerou especulações de que os dados econômicos de maio seriam particularmente fracos.
Em vez disso, eles mostraram que o a produção industrial teve um crescimento um pouco maior — embora a referência, o crescimento de abril, tenha sido o menor em quase três anos — e que as vendas de automóveis e o investimento em imóveis também cresceram. Todos esses são sinais de vida na economia chinesa, apesar da crise de dívida da Europa e da morosidade da recuperação dos Estados Unidos.
Os dados indicam que as medidas que o governo chinês tomou para estimular o crescimento já tiveram algum efeito, disse o economista do HSBC Ma Xiaoping. "É quase certo que a economia da China chegará ao fundo no segundo trimestre e se recuperará no terceiro", acrescentou ele.
As iniciativas que o governo lançou nas últimas semanas incluem incentivos à compra de aparelhos domésticos que consomem menos energia, cortes de impostos específicos e aceleração na aprovação de projetos de empresas e governos locais. Na sexta-feira, autoridades defenderam um aumento nos investimentos na construção de ferrovias.
As exportações subiram 15,3% em maio ante um ano atrás, informou ontem a Administração Geral da Alfândega da China, superando o modesto crescimento de 4,9% registrado em abril e bem acima da previsão de 6,9% resultante de uma pesquisa com economistas. Do mesmo modo, as importações cresceram 12,7% em maio contra 0,3% em abril, sendo que a previsão era de que cresceriam 3%.
Ainda assim, economistas reagiram com cautela a esses dados notáveis de comércio, alertando que são apenas os números de um mês. "O fato de que eles foram melhores do que as expectativas é uma notícia relativamente positiva, mas que tem que ser contraposta ao fato de que os dados de comércio exterior são bastante voláteis de um mês para o outro", disse Alistair Thornton, economista da IHS Global Insight.
No sábado, a Agência Nacional de Estatísticas afirmou que o índice de preços ao consumidor da China em maio apresentou seu menor crescimento desde junho de 2010. Ele subiu 3% em comparação com um ano atrás, abaixo tanto dos 3,4% de abril quanto dos 3,2% previstos.
Uma pressão menor sobre os preços libera o governo para aumentar o estímulo à economia com menos receio de um retorno súbito da inflação, segundo economistas. "A combinação de inflação em queda e atividade industrial fraca vai criar mais espaço para as autoridades relaxarem suas políticas", disse o economista da Goldman Sachs Yu Song. "Sobrará margem de manobra para o Banco do Povo da China [o banco central] diminuir ainda mais as reservas de caixa e taxas de juros exigidas dos bancos."
A produção industrial cresceu 9,6% em maio em relação a maio de 2011, acima do crescimento de 9,3% em abril, mas abaixo da previsão de 9,9% dos economistas. O crescimento de abril foi o menor desde maio de 2009.
Na quinta-feira, o banco central cortou as taxas básicas para empréstimos e depósitos remunerados em 0,25 ponto porcentual e alargou a faixa na qual as taxas podem se mover, com as taxas de depósito livres para subir um pouco mais alto e as taxas de empréstimo livres para descer um pouco mais.
Analistas dizem que as autoridades responsáveis por essas políticas têm acesso aos dados econômicos antes de que eles sejam divulgados para o público. Assim, o banco central da China pode ter visto os números de inflação antes de decidir agir sobre as taxas de juros.
Outro indicador que provocou algum otimismo foi o investimento em imóveis, um motor importante da economia chinesa que acelerou significativamente em maio.
O investimento na construção cresceu 18,5% entre janeiro e maio em relação ao mesmo período de um ano antes, para 2,22 trilhões de yuans (US$ 348,4 bilhões). O número ficou ligeiramente abaixo dos 18,7% de crescimento dos primeiros quatro meses do ano, mas o investimento de maio sozinho subiu 18,2% comparado com um ano atrás, para 637,8 bilhões de yuans, sendo que em abril o crescimento foi de apenas 9,2%, segundo cálculos do The Wall Street Journal. O órgão de estatísticas não divulga dados para meses individuais.
"Os dados de maio são um sinal encorajador", disse Rosealea Yao, uma analista da firma de pesquisa GK Dragonomics. "Acreditamos que o mercado imobiliário nas maiores cidades chegou ao seu menor nível em março e abril."
As vendas de automóveis também cresceram em maio, indicando que os consumidores chineses ainda estão comprando artigos caros. As vendas de carros de passeio subiram 22,6% frente a um ano antes, para 1,28 bilhão de veículos, informou ontem a Associação de Fabricantes de Automóveis da China, um grupo semioficial. O crescimento ficou acima dos 12,5% de abril, o qual já foi uma recuperação significativa em relação à queda de 1,3% na vendas registrada no primeiro trimestre ante um ano atrás.
Entretanto, as vendas do varejo em geral perderam fôlego em maio, crescendo 13,8% em relação a um ano antes, menos que os 14,1% de crescimento de abril, de acordo com o órgão de estatísticas.

Fonte: The Wall Street Journal

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