Alto crescimento e demanda por
commodities sugerem que a nação asiática será a próxima China para o Brasil.
O estreitamento político e
econômico entre o Brasil e o segundo país mais populoso do mundo está dando
resultados de forma mais rápida do que o esperado por executivos e
especialistas no comércio exterior.
O sentimento é de que a Índia,
finalmente, caminha para se consolidar como uma nova China para o empresariado
nacional.
As semelhanças entre os dois
países asiáticos superam as questões populacional e territorial. A forte
demanda indiana por alimentos, metais e energia alçou o país, em menos de um
ano, como o sétimo maior importador do Brasil.
Há exatamente doze meses, a Índia
figurava apenas na vigésima posição como maior comprador dos produtos
tupiniquins.
Até maio, o país exportou para o
novo parceiro asiático US$ 2,08 bilhões. A soma representa um aumento de 88%
frente ao que foi vendido em igual período de 2011. O salto se deve
principalmente à comercialização de petróleo, que registrou alta de 151%, e de
óleo de soja, com incrementos de 364%.
Apesar da grande participação de
produtos básicos na pauta exportadora, especialistas afirmam que há espaço para
a manufatura nacional, especialmente a de alta tecnologia.
Segundo Welber Barral,
ex-secretário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC), a Índia se posicionará futuramente como um dos três principais
importadores de petróleo do Brasil. "É um dos grandes consumidores
globais. China, Estados Unidos e Índia se destacarão como os maiores clientes
do país."
Para Roberto Paranho, presidente
da Câmara de Comércio Brasil-Índia, há um esforço para que a corrente de
comércio entre as duas nações alcance US$ 25 bilhões em 2020. No último ano,
todas as negociações entre Brasil e Índia somaram US$ 9,3 bilhões.
"O estreitamente de relações
que aconteceu nos últimos meses visa este crescimento do comércio", diz.
Para José Augusto de Castro,
presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o exportador
nacional deve ter em mente que apesar do crescimento vigoroso e do grande
potencial consumidor indiano, esta nova China não possui a infraestrutura
detida pela original.
"É um país que tem um
gigantesco potencial e que vê o poder aquisitivo de sua população aumentar
rapidamente. Mas não tem uma estrutura logística e informacional que a China
possui."
Para promover a venda de produtos
manufaturados, nos últimos três anos, ao menos três missões de empresários
foram organizadas pelo governo brasileiro. A última contou com a presença da
Presidente Dilma Rousseff.
Em setembro, uma nova Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) levará executivos
da indústria hospitalar para prospectar o mercado.
Das vendas para o parceiro
comercial, companhias nacionais optam por implantar escritórios ou até mesmo
fábricas para produzir localmente e explorar comunidades consideradas de
difícil acesso.
Segundo informações da Apex, 14
empresas já possuem ao menos representação local. Entre elas, Fanem, WEG,
Gerdau, Stefanini IT e Marcopolo.
Fonte: Brasil Econômico
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