Projeção de inflação do BC passou de 4,5% para 4,7% em 2012, impactada pela alta do dólar.
A desvalorização do real ocorrida neste ano foi o principal motivo que levou o Comitê de Política Monetária (Copom) a elevar a projeção de inflação para 2012 e 2013.
O Comitê divulgou que, em seu cenário de referência, a previsão central é de inflação de 4,7% em 2012, um avanço de 0,3 ponto em relação ao relatório de março deste ano.
Para 2013, a previsão é de que a inflação atinja 5% (a previsão de março era de 5,2%).
O valor já é superior ao centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%.
Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) no Relatório Trimestral de Inflação, documento que reflete a visão do Copom sobre a situação da economia brasileira.
"Essencialmente, esse aumento das projeções pode ser atribuído ao câmbio", explicou Carlos Hamilton Araújo, diretor de política econômica do BC.
O dólar comercial acumula alta de 12% em relação ao real neste ano. A moeda ganhou valor frente as principais divisas mundiais, com a maior instabilidade nos mercados financeiros.
"O câmbio atualmente tem um efeito sobre a inflação brasileira bem menor do que tinha no passado", diz. "E o impacto do câmbio é relativamente rápido, daí a nossa revisão."
O dado já pressionou os preços no atacado, o que pode impactar os preços ao consumidor. Em 12 meses, o IGP-M passou de uma taxa de 3,23% em março para 5,14% em junho, parcialmente pressionado pelos preços no atacado.
"Essa volta dos preços no atacado, em parte, se explica pelo câmbio."
Em seu cenário base, o BC projeta também um reaquecimento da economia na segunda metade do ano, o que deve evitar uma queda maior da inflação.
"Nossa visão é de que já no segundo trimestre a economia apresente taxas de crescimento mais favoráveis e com tendência de que isso se acelere ao longo de 2012."
Crescimento menor
No mesmo relatório, o Copom cortou em 1 ponto percentual sua previsão de crescimento do PIB, para 2,5%.
O BC observa que a desaceleração da economia, ocorrida a partir da segunda metade do ano passado, foi maior do que o esperado, por conta das ações de política monetária adotadas anteriormente e da crise global, que se intensificou em julho de 2011.
"Como a crise não se resolveu, a recuperação tem sido bastante gradual", afirma.
O ajuste na previsão de crescimento vem com alguma defasagem em relação às expectativas de mercado, que já projetam uma expansão de 2,18% neste ano.
"No momento nossa projeção é de 2,5% para 2012. Vamos aguardar como a economia vai evoluir", diz Araújo.
Fonte: Brasil Econômico
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