Moeda americana passou o dia em alta, mas inverteu o movimento após o anúncio do BC e registrou leve queda de 0,09%.
Após passar a maior parte da sessão em alta e quase bater R$ 2,10, o dólar comercial encerrou a quinta-feira (28/6) com uma leve queda de 0,09%, cotado a R$ 2,740 na compra e R$ 2,076 na venda.
A mudança de direção aconteceu na hora final da sessão, quando o Banco Central (BC) do Brasil anunciou que realizará o terceiro leilão de swap da semana na sexta-feira (29), entre 10h15 e 10h30. Serão ofertados 60 mil contratos.
Nesta manhã, o BC leiloou 60 mil contratos, movimentando um total de US$ 2,996 bilhões. Esse tipo de operação funciona como uma venda de dólares no mercado futuro.
Segundo Reginaldo Siaca, da Advanced Corretora, as notícias não foram positivas tanto no mercado doméstico quanto no internacional.
O Relatório de Inflação do BC, divulgado durante a manhã, trouxe um corte na projeção de crescimento da economia brasileira neste ano, que passou de 3,5% para 2,5%. Ainda assim, a autoridade monetária se mostra mais otimista que o mercado, que segundo o relatório Focus, espera um avanço de 2,18%.
No plano externo, o desemprego alemão chamou a atenção pela ligeira alta no número total de desocupados (de 2,875 milhões para 2,882 milhões), embora a taxa tenha permanecido estável em 6,8% em junho. A expectativa era de queda para 6,7%.
No Reino Unido, o Produto Interno Bruto recuou 0,3% no primeiro trimestre, enquanto na Zona do Euro, a confiança do consumidor caiu novamente em julho.
Os dados se uniram à expectativa pela reunião dos líderes da União Europeia, aumentando a cautela. Os chefes de Estado se reúnem até sexta-feira para tentar chegar a medidas contra a crise.
"No clima de aversão ao risco, o mercado procura dólar para se proteger e o Banco Central está atendendo", explica Siaca. Ou seja, a demanda por dólar pressiona o câmbio e a autoridade monetária segura.
Além do fluxo de notícias, outro ponto que influencia o câmbio é a disputa de comprados e vendidos em torno da formação da Ptax (média das cotações do dólar) mensal no dia 29, que embasará a liquidação dos contratos futuros de julho.
Leilões no mercado à vista
Segundo Sidnei Nehme, diretor executivo da NGO, a pressão sobre o câmbio pode estar maior nas operações à vista do que no mercado futuro.
Caso as ofertas de swaps cambiais não sejam eficientes para conter a alta do dólar, ficará evidente que a pressão é exercida no mercado à vista, levando o BC a ofertar a moeda à vista, através de leilões, diz o economista.
Fonte: Brasil Econômico
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