Dois temas importantes serão
discutidos entre empresários, a sociedade e a Associação Brasileira de Celulose
e Papel( Bracelpa) durante a Conferência das Nações Unidas para um
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O primeiro assunto é valorização do
carbono florestal e o segundo, a biotecnologia arbórea.
A valorização do carbono é
importante porque o Brasil é o único país que tem 100% da produção de celulose
e papel vinda de florestas plantadas. O tempo de maturação das árvores é de
sete anos e é exatamente no primeiro setênio que a floresta absorve mais
carbono da atmosfera. Essa absorção feita pelas florestas plantadas, cerca de
1,3 bilhão de toneladas, equivale a mais da metade de todas as emissões de
carbono do Brasil em 2005. "É importante que haja a criação de uma
política de reconhecimento do crédito de carbono florestal pelo governo brasileiro
e pela comunidade internacional", diz Elizabeth de Carvalhaes, presidente-
executiva da Bracelpa.
O plantio de árvores
geneticamente modificadas, a biotecnologia arbórea, é um tema mais delicado.
"A transgenia envolve um
debate emocional que precisa ser esgotado com os envolvidos na cadeia
produtiva. Precisamos fazer uma discussão política, institucional, científica e
envolvendo a biossegurança", diz Elizabeth.
O plantio de árvores
geneticamente modificadas pretende atender a escassez de terras no mundo todo e
a necessidade do setor em aumentar a produtividade.
Segundo a Bracelpa, o consumo de
embalagens deve crescer 2,6% ao ano até 2013. Se for assim, serão necessários
77 milhões de toneladas de celulose para atender a demanda. "Mas o mundo
vai produzir só 53 milhões de toneladas. Essa diferença pode ser compensada
pela biotecnologia que vai produzir árvores com menor tempo de maturação,
aumentando a capacidade de produção", diz.
Todas as empresas de papel e
celulose no mundo estão desenvolvendo pesquisas sobre biotecnologia.
Pela legislação atual, as
pesquisas são permitidas, mas o comércio de madeira transgênica só poderá
acontecer após a criação de um marco regulatório no país e da aprovação dos
órgãos internacionais.
As discussões sobre o tema
começaram agora e devem durar cerca de três anos. Ao mesmo tempo, a indústria
continuará desenvolvendo pesquisas.
O Brasil possui a maior
produtividade do mundo no plantio de árvores com 43 metros cúbicos de madeira
por hectare. "Os investimentos privados estão focados para ampliarem o uso
da madeira nos próximos 15 anos.
O setor quer ser reconhecido
mundialmente nos múltiplos usos da floresta plantada", diz Elizabeth. As
discussões da Bracelpa na Conferência das Nações Unidas serão realizadas nos
dias 18 e 19 de junho.
Há quem acredite que as
indústrias não podem deixar de fazer pesquisas tecnológicas para aumentar a
produção, competitividade e reduzir os custos.
Há também quem acredite que antes
de qualquer decisão sobre o tema, todas as questões relativas à biossegurança
devem estar totalmente esclarecidas. Os dois lados estão certos.
Segundo Elizabeth Carvalhaes,
presidente-executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa)
"A biossegurança é o tema mais importante na discussão do plantio de
árvores geneticamente modificadas e precisa ser amplamente debatido", diz.
O setor de papel e celulose deu
início a uma série de debates sobre o tema, que devem demorar cerca de três
anos. É que a capacidade instalada do segmento está no limite e para a atender
a crescente demanda, a principal alternativa são os transgênicos. Em 10 anos, o
país deve dobrar a sua área plantada, passando de 7 milhões de hectares para 14
milhões de hectares. "Mesmo assim, o crescimento não vai acompanhar a
evolução da população mundial que deve chegar a 8 bilhões de habitantes em 2025
e vai demandar mais celulose, carvão vegetal usado na indústria e painéis de
madeira usada na construção civil", diz Elizabeth.
Segundo um estudo da Bracelpa, a
biotecnologia arbórea terá benefícios econômicos como a melhoria da
produtividade com o mesmo investimento; redução dos custos de produção e
aumento da competitividade.
Entre os benefícios ambientais
estão o maior controle de pragas e doenças. As vantagens sociais incluem o
atendimento de demandas geradas pelo crescimento mundial, melhoria na educação
e capacitação profissional; e maior geração de emprego e renda. C.S.
Fonte: APRE / Brasil Econômico
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