Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Indústria de papel quer plantar árvore transgênica


Dois temas importantes serão discutidos entre empresários, a sociedade e a Associação Brasileira de Celulose e Papel( Bracelpa) durante a Conferência das Nações Unidas para um Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O primeiro assunto é valorização do carbono florestal e o segundo, a biotecnologia arbórea.
A valorização do carbono é importante porque o Brasil é o único país que tem 100% da produção de celulose e papel vinda de florestas plantadas. O tempo de maturação das árvores é de sete anos e é exatamente no primeiro setênio que a floresta absorve mais carbono da atmosfera. Essa absorção feita pelas florestas plantadas, cerca de 1,3 bilhão de toneladas, equivale a mais da metade de todas as emissões de carbono do Brasil em 2005. "É importante que haja a criação de uma política de reconhecimento do crédito de carbono florestal pelo governo brasileiro e pela comunidade internacional", diz Elizabeth de Carvalhaes, presidente- executiva da Bracelpa.
O plantio de árvores geneticamente modificadas, a biotecnologia arbórea, é um tema mais delicado.
"A transgenia envolve um debate emocional que precisa ser esgotado com os envolvidos na cadeia produtiva. Precisamos fazer uma discussão política, institucional, científica e envolvendo a biossegurança", diz Elizabeth.
O plantio de árvores geneticamente modificadas pretende atender a escassez de terras no mundo todo e a necessidade do setor em aumentar a produtividade.
Segundo a Bracelpa, o consumo de embalagens deve crescer 2,6% ao ano até 2013. Se for assim, serão necessários 77 milhões de toneladas de celulose para atender a demanda. "Mas o mundo vai produzir só 53 milhões de toneladas. Essa diferença pode ser compensada pela biotecnologia que vai produzir árvores com menor tempo de maturação, aumentando a capacidade de produção", diz.
Todas as empresas de papel e celulose no mundo estão desenvolvendo pesquisas sobre biotecnologia.
Pela legislação atual, as pesquisas são permitidas, mas o comércio de madeira transgênica só poderá acontecer após a criação de um marco regulatório no país e da aprovação dos órgãos internacionais.
As discussões sobre o tema começaram agora e devem durar cerca de três anos. Ao mesmo tempo, a indústria continuará desenvolvendo pesquisas.
O Brasil possui a maior produtividade do mundo no plantio de árvores com 43 metros cúbicos de madeira por hectare. "Os investimentos privados estão focados para ampliarem o uso da madeira nos próximos 15 anos.
O setor quer ser reconhecido mundialmente nos múltiplos usos da floresta plantada", diz Elizabeth. As discussões da Bracelpa na Conferência das Nações Unidas serão realizadas nos dias 18 e 19 de junho.
Há quem acredite que as indústrias não podem deixar de fazer pesquisas tecnológicas para aumentar a produção, competitividade e reduzir os custos.
Há também quem acredite que antes de qualquer decisão sobre o tema, todas as questões relativas à biossegurança devem estar totalmente esclarecidas. Os dois lados estão certos.
Segundo Elizabeth Carvalhaes, presidente-executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) "A biossegurança é o tema mais importante na discussão do plantio de árvores geneticamente modificadas e precisa ser amplamente debatido", diz.
O setor de papel e celulose deu início a uma série de debates sobre o tema, que devem demorar cerca de três anos. É que a capacidade instalada do segmento está no limite e para a atender a crescente demanda, a principal alternativa são os transgênicos. Em 10 anos, o país deve dobrar a sua área plantada, passando de 7 milhões de hectares para 14 milhões de hectares. "Mesmo assim, o crescimento não vai acompanhar a evolução da população mundial que deve chegar a 8 bilhões de habitantes em 2025 e vai demandar mais celulose, carvão vegetal usado na indústria e painéis de madeira usada na construção civil", diz Elizabeth.
Segundo um estudo da Bracelpa, a biotecnologia arbórea terá benefícios econômicos como a melhoria da produtividade com o mesmo investimento; redução dos custos de produção e aumento da competitividade.
Entre os benefícios ambientais estão o maior controle de pragas e doenças. As vantagens sociais incluem o atendimento de demandas geradas pelo crescimento mundial, melhoria na educação e capacitação profissional; e maior geração de emprego e renda. C.S.

Fonte: APRE / Brasil Econômico

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