Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

domingo, 22 de julho de 2012

America Latina: Continente à prova


Para boa parte da América Latina, os últimos dez anos serão guardados dentro da caixa de boas lembranças. Os latinos americanos contaram com um cenário mundial favorável, de liquidez abundante e alta demanda de recursos naturais e commodities agrícolas das quais a região é grande produtora. O Peru, por exemplo, antes lembrado apenas pelas guerrilhas, registrou taxas de crescimento semelhantes às de países asiáticos; a Colômbia ganhou grau de investimentos e o Brasil atraiu a atenção do mundo com um mercado interno fortalecido por sua nova classe média. 

Agora, o horizonte pode não ser tão estimulante. Frente a um ambiente externo mais volátil nos próximos anos, países latino-americanos testarão seu sistema de defesa, depois de uma década de alto crescimento. E esse estará na discussão de 9 e 10 de agosto no seminário internacional realizado pelo IBRE. No evento, serão debatidos os caminhos a serem seguidos por seis economias: Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México. Para o curto prazo, os analistas não veem grandes turbulências para a região. Isso, imaginando um cenário de recessão moderada nos países europeus, a manutenção de fluxos financeiros a America latina e uma acomodação da taxa de crescimento da China para um modelo de mais consumo e menos investimentos que não prejudique o fluxo de exportação latino-americana. “Observamos que no primeiro trimestre a região já reduziu o ritmo de desaceleração observada no último trimestre de 2011, e poderá crescer 3,7%”, diz Juan Alberto Fuentes, diretor da Divisão de Desenvolvimento Econômico da Cepal. 

Essa visão global, no entanto, esconde um universo heterogêneo de perspectivas e desafios. O México, país que menos cresceu na última década tem a melhor o perspectiva de crescimento, graças a uma recuperação precária, mas real, da economia norte-americana, destino de 80% de suas exportações. Já a Argentina depende de ajustes macro que corrijam o forte déficit que hoje registra, independente do cenário externo. Para o Brasil, Peru e Chile, mais vulneráveis a desaceleração da China, será o momento de descobrir se a relação com o país poderá se converter em uma benesse de longo prazo. “A China tem dado uma colaboração importante em termos de abrir oportunidades para os países latino-americanos. Obviamente não é uma relação importante por ser propagadora de transferência tecnológica, nem pela demanda de manufaturados”, diz Armando Castelar, coordenador da área de Economia Aplicada do IBRE. “Historicamente a América Latina tem ciclos curtos de crescimento que geram déficits nas contas externas, crises cambiais e o crescimento para”, lembra. 

Fonte: IBRE

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