Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Valoração Econômica para o Manejo Florestal Sustentável

Durante muitos anos, as metas da conservação e do crescimento econômico pareciam muito difíceis de compatibilizar. Assim como o planejamento da conservação em muitas ocasiões enfatizava muito pouco a importância do desenvolvimento econômico, da mesma forma o planejamento econômico tradicional ignorava frequentemente o aspecto ambiental.
A sustentabilidade e equidade ambiental são cada vez mais reconhecidas como partes integrantes do desenvolvimento econômico; paralelamente, o uso de ferramentas e instrumentos econômicos para apoiar a gestão da conservação do meio ambiente também vai aumentando.
Muitos estudos, de diversos países do mundo, incluindo a América do Sul, mostram que florestas manejadas sustentavelmente produzem altos valores econômicos, devido ao fato de seus produtos ingressarem no comércio internacional, gerarem recursos para o setor, apoiando estratégias de sobrevivência das comunidades e proporcionando serviços básicos e serviços essenciais que possibilitem a sobrevivência humana.
A partir de dados recentes sobre crescentes áreas de desmatamentos, surge uma pergunta básica: se o valor econômico do manjo florestal sustentável é tão grande, então porque as florestas continuam desaparecendo e sendo destruídas? Uma razão aparente é que os valores econômicos associados com o manejo florestal sustentável não são amplamente entendidos, nem são traduzidos em políticas, planos e decisões, dentro dos setores florestal ou econômico, em escala local, setorial, nacional ou global.
Como indica Pearce (1990) ao descrever enfoques econômico-ambientais para conservar florestas, há uma necessidade urgente e premente de demonstrar que as florestas possuem valores econômicos quando são manejados sustentavelmente, e que estes valores são em muitos casos significativamente maiores que os supostos valores do “desenvolvimento” derivados da destruição dos mesmos.
Basicamente, o manejo sustentável tem que ser economicamente tangível para todos os grupos e pessoas cujas atividades podem causar impacto nas florestas. Uma parte desta equação é justamente poder demonstrar e fazer entender todo o espectro de benefícios econômicos obtidos pelo manejo florestal sustentável. Outra, é buscar formas sustentáveis de captação destes benefícios, de modo que eles se acumulem como valores e ganhos reais para os diferentes atores, como as comunidades locais, o setor privado e o governo, cujas ações concretas influenciem no estado do meio ambiente. E uma terceira, é tomar decisões e desenvolver ações concretas para superar as distorções do mercado, tanto econômicas quanto políticas, que animam as pessoas a destruírem as florestas. Por outro lado, é imprescindível que nos conscientizemos das diversas categorias de valores a serem consideradas.

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