O Canadá se retirou do Protocolo de Kyoto sobre a redução das emissões de gases do efeito estufa, declarou nesta segunda-feira o ministro canadense do Meio Ambiente, Peter Kent.
"Estamos invocando o direito legal do Canadá de abandonar formalmente (o Protocolo de) Kyoto", disse Kent após a conferência da ONU sobre o aquecimento global encerrada no domingo em Durban, África do Sul.
"Kyoto não funciona" e o Canadá corre o risco de pagar multas de vários bilhões de dólares se permanecer neste acordo".
Segundo o ministro canadense, "Kyoto não é o caminho para uma solução global para a mudança climática, e sim um impedimento".
"Acreditamos que o caminho para se avançar passa por um novo acordo, com compromissos legais vinculantes para todos os maiores emissores que nos permita, como país, seguir gerando empregos e crescimento econômico".
Kent também assinalou que a saída do Protocolo de Kyoto evitará grandes impactos sobre a economia canadense.
"Atingir os objetivos de Kyoto em 2012 seria o equivalente a tirar cada carro, caminhão, trator, ambulância, patrulha da polícia ou qualquer outro tipo de veículo das ruas canadenses, ou fechar todo o setor agropecuário ou até cortar a calefação em cada residência, escritório, hospital, fábrica e prédio no Canadá", argumentou o ministro.
Peter Kent destacou que o Canadá seguirá com com seu plano que prevê uma redução de 20% nas emissões até 2020, com base nos níveis registrados em 2006, o que para os críticos representa um mero 3% em relação aos níveis de 1990.
Segundo relatórios elaborados em 2010, as emissões de carbono no Canadá cresceram 35% desde 1990.
O governo conservador do premier Stephen Harper anunciou no ano passado suas próprias medidas para reduzir as emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa, se alinhando aos objetivos dos Estados Unidos.
O Protocolo de Kyoto, fechado em 1997, é o único tratado global que fixa reduções de emissões globais de carbono.
Mas as reduções fixadas afetam exclusivamente os países ricos, com exceção dos Estados Unidos, que não é signatário do acordo, e não afeta os grandes emergentes como China ou Índia.
Sob o Protocolo de Kyoto, o Canadá concordou em reduzir até 2012 suas emissões de carbono a 6% menos que os níveis registrados em 1990, mas, em vez disso, suas emissões aumentaram consideravelmente.
A saída do Canadá do protocolo fará com que o país evite pagar multas de até 13,6 bilhões de dólares por não ter cumprido as metas.
A decisão canadense é um golpe simbólico e um grave revés para um processo já debilitado por sérias divisões.
Os representantes de cerca de 190 países aprovaram no domingo na conferência da ONU sobre o clima de Durban um mapa do caminho para um acordo global em 2015 destinado a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Se for aprovado em 2015, o acordo entrará em vigor em 2020 e se tornará a primeira arma na luta contra a mudança climática.
Fonte: Folha
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