Nas fases iniciais do processo de desenvolvimento econômico, alguns modelos constatam que a população total concentra-se no meio rural e que o setor primário gera a maior parte da riqueza nacional. Assim, à medida que a economia vai se desenvolvendo, as populações e atividades vão sendo transferidas para a economia urbana aumento a produtividade total e o nível de renda.
Diante desse processo, a agricultura seria chamada a desempenhar importante papel no desenvolvimento, ao cumprir funções básicas onde exerceria fortes efeitos de encadeamento no restante da economia. Em países com ampla base agrícola, essa função de estimular o desenvolvimento torna-se ainda mais importante, principalmente em regiões mais distantes dos centos industriais tradicionais.
Um modelo inspirado nessa abordagem é o modelo do impacto urbano-industrial. Segundo Souza[1] (2011) modelo afirma que a implantação de grandes projetos industriais e a criação, em determinadas áreas, de novos centros urbanos cria empregos diretos e indiretos causando impactos na agricultura elevando a demanda de alimentos e matérias-primas, determinando a expansão da oferta agrícola. Portanto, esse modelo considera a dependência do crescimento agrícola do crescimento urbano-industrial. Ao contrário, um crescimento agrícola autônomo não seria capaz de provocar efeitos tão visíveis sobre o crescimento urbano-industrial.
Porém, a partir dos anos de 1960 essa abordagem começou a mudar. Passou-se a defender um equilíbrio, via mercado, entre setores agrícola e industrial (SOUZA, 2011). Nas décadas de 1970 e 1980, sobretudo, a ênfase recaía sobre a influência de estímulos autônomos, provenientes da agricultura, sobre o resto da economia. Assim, estudos e políticas econômicas passaram a estimular o papel da agricultura no processo de desenvolvimento econômico.
À medida que se intensificam as relações de interdependência entre os setores agrícola e industrial, a expansão de um deles é condicionada ao desempenho do outro. Assim, a agricultura crescerá mais rapidamente se a demanda por alimentos e matérias-primas, também, estiverem em expansão rápida, em decorrência do crescimento da renda e do emprego. A indústria depende tanto da oferta de matérias-primas agrícolas quanto da oferta de alimentos. Essa interdependência apresenta-se mais forte no caso das agroindústrias, ocasião em que os setores agrícola e industrial se confundem em um único.
Da mesma forma, o crescimento da renda e do emprego no meio rural influencia na expansão do mercado de bens industriais de consumo final. No mesmo sentido em que a agricultura responde às sinalizações do mercado, adotando inovações tecnológicas, há uma tendência de essa interdependência aumentar ainda mais.
Para tanto, é preciso coordenar os diversos setores entre os diferentes órgãos governamentais a fim de maximizar os benefícios e reduzir os conflitos. Essa coordenação precisa ser bem objetiva na formulação de políticas econômicas para que os setores agrícola e industrial não sofram descontinuidades, para não reduzir a oferta, mas sem ter que afetar negativamente o conjunto da economia, tendo em vista a existência de suas interdependências.
BIBLIOGRAFIA
[1]Souza, Nali de J. de. Desenvolvimento Econômico. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário