Presidente da Unilever responsabiliza o aumento da demanda e a escassez de terras para a produção de alimentos, causada por falta de sustentabilidade na agricultura e pelas mudanças climáticas, pela alta dos preços em todo o mundo
Os líderes mundiais reunidos para o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ouviram nesta quarta-feira (25) do presidente da Unilever, Paul Polman, que ocupa também a presidência da força tarefa do G20 para segurança alimentar e agricultura, que a missão de oferecer comida para a população mundial ficará cada vez mais difícil.
“A era da comida barata acabou. Estimo que os preços de todos os alimentos devem subir ao menos 2% ou 3% no decorrer de 2012”, afirmou Polman.
Essa tendência de aumento deverá ser uma constante nos próximos anos não apenas por causa do crescimento populacional, mas também devido ao incremento dos custos de produção.
“Os dois principais fatores para a alta dos preços são o aumento da demanda e a escassez de terras agriculturáveis. As mudanças climáticas e a prática de métodos agrícolas ultrapassados estão limitando o espaço para a produção e assim subindo os custos”, disse.
Segundo Polman, é necessário que governos e empresas se unam para investir em novas tecnologias e em projetos que garantam que os pequenos proprietários rurais continuem a produzir.
“Mais de US$ 70 bilhões anuais deveriam estar sendo destinados para a questão da segurança alimentar. Mas a ONU não tem como fazer isso sozinha, é preciso que todos os setores da sociedade participem das discussões e financiem atividades que incentivem o aumento da produção de alimentos. A população rural deve ficar no campo”, explicou.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mais de um bilhão de pessoas passam fome todos os dias, um número que cresce a cada ano.
Energias
Além de comida e crise europeia, outro tema que está em destaque em Davos é o futuro do petróleo e a matriz energética mundial.
Problemas políticos no Irã e na Nigéria, somados ao abandono dos planos da geração nuclear de energia em países como Japão e Alemanha, tendem a fazer o preço dos combustíveis fósseis disparar nos próximos anos.
O preço do barril de petróleo já está fora do alcance da maioria dos países africanos, que enxergam nas fontes alternativas a única solução.
“A África não tem outra opção senão apostar no desenvolvimento sustentável e nas fontes renováveis. Temos que fazer isso para atender a demanda interna de energia, mesmo se não levarmos em conta as consequências das mudanças climáticas”, afirmou Meles Zenawi, primeiro-ministro da Etiópia, à agência AP.
“Eu não sei como está a situação nas nações desenvolvidas, mas já estamos racionando os combustíveis fósseis. Talvez esse problema seja uma benção disfarçada, nos forçando a buscar um caminho mais sustentável de vida”, continuou Zenawi.
Ocupação de Bilionários
Enquanto Wall Street foi palco de manifestações contra a desigualdade econômica por protestantes que representavam os 99% da população mundial, Davos está sendo ocupada pelo 1% restante. O curioso é que os bilionários estão também clamando por mais justiça na distribuição da riqueza.
“A ordem sócio-econômica mundial está se transformando e as empresas precisam se concentrar tanto em lucrar quanto em garantir uma distribuição mais justa dos ganhos. O Fórum Econômico Mundial pode fazer muito mais nesse sentido do que qualquer manifestação em Wall Street”, afirmou Victor Pinchuk, bilionário ucraniano que será anfitrião em Davos de um evento sobre filantropia, à Bloomberg.
Propostas partindo dos bilionários realmente estão aparecendo, como a de Denis O’Brien, proprietário de uma empresa de telecomunicações, que deseja incentivar companhias a montarem instalações no Haiti, país que foi devastado por um terremoto em 2010 e onde 80% da população vive abaixo da linha da pobreza.
“As pessoas acreditam que a elite financeira mundial tem se comportado abominavelmente, e muitos realmente agiram mal. É hora das corporações destinarem uma parte de seus lucros para questões sociais”, disse O`Brien.
Vikas Oberoi, dono da segunda maior construtora da Índia, resumiu bem o sentimento com relação a Davos.
“Muitos dos que estão reunidos no Fórum Econômico Mundial são os responsáveis pelas desigualdades que vemos no planeta. Espero que o encontro seja mais do que uma festa de confraternização.”
Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais
“A era da comida barata acabou. Estimo que os preços de todos os alimentos devem subir ao menos 2% ou 3% no decorrer de 2012”, afirmou Polman.
Essa tendência de aumento deverá ser uma constante nos próximos anos não apenas por causa do crescimento populacional, mas também devido ao incremento dos custos de produção.
“Os dois principais fatores para a alta dos preços são o aumento da demanda e a escassez de terras agriculturáveis. As mudanças climáticas e a prática de métodos agrícolas ultrapassados estão limitando o espaço para a produção e assim subindo os custos”, disse.
Segundo Polman, é necessário que governos e empresas se unam para investir em novas tecnologias e em projetos que garantam que os pequenos proprietários rurais continuem a produzir.
“Mais de US$ 70 bilhões anuais deveriam estar sendo destinados para a questão da segurança alimentar. Mas a ONU não tem como fazer isso sozinha, é preciso que todos os setores da sociedade participem das discussões e financiem atividades que incentivem o aumento da produção de alimentos. A população rural deve ficar no campo”, explicou.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mais de um bilhão de pessoas passam fome todos os dias, um número que cresce a cada ano.
Energias
Além de comida e crise europeia, outro tema que está em destaque em Davos é o futuro do petróleo e a matriz energética mundial.
Problemas políticos no Irã e na Nigéria, somados ao abandono dos planos da geração nuclear de energia em países como Japão e Alemanha, tendem a fazer o preço dos combustíveis fósseis disparar nos próximos anos.
O preço do barril de petróleo já está fora do alcance da maioria dos países africanos, que enxergam nas fontes alternativas a única solução.
“A África não tem outra opção senão apostar no desenvolvimento sustentável e nas fontes renováveis. Temos que fazer isso para atender a demanda interna de energia, mesmo se não levarmos em conta as consequências das mudanças climáticas”, afirmou Meles Zenawi, primeiro-ministro da Etiópia, à agência AP.
“Eu não sei como está a situação nas nações desenvolvidas, mas já estamos racionando os combustíveis fósseis. Talvez esse problema seja uma benção disfarçada, nos forçando a buscar um caminho mais sustentável de vida”, continuou Zenawi.
Ocupação de Bilionários
Enquanto Wall Street foi palco de manifestações contra a desigualdade econômica por protestantes que representavam os 99% da população mundial, Davos está sendo ocupada pelo 1% restante. O curioso é que os bilionários estão também clamando por mais justiça na distribuição da riqueza.
“A ordem sócio-econômica mundial está se transformando e as empresas precisam se concentrar tanto em lucrar quanto em garantir uma distribuição mais justa dos ganhos. O Fórum Econômico Mundial pode fazer muito mais nesse sentido do que qualquer manifestação em Wall Street”, afirmou Victor Pinchuk, bilionário ucraniano que será anfitrião em Davos de um evento sobre filantropia, à Bloomberg.
Propostas partindo dos bilionários realmente estão aparecendo, como a de Denis O’Brien, proprietário de uma empresa de telecomunicações, que deseja incentivar companhias a montarem instalações no Haiti, país que foi devastado por um terremoto em 2010 e onde 80% da população vive abaixo da linha da pobreza.
“As pessoas acreditam que a elite financeira mundial tem se comportado abominavelmente, e muitos realmente agiram mal. É hora das corporações destinarem uma parte de seus lucros para questões sociais”, disse O`Brien.
Vikas Oberoi, dono da segunda maior construtora da Índia, resumiu bem o sentimento com relação a Davos.
“Muitos dos que estão reunidos no Fórum Econômico Mundial são os responsáveis pelas desigualdades que vemos no planeta. Espero que o encontro seja mais do que uma festa de confraternização.”
Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais
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