Em termos gerais, os ecossistemas florestais são parte integrante do sistema produtivo indígena e camponês, não podendo ser considerados separadamente dos demais componentes da economia rural.
Existem, certamente, autênticas “culturas florestais” com importantes conhecimentos sobre os usos dos bens e serviços florestais, embora confrontem diferentes processos de mudança. Mas também os atores rurais com acesso a recursos florestais tendem a criar um equilíbrio entre a necessidade de solo florestal para ampliar a fronteira agrícola, o que proporciona, por exemplo, água ou pasto para a pecuária. No entanto, em situações de acesso precário à terra e em regiões de expansão de fronteira agrícola frequentemente entra em conflito com a “cultura florestal” remanescente e tende a prevalecer sobre ela.
A sustentabilidade do desenvolvimento depende precisamente das interações entre o conjunto de recursos disponíveis (atuais e potenciais), de maneira que seja possível valorá-los de forma diferenciada e diferenciar as modalidades de controle sobre as pressões exercidas pelas pessoas. E isto exige prestar atenção às suas lógicas culturais e produtivas, considerando sua estrutura e orientação (subsistência/mercado, etc.).
Na realidade, o uso sustentável poderia ser caracterizado como a arte de manejar os recursos a partir das pressões que as pessoas exercem sobre eles, incorporando e ampliando os elementos “positivos” da relação com o entorno (conhecimentos tradicionais, práticas sustentáveis). E este “manejo de pressões” implica analisar a origem, as manifestações e a orientação dos usos, identificando também as causas não locais das pressões e sua relação com a cena local, buscando aproximar progressivamente os comportamentos das pessoas ao ideal ambiental ao longo do “processo de uso”.
BIBLIOGRAFIA
Izko, X., Burneo, D. Ferramentas para Valoração e Manejo Sustentável dos Bosques Sul-Americanos. União Mundial para a Natureza – UICN-Sur, 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário