A tendência estrutural das empresas e companhias segue em direção à maximização dos ganhos e à minimização dos custos no menor tempo possível, sem levar em consideração os danos ambientais dos bens coletivos.
As preocupações ambientais estão sendo incorporadas de diferentes maneiras dentro da lógica produtiva empresarial, e podem existir sem dúvida boas intenções em muitas empresas. Mas o que não faltam são empresas mal intencionadas para que atuem de maneira nociva, bastando que respondam de maneira racional aos sinais econômicos do mercado e de uma sociedade de consumo como a contemporânea (Jacobs, 1995).
A mudança da cultura por parte das empresas com relação ao meio ambiente está estreitamente ligada à existência de um mercado competitivo. Neste tipo de mercado, as ações voluntárias, apesar de desejáveis, são arriscadas, porque podem colocar a empresa em desvantagem. Daí a necessidade de que sejam estabelecidas regulamentações compartilhadas, já que a proteção ambiental é custosa e, do ponto de vista da maioria das empresas, a melhor situação é aquela na qual não se impõe nenhum custo em absoluto. Ou seja, se uma empresa maximiza lucros e escolhe ofertar uma quantidade de produtos y, então ela tem de minimizar o custo de produzir y. Portanto, a empresa prefere não arcar com os custos da preservação ambiental a minimizar os lucros (Varian, 2006).
A substituição de tecnologias contaminadoras e predatórias por tecnologias limpas e a compensação por danos ambientais causados por setores poluidores constitui ainda uma prioridade ambiental nas circunstâncias atuais. Desta forma, é necessário ampliar a categoria de interlocução estabelecendo alianças estratégicas com diferentes setores. Além de redefinir o papel redistributivo do Estado e de consolidar a sensibilidade social, se faz necessário uma nova cultura empresarial que saiba valorar os ativos dos atores locais, sua cultura e os recursos naturais que dispõem, além de colocar como um dos eixos estruturais do desenvolvimento a criação de empresas associadas com as populações locais.
É evidente que uma associação desta natureza tem suas vantagens permitindo conjugar a valoração dos conhecimentos e recursos naturais com as exigências de continuidade e qualidade dos mercados, enquanto os investidores externos não manipularem a associação como uma estratégia para assegurar e legitimar o acesso aos recursos naturais ao mais baixo custo possível.
Esta nova cultura empresarial tem também como contrapartida a consolidação do sentido de responsabilidade por parte dos atores locais tradicionais com relação a seu próprio futuro e ao uso sustentável de recursos que são também patrimônio coletivo e de futuras gerações, mas sem descuidar da produção como benefício imediato para as gerações atuais.
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