Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Piora no Brasil desacelera produção global de biocombustíveis

A produção global de biocombustíveis deve desacelerar no médio prazo, em razão da piora das perspectivas para o setor no Brasil e a saturação do mercado nos Estados Unidos, afirma a Agência Internacional de Energia (AIE). A projeção de oferta para o período entre 2010 e 2016 foi reduzida, em média, em 130 mil barris por dia por ano. Dessa forma, o aumento global da produção deve ser de apenas 400 mil barris por dia no período, abaixo da estimativa anterior, de 500 mil.
"O crescimento mais fraco no médio prazo construiu a base para um perfil mais morno à frente", afirma relatório divulgado pelo órgão. Em 2011, a produção global de biocombustíveis deve ficar em 1,8 milhão de barris por dia, praticamente no mesmo nível de 2010, o que configura a menor taxa de crescimento anual da última década.
A produção brasileira de etanol em 2011 deve sofrer redução de 75 mil barris por dia, para 375 mil, em virtude da fraca safra de cana-de-açúcar e da alta no preço do açúcar. O governo está tentando suavizar o desequilíbrio entre oferta e demanda no curto prazo com novas obrigações de estoques e aumento da regulação do setor, diz o relatório. "Mesmo assim, os desafios econômicos da produção e o desinvestimento (em capacidade de produção de cana e etanol) devem persistir no médio prazo", afirma a AIE.
A entidade reduziu a projeção para a produção brasileira em 100 mil barris por dia ao ano, em média, entre 2012 e 2016. A produção deve atingir "apenas" 530 mil barris por dia em 2016, com risco de novo rebaixamento em razão das incertezas sobre futuros investimentos.
A produção de etanol dos Estados Unidos deve ficar em 900 mil barris por dia em 2011, em linha com a estimativa da AIE. O crescimento da oferta tende a desacelerar no médio prazo, com o fim do crédito fiscal de US$ 0,45 por galão e o enfraquecimento do investimento em destilaria em meio à saturação do mercado norte-americano. A projeção de etanol dos Estados Unidos deve atingir 980 mil barris por dia em 2016.
Fonte: Jornal do Meio Ambiente

Resíduos de Construção e Demolição (RCD)

Inicialmente, ao falarmos de entulho, devemos vê-lo como uma fonte de materiais de grande utilidade para a construção civil. A reciclagem na área de construção civil ocorre das seguintes maneiras: uso de resíduos de outras indústrias, como siderúrgica e metalúrgica; transformação dos resíduos de obras e demolição em novos materiais de construção. O processo de reciclagem de RCD, realizado em usinas de reciclagem de resíduos de construção civil (URRCC), é composto por uma triagem das frações inorgânicas e não-metálicas do resíduo, excluindo madeira, plástico e metal, que são direcionados a outras empresas do setor de reciclagem. Em seguida obtém-se o agregado reciclado, resultado do resíduo britado ou quebrado em partes menores e classificado conforme sua granulometria. A aplicação do agregado reciclado se dá atualmente em base e sub-base de pavimentação, devido ao grande volume absorvido e a facilidade de processamento.

A Resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 5 de julho de 2002, estabeleceu diretrizes para a gestão dos resíduos da construção e demolição, direcionando responsabilidades para os geradores de RCD, tanto do poder público como da iniciativa privada, e também defniu e classifcou aquilo que, na linguagem popular, é chamado de “entulho”.

MAS O QUE SÃO OS RCD?
Conforme o Art. 3º da Resolução, eles são classificados em:


Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;


b) de construção, demolição, reformas e reparos de edifcações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;


c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc. produzidas nos canteiros de obras;


Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;


Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;


Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.


A partir dessa classificação, quem trabalha no setor deve ter como objetivo não gerar resíduos, mas, se gerar, deve cuidar de sua reutilização, reciclagem e destinação fnal correta. Cada município tem a responsabilidade de estabelecer ações para que seja cumprida a resolução do Conama. Inclusive, deve disponibilizar uma área própria para o depósito desse tipo de material, já que, de forma nenhuma ele pode ir para os aterros comuns.


TRAJETÓRIA DOS RCD

1. Triagem: deve ser realizada na obra e respeitar a classifcação do Conama (de acordo com as classes A, B, C e D);
2. Acondicionamento: armazenar corretamente até que seja transportado;
3. Transporte: de acordo com suas características e com as normas técnicas específcas;
4. Destinação: conforme as quatro classes estabelecidas


BENEFÍCIOS DA RECICLAGEM E DO BOM APROVEITAMENTO DOS MATERIAIS
A reciclagem e o reaproveitamento do entulho, assim como a diminuição do desperdício de materiais de construção, são fundamentais para a mudança do cenário de degradação que os resíduos causam. A reciclagem contribui reaproveitando material já retirado do meio ambiente, no caso, matérias-primas fnitas como, por exemplo, pedras retiradas de pedreiras ou areia em leito de rios. Projetos mal elaborados, obras inacabadas e abandonadas, materiais de qualidade duvidosa, transporte ou armazenamento inadequado, mão de obra inexperiente e até mesmo as conhecidas reformas que substituem materiais de construção gerando quantidades enormes de entulho são algumas das causas do desperdício.
Investir na implementação de uma gestão limpa e saudável na área de RCD é fundamental para o meio ambiente e para a economia dos municípios, que passam a gastar menos recursos em coleta, limpeza de bueiros e tratamento de doenças. Atualmente, a quantidade de resíduos gerados é considerada grande, ocupando muito espaço nos aterros; seu transporte, em função  do volume e do peso, é bastante caro. A reciclagem e o reaproveitamento dos RCD são extremamente importantes para controlar e atenuar os problemas ambientais, assim como para produzir diversos materiais de valor agregado.


USINA DE RECICLAGEM DE ENTULHO ou RCD
Uma usina básica para a reciclagem de resíduos de construção e demolição é constituída por: alimentador vibratório, britadores, transportadores de correia e peneira classifcatória (os quais devem ser dimensionados ao volume a ser processado), e, caso seja necessário, equipamento para lavagem dos agregados reciclados.


Uma planta básica, com equipamentos novos, fica em torno de R$ 1 milhão para um processamento a partir de 50 toneladas por hora, incluindo infraestrutura de construção civil. Utilizando equipamentos usados, o valor pode cair para R$ 600 mil e uma usina de última geração, com tecnologia importada, pode chegar a R$ 3 milhões.


Resíduos como cerâmica, blocos, concretos, pisos e azulejos podem ser transformados em agregados reciclados como areia, pedrisco, brita e bica corrida. “Esses agregados são utilizados como base e sub-base de pavimentação, concreto para ser usado em guias, sarjetas, mourões, blocos de vedação e em outras aplicações menores, como no paisagismo”, afrma. O material reciclado ainda pode ser muito útil para o controle de erosões, recuperação de estradas rurais e pavimentação (bloquetes para pisos intertravados).
Extremamente vantajoso, o uso dos materiais reciclados chega a gerar uma economia de até 30% em relação a similares com matéria-prima não reciclada, dependendo dos gastos indiretos e da tecnologia empregada nas instalações de reciclagem.
No entanto, não há dúvida de que será sempre mais benéfco para o meio ambiente. Grandes pedaços de concreto podem ser empregados para conter processos erosivos na orla marítima, enquanto o entulho triturado e preparado pode ser utilizado em pavimentação, operações tapa-buraco, construção civil, entre outros.


USINAS DE RECICLAGEM DE RCD NO BRASIL

CidadePropriedadeInstalação   Cap. (t/n)Situação
São Paulo/SPPrefeitura1991100             Desativada
Londrina/PRPrefeitura199320             Desativada
B. Horizonte (Estoril)Prefeitura199430             Operando
B. Horizonte (Pampulha)Prefeitura199620             Operando
Ribeirão Preto/SPPrefeitura199630             Operando
Piracicaba/SPAutarquia/Emdhap199615             Operando
SãoJosédosCampos/SPPrefeitura199730             Desativada
Muriaé/MGPrefeitura19978              Desativada
São Paulo/SPATT Base199815             Desativada
Macaé/RJPrefeitura19988              Desativada
São Sebastião/DFAdm. Regional19995              Desativada
Socorro/SPIrmãos Preto20003              Operando
Guarulhos/SPPrefeitura/Proguaru200015             Operando
Vinhedo/SPPrefeitura200015             Operando
Brasília/DFCaenge200130             Operando
Fortaleza/CEUsifort200260             Operando
Ribeirão Pires/SPPrefeitura200315             Desativada
Ciríaco/RSPrefeitura200315             Desativada
São Gonçalo/RJPrefeitura200435             Paralisada
Jundiaí/SPSMR200420             Operando
Campinas/SPPrefeitura200470             Operando
São B. do Campo/SPUrbem200550             Operando
São B. do Campo/SPEcoforte200570             Desativada
São José do Rio Preto/SPPrefeitura200530             Operando
São Carlos/SPPrefeitura/Prohab200520             Operando
B. Horizonte (BR040)/MGPrefeitura200640             Operando
Ponta Grossa/PRP. Grossa Amb.200620             Operando
Taboão da Serra/SPEstação Ecologia200620             Operando
João Pessoa /PBPrefeitura/Emlur200725             Operando
Caraguatatuba/SPJC200715             Operando
Colombo/PRSoliforte200740             Operando
Limeira/SPRL Reciclagem200735             Operando
Americana/SPCemara200725             Operando
Piracicaba/SPAutarquia/Semae200720             Operando
Santa Maria/RSGR2200715             Operando
Osasco/SPInst. Nova Agora200725             Instalando
Rio das Ostras/RJPrefeitura200720             Instalando
Brasília/DFCAENGE200830             Operando
Londrina/PRKurica Ambiental200840             Operando
São Luís/MALimpel200840             Operando
São J. dos Campos/SPRCC Ambiental200870             Operando
Paulínia/SPEstre Ambiental2008100            Operando
Guarulhos/SPHenfer200830             Instalando
Barretos/SPPrefeitura200825             Instalando
São José dos Campos/SPJulix - Enterpa200825             Instalando
Petrolina/PEPrefeitura200825             Instalando
Itaquaquecetuba/SPEntrec Ambiental200840             Instalando

QUALIDADE
  Normas relacionadas:
ABNT NBR 15112 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação - Link para consulta

ABNT NBR 15113 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação - Link para consulta

ABNT NBR 15114 - Resíduos sólidos da Construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação - Link para consulta

ABNT NBR 15115 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação - Procedimentos - Link para consulta

ABNT NBR 15116 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos - Link para consulta
ABNT NBR NM 27 - Agregados - Redução da amostra de campo para ensaios de laboratório - Link para consulta
ABNT NBR 7181- Solo - Análise granulométrica - Link para consulta
ABNT NBR NM 248 - Agregados - Determinação da composição granulométrica - Link para consulta
ABNT NBR NM 46 - Agregados -Determinação do material fino que passa através da peneira 75 m por lavagem
ABNT NBR NM 53 - Agregado graúdo - Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de água - Link para consulta
ABNT NBR NM 30 - Agregado miúdo - Determinação da absorção de água - Link para consulta
ABNT NBR 7211 - Agregados para concreto - Especificação - Link para consulta
ABNT NBR 7809 - Agregado graúdo - Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro - Link para consulta
ABNT NBR 9895 - Solo - Indice de suporte califórnia
ABNT NBR 9917 - Agregados para concreto – Determinação de sais, cloretos e sulfatos solúveis


INFORMAÇÖES ADICIONAIS:
Revista Visão Ambiental - Caderno de Resíduos - Especial RCD - Link para download -Link para consulta
Resolução 307 na íntegra - Link para consulta
Artigos Técnicos USP - Reciclagem de Resíduos da Construção Civil - Link para consulta


Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente da Createc

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Após conferência do clima, Canadá anuncia saída do Protocolo de Kyoto

O Canadá se retirou do Protocolo de Kyoto sobre a redução das emissões de gases do efeito estufa, declarou nesta segunda-feira o ministro canadense do Meio Ambiente, Peter Kent.
"Estamos invocando o direito legal do Canadá de abandonar formalmente (o Protocolo de) Kyoto", disse Kent após a conferência da ONU sobre o aquecimento global encerrada no domingo em Durban, África do Sul.
"Kyoto não funciona" e o Canadá corre o risco de pagar multas de vários bilhões de dólares se permanecer neste acordo".
Segundo o ministro canadense, "Kyoto não é o caminho para uma solução global para a mudança climática, e sim um impedimento".
"Acreditamos que o caminho para se avançar passa por um novo acordo, com compromissos legais vinculantes para todos os maiores emissores que nos permita, como país, seguir gerando empregos e crescimento econômico".
Kent também assinalou que a saída do Protocolo de Kyoto evitará grandes impactos sobre a economia canadense.
"Atingir os objetivos de Kyoto em 2012 seria o equivalente a tirar cada carro, caminhão, trator, ambulância, patrulha da polícia ou qualquer outro tipo de veículo das ruas canadenses, ou fechar todo o setor agropecuário ou até cortar a calefação em cada residência, escritório, hospital, fábrica e prédio no Canadá", argumentou o ministro.
Peter Kent destacou que o Canadá seguirá com com seu plano que prevê uma redução de 20% nas emissões até 2020, com base nos níveis registrados em 2006, o que para os críticos representa um mero 3% em relação aos níveis de 1990.
Segundo relatórios elaborados em 2010, as emissões de carbono no Canadá cresceram 35% desde 1990.
O governo conservador do premier Stephen Harper anunciou no ano passado suas próprias medidas para reduzir as emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa, se alinhando aos objetivos dos Estados Unidos.
O Protocolo de Kyoto, fechado em 1997, é o único tratado global que fixa reduções de emissões globais de carbono.
Mas as reduções fixadas afetam exclusivamente os países ricos, com exceção dos Estados Unidos, que não é signatário do acordo, e não afeta os grandes emergentes como China ou Índia.
Sob o Protocolo de Kyoto, o Canadá concordou em reduzir até 2012 suas emissões de carbono a 6% menos que os níveis registrados em 1990, mas, em vez disso, suas emissões aumentaram consideravelmente.
A saída do Canadá do protocolo fará com que o país evite pagar multas de até 13,6 bilhões de dólares por não ter cumprido as metas.
A decisão canadense é um golpe simbólico e um grave revés para um processo já debilitado por sérias divisões.
Os representantes de cerca de 190 países aprovaram no domingo na conferência da ONU sobre o clima de Durban um mapa do caminho para um acordo global em 2015 destinado a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Se for aprovado em 2015, o acordo entrará em vigor em 2020 e se tornará a primeira arma na luta contra a mudança climática.

Fonte: Folha

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Produção florestal brasileira cresce e soma R$ 14,7 bilhões em 2010, diz IBGE

Por Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A produção primária florestal somou R$ 14,7 bilhões em 2010, R$ 1,1 bilhão a mais que em 2009. Os dados fazem parte da Pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs) 2010, divulgada hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram analisados 38 produtos oriundos do extrativismo vegetal (exploração de recursos vegetais nativos como madeira, látex, frutos e raízes) e sete da silvicultura (reprodução de florestas visando à produção de madeira, resinas, carvoejamento, proteção ambiental etc.).
A participação da silvicultura respondeu por 71,8% (R$ 10,7 bilhões) do valor gerado pela produção florestal em 2010, enquanto a extração vegetal teve participação de 28,2% (R$ 4,2 bilhões). Em 2009, 66,3% (R$ 9 bilhões) dos produtos florestais eram oriundos da silvicultura e 33,7% (R$ 4,6 bilhões) do extrativismo vegetal.

O estudo sugere que a maior participação da silvicultura na produção e a queda do extrativismo vegetal são consequências da forte atuação dos órgãos fiscalizadores e ambientais e da demanda por produtos florestais que não para de crescer.

Os produtos madeireiros na extração vegetal renderam R$ 3,4 bilhões (81,5% de participação) e os não madeireiros, R$ 778,2 milhões (18,5%). Por outro lado, dos produtos madeireiros do extrativismo, quatro dos cinco estudados tiveram queda na produção: carvão vegetal (-8,7%), lenha (-7,9%), madeira em tora (-17%) e nó de pinho (-11,3%).

Dos sete produtos originários da silvicultura, seis tiveram aumento em suas produções, com exceção das cascas de acácia-negra (-3%), devido ao baixo preço do produto. Na silvicultura, os quatro produtos madeireiros somaram R$ 10,5 bilhões (98,7% de participação) e os três não madeireiros R$ 139,7 milhões (1,3%).  Dos produtos não madeireiros, a produção de folhas de eucalipto, utilizada na fabricação de óleo essencial (eucaliptol), concentrada no Sudeste e Sul, apresentou  o maior aumento (51,2%) na comparação com 2009, impulsionado pelo bom preço praticado no mercado.

Ainda segundo a pesquisa, em 2010, cerca de 90% da madeira em tora era originária da silvicultura e 9,9% da extração vegetal. Na silvicultura, 60,3% da madeira foi destinada para papel e celulose. A participação do extrativismo vegetal ganha maior peso na produção de lenha, com 43,8% da produção nacional.

Das quase 5 mil toneladas de carvão vegetal produzidas, 69,6% eram oriundas das florestas plantadas e 30,4% da extração vegetal. O carvão vegetal da silvicultura teve aumento de 1,6% em 2010 em relação a 2009.

De acordo com o IBGE, os produtos não madeireiros do extrativismo vegetal mais produzidos em 2010 foram os mesmos de 2009: coquilhos de açaí (R$ 179 milhões); amêndoas da babaçu (R$ 154,8 milhões); fibras de piaçava (R$ 117,7 milhões); erva-mate nativa (R$ 100,5 milhões); pó de carnaúba (R$ 86,2 milhões) e castanha-do-pará (R$ 55,2 milhões). Juntos, eles representaram 89% de tudo o que foi produzido no extrativismo vegetal não madeireiro.

Em comparação com 2009, 16 produtos extrativos não madeireiros tiveram aumento de produção em 2010, com destaque para frutos de açaí (7,3%), castanha-do-pará (7,7%); erva-mate (4,3%) e pinhão (10,9%).

O estudo mostrou também que, em comparação a 2009, a extração das fibras de piaçava caiu 11,1% devido à menor demanda, bem como a de amêndoas de babaçu (-2,9%), que além da menor demanda também porque a população de baixa renda que extraía o produto abandonou a atividade para realizar outras. Já a erva-mate nativa teve aumento de 4,3% em 2010 ante o ano anterior, sobretudo, devido a uma demanda maior e ao bom preço do produto no mercado.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Criação de reservas naturais em Curitiba ganha incentivos com nova lei

Lei prevê a redução de custos e burocracia, além da concessão de potencial construtivo, para incentivar a formação de reservas particulares. Curitiba já possui quatro reservas desse tipo

Uma nova lei municipal de Curitiba normatizou a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural Municipal (RPPNMs). As mudanças incluem a redução de custos e burocracia no processo e preveem a concessão de potencial construtivo como forma de incentivar donos de imóveis a transformarem suas áreas em reservas.
Atualmente, Curitiba já possui quatro reservas e outros 19 pedidos estão sendo encaminhados. De acordo com a Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores, a capital possui cerca de mil imóveis que poderiam ser transformados em reservas.

Mudanças
As alterações feitas na lei desburocratizam parte do processo, evitando a apresentação de documentos desnecessários nos processo de criação das reservas. Além disso, está previsto a transformação de áreas com menos de 70% de vegetação nativa em reserva, desde que já possua 60% da área e firme um compromisso com um plano de manejo. A subdivisão de imóveis para a criação de reservas só será autorizada em casos especiais.
O proprietário que se dispuser a transformar seu imóvel em uma reserva terá isenção de taxas municipais no processo de criação e prioridade de analise dos processos. Já a concessão de potencial construtivo será regulamentada e pode ser renovada periodicamente. O cálculo do potencial não vai levar em conta uma eventual depreciação no valor do terreno por causa da área de preservação. Os locais serão fiscalizados periodicamente e os proprietários poderão implantar edificações no terreno para fins de turismo, educação ambiental ou para moradia, desde que conste no plano de manejo.

Fonte: Gazeta do Povo

Valoração Econômica para o Manejo Florestal Sustentável

Durante muitos anos, as metas da conservação e do crescimento econômico pareciam muito difíceis de compatibilizar. Assim como o planejamento da conservação em muitas ocasiões enfatizava muito pouco a importância do desenvolvimento econômico, da mesma forma o planejamento econômico tradicional ignorava frequentemente o aspecto ambiental.
A sustentabilidade e equidade ambiental são cada vez mais reconhecidas como partes integrantes do desenvolvimento econômico; paralelamente, o uso de ferramentas e instrumentos econômicos para apoiar a gestão da conservação do meio ambiente também vai aumentando.
Muitos estudos, de diversos países do mundo, incluindo a América do Sul, mostram que florestas manejadas sustentavelmente produzem altos valores econômicos, devido ao fato de seus produtos ingressarem no comércio internacional, gerarem recursos para o setor, apoiando estratégias de sobrevivência das comunidades e proporcionando serviços básicos e serviços essenciais que possibilitem a sobrevivência humana.
A partir de dados recentes sobre crescentes áreas de desmatamentos, surge uma pergunta básica: se o valor econômico do manjo florestal sustentável é tão grande, então porque as florestas continuam desaparecendo e sendo destruídas? Uma razão aparente é que os valores econômicos associados com o manejo florestal sustentável não são amplamente entendidos, nem são traduzidos em políticas, planos e decisões, dentro dos setores florestal ou econômico, em escala local, setorial, nacional ou global.
Como indica Pearce (1990) ao descrever enfoques econômico-ambientais para conservar florestas, há uma necessidade urgente e premente de demonstrar que as florestas possuem valores econômicos quando são manejados sustentavelmente, e que estes valores são em muitos casos significativamente maiores que os supostos valores do “desenvolvimento” derivados da destruição dos mesmos.
Basicamente, o manejo sustentável tem que ser economicamente tangível para todos os grupos e pessoas cujas atividades podem causar impacto nas florestas. Uma parte desta equação é justamente poder demonstrar e fazer entender todo o espectro de benefícios econômicos obtidos pelo manejo florestal sustentável. Outra, é buscar formas sustentáveis de captação destes benefícios, de modo que eles se acumulem como valores e ganhos reais para os diferentes atores, como as comunidades locais, o setor privado e o governo, cujas ações concretas influenciem no estado do meio ambiente. E uma terceira, é tomar decisões e desenvolver ações concretas para superar as distorções do mercado, tanto econômicas quanto políticas, que animam as pessoas a destruírem as florestas. Por outro lado, é imprescindível que nos conscientizemos das diversas categorias de valores a serem consideradas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

6 problemas causados pela perda da biodiversidade

Imagem: Fernanda D'Addezio (CicloVivo) / Flickr
Imagine como é triste olhar pela janela e ver que não restou quase nada.
O site norte-americano TreeHugger listou seis problemas ocasionados pela redução das espécies da fauna e flora. O problema já é antigo, mas ainda existe. Em 2007, o Ministro Federal do Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel, estimou que 30% de todas as espécies estariam extintas até 2050.
Este é apenas um dos cenários criados por especialistas, mas existem números ainda mais alarmantes, como a possibilidade de 140 mil espécies serem perdidas a cada ano. Por este motivo, alguns estudiosos chamam o período atual de “sexta grande extinção”.
A lista que segue mostra como a humanidade é afetada por esta falta de cuidado com a biodiversidade.
1. Custo econômico da biodiversidade perdida
No topo da lista está o valor monetário da biodiversidade em todo o mundo. O ecossistema possui funções específicas, como: polinização, irrigação, recuperação do solo, entre outras coisas. Porém, com diversas áreas afetadas, a natureza não suporta exercer adequadamente todas estas atividades. O custo estimado por causa deste prejuízo natural varia de US$ 2 a 5 milhões por ano, em todo o mundo.
2. Segurança alimentar reduzida
A redução da biodiversidade não ocorre somente por meio do desmatamento ou da caça predatória. A introdução de novas espécies também aumenta a concorrência com os habitantes locais e, muitas vezes, leva à extinção populações nativas. Em grande parte do mundo isso ocorre em fazendas, com raças estrangeiras de gado sendo importadas, empurrando para fora os nativos.
Isto significa que a população mundial de gado é cada vez menor, e mais vulnerável a doenças, secas e mudanças climáticas.
3. Maior contato com doenças
A perda da biodiversidade tem dois impactos significativos na saúde humana e na propagação de doenças. Primeiro, ela aumenta o número de portadores de doenças animais nas populações locais. A mudança nos habitats, normalmente, torna as espécies infectadas mais comuns e faz com que elas prevaleçam sobre as espécies saudáveis.
Ao mesmo tempo, esta fragmentação nos habitats coloca os próprios seres humanos mais próximos do contato com os animais portadores de doenças.
4. Clima imprevisível
A previsão do tempo tem muito mais importância do que apenas influenciar a decisão por pegar ou não um guarda-chuva ao sair de casa. Os agricultores e os proprietários de áreas costeiras sabem muito bem o que isso significa. A mudança no tempo fora de época, condições meteorológicas extremas e as variações no clima podem causar grandes problemas, como a seca, deslocamento de pessoas e destruição de grandes áreas.
5. Perda de meios de subsistência
Manter os ecossistemas saudáveis é essencial para a manutenção da subsistência. Quando o oceano é afetado, por exemplo, comunidades inteiras que dependem dos recursos oferecidos por ele são afetadas. Em muitos casos, os próprios seres humanos podem ocasionar estes problemas, através da poluição, acidificação do oceano e pesca predatória, por exemplo.
6. Perder a vista natural
Além da importância da biodiversidade para a manutenção dos ecossistemas, ela influencia muito os seres humanos apenas por proporcionar belas paisagens. Imagine como é triste olhar pela janela e ver que não restou quase nada e que o pouco que ainda temos da natureza está sendo desmatado por nossas próprias mãos. Com informações do TreeHugger.

Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente do Ciclo Vico