Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

DIs disparam e sugerem alta da Selic este ano


SÃO PAULO, 7 Fev (Reuters) - Os contratos de juros futuros encerraram em forte alta nesta quinta-feira, refletindo declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que sinalizaram a possibilidade de que a Selic seja elevada em meados deste ano caso a inflação continue persistente.

A curva de juros já precifica um aumento da taxa básica de juros da ordem de 0,50 ponto percentual a partir de agosto, apesar de a maior parte dos economistas ainda prever manutenção da política monetária ao longo do ano.

Até o final de 2013, a Selic poderia subir 1 ponto percentual em relação à atual mínima histórica de 7,25 por cento, segundo apostas embutidas no mercado de juros.

"O BC mudou o discurso. Ele está explicitando uma preocupação maior com a inflação, o que pode antecipar o início do aperto monetário", afirmou o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi.

Às 16h30, o DI para janeiro de 2014 era negociado a 7,44 por cento, ante 7,35 por cento no ajuste anterior, enquanto o contrato para janeiro de 2015 registrava 8,19 por cento, frente a 8,09 por cento anteriormente.

O contrato para janeiro de 2017 era negociado a 9,09 por cento, contra 9,02 por cento no ajuste anterior.

Os juros futuros abriram em alta nesta quinta-feira após a divulgação dos dados da inflação oficial do país, que acelerou para 0,86 por cento em janeiro, após o avanço de 0,79 por cento em dezembro. Em 12 meses, a alta acumulada é de 6,15 por cento -- próxima ao teto da meta do governo, de 6,5 por cento.

O movimento se acentuou depois que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou em entrevista à jornalista Miriam Leitão que "a inflação nos preocupa no curto prazo" e que o BC está atento aos índices de preços para decidir uma possível alteração na política monetária.

Mais tarde, uma fonte da diretoria do BC afirmou à Reuters que a inflação continuará ligeiramente acima de 6 por cento durante o primeiro semestre, mas deve perder fôlego na segunda metade do ano.

A preocupação com a inflação e com questões fiscais tem elevado substancialmente os DIs desde a divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

No documento, o BC reconheceu a piora do cenário para os preços mas sustentou que trabalha para a convergência da inflação para a meta de 4,5 por cento no momento adequado.

Apesar do cenário inflacionário adverso, analistas ainda acreditavam que medidas macroprudenciais como desonerações, além de uma taxa de câmbio mais estável, poderiam ajudar a conter a inflação sem uma mudança da política monetária.

As declarações de Tombini, no entanto, sinalizam que a autoridade monetária está pronta para agir caso a situação se deteriore.

"O governo já não cumpriu a sua parte e não entregou um superávit cheio, então agora o BC pode sim usar os juros como ferramenta para segurar a inflação", disse Petrassi.

Embora os DIs tenham devolvido parte da forte alta vista logo após os comentários de Tombini, Petrassi acredita que o movimento não é pontual, mas que evidencia uma mudança de postura tanto do BC como do mercado.

"O movimento é racional", disse o sócio-gestor.

Fonte: Reuters Brasil

Ibovespa cai 1% por temores com câmbio e exterior


SÃO PAULO, 7 Fev (Reuters) - O principal índice acionário da Bovespa emendou a quarta queda seguida nesta quinta-feira, em meio a crescentes preocupações com c6ambio e incertezas na Europa.

O Ibovespa perdeu 0,98 por cento, a 58.372 pontos. Na mínima da sessão, o índice chegou a cair 1,42 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 8,2 bilhões de reais.

As ações preferenciais da mineradora Vale foram a principal pressão de baixa para o índice, com queda de 2,7 por cento, a 37,46 reais.

Segundo o gestor Caio Mesquita, da Gradius Gestão, o receio de que o governo permita mais apreciação do real contra o dólar, diante das crescentes preocupações com o avanço da inflação, pressionou ações de exportadores.

Nesta sessão, a moeda norte-americana caiu 0,82 por cento, a 1,9720 real, no menor patamar de fechamento em quase nove meses.

"Esse movimento penaliza papéis de empresas exportadoras, que têm suas receitas em dólar", disse Mesquita. "As dúvidas sobre inflação estão pesando na bolsa."

A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou em janeiro para 0,86 por cento, na maior alta mensal em quase oito anos.

No caso do setor de celulose, que tem grande parte das receitas com exportações, pesou também a notícia de que a China abriu uma investigação sobre possível prática de dumping no setor por empresas brasileiras.

A preferencial da Suzano caiu 5,4 por cento, a 6,80 reais, liderando as quedas do Ibovespa, enquanto Fibria teve baixa de 3,26 por cento, a 24,35 reais.

Na outra ponta, investidores reagiram bem aos resultados de Cosan, que subiu 3,17 por cento, ALL, que teve alta de 4,1 por cento, e Natura, que fechou com valorização de 2,7 por cento.

Entre as blue chips, a preferencial da Petrobras teve queda de 0,57 por cento, enquanto OGX subiu 1,9 por cento, recuperando-se de parte das fortes perdas recentes.

Na cena externa, os principais mercados acionários globais recuaram diante do forte recuo do euro ante o dólar, depois que o presidente do Banco Central Europeu disse que a autoridade monetária vai monitorar o impacto da alta do câmbio e citou riscos para a economia do bloco.

Em Wall Street, o índice Dow Jones caía 0,3 por cento às 18h19 (horário de Brasília), e o S&P 500 perdia 0,28 por cento. Mais cedo, o principal índice europeu de ações encerrou em queda de 0,33 por cento.

Fonte: Reuters Brasil

Câmbio menos volátil ajudará na inflação em 2013, diz fonte da diretoria do BC


SÃO PAULO, 7 Fev (Reuters) - O Banco Central acredita que um câmbio "menos volátil" ajudará no combate à inflação neste ano, assim como o crescimento do mercado de crédito mais moderado, afirmou à Reuters uma fonte da diretoria da autoridade monetária nesta quinta-feira, sob condição de anonimato.

Segundo a fonte, o IPCA em 12 meses continuará "um pouco acima de 6 por cento" até a virada do primeiro para o segundo semestre de 2013. O resultado do índice de janeiro, que mostrou alta mensal de 0,86 por cento e de 6,15 por cento no acumulado de 12 meses, preocupou o BC, mas a fonte defendeu que a "situação está sob controle".

"Tende a ceder bastante (a inflação no segundo semestre)", afirmou a fonte, lembrando que o próprio mercado enxerga o IPCA encerrando este ano menor do que está agora em 12 meses, como mostrou o Focus, com o IPCA a 5,68 por cento.

Isso porque, entre outras razões, o BC trabalha com cenário cambial "menos volátil" do que ocorreu em 2012. No ano passado, o dólar acumulou valorização de cerca de 20 por cento entre o fim de fevereiro, quando atingiu o piso do ano na casa de 1,70 real, e dezembro. "Não está, no nosso cenário, outra depreciação (cambial) como houve", afirmou a fonte.

Atualmente, o dólar tem sido negociado ligeiramente abaixo de 2 reais, com atuações do próprio BC. Para o mercado, o movimento mostra que o governo quer um dólar mais barato para tirar pressão sobre os preços.

Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana chegou a cair mais de 1 por cento --indo ao patamar de 1,9664 real na venda, o menor patamar intradiário desde maio de 2012--, com o mercado reagindo aos números de inflação e declarações do BC.

Questionada se o BC poderia elevar a taxa básica de juro Selic --hoje na mínima histórica de 7,25 por cento ao ano-- para conter a inflação, a fonte disse que vale o "que está escrito na ata" do Comitê de Política Monetária (Copom) de janeiro.

No documento, o BC piorou a perspectiva para inflação neste ano ao reforçar os riscos para os preços no curto prazo, mas sustentou que trabalha para a convergência no momento adequado para a meta, que é de 4,5 por cento com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Analistas, na época, fizeram duras críticas ao tom do documento, com avaliações de que o BC já não busca levar a inflação para o centro da meta em 2013, uma vez que o Copom piorou o cenário de preços sem indicar mudança na condução de política monetária.

OUTROS FATORES

A fonte da diretoria do BC explicou ainda que o aumento menor no salário mínimo e as recentes quedas nos preços de imóveis, com destaque para o aluguel, também ajudarão a segurar a inflação. O BC também trabalha com um cenário de crescimento "mais moderado", inclusive o voltado para consumo, o que ajuda a segurar os preços.

No ano passado, o mercado de crédito no país cresceu 16 por cento sobre 2011.

No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem cobrado do setor financeiro mais força na concessão de crédito que, na avaliação dele, está "moderada demais".

Segundo a fonte do BC, o atual comportamento volátil de alguns preços, como em alimentos e bebidas, tende a acalmar neste ano. A inflação também será beneficiada pela expectativa de safra recorde, além das reduções nos preços das tarifas de energia elétrica implementadas recentemente.

Fonte: Reuters Brasil

Com lucro menor, Petrobras se afasta das gigantes de petróleo em valor de mercado


Após sofrer fortes perdas com a defasagem dos preços dos combustíveis e com a valorização do dólar, que culminaram em um lucro 30% menor em 2012, o pior dos últimos oito anos, a Petrobras vêm cada vez mais se distanciando, em valor de mercado, das maiores petrolíferas do mundo.
Segundo dados compilados nesta quinta-feira pela BBC Brasil, a brasileira possui atualmente valor de mercado inferior a Exxon Mobil (US$ 404 bilhões), PetroChina (US$ 252 bilhões), Chevron (US$ 227 bilhões), Royal Dutch Shell (US$ 220 bilhões), BP (US$ 140 bilhões) e Total (US$ 120 bilhões).

Avaliada em US$ 108 bilhões (R$ 215 bilhões) pelo mercado, a Petrobras está atrás até mesmo da colombiana Ecopetrol, que, apesar de ser a maior empresa do setor na Colômbia, possui operações menores do que a estatal sediada no Rio de Janeiro.


Petrobras perde terreno*

Desde a oferta pública de ações de 2010, quando se tornou a quarta empresa do mundo em valor de mercado, a gigante brasileira vêm perdendo espaço entre as maiores do setor.
Exxon Mobil (EUA): US$ 404 bilhões
PetroChina (China): US$ 251 bilhões
Chevron (EUA): US$ 226 bilhões
Royal Dutch Shell (Reino Unido/Holanda): US$ 220 bilhões
BP (Reino Unido): US$ 140 bilhões
Ecopetrol (Colômbia): US$ 130 bilhões
Total (França): US$ 120 bilhões
Petrobras (Brasil): US$ 108 bilhões

Fonte: Google Finance
*valores referentes à quinta-feira, 7 de fevereiro

O quadro é bem diferente do de março de 2011, quando as ações da petrolífera atingiram seu pico histórico. Naquela ocasião, a estatal valia quase duas vezes mais, ou R$ 413,3 bilhões, segundo dados da consultoria Economatica.
O cenário também se contrapõe ao de setembro de 2010, quando a Petrobras fez a maior oferta pública de ações da história das bolsas e tornou-se a quarta maior empresa do mundo em valor de mercado.
Desde então, no entanto, a estatal brasileira vem perdendo a posição que havia consolidado entre as maiores companhias do globo e, mais especificamente, do setor de petróleo.
BP
Na última segunda-feira, a Petrobras anunciou ter obtido, em 2012, seu pior lucro em oito anos, R$ 21,18 bilhões, o que representou uma queda de 36% em relação ao ano anterior.
Também no ano passado, de abril a junho, a estatal registrou prejuízo de R$ 1,346 bilhão, algo que não acontecia desde o primeiro trimestre de 1999.

O lucro da Petrobras, de R$ 21,18 bilhões, também foi inferior ao da BP, mesmo depois de a gigante britânica ter sofrido uma forte sangria devido a um vazamento em uma plataforma de petróleo no Golfo do México em 2010 e visto seus lucros se reduzirem à metade no ano passado.
No Brasil, a estatal também deixou de ser a maior empresa do país em valor de mercado, posição que ocupava há anos, sendo substituída pela Ambev, do setor de bebidas.

Motivos
Segundo a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, os resultados da companhia refletem o impacto principalmente da defasagem nos preços dos combustíveis no Brasil e da desvalorização do real.
Isso porque, para atender à crescente demanda interna por gasolina e diesel, a gigante brasileira compra os combustíveis no exterior a preços de mercado e depois vende mais barato no país.
Esse desequilíbrio foi prejudicado ainda mais com a valorização do dólar frente à moeda brasileira, que elevou os custos de importação.
Segundo dados da Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), consultoria especializada no setor, de janeiro a outubro de 2012, a Petrobras perdeu estimados R$ 3,9 bilhões, devido ao descompasso entre a importação e a receita obtida com a gasolina e o óleo diesel.
A decisão de não repassar aos consumidores a diferença entre o preço dos derivados do petróleo no mercado internacional e o preço no mercado doméstico, ainda que nociva às contas da estatal, segue uma determinação do governo, que quer evitar a todo custo o aumento da inflação.
Os dois últimos reajustes nos combustíveis também não foram suficientes para eliminar a defasagem dos preços, acrescentou Foster na última segunda-feira.

GNL
Além disso, o temor de uma possível crise energética fez com que o governo acionasse as termelétricas em outubro do ano passado, acrescentando um novo prejuízo à empresa, uma vez que a Petrobras teve de importar gás natural liquefeito (GNL) e vendê-lo mais barato para manter a operação dessas usinas.
Se as termelétricas forem mantidas a 100% durante todo o ano, a empresa será impactada por uma perda de cerca de R$ 4 bilhões, ainda de acordo com o Cbie.
Na avaliação dos especialistas, a perda em valor de mercado da companhia brasileira reflete também a desconfiança dos investidores sobre a real capacidade da empresa de entregar melhores resultados.
Parte desse pessimismo também advém da lentidão no processo de exploração das novas reservas do pré-sal, cuja primeira rodada de licitação deve acontecer apenas em novembro deste ano.

Fonte: BBC Brasil


Hollande defende política cambial para zona do euro


François Hollande, o presidente da França, encorajou ontem os governos da zona do euro a estudar maneiras de realizar uma tarefa que foge à alçada do Banco Central Europeu: promover uma política de câmbio.

Num discurso no parlamento europeu, Hollande disse que a zona monetária "deveria ter uma política cambial, senão ela terá uma taxa de câmbio imposta sobre ela que não corresponde ao estado real da economia".

Ele disse que não se deve deixar o euro flutuar "conforme o humor dos mercados" e se mostrou receoso de que a valorização atual da moeda esteja minando os esforços dos governos europeus para arrumar suas finanças públicas e melhorar a produtividade de suas economias.

"Há um paradoxo em exigir que alguns países tentem ser mais competitivos e ao mesmo tempo tornar suas exportações caras", disse ele. "Senão estamos pedindo aos países um aumento de competitividade que é aniquilado pelo valor do euro."

As autoridades da França há muito reclamam que, com o mandato do BCE limitado apenas ao controle da inflação, os europeus acabam tendo pouca influência na batalha mundial do câmbio, em que muitos países estão adotando políticas para enfraquecer suas moedas e melhorar o desempenho das suas exportações.

A chanceler alemã Angela Merkel juntou-se ao debate em janeiro, atacando as iniciativas recentes do Japão para desvalorizar o iene e alertando que os líderes políticos não podem usar os bancos centrais para corrigir os equívocos de suas próprias políticas.

Merkel disse que o BCE havia chegado ao "limite do seu mandato" numa tentativa de amparar as debilitadas economias da zona do euro ao comprar seus títulos de dívida. Mas muitos líderes europeus consideram o mandato do BCE muito limitado e gostariam de dar mais poder ao banco central para promover o crescimento do bloco.

O BCE não quis comentar as observações de Hollande.

Hollande disse que não estava sugerindo que o BCE estabelecesse metas para a cotação do euro, mas que queria que os governos europeus fossem mais proativos.

"Não depende apenas do BCE; é também um papel dos governantes da zona do euro determinar as prioridades para a moeda", disse ele.

Retórica à parte, analistas dizem que o protesto de Hollande não deve ter nenhum efeito tangível no euro, que mal oscilou em resposta aos seus comentários.

"Não creio que François Hollande possa realmente acreditar que tenha alguma chance de apresentar uma política de câmbio que funcione", disse Alastair Newton, analista político da Nomura em Londres. "Esses tipos de comentários talvez sejam inevitáveis numa época em que os Estados Unidos causaram um enfraquecimento razoável do dólar e o discurso dos japoneses conseguiu fazer o iene cair — é quase inevitável ver políticos europeus comentando a respeito."

Ele disse que a França deveria estar pensando na "falta de competitividade da economia em vez da do euro".

Desde que caiu a até US$ 1,2042 ano passado diante do pânico dos investidores com a possibilidade de Espanha e Itália serem varridas pela crise da zona do euro, a moeda comum se valorizou significativamente. O retorno da confiança no futuro do bloco no longo prazo influenciou essa ascensão. Mas analistas dizem que as ações dos bancos centrais também influíram amplamente.

O Federal Reserve, o banco central americano, prometeu manter os juros de curto prazo baixos. O Banco da Inglaterra e o Fed estão conduzindo grandes programas de relaxamento quantitativo. O Banco do Japão tomou medidas para conter o iene.

Mas o BCE está indo na direção contrária. Um ano atrás, ele inundou os mercados com empréstimos baratos. Agora, ele está enxugando a liquidez à medida que recebe o pagamento desses empréstimos.

Desde o fim de novembro, o iene já caiu mais de 13% em relação ao dólar e 18% contra o euro. Na semana passada, o dólar atingiu seu menor nível em relação ao euro em 14 meses.

Nesse cenário, executivos das empresas e autoridades do governo alertam que o sistema financeiro mundial está diante de uma onda de desvalorizações cambiais em resposta a essas políticas monetárias e ao controle rígido do câmbio na China.

A valorização do euro ocorre num momento em que a França e outros países da zona do euro estão se esforçando para diminuir custos trabalhistas e estimular o crescimento econômico. Nas últimas semanas, os ministros do governo de Hollande disseram que o euro forte está tornando os produtos franceses menos competitivos no mercado global.

Hollande também disse que as economias de dentro da zona do euro precisam ser reequilibradas, indicando que países que são grandes exportadores, como a Alemanha, deveriam se esforçar mais para consumir os produtos de outros países do bloco monetário.

"Há países que têm superávits e alta competitividade e outros com déficits que precisam ser melhorados", disse ele. "Países na primeira situação deveriam impulsionar a demanda doméstica para permitir que os outros um dia voltem a crescer."

Fonte: The Wall Street Journal

Com inflação em alta, dólar fecha em baixa de 0,80%


O mesmo motivo que levou a desvalorização da divisa gerou abertura da curva de juros futuros da BM&F Bovespa.

O resultado do IPCA nesta quinta-feira (7/2) fez com que ganhasse força a aposta por um real mais valorizado, para ajudar no combate à inflação.

Com isso, o dólar encerrou o pregão em queda de 0,80%, negociado a R$ 1,972 para venda.
Cotações de fechamento para venda em07/02/2013
PaísMoedaR$US$
Argentina Peso 0,39664,9917
Canadá Dólar 1,98700,9960
Chile Peso 0,0042472,8300
China Iuan 0,31756,2337
Coreia do Sul Won 0,00181.088,1500
União Europeia Euro 2,65791,3431
Estados Unidos Dólar 1,97891,0000
Índia Rúpia 0,037253,2300
Japão Iene 0,021293,5700
México Peso 0,156412,6565
Paraguai Guarani 0,00054.190,000
Reino Unido Libra 3,10871,5709
Uruguai Peso 0,104419,1600
Rússia Rublo 0,065730,1393
Venezuela Bolivar Forte 0,46144,3000
Fontes: Banco Central e Brasil Econômico.

"O mercado está se dando conta do preocupante quadro inflacionário. As declarações do Tombini, de desconforto com a inflação, iniciaram esse movimento de câmbio para baixo e juros para cima", diz Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.

Por conta das recorrentes declarações por parte de representantes do Banco Central (BC), de que a taxa Selic deve permanecer inalterada por um período de tempo prolongado, a expectativa de mercado para o curtíssimo prazo é de que o real seguirá sua trajetória de ganhos.

"O R$ 1,95 pode ser um novo patamar de teste. O mercado vai acabar testando esse nível para ver se o BC intervém ou não", pondera Campos Neto.

Juros

Apesar da postura já externada pela autoridade, o consenso que prevalecia no mercado, de que a Selic não será alterada em 2013, começa a ter seus primeiros sinais de divergência na curva de juros futuros, que já indica alta no segundo semestre do ano.

Mais negociado, com giro de R$ 81,530 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subiu de 7,35% para 7,44%, enquanto o para janeiro de 2015 avançou de 8,08% para 8,19%, com volume de R$ 63,996 bilhões.

"Por mais que entendam que não vai subir os juros no curto prazo, os agentes começam a apostar algumas fichas nessa hipótese de alta ainda este ano", fala o economista da Tendências.

Fonte: Brasil Econômico

Com pessimismo externo, Ibovespa recua 0,98%


Especulações sobre a inflação derrubam ações de exportadoras e ditam ritmo de queda da bolsa brasileira.

Após ter ensaiado recuperação no início do pregão, o Ibovespa retomou a tendência negativa, influenciado pelo pessimismo que prevaleceu entre os investidores internacionais. 

Além disso, o cenário interno pouco favorável também contribuiu para o movimento de queda do principal índice da bolsa brasileira, que caiu 0,98%, aos 58.372 pontos, com volume financeiro de R$ 8,09 bilhões. 

Segundo Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, no começo do pregão, a tendência sinalizava que as bolsas operariam em terreno positivo, se recuperando dos desempenhos pouco favoráveis que foram vistos recentemente. 

"Diante da semana difícil que os agentes do Ibovespa tiveram, era aguardado que as ações da Vale e da Petrobras realizassem um pregão de recuperação, compensando as recentes perdas. Esse movimento, porém, não se concretizou", disse Rosa.

Com a escassez de indicadores relevantes, os números referentes ao mercado de trabalho americano ganharam protagonismo e ditaram a derrocada generalizada dos índices globais. 

"Os indicadores dos Estados Unidos vieram abaixo das estimativas. Esse foi o estopim necessário para que os índices de Wall Street iniciassem o pregão em campo negativo, movimento que foi refletido pelos investidores ao redor do mundo", disse Rosa.

Às 18h41, o Dow Jones caía 0,33%, o S&P 500 recuava 0,32% e o Nasdaq perdia 0,43%. 

As novas solicitações de auxílio desemprego nos Estados Unidos somaram 366 mil solicitações, contra 371 mil pedidos na semana anterior, enquanto as expectativas apontavam para 360 mil.

Também causou repercussão negativa o índice de produtividade do mercado de trabalho americano, que retraiu 2% no quarto trimestre, contra estimativa de baixa de 1,2%.

As bolsas do continente europeu encerraram o penúltimo pregão da semana em baixa, com exceção do índice alemão. Enquanto o DAX, da Alemanha, subiu 0,13%, o CAC 40, de Paris, e o FTSE 100, de Londres, fecharam em queda de 1,15%% e 1,06%, respectivamente.

O principal ponto de referência para os agentes da região foi o discurso de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), que afirmou que a taxa de câmbio é importante para o crescimento e estabilidade de preços. 

O BCE manteve a taxa básica de juros em 0,5% ao ano, mesmo com perspectivas negativa no curto prazo para a região. A instabilidade política na Itália e na Espanha já não está no radar dos agentes, mas ainda preocupa.

Voltando ao Ibovespa, Rosa indica que não apenas o pessimismo externo derrubou o índice doméstico. De acordo com o economista, as especulações de que o governo vai combater a inflação com o câmbio não foram bem recebidas, e derrubaram a cotação do dólar. Além disso, a informação acabou causando a saída de investidores dos papéis de companhias que exportam potencialmente. 

Neste sentido, os papéis da Vale e da Petrobras fecharam em queda. Enquanto VALE 5 caiu 2,70%, PETR4 retraiu 0,57%. 

Ainda no cenário interno, vale destacar o resultado financeiro da Cosan. A companhia sucroalcooleira teve lucro líquido de R$ 342,3 milhões no terceiro trimestre do exercício social de 2013, encerrado em 31 de dezembro de 2012, contra ganho de R$ 93,8 milhões, verificado no mesmo período de 2011. 

A prévia operacional da ALL apontou que o volume da companhia deve crescer 4,6% entre outubro e dezembro de 2012.

Com isso, os papéis da Cosan (CSAN3) e da ALL (ALLL3) registraram as maiores altas do índice teórico, subindo 3,17% e 4,14%, nesta ordem. 

Merece destaque ainda o desempenho das companhias do setor de papel e celulose, já que as suas ações figuraram entre as maiores quedas. O motivo para as baixas foi a notícia de que a China iniciou a investigação sobre a possível prática de dumping no setor. Desta maneira, as ações da Suzano (SUZB5) e da Fibria (FIBR3) caíram 5,42% e 3,26%, nesta ordem.

Câmbio 

No mercado de câmbio, dólar caiu 0,80% frente o real, cotado a R$ 1,972 para a venda.

Fonte: Brasil Econômico