Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

EUA vivem temor de nova bolha imobiliária

Os Estados Unidos estão enfrentando a perspectiva de um novo boom na especulação imobiliária.
Em setembro, em comparação com o mesmo mês em 2012, o aumento anual dos preços de imóveis foi de 12,8%. Em alguns estados, como a Califórnia ou Nevada, o aumento foi de 20%.
O índice Case-Shiller - que recentemente rendeu o Prêmio Nobel de Economia a Robert J. Shiller - soou o alarme em abril, quando calculou que a taxa de aumento de preços no setor de habitação tinha atingido o seu nível mais alto desde que a bolha estourou, em 2007-2008.
Shiller não é apenas o ganhador do prêmio Nobel. Ele foi um dos poucos que previu o colapso das hipotecas subprime, ou de alto risco, um ano antes da queda do Lehman Brothers e da recessão global de 2008.
No entanto, o sinal de alarme mais poderoso veio de um funcionário do banco central dos EUA, o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher: "Estou começando a ver sinais em todo o país de que estamos entrando, novamente, em uma bolha imobiliária", disse ele.

Tragédia e farsa
A frase muito citada de Karl Marx sobre a história - ocorre como tragédia e se repete como farsa - vem a calhar.
A crise imobiliária e financeira de 2008 teve seu epicentro em hipotecas de alto risco, concedidas a pessoas que muitas vezes nem sequer tinham trabalho.
Agora, o segmento que mais alimenta a bolha são as chamadas hipotecas jumbo ou gigantes.
O regulamento destas modalidades estipula que os empréstimos hipotecários para uma família nos EUA não podem exceder o limite de US$ 417 mil ou, no caso das áreas mais caras, como Nova York ou Los Angeles, US$ 625 mil.
Se você quiser tomar um empréstimo acima desse valor entra no reino do "jumbo", que normalmente requer maior taxa de juros (em geral, 0,25% a mais).
Mas agora os bancos estão promovendo hipotecas jumbo de 30 anos que custam menos do que os empréstimos família padrão.
Peter Zalewski, da Condo Vultures, uma consultoria imobiliária na Flórida, diz que é uma especulação mais focada.
"Na bolha anterior, professores, bombeiros, empresários, taxistas, todos estavam envolvidos no mercado. O que vemos agora são nichos: imóveis que valem cerca de um milhão de dólares, por exemplo, para os muito ricos americanos ou estrangeiros e os investidores institucionais", disse ele à BBC.
Foto: Getty
Shiller soou o alarme em abril, quando calculou que a taxa de aumento de preços no setor de habitação tinha atingido o nível mais alto desde a crise de 2008

Bolha geográfica
Assim, trata-se de uma bolha com clara distribuição espacial geográfica.
Em cidades como Nova York, Los Angeles, San Francisco, Miami e Washington, a pressão sobre os preços é muito maior do que em outras áreas. Em Sacramento, por exemplo, o aumento bateu 34,1%, em Las Vegas, 33,3%, em Riverside, Califórnia, 31%.
Mas a consultoria imobiliária Zillow avalia que não se pode falar ainda de uma bolha nacional, porque as pessoas estão gastando, em média, 13% de sua renda em pagamentos de hipoteca, bem abaixo dos 20% de outros tempos.
Essa relação custo-receita é importante porque cria um "colchão", projetado para absorver aumentos repentinos nas taxas de juros que podem desequilibrar o orçamento individual e comprometer pagamentos.
A Zillow observa, no entanto, que as médias de comprometimento da renda mudam radicalmente em áreas quentes do mercado.
Em lugares como San Francisco ou San Jose, pagamentos de hipoteca excedem metade da renda.
Ainda assim, a consultora estima que no próximo ano haverá uma moderação dos aumentos, que não devem ultrapassar 3,8%.

O ator-chave
Independentemente de se saber se a projeção é precisa, o impacto econômico e social dependerá de um ator-chave. Se tragédia ou farsa, a história das bolhas dos últimos 15 anos tem um grande responsável, o Federal Reserve (o Fed, o banco central americano).
Na crise dos subprime, o crédito - e a regulação inexistente - alimentaram a explosão de preços. À crise atual, além das taxas de juros no chão, foi adicionado o chamado Quantitative Easing (afrouxamento quantitativo, em português), ou emissão de dinheiro.
Este ano foram cerca de US$ 80 bilhões de dólares emitidos por mês, com o Fed comprando ativos financeiros de bancos para que estas entidades tenham mais recursos para emprestar a produtores e consumidores e ativem, por meio da lubrificação do crédito, a recuperação econômica.
De acordo com estimativas, o Fed passou a deter 12% das hipotecas no país.
O vice-presidente da financeira HSH.Com, Keith Gumbinger, diz que a intervenção é fundamental para sustentar o mercado de hipotecas.
"Com as taxas de juros baixas e o afrouxamento quantitativo, o Fed forneceu liquidez e o mercado hipotecário reviveu", disse Gumbinger à BBC.
Mas o banco central americano também pode estar brincando com fogo. Em uma economia como a dos EUA, a distância entre um forte aumento dos preços e uma bolha é muito curta.

O vício de crédito
O Fed é parte de um modelo econômico que tem sofrido com uma nova doença: o vício de crédito.
Em 1978, o salário médio dos EUA era equivalente a cerca de US$ 48 mil (em valor presente). Hoje, é de US$ 33 mil.
Se o consumo nos EUA continuou a ser um motor de crescimento nestas décadas foi em grande parte graças ao cartão de crédito fornecido a preços muito baixos.
A crise do subprime de 2007-2008 marcou um limite para essa patologia econômica.
De acordo com o vice-diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política de Washington, Dean Baker, o sistema não mudou.
"O crescimento dos últimos dez anos tem sido baseado em bolhas. É surpreendente que o Federal Reserve não tenha percebido isso. O sistema regulatório acabou de mudar", disse Baker à BBC.
Nem todos concordam. Analistas como Keith Gumbinger dizem que o sistema regulatório é muito mais rigoroso, mas outros dizem que mesmo que fosse rigoroso, não evitaria que a bolha continuasse a crescer.
"O capitalismo tem essa capacidade criativa-destrutiva. Há muitas pessoas tentando contornar a regulação. É a nossa história a partir dos anos 1920... o boom seguido por implosão. Isso não vai mudar", disse à BBC News, Peter Zalewski da Condo Vultures.

Fonte: BBC Brasil

Mundo precisa de política econômica coordenada para crescer mais rápido

A economia mundial necessita de uma nova estratégia para acelerar o crescimento. A recuperação após a crise financeira continua decepcionando. Cada novo dado econômico desanimador aumenta o receio de que estamos fadados a muito tempo de crescimento pífio.

Há agora um reconhecimento cada vez maior de que isso pelo que o mundo está passando não é o ciclo usual de recessão e recuperação visto depois da Segunda Guerra. É pior. É diferente. É crônico. E será muito difícil para qualquer país colocar a economia mundial nos trilhos sem a ajuda dos outros.
Há menos consenso quanto à solução. Os economistas americanos Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro, e Paul Krugman, ganhador do prêmio Nobel e colunista, receitam muito mais gastos do governo em infraestrutura. Já os parlamentares do oposicionista Partido Republicano argumentam que reduzir o endividamento do governo, agora e no futuro, vai levar as empresas a contratar e investir mais.

Os alemães estão tentando exportar mais, para compensar a frugalidade de seus consumidores e empresas no mercado interno, e prescrevendo austeridade para os países em dificuldade do sul da Europa. Os britânicos, por sua vez, estão tentando apertar os cintos, relaxar a política monetária e desvalorizar a libra para estimular as exportações.

Os japoneses estão emitindo uma grande quantidade de dinheiro e enfraquecendo o iene enquanto o governo de Shinzo Abe tenta se decidir sobre políticas fiscais conflitantes — aumentar os impostos ao consumidor para reduzir a dívida pública ou alavancar os gastos para impulsionar o crescimento — e anda devagar com a desregulamentação. Os chineses, enquanto isso, prometem que vão depender mais dos gastos de consumidores e menos das exportações e investimentos em infraestrutura, mas não dizem claramente nem quando nem como.

Na maioria dos casos, as principais economias estão dependendo demais de seus bancos centrais e das exportações.

Nos Estados Unidos, Japão, Reino Unido e zona do euro, os bancos centrais vêm fazendo as economias crescerem com uma mistura de juros baixíssimos, palavras tranquilizadoras e grandes emissões de dinheiro para comprar ativos. Essas práticas, embora objetos de intenso debate, são e vão continuar sendo uma boa maneira de evitar uma nova Grande Depressão.

Mas a política monetária não pode resolver sozinha problemas econômicos crônicos.

Tanto Ben Bernanke, presidente do Fed, o banco central americano, como sua sucessora, Janet Yellen, já disseram isso, ainda que discretamente. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, vem sendo mais enfático, dizendo aos líderes da zona do euro "para se concentrar menos em gerenciar a crise no curto prazo e mais em construir uma economia com mais estabilidade, crescimento e emprego".

Para qualquer país, principalmente aqueles atolados em dívidas, faz mais sentido apertar os cintos internamente, enfraquecer a moeda e focar nas exportações. Mas nem todo mundo pode fazer isso ao mesmo tempo; alguém tem que importar. Países com grandes superávits — Alemanha e China — precisam comprar mais que os países devedores para que estes possam reduzir suas dívidas. Não é fácil, obviamente, vender essa ideia para políticos alemães e chineses naturalmente hesitantes em colocar em perigo tantos empregos ligados à exportação.

Ponha tudo isso junto: uma política monetária remando contra a corrente, política fiscal equivocada, foco demais em evitar problemas no curto prazo e de menos em nutrir um crescimento de longo prazo, muita conversa sobre reformas e pouca ação, países demais dependendo da demanda externa para compensar a fraqueza da interna. Não é de se surpreender que a economia mundial esteja crescendo tão lentamente. Perguntei esta semana a um veterano de políticas para a economia mundial como poderíamos melhorar. Ele deu três sugestões:

Primeiro, os responsáveis pelas políticas econômicas precisam reconhecer que esse não é um ciclo comum. Os governos podem e devem compensar a fraca demanda do setor privado com cortes de impostos ao consumo, mas têm também que entender que só isso não é suficiente. Eles precisam despertar e fazer o que puderem para aumentar a confiança de empresas e consumidores e encorajá-los a gastar — lidando, por exemplo, com os déficits orçamentários de longo prazo e falhas no sistema educacional nos EUA, criando uma união bancária na Europa e realizando a desregulamentação no Japão.

Segundo, a rodada de Doha (as negociações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento para reduzir barreiras comerciais) tem que ser esquecida. Ele sugeriu que os países desenvolvidos busquem pactos entre EUA e Europa, EUA e Ásia, e Europa e Ásia para reduzir barreiras comerciais e dar às suas próprias empresas mais razões para investir, obrigando, com isso, os mercados emergentes a fazer concessões.

Terceiro, talvez, com a ajuda do Fundo Monetário Internacional, as grandes economias necessitem dar às outras garantias de que vão adotar políticas inteligentes visando um crescimento mundial maior e mais equilibrado. Os que foram orientados a apertar os cintos e exportar mais, por exemplo, precisam saber que os outros vão comprar mais. Em troca do relaxamento das dívidas, países devedores têm que convencer os credores de que farão as reformas prometidas.

Nenhuma dessas sugestões é fácil de ser implementada; elas talvez nem sejam as melhores opções. Mas deixar as coisas como estão é se arriscar a décadas de economia estagnada.

Fonte: The Wall Street Journal

Caem os empréstimos para o setor privado na zona do euro

Os bancos da zona do euro reduziram seus empréstimos para o setor privado em outubro, enquanto o robusto mercado de trabalho alemão apresentou sinais de tensão, mostrando que a economia da região está tendo dificuldade em se firmar.

Ainda assim, um relatório sobre negócios e sentimento do consumidor em toda a área do euro mostrou melhora, indicando que a economia da região deve pelo menos se expandir pelo terceiro trimestre consecutivo durante os últimos três meses deste ano, embora a um ritmo muito lento.

Os dados divulgados ontem vão, provavelmente, manter a pressão sobre o Banco Central Europeu para tomar medidas adicionais nos próximos meses com o objetivo de estimular o crescimento do crédito, com por exemplo medidas como uma nova rodada de empréstimos baratos a bancos.

Além disso, uma análise mais detalhada dos números da inflação divulgados ontem podem aliviar algumas preocupações recentes sobre a ameaça de deflação, aliviando a pressão sobre o BCE para que tome uma decisão na sua reunião da próxima semana. A inflação anual na Alemanha aumentou para 1,6% em novembro, ante 1,2% no mês passado, com base nas definições de dados da Europa. Os preços ao consumidor na Espanha subiram 0,3% em relação ao ano anterior, enquanto que em outubro eles tinham se mantido estáveis. A taxa da Bélgica também aumentou ligeiramente.

Como resultado, os economistas do Commerzbank CBK.XE +1.16% dizem que a inflação anual na zona do euro provavelmente acelerou de 07,% em outubro, a taxa mais baixa em quatro anos, para 0,9% em novembro. O cenário em outubro levou o BCE a reduzir a taxa básica de juros, no início do mês, para 0,25%. O BCE estabeleceu a meta de inflação anual em pouco abaixo de 2% no médio prazo. Os dados de preços para a zona do euro devem ser divulgados hoje.

Os empréstimos para o setor privado caíram 2,1% em outubro com relação ao mesmo período do ano anterior, informou o BCE ontem, depois de uma queda de 2% em setembro. Uma ampla medida de oferta monetária caiu bruscamente para apenas 1,4% de crescimento na variação anual, sugerindo que as pressões inflacionárias permanecem ausentes no bloco do euro.

"Os bancos provavelmente acreditam que a situação econômica e as perspectivas de muitos países da zona do euro ainda fornecem um cenário incerto e arriscado para empréstimos, apesar de a zona do euro ter obtido um crescimento modesto desde o segundo trimestre", escreveu Howard Archer, economista do IHS Global Insight, depois da divulgação dos dados.

Os empréstimos para empresas diminuíram 12 bilhões de euros (US$ 16,3 bilhões) em outubro ante setembro, em termos ajustados, depois de uma queda de 10 bilhões de euros no mês anterior. Os empréstimos para famílias aumentaram em 1 bilhão de euros no mês após um crescimento de 6 bilhões de euros em setembro.

O BCE tem tomado várias medidas para ajudar os bancos durante a crise financeira — atendendo completamente suas necessidades de liquidez, reduzindo as taxas de juro para níveis recorde de baixa e suavizando regras colaterais. Mas os bancos ainda precisam ser capazes de transformar as políticas de dinheiro fácil do BCE em uma recuperação do crédito para o setor privado.

Isso tem instigado discussões entre muitos analistas que o BCE possa ter que tomar medidas ainda mais radicais para ajudar os bancos a recolocarem as empresas da zona do euro no rumo. Uma opção seria reduzir a taxa sobre os depósitos bancários feitos no BCE, por mais de um dia, do zero atual para um número negativo. Críticos temem, no entanto, que esta estratégia corroa os lucros dos bancos e acabe resultando na transferência dos custos aos consumidores, prejudicando qualquer benefício para a economia.

Vitor Constancio, vice-presidente do BCE, disse na quarta-feira que a possibilidade de um corte imediato na taxa de depósito é pequena, acrescentando que tal medida seria usada somente em circunstâncias extremas.

Outra opção seria o BCE anunciar mais empréstimos de longo prazo aos bancos.

Dois anos atrás, o BCE emprestou mais de um trilhão de euros aos bancos com vencimento em três anos. Embora isso tenha ajudado a estabilizar o sistema financeiro num momento de grande estresse, a medida pouco contribuiu para trazer de volta o crédito na economia real.

Enquanto isso, na Alemanha, o número de pedidos de seguro-desemprego, ajustado pela sazonalidade, aumentou em 10.000 este mês comparado com outubro, informou o governo alemão. O aumento foi quase o triplo dos 3.500 pedidos a mais que os economistas haviam previsto. Ainda assim, a taxa de desemprego na Alemanha se manteve em 6,9%, próximo de um mínimo recorde.

Já um índice que mede a confiança na economia da zona do euro, divulgado separadamente, subiu em novembro cerca de um ponto, para 98,5, segundo a Comissão Europeia. Essa melhora no índice, que o levou ao nível mais alto dos últimos dois anos, ocorreu na Alemanha, Espanha e Itália. Mas o sentimento na França piorou, enfatizando o cenário desanimador na segunda maior economia do bloco.

Fonte: The Wall Street Journal

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Ibovespa fecha quase estável com temor fiscal ofuscando alta da Vale

SÃO PAULO, 28 Nov (Reuters) - A Bovespa encerrou esta quinta-feira perto da estabilidade, com renovados receios de deterioração fiscal do país ofuscando a influência positiva da mineradora Vale.

O Ibovespa fechou com variação negativa de 0,03 por cento, a 51.846 pontos e acumula baixa de 4,44 em novembro, caminhando para encerrar o mês em queda na sexta-feira, na primeira baixa mensal em cinco meses.

Com o Dia de Ação de Graças nos EUA fechando as bolsas nova-iorquinas e restringindo a atuação de investidores estrangeiros, o giro financeiro na Bovespa foi reduzido, de 4,3 bilhões de reais.

Após ter chegado a subir 1,15 por cento, o Ibovespa reverteu com a divulgação do superávit primário do governo central. O resultado ficou positivo em 5,437 bilhões de reais em outubro, segundo o Tesouro Nacional. A projeção média de analistas consultados pela Reuters aponta para resultado positivo em 9,75 bilhões de reais.

O número indica que o resultado do setor público consolidado em outubro, a ser divulgado na sexta-feira, provavelmente decepcionará o mercado, num momento em que a situação das contas públicas tem criado pessimismo e temores de rebaixamento na nota de crédito do Brasil.

"O resultado veio bastante abaixo do esperado e gerou essa virada rápida... As pessoas acabam zerando posições e, como estamos com pouca liquidez, o Ibovespa acabou invertendo", afirmou o economista Fausto Gouveia, da Legan Asset.

O maior suporte para o índice foi Vale. A ação preferencial da mineradora chegou a subir mais de 3 por cento, após a empresa anunciar na véspera adesão ao programa de refinanciamento de dívidas tributárias (Refis) do governo federal. A decisão reduz à metade o contencioso de 45 bilhões de reais relativo à tributação do lucro das subsidiárias da multinacional no exterior.

A agência de classificação de risco Moody's afirmou que a decisão de participar do Refis "é crédito positiva porque cristaliza o montante a ser pago e soluciona um evento de risco substancial para a companhia".

A ações da Petrobras caíram em meio a incertezas sobre a aprovação da fórmula para o reajuste de preços de combustíveis. O Conselho de Administração da estatal se reúne na sexta-feira para discutir o tema.

Fonte: Reuters Brasil

Dólar fecha com leve queda de 0,3% ante o real, com feriado nos EUA e briga pela Ptax

SÃO PAULO, 28 Nov (Reuters) - Em sessão de volume bastante reduzido devido ao feriado nos Estados Unidos, o dólar fechou com leve queda frente ao real nesta quinta-feira, flutuando ao sabor de operações pontuais em meio à briga pela formação da Ptax e às preocupações com o cenário fiscal brasileiro.

O dólar recuou 0,30 por cento, a 2,3175 reais na venda, chegando a 2,3391 reais na máxima do dia logo na abertura dos negócios e a 2,3160 reais na mínima.

Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em cerca de 500 milhões de dólares, bem abaixo da média diária deste mês, de 1,7 bilhão de dólares. Os mercados financeiros norte-americanos ficaram fechados nesta quinta-feira devido ao feriado pelo Dia de Ação de Graças.

"Hoje é um dia atípico, sem referência externa, por causa do feriado nos EUA. Então, ficamos ao sabor de fluxos pontuais", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Os vaivéns da moeda foram alimentados também pela briga de investidores para deslocar a cotação da Ptax para patamares mais favoráveis às suas apostas. O fechamento da Ptax de novembro, utilizada como referência em diversos contratos, ocorrerá na sexta-feira.

Durante a tarde, o dólar chegou a ganhar fôlego, tocando 2,3330 reais por volta das 15h30. Segundo o operador de câmbio de um banco nacional, isso ocorreu em reação ao resultado primário do governo central, com 5,437 bilhões de reais em outubro.

O número indica que o resultado do setor público consolidado, que será divulgado na sexta-feira, decepcionará o mercado, uma vez que a estimativa dos analistas é de saldo positivo de 9,75 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters.

"O dado mostrou que os problemas fiscais não se resolverão rapidamente", disse o operador.

O mercado continuou ainda com a expectativa de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, começará a reduzir seu programa de compra de ativos em breve, reduzindo a liquidez nos mercados internacionais. Essa perspectiva se fortaleceu depois da divulgação de dados melhores do mercado de trabalho nos EUA, na quarta-feira.

Nesta quinta-feira, o Banco Central realizou mais uma etapa do seu programa de atuações diárias, com a venda de 3 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 5 de março e 7 mil contratos com vencimento em 2 de junho de 2014. O volume financeiro da operação foi de 496,6 milhões de dólares.

Fonte: Reuters Brasil

Bolsas asiáticas avançam, com destaque para a China

Proposta apresentada pelo Conselho Estatal da China para acelerar reformas na indústria de carvão ajudou mercados a ganhar impulso.

SÃO PAULO - Os mercados acionários registraram ganhos em meio a um pregão de volume reduzido, por conta do feriado de ação de graças nos EUA. Os mercados locais também acompanharam os ganhos observados nas bolsas norte-americanas na véspera. O índice Dow Jones e o S&P 500 encerraram o pregão de ontem em novos níveis recordes, após a divulgação de uma série de indicadores econômicos.
Na China, os mercados acionários também ganharam novo impulso após o Conselho Estatal da China apresentar durante a madrugada uma proposta para acelerar as reformas na indústria de carvão, que seriam alcançadas pelo fechamento de pequenas minas para consolidar a produção doméstica e por incentivos para a importação de carvão de alta qualidade.

Ao citar preços em queda e perdas na indústria, o Conselho Estatal da China afirmou que o objetivo é "frear o crescimento desordenado da produção de carvão".

O índice Xangai Composto encerrou em alta de 0,8%, aos 2.219,4 pontos, e o Shenzhen Composto registrou ganhos de 1,0%, para 1.079,9 pontos.

As ações da Yanzhou Coal Mining subiram 3,0% e as da Jiangxi Copper avançaram 4,7%. "As ações do carvão têm avançado nas recentes semanas em parte por causa do aumento de estoques em antecipação aos meses de inverno nevoso no norte da China", lembrou o analista Zeng Xianzhao, do Everbright.

Em Taiwan, o índice Taiwan Weighted registrou ganhos de 0,8% e encerrou a 8.362,43 pontos, assim como o PSEi, nas Filipinas, encerrou o dia com alta de 1,9%, para 6.169,96 pontos, depois de o país divulgar crescimento de 7,0% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre. O índice Kospi, na Coreia do Sul, avançou 0,8% e fechou a 2.045,77 pontos.

Já na Austrália o mercado encerrou na estabilidade, marcando 5.334,3 pontos, em um pregão com baixo volume negociado. As perdas no setor de recursos naturais foram compensadas pelos ganhos no setor bancário.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Dólar opera estável após leilão do Banco Central

Moeda norte-americana abriu em alta ante o real, sob influência de fatores internos como o Copom, mas inverteu a tendência após o leilão diário do BC.

SÃO PAULO - O dólar abriu em alta ante o real, refletindo ajustes da taxa ao fechamento mais alto ontem do dólar futuro para dezembro de 2013, à mudança no comunicado do Copom e ainda devido à pressão dos investidores com posições "compradas" em derivativos cambiais, principalmente investidores estrangeiros que apostaram na valorização da moeda norte-americana ao longo do mês.
O dólar à vista abriu a R$ 2,3340 (+0,69%) - maior taxa de abertura desde 12 de novembro (R$ 2,3470).

Por volta de 10h50, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial ofertados hoje na operação programada diária, no valor total de US$ 496,6 milhões.

Com a oferta do BC, o dólar renovou mínimas sequenciais ante o real. Por volta de 11h25, a cotação atingiu a mínima do dia, a R$ 2,3190 (+0,04%).

Para swap com vencimento em 5/3/2014, foram vendidos 3.000 contratos (US$ 149,6 milhões). Para o vencimento de 2/6/2014, foram negociados 7.000 contratos, no valor de US$ 347,0 milhões.

Os contratos negociados pelo BC hoje terão como data de emissão e liquidação o dia 29/11/2013. Esta operação faz parte do programa de leilões diários no mercado cambial anunciado no dia 22 de agosto e que conta com operações de swap de segunda a quinta-feira, no valor de US$ 500 milhões cada, além de leilão de linha às sextas-feiras, no total de US$ 1 bilhão. Até o fim do ano, o BC espera ofertar cerca de US$ 100 bilhões por meio desses leilões diários.

Fonte: O Estado de S. Paulo