Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Produção industrial tem o pior desempenho em cinco anos

O recuo de 3,5% da atividade industrial em dezembro teve perfil generalizado de queda, alcançando todas as categorias de uso

São Paulo - A produção industrial brasileira teve queda de 3,5% em dezembro frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Este é o segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto, acumulando nesse período perda de 4,0%. Além disso, este é o maior resultado negativo da série desde dezembro de 2008 (-12,2%).

No confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria recuou 2,3% em dezembro, interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas nesse tipo de confronto e assinalou a redução mais intensa desde março de 2013 (-3,3%).

Por outro lado, o índice acumulado no ano de 2013, a atividade industrial cresceu 1,2% frente a igual período do ano anterior, após apontar queda de 2,5% em 2012 e ligeira variação positiva de 0,4% em 2011.

Comparação mensal

O recuo de 3,5% da atividade industrial na passagem de novembro para dezembro teve perfil generalizado de queda, alcançando todas as categorias de uso e a maior parte (22) dos 27 ramos pesquisados.

Entre as atividades, a influência negativa mais relevante foi assinalada por veículos automotores (-17,5%), pressionada principalmente pela concessão de férias coletivas em várias empresas do setor. Vale ressaltar que essa atividade, após avançar 9,5% no período agosto-setembro de 2013, marca nesse mês o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 22,9%.

Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram de máquinas e equipamentos (-6,2%), farmacêutica (-11,7%), refino de petróleo e produção de álcool (-4,3%), influenciada por paralisações em unidades produtivas do setor, e metalurgia básica (-7,4%).

Vale destacar que, com exceção do primeiro ramo que assinalou o segundo resultado negativo consecutivo e acumulou perda de 9,4% nesse período, as demais atividades apontaram taxas positivas no mês anterior: 9,5%, 4,6% e 4,2%, respectivamente. Também apresentaram impactos significativos os setores de borracha e plástico (-6,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-14,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,2%), calçados e artigos de couro (-13,4%), produtos de metal (-3,2%) e perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (-5,3%).

Por outro lado, entre os cinco ramos que ampliaram a produção, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (10,6%) e vestuário e acessórios (10,9%), com o primeiro assinalando o terceiro resultado positivo consecutivo e acumulando nesse período expansão de 14,8%, e o segundo eliminando o recuo de 4,9% registrado no mês de novembro último.

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao recuar 11,6%, assinalou a queda mais acentuada em dezembro de 2013, influenciada principalmente pela menor produção de caminhões, pressionada em grande parte pela concessão de férias coletivas em várias empresas do setor nesse mês. Vale destacar que esse recuo foi o mais intenso desde janeiro de 2012 (-17,9%) e o segundo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando nesses dois meses perda de 14,7%.

Os segmentos de bens intermediários (-3,9%), de bens de consumo duráveis (-3,0%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-2,3%) também registraram taxas negativas nesse mês, com o primeiro apontando o resultado negativo mais intenso desde dezembro de 2008 (-12,2%) e eliminando o ganho de 2,6% acumulado entre agosto e novembro; o segundo revertendo o acréscimo de 0,3% assinalado no mês anterior; e o terceiro interrompendo dois meses seguidos de crescimento na produção, período em que acumulou ganho de 1,2%.

2013

No fechamento de 2013, o setor industrial assinalou expansão de 1,2%, explicado em grande parte pelo crescimento de 2,1% registrado no primeiro semestre do ano, uma vez que o segundo apontou ligeiro acréscimo de 0,3%, todas as comparações contra iguais períodos do ano anterior.

O índice acumulado para os 12 meses de 2013 mostrou taxas positivas em duas das quatro categorias de uso, 17 dos 27 ramos, 46 dos 76 subsetores e 52,2% dos 755 produtos investigados.

Entre as atividades, a de veículos automotores, que avançou 7,2%, exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada em grande parte pela expansão na produção na maioria dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 63%), com destaque para a maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, reboques e semirreboques e veículos para transporte de mercadorias.

Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de refino de petróleo e produção de álcool (7,3%), de máquinas e equipamentos (6,1%), de outros equipamentos de transporte (8,0%), de outros produtos químicos (2,3%) e deperfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (5,5%).

Por outro lado, entre os dez ramos que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (-10,2%), farmacêutica (-9,7%), indústrias extrativas (-4,1%), bebidas (-4,1%) e metalurgia básica (-2,0%). Nessas atividades sobressaíram a menor produção dos itens livros, jornais e revistas, na primeira, medicamentos, na segunda, minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, na terceira, refrigerantes, cervejas e chope, na quarta, e vergalhões de aços ao carbono, alumínio não-ligado em formas brutas, lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono e óxido de alumínio, na última.

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o índice acumulado de 2013 mostrou maior dinamismo para bens de capital (13,3%), impulsionada pelos índices positivos em todos os seus grupamentos, com destaque para a maior fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (18,0%), influenciado pelos itens caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, aviões, reboques e semirreboques e veículos para transporte de mercadorias.

Fonte: Brasil Econômico

A vez dos 'mercados de fronteira'

Alguns investidores estão encontrando refúgio contra a turbulência recente nos mercados emergentes num lugar inesperado: as economias ainda menos desenvolvidas.

Esses "mercados de fronteira" estão atraindo gestores de recursos dispostos a mergulhar em mercados menores, com condições mais difíceis de negociação, para ganhar exposição a um crescimento econômico robusto.

Como eles estão fora do circuito mais óbvio dos investidores, os mercados de fronteira não foram atingidos pela onda de venda de ativos que atingiu os emergentes. Depois da crise financeira, quando as políticas de baixas taxas de juros das economias mais ricas incentivaram os investidores a buscar melhores retornos no mundo em desenvolvimento, países como Nigéria, Paquistão e Bangladesh não viram muito desse dinheiro.

Em vez disso, os mercados de fronteira viram um fluxo constante de investimento de gestores de fundos na esperança de tirar proveito de anos de crescimento rápido. Como resultado, essas economias ficaram relativamente incólumes mesmo depois que os investidores se retiraram de mercados emergentes maiores como a Turquia e a África do Sul.

O índice de mercados de fronteiras MSCI subiu 1,3% até agora no ano, em comparação com um declínio de 6,6% no índice de mercados emergentes MSCI. No ano passado, os mercados de fronteira subiram 16%, enquanto os mercados emergentes caíram 12%.

Operadores na bolsa de Karachi, no Paquistão. European Pressphoto Agency
No mês passado, até o dia 29, os fundos que compram ações de países de fronteira atraíram US$ 244 milhões, o maior valor desde outubro, de acordo com a EPFR Global. No mesmo período, os investidores retiraram US$ 11,6 bilhões de fundos de mercados emergentes.

"Os mercados de fronteira são diversificadores muito úteis porque ... há menos ligações entre os mercados de fronteira e os mercados de capitais internacionais", diz Sean Lynch, estrategista global de investimento do Wells Fargo WFC -2.01%  Private Bank, unidade do Wells Fargo & Co. que administra US$ 170 bilhões. "Somos atraídos pelas perspectivas de crescimento de longo prazo e o histórico de crescimento do consumo."

Recentemente, Lynch começou a recomendar que os clientes tenham ações em mercados de fronteira como o Vietnã e a Nigéria.

Apostas em mercados de fronteira frequentemente demoram mais tempo para gerar resultados. Uma das razões principais é que os ativos desses mercados são pouco negociados, o que significa que geralmente levam mais tempo para sair de uma posição do que levariam em mercados emergentes ou desenvolvidos.

Os investidores que compram ações em mercados de fronteira dizem que as condições são adequadas para essas economias vivenciarem anos de crescimento constante. A maioria tem populações jovens, um fator importante no crescimento inicial de mercados emergentes como o Brasil e a China. Ações de empresas de produtos de consumo e especialmente de bancos devem se beneficiar à medida que um número maior de pessoas ascende para a classe média, dizem esses investidores.

Os mercados emergentes que dependem fortemente da China foram afetados este ano. Mas os mercados de fronteira foram menos impactados pela desaceleração na taxa de crescimento do gigante asiático em parte porque o crescimento do consumo interno é um fator mais importante na expansão de suas economias.

O Fundo Monetário Internacional prevê que a maioria dos grandes mercados de fronteira deve crescer pelo menos 5% este ano, com a economia da Nigéria crescendo 7,4% e a de Bangladesh, 6%. A previsão de crescimento para alguns mercados emergentes é mais moderada, como 2,5% para o Brasil e 3,5% para a Turquia.

"Se a venda de ativos nos mercados emergentes se acentuar, haverá contágio, mas nos últimos anos temos visto essa correlação dispersar", diz Pradipta Chakrabortty, gerente de carteira do fundo de mercados emergentes de fronteira da Harding Loevner, de US$ 335 milhões, que teve uma alta de 2,5% desde o início do ano. "Vemos uma perspectiva positiva para os mercados de fronteira para os próximos três anos."

Alguns investidores dizem que as economias de fronteira poderiam sucumbir à turbulência que envolve os mercados emergentes. A bolsa de valores do Paquistão caiu na segunda-feira da semana passada, no início da onda mais recente de venda de ativos de mercados emergentes, embora o índice KSE 100 do país ainda acumule alta de 5,3%.

"Não compraria agressivamente até que ocorra uma grande liquidação", diz Don Scott, diretor-gerente do Global Frontiers Management, gestor de recursos especializado em mercados de fronteira.

Scott possui ações da África Ocidental, dos Balcãs e da Ásia.

O bom desempenho dos mercados de fronteira nos últimos anos começou a atrair uma gama maior de investidores. Enquanto analistas dizem que isso ajudou a sustentar os preços das ações desses países, alguns reguladores estão emitindo um sinal de alerta. Na sua carta anual publicada no início de janeiro, a Autoridade Reguladora da Indústria Financeira dos Estados Unidos citou a falta de liquidez como uma das razões pelas quais consultores financeiros devem ser extremamente cautelosos ao recomendar investimentos em mercados de fronteira a seus clientes.

Se o maior monitoramento regulatório desencorajar alguns investidores, isso poderia limitar o forte movimento de compra de ativos nesses mercados, dizem especialistas.

Ainda assim, muitos investidores globais que agora injetam recursos nesses mercados dizem que vão manter suas posições.

"Os investidores de mercados de fronteira são menos sensíveis a risco. Eles olham para temas diferentes e têm mais tempo no horizonte", diz Asha Mehta, gerente de carteira do fundo de mercados de fronteira da Acadian Asset Management LLC, de US$ 250 milhões. Mehta está otimista sobre o Paquistão, onde segundo ela as ações estão baratas e o risco de agitação social ou político é menor do que dizem muitos outros investidores.

Fonte: The Wall Street Journal

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Falta de infraestrutura nos aeroportos ameaça a Copa no Brasil

Entre as preocupações que se acumulam sobre os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo em junho há uma nova: o transporte aéreo.

Executivos do setor aéreo dizem que está crescendo o risco de que aeroportos e companhias aéreas brasileiras não estejam à altura de cumprir a tarefa de transportar eficientemente centenas de milhares de pessoas para as 12 cidades-sede da Copa do Mundo em um país tão grande.

"Qualquer um que diga que não haverá nenhum problema está mentindo", diz José Efromovich, diretor-presidente da companhia aérea Avianca Brasil. Quando o Brasil jogar contra o México em Fortaleza, por exemplo, ele diz que cerca de cem aviões terão que aterrissar e decolar da cidade no mesmo dia. "Não há espaço no aeroporto nem para a metade desses aviões."

A Copa deveria mostrar como o Brasil, depois de ter crescido por dez anos e ter estabelecido uma forte classe média, havia se transformado numa potência moderna no cenário mundial. Em vez disso, o Brasil foi alvo de críticas da Fifa, órgão regulador do futebol internacional, por causa de atrasos na preparação de estádios e o país está sofrendo para oferecer hospedagem suficiente aos visitantes esperados.
Vista aérea do aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 20 de janeiro. Reuters
Agora é a vez do transporte se tornar uma questão preocupante durante a Copa.

O investimento em aeroportos no Brasil, onde o tráfego dobrou nos últimos cinco anos, mesmo depois da desaceleração do ano passado, não tem acompanhado o crescimento do país. O Brasil tem o terceiro maior mercado de viagens aéreas domésticas do mundo, mas, na avaliação dos passageiros, o país está no 131º lugar em termos de qualidade de infraestrutura, de acordo com um estudo de 2013 do Fórum Econômico Mundial.

Marcelo Guaranys, presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), disse que a expansão e modernização que estão em andamento nos aeroportos do país fornecerão capacidade suficiente para atender a demanda. "Todas as mudanças se referem à capacidade dos aeroportos, incluindo o trabalho de expansão que deverá estar pronto para a Copa do Mundo", diz ele.

Ainda assim, executivos da indústria insistem que o número estimado de 600 mil torcedores estrangeiros que desembarcarão no Brasil para o evento, que será realizado entre 12 de junho e 13 de julho, pressionará os aeroportos e as companhias aéreas do país.

Para tentar atender a demanda esperada, as principais companhias aéreas brasileiras — TAM, Gol e Azul — procuraram e obtiveram permissão da Anac, no mês passado, para aumentar em quase 2.000 o número de voos durante o torneio de futebol.

Carlos Ebner, diretor da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) no Brasil, diz estar preocupado com a possibilidade de a infraestrutura aeroportuária não acompanhar a demanda.

Um estudo realizado em 2010 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostrou que metade dos 20 maiores aeroportos do Brasil não pode lidar com qualquer quantidade adicional de voos, devido à limitação de espaço para os passageiros nos terminais e para o estacionamento de aeronaves. Um programa de investimento de US$ 2,7 bilhões, destinado a reduzir esse déficit a tempo para a Copa do Mundo, tinha menos de metade das obras previstas concluídas, informou em novembro a Infraero.

O aeroporto de Fortaleza, por exemplo, já anunciou que não conseguirá concluir seus planos de expansão a tempo e que vai instalar um terminal de lona improvisado.

O aeroporto de Cuiabá pode ser problemático para os viajantes da Copa, segundo Carlos Ozores, diretor da consultoria ICF, que assessorou empresas que participaram dos leilões de aeroportos realizados recentemente. Criado há 50 anos e com capacidade para 2,5 milhões de passageiros por ano, ele recebeu mais de 2,8 milhões de passageiros no ano passado.

As obras para mais que dobrar a capacidade do aeroporto de Cuiabá, que estavam programadas para serem concluídas um ano atrás, agora estão previstas para um mês antes da Copa, segundo a Infraero. O "plano B" do governo é cobrir o terminal com uma lona.

As autoridades brasileiras tentaram acelerar o processo de modernização em 2012, ao conceder à iniciativa privada os principais aeroportos do país. Mas os analistas dizem que isso ocorreu tarde demais para que esses aeroportos apresentem qualquer benefício antes do fim da Copa.

E o Brasil não oferece outras alternativas de transporte como trens ou um serviço de ônibus confiável, então o serviço aéreo é "o único verdadeiro elo entre os locais [dos jogos]", diz Ozores.

Enquanto isso, as próprias companhias aéreas deverão ter problemas para administrar o aumento da demanda. Como a Gol e a TAM, as duas maiores companhias aéreas brasileiras em volume de passageiros, competiram firmemente por fatias de mercado nos últimos anos, elas inauguraram novos voos a um ritmo superior ao que a demanda poderia absorver. Depois de perderem centenas de milhões de dólares, elas começaram a cortar custos reduzindo o número de voos e eliminando serviços.

Isso causou uma desaceleração acentuada do tráfego aéreo no ano passado, segundo um relatório publicado em novembro pela Iata.

Em 2012, mais de um em cada dez voos no Brasil foi adiado por 30 minutos ou mais e 7,5 % dos voos foram cancelados, segundo a Anac. A rota mais movimentada do país, entre Rio e São Paulo, teve o maior índice de cancelamentos, com um em cada oito voos regulares não decolando, também de acordo com a Anac.

Mesmo com um serviço irregular, as passagens aéreas no Brasil estão entre as mais caras do mundo. Pelo mesmo preço que um brasileiro normalmente paga para voar 400 quilômetros entre São Paulo e Rio de Janeiro, um passageiro americano pode voar 4.000 quilômetros, de Nova York a Los Angeles.

Para rebater as acusações do governo de manipulação de preços, algumas das companhias aéreas, incluindo a Azul e a Avianca, fixaram o teto de R$ 999 por trecho para as tarifas durante a Copa do Mundo. Ainda assim, as companhias líderes de mercado não aderiram à ideia e mesmo a tarifa limitada a R$ 999 está fora do alcance da maioria dos brasileiros.

Fonte: The Wall Street Journal

Ibovespa segue bolsas externas e cai 3,1%

Aversão ao risco predominou em meio a dados fracos da China e EUA. Dólar subiu 1%, cotado a R$ 2,43

São Paulo - A semana começou turbulenta para as bolsas de todo o mundo, que despencaram em meio a dados negativos da China e dos Estados Unidos. No Brasil, o Ibovespa refletiu a aversão ao risco e amargou queda de 3,13%, para os 46.147 pontos - o menor patamar desde julho do ano passado, quando o índice fechou em 45.433 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,7 bilhões.

Para o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, houve forte pressão vendedora dos investidores estrangeiros, que desfizeram posições principalmente com os papéis da Vale e da Petrobras. "Com o dólar subindo e a pressão sobre os emergentes, os investidores buscam rentabilidade garantida nos títulos americanos", disse.

As ações da Petrobras (PETR4) recuaram 5,78%, enquanto os papéis da Vale (VALE5) perderam 3%. "A petrolífera tem uma dívida significativa em dólar e, com a alta da moeda americana, a expectativa é que o balanço não traga números bons. Por isso, o papel sofreu mais", afirmou Galdi. A Petrobras divulga o resultado referente ao quarto trimestre do ano passado em 14 de fevereiro.

Já as ações da Vale caíram refletindo também o recuo no desempenho da indústria chinesa em janeiro, o que confirma a desaceleração da economia do país asiático. O Índice Gerente de Compra (PMI, na sigla em inglês) caiu de 51 pontos para 50,5 pontos na passagem de dezembro para janeiro. Em meio ao movimento vendedor predominante na sessão, nenhuma das 72 ações do Ibovespa terminou em alta.

Estados Unidos

As bolsas americanas caminhavam para fechamento com fortes quedas após o índice de atividade industrial do país (ISM) ter marcado 51 pontos em janeiro enquanto os analistas esperavam 56 pontos. "Como a bolsa subiu forte no ano passado, os investidores aproveitam qualquer motivo para vender os ativos. Esse dado é pontualmente ruim, pois reflete os problemas climáticos do hemisfério norte, mas não é catastrófico", disse Galdi. Por volta das 18h, o Dow Jones caía 1,99%, o S&P perdia 2,09% e o Nasdaq tinha baixa de 2,55%.

Dólar

Em meio à aversão ao risco que tomou conta dos mercados, o dólar subiu 1% frente o real, cotado a R$ 2,437 na venda.

Fonte: Brasil Econômico

Déficit comercial do Brasil em janeiro é o maior da história

País somou exportações de US$ 16,027 bilhões e importações de US$ 20,084 bilhões no primeiro mês do ano, com US$ 4,057 bilhões de saldo negativo.

BRASÍLIA - A balança comercial brasileira encerrou janeiro com o maior déficit da história, de US$ 4,057 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 3, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exportações somaram US$ 16,027 bilhões e as importações atingiram US$ 20,084 bilhões. A série histórica do ministério tem início em 1994.

A balança também teve resultado negativo na quinta semana de janeiro, no valor de US$ 406 milhões. O saldo negativo foi registrado com vendas externas de US$ 3,778 bilhões e importações de US$ 4,184 bilhões.

O primeiro resultado mensal da balança comercial brasileira em 2014 ficou dentro do intervalo das expectativas dos economistas do mercado financeiro consultados pela Agência Estado, que variam de um déficit de US$ 2,986 bilhões a US$ 5,000 bilhões para janeiro. O resultado ficou pouco abaixo da mediana de um saldo negativo de US$ 4,500 bilhões.

No mês passado, a média diária das exportações foi de US$ 728,5 milhões, 0,4% maior que no mesmo período de 2013. Os embarques de manufaturados caíram 2,6%, enquanto a retração nas vendas de semimanufaturados foi de 5,8%. Por outro lado, cresceram 5,3% as exportações de produtos básicos.

Nas importações, a média diária de janeiro de 2014 foi de US$ 912,9 milhões, recorde histórico para meses de janeiro e 0,4% acima da média de janeiro de 2013.

Produtos
A importação de combustíveis e lubrificantes caiu 19,1% em janeiro, de acordo com o MDIC. Segundo o governo, a queda ocorreu devido à diminuição dos preços e das quantidades embarcadas de petróleo, gás natural, óleos combustíveis, gasolinas e naftas. Em janeiro do ano passado, entretanto, havia números de operações realizadas pela Petrobras no ano anterior e cujo registro ocorreu apenas em 2013.

As importações de bens de consumo cresceram 8,8%. Segundo o MDIC, os principais aumentos ocorreram nas importações de máquinas de uso doméstico, móveis, vestuário, objetos de adorno, produtos alimentícios, automóveis de passageiros e bebidas e tabacos. A importação de bens de capital subiu 7,1% na comparação com janeiro do ano passado. O resultado se deve, de acordo com o governo, às compras de equipamento móvel de transporte e parte e peças para bens de capital para a indústria.

A alta de 3,2% na importação de matérias-primas e intermediários é explicada pelo MDIC pelas aquisições de parte e peças de produtos intermediários, produtos minerais, acessórios de equipamento de transporte, matérias-primas para agricultura e produtos químicos/farmacêuticos.

As exportações de produtos básicos cresceram 5,3% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado, puxadas por petróleo em bruto, farelo de soja, bovinos vivos, carne bovina e minério de ferro. Por outro lado, nos manufaturados, a queda de 2,6% é explicada por redução nas vendas de açúcar refinado, etanol, automóveis de passageiros, autopeças e suco de laranja congelado.

A retração de 5,8% dos semimanufaturados ocorreu, principalmente, por conta da diminuição das exportações de ferro fundido, ouro em forma semimanufaturada, alumínio em bruto, semimanufaturados de ferro e aço e açúcar em bruto.

Principais relações
As exportações cresceram 17,4% para a Ásia, sendo que somente para a China o incremento foi de 27,7%. Para os Estados Unidos, a alta foi de 11,4%. Por outro lado, as vendas externas em janeiro caíram 6,2% para o Mercosul, sendo que a queda chegou a 13,7% para a Argentina. A retração das exportações do Brasil para a União Europeia foi de 5%.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Dólar sobe 1% e volta a R$2,43, em reação a dados fracos dos EUA

SÃO PAULO, 3 Fev (Reuters) - O dólar fechou com alta de 1 por cento, voltando ao patamar de 2,43 reais nesta segunda-feira, após dados econômicos fracos nos Estados Unidos alimentarem a aversão ao risco sobre os mercados emergentes.

A divisa norte-americana subiu 1,02 por cento, a 2,4371 reais na venda, após bater 2,4385 reais na máxima e 2,4006 reais na mínima do dia.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 770 milhões de dólares, bem abaixo da média diária apurada em janeiro, de 1,5 bilhão de dólares.

Em janeiro, a moeda norte-americana acumulou alta de 2,33 por cento e chegou a ser negociada no patamar de 2,45 reais em alguns momentos.

"A alta (desta sessão) veio em reação à piora nos mercados norte-americanos, o que por sua vez veio em reação aos dados fracos dos EUA", resumiu o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.

"Quando o mercado norte-americano não vai bem, a tendência é que haja mais fuga do dólar do Brasil porque o estrangeiro vai buscar ativos de menor risco", explicou.

A atividade manufatureira dos Estados Unidos desacelerou com força em janeiro devido à maior queda em anos das novas encomendas, sugerindo que a economia perdeu fôlego no início de 2014. Além disso, os gastos com construção no país quase não cresceram em dezembro.

Nesse contexto, investidores voltaram a se refugiar em ativos mais seguros, principalmente os denominados em dólares. Após recuar no início do dia, o dólar subia mais de 1 por cento frente ao peso mexicano e ao peso chileno.

Na primeira parte do pregão, as moedas emergentes registraram algum alívio, após sofrerem intensa pressão nas últimas sessões diante da onda global de mau humor com países em desenvolvimento.

"Saíram os índices americanos, o mercado acabou revertendo toda a baixa da manhã e o dólar deu um salto", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

A alta da moeda norte-americana veio mesmo com o Banco Central brasileiro dando continuidade nesta sessão às suas atuações diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil contratos de swaps cambiais tradicionais --equivalentes a venda futura de dólares--, todos com vencimento em 1º de dezembro deste ano. O BC também ofertou swaps para 1º de agosto, mas não vendeu nenhum. A operação teve volume equivalente a 196,8 milhões de dólares.

Fonte: Reuters Brasil

Bovespa recua 3% e fecha abaixo de 47 mil pontos pela 1º vez desde julho

SÃO PAULO, 3 Fev (Reuters) - A Bovespa fechou nesta segunda-feira abaixo dos 47 mil pontos pela primeira vez desde julho, com investidores vendendo para se proteger de maiores perdas após o principal índice ter perdido um importante suporte técnico, ao acompanhar a queda das bolsas norte-americanas e repercutir dados mais fracos da China.

O Ibovespa caiu 3,13 por cento, a 46.147 pontos, na primeira sessão de fevereiro. Nenhuma das 72 ações do índice conseguiu encerrar o dia no azul. O giro financeiro do pregão foi de 6,8 bilhões de reais.

Dados oficiais da China mostrando desaceleração do crescimento da indústria e do setor de serviços em janeiro já deram tom negativo à bolsa no início da sessão, reavivando preocupações com o importante parceiro comercial brasileiro.

Mais tarde, a Bovespa intensificou perdas, acompanhando as bolsas norte-americanas. Nos EUA, dados indicaram que a atividade manufatureira do país cresceu em seu menor ritmo em oito meses no mês passado.

Em meio ao tom negativo do dia, a queda do Ibovespa para abaixo do nível dos 46.800 pontos, considerado um suporte técnico importante, fez com que mesas de negociações disparassem ordens eletrônicas para evitar maiores perdas, afirmou o analista sênior do BB Investimentos, Hamilton Alves.

As ações preferenciais da blue chip Petrobras recuaram 5,78 por cento --maior queda em dois meses--, enquanto a preferencial da mineradora Vale perdeu 3 por cento.

"O dinheiro de estrangeiros está saindo da bolsa. Nessa hora de mercados emergentes pressionados, papéis com maior liquidez como Petrobras e Vale acabam sentindo mais, pois é a forma de sair mais rápido", disse o sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira.

O saldo de investidores estrangeiros na Bovespa era negativo em 914,4 milhões de reais até 30 de janeiro, com o mal estar sobre a situação de emergentes num cenário de menor liquidez global reduzindo a atratividade de ativos brasileiros.

No fronte corporativo, as ações da Sabesp perderam mais de 5 por cento, após a companhia de saneamento do Estado de São Paulo anunciar que dará desconto de 30 por cento na conta de água para consumidores que reduzirem o gasto mensal em pelo menos 20 por cento.

De acordo com o BB Investimentos, o próximo suporte do Ibovespa está nos 44.100 pontos, mínima atingida no ano passado.

Fonte: Reuters Brasil