Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Efeito da seca nos EUA vai além da atividade agrícola


Fortes chuvas no rastro do furacão Isaac podem ajudar algumas das partes mais afetadas pela seca nos Estados Unidos, mas a pior estiagem do país em décadas já afetou desde os preços da alfafa até operações de barcaças e tem o potencial de enfraquecer o crescimento americano.

As implicações da seca podem ser mundiais. Uma queda na produção americana de commodities agrícolas como milho e soja podem pressionar preços globais, num momento em que várias economias emergentes estão preocupadas com a inflação.

Por outro lado, um crescimento anêmico pode levar o banco central americano a reforçar medidas de estímulo que têm o potencial de enfraquecer o dólar, aumentando assim a competitividade de exportadores americanos em detrimento de seus rivais em outros países. Produtores agrícolas de outros países também podem ter uma oportunidade de aumentar suas vendas com o potencial declínio dos fortes concorrentes americanos.

Mas, por enquanto, as consequências mais visíveis da estiagem estão concentradas nos EUA.

Ben Costello diz que a empresa de "rafting" que ele gerencia no Estado de Colorado teve este ano só 45% do volume habitual de negócios nas férias de verão — um período de dois meses que terminou oficialmente ontem — porque o clima quente e seco provocou incêndios florestais que espantaram turistas. Os rios da região estão baixos, o que dificulta fazer os percursos mais longos que são os mais lucrativos para os negócios de Costello.

"Não há muito que possamos fazer", disse ele, além de reduzir o horário de trabalho e demitir trabalhadores para tentar compensar os negócios perdidos.

A trilha do furacão só trouxe chuva para cerca de um terço da região afetada pela seca no país.

O impacto da estiagem é mais visível em áreas agrícolas. Cerca de 63% dos EUA estão experimentando uma seca, o que prejudicou principalmente lavouras de milho e soja e fizeram subir o preço de rações para aves, suínos e bovinos. Pecuaristas estão buscando opções mais baratas para ração ou antecipando o abate, e espremendo as margens de lucros das empresas alimentícias. O diretor-presidente da Tyson Foods Inc., Donnie Smith, recentemente alertou que a alta dos preços de grãos poderia pressionar os lucros no ano que vem.

Os consumidores ainda não viram muito impacto no supermercado, mas vão ver se a seca continuar. O Departamento de Agricultura dos EUA já avisou que os preços de alimentos vão subir de 3% a 4% em 2013 em relação aos níveis deste ano. Em 2012, a alta em relação ao ano anterior deve ficar entre 2,5% e 3,5%.

Preços mais altos de produtos agrícolas estão atingindo os consumidores de outras formas. O etanol, que nos EUA é feito à base de milho para ser misturado à gasolina, tem sido apontado como um dos fatores que tem elevado o preço nas bombas dos postos.

A agricultura responde por apenas cerca de 1% do produto interno bruto dos EUA, mas ela tem sido um dos setores mais fortes de uma economia enfraquecida — em parte graças a um aumento nas exportações agrícolas. O setor também se beneficiou de uma alta nos preços das terras agrícolas.

O amplo uso de seguros de lavouras e vários anos de lucros saudáveis amorteceram o impacto para a renda dos agricultores. O Departamento de Agricultura afirma que o lucro líquido dos produtores agrícolas dos EUA vai subir 3,7% este ano, para US$ 122,2 bilhões, o nível mais alto desde 1973 — apesar da seca. Um motivo é que a disparada nos preços de milho, soja e terra está encobrindo as perdas — algo que não aconteceu na última grande seca, em 1988. Isso tem limitado os efeitos na taxa de crescimento econômico, até agora.

Mas as chuvas recentes não devem desfazer o estrago da seca, dizem economistas, e estiagens podem ser duradouras. "A seca não vai acabar", disse Tom Jackson, economista sênior da IHS Global Insight. Ele diz que chuvas fortes podem ajudar a safra de soja do ano que vem, mas ventos mais fortes do que o habitual podem derrubar espigas de milho nesta época do ano.

A situação também poderia piorar se a chuva não retornar para o próximo plantio. Michael Feroli, economista do J.P. Morgan Chase & Co., disse que crescimento neste segundo semestre poderia ser um pouco prejudicado por exportações menores de produtos agrícolas, menores estoques nas fazendas e alta dos preços de alimentos, o que tornaria os americanos menos dispostos a gastar com outras coisas.

Indústrias que fornecem para agricultores estão sentindo o impacto.

A Agriflite Services Inc., uma companhia de pulverização de plantações no Estado de Indiana, é um exemplo. Como várias lavouras não estão sobrevivendo ao clima quente e seco, a companhia tem tido pouca demanda por seus serviços, diz um dos fundadores, Dave Eby. O faturamento este ano está 30% menor em relação ao ano passado, e a Agriflite só tem cinco aviões fazendo serviços constantes, quando no ano passado tinha 15, disse Eby.

Fonte: The Wall Street Journal

Economia mundial fraca impulsiona alta do dólar


A divisa americana avançava 0,54% em relação ao real, cotada a R$ 2,044 para venda.

Em dia de pessimismo nos mercados, com dados fracos da economia americana, o dólar tem uma sessão de valorização frente a maioria das divisas.

Ante o real, a moeda americana avançava 0,54%, negociada a R$ 2,044 para venda.

O Dollar Index, índice que mede a variação da moeda frente uma cesta de divisas, subia 0,18%.

"Quando a cotação da divisa se aproxima do piso do Banco Central (BC), é natural que um movimento de compra ganhe força", diz José Carlos Amado, da Corretora Renascença.

O fortalecimento da divisa americana também é impulsionado por dados fracos vindos dos Estados Unidos.

A atividade industrial americana apresentou contração pelo terceiro mês seguido, com o ISM Index atingindo 49,6 pontos no mês passado, no menor patamar desde julho de 2009. A expectativa era por um número bem acima, de 55,2 pontos.

Além disso, no setor da construção, os gastos dos consumidores recuaram 0,9% em julho, ante a expectativa por uma alta de 0,5%.

Fonte: Brasil Econômico

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Bom humor na Europa contagia bolsa brasileira


Expectativa com reunião do Banco Central Europeu (BCE) e possível compra de ativos geram otimismo. Por aqui, sem os Estados Unidos, o movimento ficou atrelado à Europa.

Sem referência das bolsas nos Estados Unidos, fechadas por causa do feriado do Dia do Trabalho, o Ibovespa se manteve no campo positivo, puxado pelo bom humor na Europa.

Diante disso, o principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 0,39%, aos 57.281 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 3,82 bilhões por causa do número reduzido de investidores estrangeiros.

Na quinta-feira (6/7), ocorre a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). "A grande expectativa é que Mario Draghi [presidente do BCE] anuncie quais medidas serão colocadas em práticas para ajudar a Zona do Euro, dado que temos promessas que algo seria feito", diz Adriano Moreno, economista-chefe da FuturaInvest. A medida mais aguardada é a compra de títulos da Espanha.

No entanto, o economista afirma que o otimismo já foi muito maior e que agora a expectativa é mais por conta da aproximação da reunião. Diante disso, os mercados mundiais sobem sem firmeza, uma vez que se encontram em patamares elevados.

No velho continente, O CAC 40, de Paris, e o FTSE 100, de Londres, registraram acréscimos de 1,19% e 0,82%, enquanto o DAX, de Frankfurt, ganhou 0,63%.

Outra informação que levou otimismo ao mercado foi que o setor de serviços na China veio melhor do que esperado, marcando 56,3 pontos em agosto, contra 55,6 em julho.

Por outro lado, o volume de produção industrial avançou, mas a um ritmo mais lento do que no mês anterior. Já as novas encomendas à indústria registraram queda.

Nos Estados Unidos, a projeção de desempenho para Wall Street nesta semana é positiva. "Sexta-feira tem o tão esperado dado de emprego que, se vier ruim, pode sinalizar nova rodada de compra de ativos, animando os investidores", pontua Moreno.

A perspectiva com o resultado é negativa, após Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ponderar que o desemprego está dois pontos percentuais acima do esperado.

Destaques

As ações da Marfrig (MRFG3) iniciaram setembro com correção, liderando as maiores quedas na sessão. No final, elas caíram 3,13%, após registrarem fortes ganhos em agosto.

Em seguida, as ações da Gol (GOLL4) finalizaram com decréscimo de 3,09%.

Por outro lado, os papéis da BM&FBovespa (BVMF3) e da Usiminas (USIM3) ficaram entre as maiores altas, com avanços de 4,65% e 4,64%, respectivamente.

Câmbio

E no mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,09%, a R$ 2,031 na compra e R$ 2,033 na venda.

Fonte: Brasil Econômico

Dólar tem leve alta com dados ruins da China


No mercado de juros futuros, curva fechou em baixa, com expectativa por recuperação lenta da economia brasileira no segundo semestre.

Com a ausência do mercado americano, fechado por conta do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, o câmbio doméstico operou com liquidez reduzida, o que elevou a volatilidade na cotação do dólar nesta segunda-feira (3/9).

Acompanhando o desempenho de outras moedas de países emergentes, o real perdeu valor frente à moeda americana no primeiro pregão da semana, refletindo dados fracos ruins na China e na Zona do Euro.

A divisa encerrou os negócios com uma leve alta de 0,09%, negociada a R$ 2,033 para venda.

"As bolsas da Europa fecharam em alta, na espera de ações por parte do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco Popular da China, confirmando a leitura de que ‘quanto pior melhor'", diz Guilherme França Esquelbek, da Correparti, em relatório.

Entre os números que apontam para uma confirmação na desaceleração do gigante asiático, o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial recuou para 49,2 pontos em agosto, ante 50,1 em julho, atingindo o menor valor desde novembro de 2011.

Valores abaixo de 50 pontos indicam contração da atividade.

Além disso, a Toyota informou que suas vendas na China caíram 15,1% no mês passado, após a baixa de 5% em julho.

O euro, por sua vez, teve uma recuperação e subiu 0,12%, a US$ 1,2594.

O movimento decorre de declarações do presidente do BCE, Mário Draghi, no sentido de que a compra de bônus com prazo de dois e três anos não contraria o tratado da União Europeia, elevando as chances de novas atuações da autoridade, pontua Esquelbek.

Juros

A curva de juros futuros da BM&FBovespa encerrou em baixa nesta segunda, por conta da expectativa por uma recuperação lenta da economia brasileira durante o segundo semestre, evidenciada no boletim Focus do Banco Central (BC).

Mais negociado, com giro de R$ 48,895 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2013 recuou de 7,27% para 7,24%, enquanto o para janeiro de 2014 caiu de 7,83% para 7,74%, com volume de R$ 27,294 bilhões.

Os economistas consultados pela autoridade monetária preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá crescer apenas 1,64% em 2012, ante a expectativa por uma expansão de 1,75% na semana passada. Foi a quinta semana seguida de queda nas projeções.

Fonte: Brasil Econômico

Mesmo sem crise, indústria brasileira estaria prejudicada


Os problemas da indústria brasileira são estruturais, pondera Antonio Carlos Alves dos Santos, professor da PUC.

O setor industrial no mundo inteiro tem sentido o impacto da crise na Europa. No entanto, apesar de 2012 ser considerado como um ano perdido, o segundo semestre deve mostrar recuperação diante das medidas internas e externas.

Para este ano, a previsão do mercado, segundo o boletim Focus do Banco Central (BC), para a produção industrial brasileira é de queda de 1,78%, mas para 2013, a expectativa é de alta de 4,5%.

"As medidas que o governo está tomando têm ajudado, como o corte do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], desoneração da folha de pagamento e redução da taxa básica de juros. O importante é gerar ganho de produtividade para não desencadear em um cenário de forte desemprego. Medidas no cenário externo, como na China também vão ajudar", aponta Gil Deschatre, professor de investimentos da FGV.

O consenso é de retomada do setor industrial brasileiro neste segundo semestre, para entrar com força no primeiro trimestre de 2013. Para Deschartre, o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai chegar a 1,8% neste ano.

Na opinião de Antonio Carlos Alves dos Santos, professor da PUC, os problemas da indústria brasileira são estruturais. "A redução da tarifa de energia elétrica foi um grande passo e vai impactar bastante a indústria de transformação. Mas ainda é necessário fazer desonerações e diminuir a burocracia. Mesmo se não houvesse crise externa, estaríamos tendo problemas em nossa indústria", desta.

Apesar da indústria da China passar por um arrefecimento, os problemas devem diminuir em três meses caso o país anuncie estímulos. As duas reduções nas taxas de juros, aumento da liquidez e avanço na capacidade de empréstimo bancário ainda não surtiram efeito no gigante asiático, mas há espaço para mais estímulos monetários. 

"As autoridades chinesas estão atentas ao desaquecimento do país e devem injetar ânimo apenas com políticas monetárias. Talvez haja um corte de juros, mas será pequeno porque os valores já estão baixos, mas ainda há espaço para redução de impostos ou incentivos à indústria siderúrgica", explica Gil Deschatre.

Um dos motivos da China estar passando por desaquecimento na indústria é que, em 2008, o governo chinês incentivou o setor habitacional, o que acabou elevando os preços dos imóveis. Neste ano, o governo segue temeroso com incentivos no setor da construção civil.

"Não vejo uma bolha neste segmento porque o emprego na China está bom. Enquanto a indústria está ruim, o setor de serviços está melhorando a cada mês e poderá até compensar o setor industrial com os empregos", avalia Antonio dos Santos.

Ele complementa ainda que o desenvolvimento do setor no Brasil irá depender da melhora externa. Dados divulgados hoje no Reino Unido apontam para ligeira melhora.

Na Alemanha, apesar das exportações para a Zona do Euro terem sido fracas no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, houve forte crescimento de envio de encomendas para o Japão, Rússia e Estados Unidos.

Em relação à produção americana, que terá os dados divulgados na terça-feira (4/9), não devem surpreender negativamente os investidores. A consultoria Briefing.com estima que o nível de atividade industrial nos Estados Unidos atinja 50 pontos em agosto, contra 49,8 pontos no mês anterior.

Deschatre lembra que a situação por lá está longe de ser comparada com o cenário europeu e que, apesar da economia estar morna, não há necessidade de correções abruptas.

"O único problema dos Estados Unidos é se o déficit encavalar, mas isso não deve acontecer. Não acredito que venham estímulos mais fortes porque a economia está caminhando, embora lentamente. O ideal seria algo pontual, como crédito às empresas", completa o professor da FGV.

Também será publicado amanhã, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira. O Bradesco prevê aumento de 0,3% na atividade industrial de julho, em relação ao mês anterior. Na comparação anual, a expectativa é queda de 2,9%.

Fonte: Brasil Econômico

Indústria da China tem retração em agosto


Segundo dados oficiais, o volume de produção industrial avançou, mas a um ritmo mais lento do que no mês anterior. Já as novas encomendas à indústria registraram queda.

A indústria da China registrou contração no mês de agosto, segundo levantamento realizado pela Federação Chinesa de Logística e Compras.

O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) recuou para 49,2 pontos no mês passado, frente a 50,1 pontos em julho, atingindo o valor mais baixo desde novembro de 2011.

O valor ficou abaixo da marca de 50 pontos, que separa a contração da expansão.

Segundo a pesquisa, o volume de produção industrial avançou, mas a um ritmo mais lento do que no mês anterior. Já as novas encomendas à indústria registraram queda.

Diante desse cenário, a indústria chinesa reduziu também o nível de emprego, informou o levantamento.

Outra pesquisa divulgada nesta manhã, realizada pelo banco HSBC e pelo instituto Markit, aponta na mesma direção.

Segundo o HSBC, o índice gerente de compras da indústria chinesa registrou 47,6 pontos em julho, frente a 49,3 pontos no mês anterior.

"Os pedidos de exportação tiveram a contração mais forte desde março de 2009", explica o economista-chefe do SHBC para a China, Hongin Qu. "Os exportadores chineses estão enfrentando dificuldades cada vez maiores, diante dos problemas na economia global", diz.

Fonte: Brasil Econômico

sábado, 1 de setembro de 2012

Manejo adequado e conscientização são armas para combater desertificação, que já atinge 15% do território brasileiro


Brasília - Com aproximadamente 1,3 milhão de quilômetros quadrados do seu território sob risco de se transformar em deserto, pensar o uso correto da terra é cada vez mais urgente ao Brasil. Dados do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostram que a área suscetível chega a 15% do território nacional e envolve 1.488 municípios em nove estados da Região Semiárida do Nordeste brasileiro, do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo.
De acordo com o coordenador da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Naidison Batista, a conscientização dos agricultores sobre o manejo adequado da terra somada à difusão de tecnologias adaptadas ao Semiárido são elementos fundamentais para combater o processo de desertificação no país. Para isso, Batista defende o uso das técnicas agroecológicas no combate e prevenção à desertificação.
“O enfrentamento desse processo tem que ser feito por meio da prevenção e não remediando [o problema]. E nessa luta, a aplicação das práticas da agroecologia são fundamentais, porque elas preconizam o cuidado com a terra, a compreensão de que é preciso usufruir dela sem esgotá-la, sem objetivar apenas o lucro”, argumentou.
Ele acrescentou que a lógica do agronegócio, baseada na monocultura e no uso de agrotóxicos, contribui em grande parte para a degradação do solo, mas alertou que toda a humanidade é responsável por tentar conter esse processo.
“O homem do campo tem que entender que suas práticas têm impacto sobre a natureza, mas o homem da cidade também precisa saber que suas ações também têm consequências. É preciso não desperdiçar água em banhos demorados ou em lavagens prolongadas de carros, por exemplo, exaurir rios e mananciais, entre outros”, afirmou.
Segundo Naidison Batista, já existem muitas tecnologias sendo usadas no Semiárido e com resultados positivos. Uma delas, o Programa Um Milhão de Cisternas, implementado pela ASA, em parceria com o governo federal, agências de cooperação e empresas privadas, permite captar a água da chuva para consumo humano por meio de cisternas de placas de cimento. A infraestrutura, com capacidade para 16 bilhões de litros de água, já está presente nas casas de aproximadamente 600 mil famílias.
Menos conhecida e difundida é a saída encontrada pela pequena agricultora paraibana Angineide de Macedo, de 42 anos. Após acompanhar o processo de degradação de sua propriedade, de aproximadamente dois hectares, ela conheceu, com a ajuda de uma organização não governamental local, os benefícios do cultivo do nim indiano. A planta, que tem crescimento rápido e atinge uma altura de 8 metros em três anos, ajudou a reverter as consequências da desertificação no local e a salvar a plantação de ervas medicinais que, segundo a agricultora, estava bastante prejudicada.
“As plantas não resistiam muito, porque o sol castigava e elas morriam. Agora, com o nim, elas têm sombra e ficam protegidas do vento. As crianças também melhoraram, porque agora têm sombra para brincar e não ficam tão doentes com a poeira”, contou ela, que também planta em sua propriedade hortaliças e legumes.

Fonte: Agência Brasil