Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Apesar de redução, Brasil ainda tem um dos mais altos custos de energia


O governo detalhou nesta terça-feira a redução das tarifas de energia elétrica, que tem como objetivo aumentar a competitividade da indústria brasileira. Apesar da diminuição, o setor produtivo nacional continuará a pagar um das mais altas faturas de energia no mundo.
O anúncio já havia sido feito pela presidente Dilma Rousseff no pronunciamento de 7 de setembro. Na cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou o corte de 16,2% para os consumidores residenciais e de até 28% para as indústrias. As medidas passam a valer no início de 2013.

Segundo Lobão, a redução vai se dar em duas frentes: de um lado, o governo vai zerar ou reduzir encargos setoriais, que juntos, respondem por 12,5% do preço da tarifa industrial; de outro, aproveitará o vencimento das concessões de geração elétrica para puxar para baixo o custo da energia ao renová-las.
Segundo levantamento da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), a redução média para a indústria deverá ficar em torno de 19,4%.
Após o anúncio, o Brasil passou da quarta para a oitava posição entre os países com as mais altas tarifas de energia para a indústria no mundo, mas continua a pagar mais caro do que todos os outros Brics (grupo que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul), segundo estudo da Firjan com base em dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que inclui 28 países.

'Zona de competitividade'

Tarifas industriais de consumo de energia elétrica (R$/MWH)*
1. Itália - R$ 458,3

2. Turquia - R$ 419

3. República Tcheca - R$ 376,4

4. Chile - R$ 320,6

5. México - R$ 303,7

6. El Salvador - R$ 295,4

7. Cingapura - R$ 271,8

8. Brasil - R$ 265,2**

18. Índia - R$ 188,1

22. China - R$ 142,4

23. Estados Unidos - R$ 124,7

26. Rússia - R$ 91,5

27. Argentina - R$ 88,1

28. Paraguai - R$ 84,1
*O ranking foi feito com base na paridade do poder de compra (PPP) de 27 países selecionados.
**Considerando a redução média de 19,4% 
Fonte: FIRJAN

Segundo Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, mesmo com a redução o Brasil permanece fora da chamada "zona de competitividade", com uma tarifa média superior à dos principais países latino-americanos, por exemplo.
Considerado por muito tempo um dos principais entraves para o crescimento e à competitividade da indústria, o alto custo da eletricidade é um dos principais integrantes do chamado "Custo Brasil".
A baixa competitividade se traduz em produtos mais caros para o consumidor brasileiro e na perda de espaço no mercado internacional.
A redução das tarifas elétricas vem na esteira do conjunto de medidas de diminuição de custos estruturais, iniciada em agosto deste ano com o anúncio do plano de concessão de rodovias e ferrovias ao setor privado, que pretende minimizar o déficit de infraestrutura do Brasil.
"A medida do governo 'limpa' as bases da cadeira produtiva, aumentando sua competitividade e gerando um ciclo virtuoso", afirmou à BBC Brasil Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE).

Encargos

Apesar de o Brasil continuar pagando uma das tarifas mais caras do mundo, a redução de até 28% na energia cobrada da indústria veio em boa hora, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
De acordo com a pesquisa, o alto custo poderia ser explicado, em parte, pelos 14 encargos setoriais inseridos na conta de luz da indústria que, juntos, respondiam por 17% da tarifa total de energia elétrica da indústria.
Dois deles deles foram zerados - a Reserva Global de Reversão (RGR) e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Já a Conta de Consumo de Combustível (CCC) foi reduzida em 25%. Juntos, esses tributos somavam cerca de 12,5% do preço final da energia.
"Todos esses tributos não tinham mais razão para existir. A CDE, por exemplo, foi criada para estimular o uso de fontes renováveis e universalizar a energia. Hoje, isso já não é tão necessário", explicou Prado, da Firjan.

Custo indireto

Para o consumidor, as medidas irão além de uma conta de luz mais barata. A redução também implicará em um custo indireto menor.
Segundo pesquisa da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), o alto custo da tarifa industrial acaba impactando o bolso das famílias, que indiretamente chegam a pagar um valor equivalente ao dobro de suas contas de luz quando se considera o preço da energia industrial embutido no preço dos produtos.
Assim, uma família que pague R$ 50 de conta de luz por mês, consome indiretamente outros R$ 100 no seu dia à dia.
Componentes da tarifa de energia elétrica residencial*
Encargos, taxas e tributos - 50%
Custo da energia - 24%
Custo de distribuição - 21%
Custo de transporte - 5%
Total - 100%
*Antes da medida
Fonte: ABRACE
"Trata-se da energia necessária para a fabricação de qualquer produto, desde o papel até os automóveis", afirmou Pedrosa, da Abrace.
No topo do ranking do peso da energia no processo produtivo, segundo um outro estudo coordenado pela entidade, figura a indústria de gás, na qual o custo da energia equivale a 70% do preço do metro cúbico. A lista é seguida pelo setor de alumínio (40%), cloro e soda (40%) e ferroligas (30%).
A Abrace prevê que a redução média de 20% da tarifa das indústrias possibilitará um crescimento adicional do PIB de 8% até 2020.
Além disso, segundo a entidade, as exportações brasileiras aumentariam R$ 130 bilhões e seriam gerados até 5 milhões de empregos no período.

Fonte: BBC Brasil


OCDE: Brasil é país com maior vantagem salarial para diplomados


O Brasil é o país com a maior diferença salarial entre pessoas com diploma universitário e as com grau de instrução inferior, segundo um estudo feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta terça-feira.
De acordo com o secretário-geral da organização, Angel Gurría, a diferença salarial existente no Brasil entre pessoas com ensino superior e as demais representa "o triplo da média dos países da OCDE".

A vantagem salarial média nos 34 países da OCDE entre pessoas que cursaram o terceiro grau e as com nível de instrução menor é de 67% no caso dos homens e de 59% entre as mulheres.
O estudo "Olhar sobre a Educação 2012" da OCDE analisou os dados de 42 países.
Nem todos forneceram, no entanto, números sobre todos os aspectos pesquisados. Apenas 32 países forneceram dados no quesito que indica o Brasil com a maior diferença salarial entre pessoas com curso universitário e as demais.
Recessão
O relatório aponta também que a diferença de salários entre pessoas com ensino superior e as demais aumentou durante a recessão econômica mundial.
A vantagem salarial de homens com ensino superior passou de 58% em 2008 para 67% em 2010 nos países da OCDE.
No caso das mulheres com ensino superior, a diferença salarial em relação às demais passou de 54% para 59% entre 2008 e 2010 nos países da organização.
Apesar das condições incertas do mercado desde 2008, a maioria das pessoas com diplomas de curso superior "continua obtendo benefícios financeiros muito vantajosos", diz o secretário-geral da OCDE.
Investimentos maiores
O Brasil também se destaca no estudo em relação a investimentos realizados na educação.
O país registrou o quarto maior aumento em gastos na educação no período de 2000 a 2009 entre os 33 países do estudo que forneceram estatísticas a respeito.
Os investimentos em educação no Brasil passaram de 10,5% do total dos gastos públicos em 2000 para 16,8% em 2009, diz o estudo.
Na OCDE, a média de gastos com educação é de 13% do total da despesa pública.
O Brasil, segundo o estudo, também é o país que mais ampliou os gastos por aluno no ensino primário e secundário entre 29 países que forneceram dados a respeito.
Os gastos no Brasil com alunos do ensino primário e secundário aumentaram 149% entre 2005 e 2009, diz o relatório, que ressalta, no entanto, que o nível anterior era bem abaixo do observado em outros países.
Ensino superior
Apesar da ampliação considerável dos investimentos em educação, o Brasil está entre os países que menos aumentou os gastos com alunos do ensino superior, ocupando a 23ª posição em uma lista de 29 países.
Houve, na realidade, uma queda de 2%, já que o nível de gastos com alunos do ensino superior não acompanhou o aumento de 67% no número de universitários entre 2005 e 2009, diz o relatório.
Segundo o estudo, o Brasil investe 5,5% de seu PIB na educação, abaixo da média de 6,23% do PIB nos países da OCDE.
"Como muitos países da OCDE, a maior parte dos investimentos brasileiros é feita no ensino primário e secundário. No caso do Brasil, isso representa 4,23% do PIB, mais do que a média de 4% da OCDE", diz o estudo.
"Em contraste, o Brasil investe apenas 0,8% do PIB no ensino superior, o quarto nível de investimentos mais baixo entre 36 países (que forneceram dados sobre o assunto)."
O Brasil também só investe 0,04% do PIB em pesquisas e desenvolvimento, a menor fatia do PIB entre 36 países do estudo, afirma a OCDE.

Fonte: BBC Brasil

China caminha para cumprir meta de crescimento


Wen afirmou estar confiante em manter a economia em um curso de crescimento estável e relativamente rápido.

A China está no caminho para cumprir sua meta de crescimento econômico neste ano e o governo está dando maior importância para as decisões políticas com o objetivo de estabilizar a economia, afirmou nesta terça-feira (11/9) o primeiro-ministro, Wen Jiabao.

Wen, falando em uma reunião do Fórum Econômico Mundial realizado na cidade chinesa de Tianjin, afirmou estar confiante em manter a economia em um curso de crescimento estável e relativamente rápido.

As declarações de Wen foram feitas após o presidente chinês, Hu Jintao, ter alertado no fim de semana que a economia mundial está prejudicada por "fatores e incertezas desestabilizadores" e que a crise financeira de 2008/2009 está longe do fim.

Iniciativas

O primeiro-ministro disse também que todas as iniciativas tomadas pelo governo, até agora, neste ano para estabilizar o crescimento na segunda maior economia do mundo estão dentro do orçamento.

Segundo Wen, Pequim tem um superávit fiscal de cerca de 1 trilhão e iuanes no ano até o momento.

Mas ele acrescentou que o governo central irá acessar um fundo especial de estabilização para dar suporte à atividade econômica, se necessário.

"Existem cerca de 100 bilhões de iuanes no fundo de estabilização neste ano", disse Wen.

Fonte: Brasil Econômico

Fazenda amplia setores com custo menor na folha


Mantega deve anunciar esta semana a lista dos novos segmentos beneficiados, além dos 15 que já foram contemplados.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar esta semana a ampliação do número de produtos e segmentos que poderão contar com a redução dos encargos patronais sobre a folha de pagamentos a partir de 2013.

Aguarda apenas a sanção presidencial à lei que concede benefícios fiscais no âmbito do Plano Brasil Maior da qual essas desonerações fazem parte.

A presidente Dilma Rousseff deu sinal verde para que as inclusões feitas durante o trâmite da Medida Provisória nº 563, do Plano Brasil Maior, sejam aceitas.

No início de agosto, o Brasil Econômico publicou que a presidente desejava ver esse programa ampliado com mais rapidez. Muito embora o governo anuncie como setores, a desoneração é feita por produtos fabricados em segmentos dessas áreas, e isso leva muito mais tempo para abranger toda a cadeia produtiva.

Nesse sentido, agora, alguns segmentos do setor de brinquedos devem ser beneficiados, além do da agroindústria, como avicultura e suinocultura. Em pedras ornamentais, mármores e granitos passarão a contar com a mudança.

Além disso, está o setor de transporte, nos segmentos rodoviário, aéreo e marítimo seja de carga ou passageiros.

Com exceção dos transportes, cuja alíquota a ser cobrada sobre o faturamento deve ser de 2%, os outros segmentos pagarão 1% da sua receita em vez de recolher ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) 20% dos salários pagos a seus empregados.

Diante da reserva no Orçamento para o ano que vem de R$ 15 bilhões, Mantega e sua equipe estudam estender ainda mais essa benesse: serão mais 15 novos setores ou tipos de produtos, além do que foi incluído pelo Congresso Nacional.

No entanto, até o fechamento desta edição, o ministro ainda iria se reunir com os técnicos de sua equipe que cuidam do tema para avaliar se incluiria essa expansão no seu anúncio ou deixaria para divulgar mais à frente, uma vez que esse benefício fiscal também passará a valer só ano que vem.

Uma nova inclusão agora requereria uma Medida Provisória e incluiria o risco de vê-la aumentada em seus impactos fiscais durante o trâmite tanto na Câmara quanto no Senado, como ocorreu com a MP 563.

Sem essas novas expansões, o governo calcula abrir mão de uma receita direta para a Previdência de R$ 7,2 bilhões por ano.

No entanto, espera que parte disso seja compensada com o aumento da tributação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os produtos importados dessas áreas e, com o faturamento das empresas crescendo, elevam-se outros tributos e o próprio recolhimento da nova alíquota que está sendo aplicada.

De todo modo, assim como ocorre em outros ramos de atividade que têm recebido redução nas alíquotas dos tributos, a manutenção dos empregos será exigida como contrapartida.

A desoneração da folha de pagamentos teve início no ano passado com apenas quatro setores e hoje já vale para 15. Embora com prazo para acabar em 2014, está sendo tratada pelo governo como uma mudança estrutural, ou seja, sem volta.

O objetivo é reduzir o custo Brasil e, consequentemente, aumentar a competitividade. O governo avalia que esse é momento para ter ações nessa direção visando preparar o setor industrial brasileiro para competir melhor internamente, enquanto a situação mundial é instável, quanto externamente quando os ventos favoráveis soprarem.

Fonte: Brasil Econômico

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Burocracia é prejudicial à competitividade de 92% das indústrias, revela sondagem da CNI


Brasília - O excesso de burocracia prejudica a competitividade de 92% das indústrias brasileiras, além de elevar os custos, desviar recursos das atividades produtivas e atrapalhar os investimentos. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que fez a Sondagem Especial Burocracia, divulgada hoje (10).
Na sondagem, realizada entre 2 e 17 de abril, foram ouvidos 2.388 industriais em todo país. Desses, 1.835 são da indústria de transformação, 116 da extrativa e 437 da construção. Para mais da metade dos entrevistados (52%), o impacto da burocracia na empresa é alto.

Entre as dificuldades apontadas pelos setores industriais está o número excessivo de obrigações legais, com 85% das respostas. Em segundo lugar, vem a complexidade das obrigações legais, com 56% das opiniões, e, em terceiro, com 41% das respostas, os entrevistados citaram a alta frequência das mudanças.

Segundo a CNI, procedimentos excessivamente burocráticos complicam a obtenção de licenças e alvarás. Para 76% dos entrevistados, é alto o grau de burocracia na emissão de certificados e licenças ambientais. Na avaliação de 70%, a burocracia é excessiva na legislação trabalhista e 66% fazem a mesma consideração em relação à emissão de certificados e licenças sanitárias.

A participação em processos de licitação é considerada burocrática por 93% dos empresários. Os procedimentos para obtenção de financiamento público são complicados para 96% deles. Dos empresários, 95% reclamaram das obrigações contábeis e 88% dos procedimentos para pagamento dos tributos.

De acordo com a sondagem, quanto maior a empresa, maior é a percepção de que os processos burocráticos atrapalham a competitividade dos negócios. A maioria, 95% das médias e 94% das grandes indústrias, é afetada pelo excesso de burocracia. Esse número cai para 88% entre as pequenas empresas.

Na opinião dos empresários, o governo deve investir no combate à burocracia. A prioridade para 73% deve ser a área trabalhista. Em segundo lugar, como opção mais citada – foi possível apresentar mais de uma resposta por entrevistado –, aparece, com 55%, o combate à burocracia na legislação ambiental. Os empresários citaram ainda sugestões para que o governo elimine procedimentos para o pagamento dos tributos (42%), diminua as obrigações contábeis (41%), facilite o trâmite em torno da Previdência Social (39%) e facilite a obtenção de licença de funcionamento, alvará de construção ou habite-se (36%).

Fonte: Agência Brasil

Desemprego nos EUA aumenta chances de mais estímulo


Os empregadores dos Estados Unidos fizeram contratações em ritmo lento em agosto, o que eleva a probabilidade de que o Federal Reserve, o banco central do país, intervenha na economia para estimular crescimento quando se reunir esta semana — além de complicar a campanha de reeleição do presidente Barack Obama.

O relatório de emprego do Departamento de Trabalho, que passa a ser acompanhado mais de perto à medida que as eleições se aproximam, informou que os EUA adicionaram 96.000 novo empregos dessazonalizados no mês passado. É menos do que as 141.000 vagas preenchidas em julho e um volume muito pequeno para um país que tenta colocar 12,5 milhões de trabalhadores desempregados de volta ao mercado de trabalho.

A taxa de desemprego caiu de 8,3% em julho para 8,1%, mas por razões equivocadas. A taxa, com base numa pesquisa separada, caiu porque muitas pessoas desistiram de procurar emprego e deixaram a força de trabalho, não porque elas encontraram emprego.

"Cada um dos principais aspectos do relatório é negativo", disse Stephen Stanley, economista-chefe da corretora americana Pierpont Securities. "Na verdade, temos tido um crescimento medíocre nos últimos três anos. É como se estivéssemos a ponto de melhorar, mas logo voltamos a ter ganhos fracos novamente, e agora estamos de volta a uma daquelas fases em que claramente estamos vendo números abaixo da média."

Os decepcionantes números de emprego são um lembrete de como a fraqueza econômica permanece um tema central da eleição presidencial do país. Em um discurso eleitoral no Estado de New Hampshire, o presidente Obama disse: "Precisamos criar mais postos de trabalho mais rápido. Precisamos preencher o buraco deixado por esta recessão de forma mais rápida."

Os líderes do Partido Republicano, de oposição, apontam para o relatório como uma evidência de que uma mudança em Washington é necessária.


O relatório de desemprego da sexta-feira aumenta a probabilidade de que o Fed anuncie medidas para estimular a economia, incluindo um novo programa de compra de títulos de dívida, no fim de sua reunião de política monetária esta semana. Essa é uma razão pela qual os investidores — muitos deles ansiosos por uma ação do Fed — terem reagido com calma aos dados de emprego, que ficaram aquém das cerca de 125.000 vagas previstas por vários analistas. Na sexta-feira, a Média Industrial Dow Jones subiu 14,64 pontos, para 13.306,64.

Na semana passada, em uma reunião de economistas e banqueiros centrais em Jackson Hole, Estado de Wyoming, o presidente do Fed, Ben Bernanke, descreveu o fraco mercado de trabalho como um problema grave. Sua declaração é um forte sinal de que ele tomaria novas medidas para reforçar o crescimento econômico. Ele também disse que os benefícios econômicos de um programa de compra de títulos de dívida superam os custos.

O número de contratações menor que o esperado, somado a outros relatórios que indicam uma desaceleração na produção industrial, sugere que a recuperação da economia americana não está decolando e remove o último obstáculo no caminho do Fed para colocar em prática uma nova ação.

Funcionários do banco central têm pendido na direção de um programa ilimitado de compra de títulos de dívida pelo qual o Fed mantém a opção de comprar mais títulos depois de um lote inicial, se a economia não decolar. Eles também têm demonstrado preferência por uma mistura de títulos lastreados por hipotecas e notas do Tesouro.

O relatório do Departamento de Trabalho mostrou que a iniciativa privada adicionou um total de 103.000 postos de trabalho em agosto, enquanto a folha de pagamento do governo foi reduzida em 7.000 vagas. Estados e municípios eliminaram 10.000 postos de trabalho, enquanto que governo federal acrescentou 3.000.

Alguns setores que tinham mostrado força em meses anteriores, incluindo o manufatureiro e de serviços temporários, passaram por uma transição e, em vez de adicionar empregos, eliminaram vagas em agosto.

O setor de prestação de serviços — uma categoria abrangente que inclui trabalhos como os de advogados e consultores —, criou 28.000 vagas em agosto em comparação com um ganho de 47.000 empregos em julho.

A Appistry Inc. é uma das muitas empresas que recentemente desacelerou seu ritmo de contratação. A empresa do Estado de Missouri que vende software e hardware para a análise do código genético contratou cerca de 20 pessoas este ano, aumentando a folha para 50 funcionários.

Mas Kevin Haar, diretor-presidente da Appistry, disse que vem contratando com muito mais cuidado atualmente.

Ele tinha planos de contratar quatro pessoas no mês passado, mas contratou só uma. Ele pretende fazer o mesmo este mês. O motivo: seus clientes, cada vez mais cautelosos, começaram a cortar suas encomendas para a faixa de US$ 75.000 em vez dos grandes projetos que podem chegar US$ 200.000 ou mais de antes.

Além disso, como muitas instituições de pesquisa recebem dinheiro do governo federal, Haar não tem certeza exatamente como os cortes de gastos federais programados irão afetar seus clientes.

"Sentimos que temos que lidar com um nível de incerteza todos os dias", disse ele. "Nossa indústria é uma área de grande crescimento, mas há muita cautela e hesitação para gastar dinheiro."

Kimberly Fair, da Flórida, está entre os milhões de pessoas vasculhando sites de emprego e enviando centenas de currículos. Fair, de 33 anos, perdeu o emprego como secretária de escola em julho e vem procurando emprego no campo da educação.

Ela tem um diploma universitário e está fazendo pós-graduação, na esperança de se tornar orientadora do ensino médio.

Mas há poucos empregos, por isso é difícil encontrar até mesmo o lugar certo para se candidatar. "Eu vejo vagas para enfermeiros, operadores de empilhadeira — coisas que, obviamente, não estou qualificada para fazer —, mas de vez em quando acho vagas que eu penso: 'Eu poderia fazer isso'", diz Fair. "Talvez eu possa ser assistente administrativa por um tempo até terminar a pós-graduação e deslanchar minha carreira."

Fonte: The Wall Street Journal

Mostra Nacional de Robótica vai premiar trabalhos de estudantes brasileiros de todos os níveis de escolaridade


Rio de Janeiro - A Mostra Nacional de Robótica está programada para o período de 17 a 21 de outubro, em Fortaleza (CE), e ocorrerá simultaneamente às competições Brasileira e Latino-Americana de Robótica, voltadas para estudantes de nível superior; às finais da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), que envolvem 50 mil alunos do ensino fundamental, médio e técnico de todo o país; ao Simpósio Latino-Americano de Robótica e ao 1º Simpósio Brasileiro de Robótica.

De acordo com o professor Alexandre Simões, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), um dos coordenadores da mostra, o objetivo é “que a gente divulgue ciência e tecnologia para os jovens, de uma forma geral, e promova o reconhecimento dos jovens talentos”. O evento pretende também estimular os jovens para a área da engenharia “que, sabidamente, não vai ter profissionais em número suficiente na próxima década, ante o crescimento do Brasil”.
O interesse demonstrado pelo público levou à prorrogação, até a próxima sexta-feira (14), das inscrições para a mostra, que se encerrariam no sábado (8). As inscrições devem ser feitas no endereço eletrônico www.mnr.org.br. Esta é a segunda vez que o evento ocorre no país, ressaltou Simões.
As inscrições estão abertas a estudantes dos níveis fundamental, médio, técnico, superior, pós-graduandos ou pesquisadores de qualquer instituição do país com trabalhos na área da robótica. A ideia, acrescentou o professor, é que a mostra seja o mais inclusiva possível, funcionando como um fórum para professores e alunos. Podem ser inscritos trabalhos sob vários formatos, como vídeo, por exemplo, e também no modelo tradicional de artigos científicos, mais usado por estudantes do ensino superior e da pós-graduação, informou o coordenador.
Os prêmios para os melhores trabalhos englobam desde certificados de menção honrosa até a distribuição de 48 bolsas de iniciação científica júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no valor de R$ 100 por mês, para estudantes do ensino fundamental e médio. São distribuídas também passagens para que grupos possam participar da mostra presencial. Simões esclareceu que os alunos que forem contemplados com as bolsas do CNPq terão um ano para aprimorarem seus trabalhos, para apresentá-los na mostra de 2013.
A Mostra Nacional de Robótica é promovida pelo CNPq, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica (SEB) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com apoio da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e da Sociedade Brasileira de Automática (SBA).
De acordo com o professor, a expectativa é que a edição deste ano supere o resultado registrado no ano passado, quando 200 instituições e mais de 300 estudantes participaram da mostra, realizada em São João del-Rei, em Minas Gerais.

Fonte: Agência Brasil