Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dia Mundial das Áreas Úmidas chama atenção para turismo sustentável

Divulgação
Foto Dia Mundial das Áreas Úmidas chama atenção para turismo sustentável
Comemorado em 2 de fevereiro, finalidade é estimular ações e atividades para proteção dos recursos naturais. Turismo responsável fortalece as economias e contribui para conservação da biodiversidade.

"Turismo em Zonas Úmidas: Uma Grande Experiência" é o tema deste ano sugerido pelo secretariado da Convenção de Ramsar para marcar o Dia Mundial das Áreas Úmidas (World Wetlands Day), comemorado em 2 de fevereiro. A data foi instituída em 1997 pelo Comitê Permanente da Convenção, criada em 1971 na cidade iraniana de Ramsar. A finalidade é estimular ações e atividades, por governos, organizações da sociedade civil e grupos de cidadãos, que chamem a atenção da sociedade para a importância dessas áreas, bem como para sua proteção. A cada ano, o secretariado da Convenção sugere um tema para as ações desenvolvidas pelos países membros da Convenção. O Ministério do Meio Ambiente é o foco nacional da convenção.
O turismo sustentável em zonas úmidas aporta benefícios tanto em nível local quanto nacional, contribuindo para o fortalecimento das economias, para o reconhecimento dos modos de vida sustentáveis e contribuindo com medidas de conservação da biodiversidade. Mais de um terço dos Sítios Ramsar no mundo experimentam algum nível de atividade turística.
Desde 2010, a Convenção de Ramsar tem um Memorando de Cooperação com a Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (OMT) como reconhecimento da interdependência existente entre o turismo sustentável e o manejo sustentável das zonas úmidas.
Atualmente são desenvolvidos projetos conjuntos entre as duas organizações, com resultados que oferecem uma mostra prática dos benefícios obtidos com o trabalho trans-setorial para chegar ao uso racional das zonas úmidas. Por conta da beleza e da biodiversidade, as zonas úmidas e sua vida silvestre constituem uma parte fundamental da experiência turística e das viagens culturais em nível mundial.
Além do turismo, as áreas úmidas fornecem serviços ecológicos fundamentais para as espécies de fauna e flora e para o bem-estar de populações humanas. Além de regular o regime hídrico de vastas regiões, funcionam como fonte de biodiversidade em todos os níveis, cumprindo, ainda, papel relevante de caráter econômico, cultural e recreativo. Ao mesmo tempo, atendem necessidades de água e alimentação para uma ampla variedade de espécies e para comunidades humanas, rurais e urbanas. Os ambientes úmidos também cumprem um papel vital no processo de adaptação e mitigação das mudanças climáticas, já que muitos desses ambientes são grandes reservatórios de carbono.
Pantanal - É a maior área úmida continental do planeta. Ele ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estendendo-se pela Bolívia e Paraguai. Além do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (MT), o Brasil possui outras dez áreas classificadas como Sítios Ramsar: áreas de proteção ambiental das Reentrâncias Maranhenses MA, da Baixada Maranhense (MA); Reserva de desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM); reservas Particulares do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT) e da Fazenda Rio Negro (MS); parques estaduais Marinho do Parcel de Manuel Luiz (MA) e do Rio Doce (MG) e parques nacionais do Araguaia (TO), da Lagoa do Peixe (RS) e Marinho dos Abrolhos (BA).
Zona úmida - É toda extensão de pântanos, charcos e turfas, ou superfícies cobertas de água, de regime natural ou artificial, permanentes ou temporárias, contendo água parada ou corrente, doce, salobra ou salgada. Áreas marinhas com profundidade de até seis metros, em situação de maré baixa, também são consideradas zonas úmidas. As áreas úmidas são social e economicamente insubstituíveis, por conter inundações, permitir a recarga de aquíferos, reter nutrientes, purificar a água e estabilizar zonas costeiras. O colapso desses serviços, decorrente da destruição das zonas úmidas, pode resultar em desastres ambientais com elevados custos em termos de vidas humanas e em termos econômicos.
Materiais produzidos para o Dia Mundial das Zonas Úmidas dos anos passados, acesse aqui:
Informações: gba@mma.gov.br
Fonte: Ministério do Meio Ambiente

Amazônia perdeu mais de 200 km² de florestas nos últimos meses de 2011

Brasília - A Amazônia perdeu 207,6 quilômetros quadrados (km²) de floresta nos meses de novembro e dezembro de 2011. Os números são do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgados hoje (2) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nos meses da estação chuvosa na Amazônia, o Inpe agrupa os alertas em uma base bimestral ou trimestral, para melhorar a qualidade da amostragem.
Em novembro, os satélites observaram 133 km² de novos desmatamentos e, em dezembro, mais 74,6 km². Nos mesmos meses de 2010, o Inpe havia registrado 113,61 km² e 21,31 km² de derrubadas, respectivamente. No entanto, por causa das diferenças nas condições meteorológicas, o instituto evita comparações entre os períodos. Em 2011, as nuvens cobriram 47% da Amazônia em novembro e 44% em dezembro, o que dificulta o registro dos satélites.
Considerando os dois últimos meses do ano, o Pará liderou o rol do desmatamento no período, com 58,86 km² a menos de florestas. Mato Groso perdeu 53,8 km² de mata nativa, seguido por Roraima (29,24 km²).
O Deter, que revela dados mensais de desmatamento, monitora áreas com mais de 25 hectares e serve para orientar a fiscalização ambiental. Além do corte raso (desmatamento total), o sistema registra a degradação progressiva da floresta.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Conservação versus Preservação.

Por Diego Costi Diretor da Ecossocial - Produtos Conscientes

“Nada é tão parecido com o idêntico do que aquilo que é igual à mesma coisa.” Já dizia o gênio Charles Chaplin. As palavras do título são de significados parecidos, mas de notável diferença se aplicadas no âmago da realidade ambiental brasileira e quiçá da mundial. Para seu entendimento é necessário mexer em paradigmas sociais enraizados e a cada dia mais fixados, pois o ponto de vista de uma sociedade que quer proteger a Natureza não deve mais existir...

A própria distinção, separação e exclusão do homem da (sua) natureza são como uma bicicleta sem motorista, e neste caso nós seríamos a bicicleta dessa matriz e a natureza, o motorista. O ser humano não consegue exercer suas funções sem ar para respirar, água para beber, uma temperatura estável apropriada, a luz do sol e tantos outros fatores ambientais; nem uma bicicleta sabe dirigir sozinha, e perde a razão de existir se não tiver seu motorista. Já a Natureza viveu por anos sem a existência dos seres humanos e caso venhamos a desaparecer será uma notável mutação que a Natureza sofrerá, mas continuará viva nas eras a seguir. Como um motorista que passou a usar outro meio de transporte. Um case típico deste cenário são os dinossauros. Eles deixaram de existir por algum fator ainda não descoberto, porém a Natureza continuou o seu caminho e vigorou em outras formas e espécies. Fazemos parte de seu todo e completamos a sua forma aqui na Terra: A Natureza.
Antonio Carlos Diegues tratou bem do tema Preservacionista e Conservacionista no livro “O Mito da Natureza Intocada”, onde cita o modelo do primeiro parque nacional criado nos Estados Unidos – Yellowstone. Donde o modelo preservacionista, em que a natureza e o ser humano não podem viver em conjunto na mesma área, foi copiado para o mundo inteiro. Em outras palavras, a natureza tem que permanecer intocada, sem nenhuma interação humana, gerando enormes conflitos na criação de parques nacionais no Brasil e América Latina. Um exemplo disso é o Parque Nacional do Superagui, no Litoral Paranaense, onde as comunidades  tradicionais têm que deixar o lugar onde residem porque a legislação não concebe o conceito de que a comunidade pode conservar seu entorno, isto é, usufruir dos bens naturais respeitando seu ciclo de reposição. Por tantas vezes essa riqueza humana tem que ensinar mais do que aprender sobre a sustentabilidade. Geração a geração eles compartilham o conhecimento gerado pela interação com a natureza, isto resulta em um enorme conhecimento ambiental. Vêem-se obrigados a sair do local de residência. Esta ação de retirada impugna a natureza humana e tira do próprio homem seu direito de interagir e se relacionar com o meio. Tratando o homem como agente isolado da natureza, como se a Terra não fosse seu lar. Esta é a síntese da visão preservacionista,  áreas protegidas não devem ser conservadas, mas sim intocadas.
A Conservação é a palavra deste momento para se falar de áreas protegidas, não porque ela é uma moda, mas porque as próprias palavras evoluem, melhor ainda, os conceitos se moldam em outras realidades mais atuais. O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, também a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente: A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972. A definição de sustentabilidade veio no Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas". Significado que se encaixa muito bem ao conceito de conservação. Seria a interação e o uso dos bens naturais respeitando  o seu tempo de reposição natural, este é o parâmetro que deve ser implementado nessas áreas. O ser humano tem direito ao uso fruto do seu meio, entretanto não se deve permitir a livre extração de recursos naturais.
    A maior apropriação que podemos fazer da nossa Natureza é significativa, isto quer dizer, que está intrínseco no nosso conceito de como a tratamos. Voltamos à frase inicial: “Uma sociedade que quer proteger a Natureza não deve mais existir”, mas sim proteger a própria natureza. Não é colocado aqui a instância de não se importar com o meio em que vivemos, mas a responsabilidade de nos inserirmos ao nosso meio enquanto o protegemos. Nossas reflexões, atitudes e sentimentos são humanos, mas antes de tudo naturais.  A nossa Natureza merece ser conservada. Seus caminhos naturais nos mostrarão os próximos passos, assim como mostramos para nossos filhos que os queremos tão bem quanto desejamos que eles nos quisessem.

Fonte:
JMA-Jornal Meio Ambiente

Aumento populacional levará à falta de alimento, água e energia, diz ONU

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado na última segunda-feira (30), afirma que o mundo não terá alimento suficiente para a população futuramente, caso o crescimento continue neste ritmo. Além disso, pode faltar água e energia.
Em 2011, a população mundial foi estimada em sete bilhões. A previsão é de que este número aumente em três bilhões nos próximos 20 anos, o que significa uma demanda de recursos ainda maior.
Segundo estimativas da ONU, até 2030 o mundo precisará de pelo menos 50% a mais de alimentos, 45% a mais de energia e 30% a mais de água. Caso estas necessidades não sejam supridas, três bilhões de pessoas serão levadas à pobreza.
Em evento voltado à sustentabilidade global, a organização afirmou que o desenvolvimento sustentável praticado atualmente não é forte o suficiente e falta vontade política para que a situação melhore. "O atual modelo de desenvolvimento global é insustentável. Para alcançar a sustentabilidade, é necessária uma transformação na economia global", diz o relatório.
Caiu o número de pessoas em situação de pobreza e a economia global cresceu 75% desde 1992. Entretanto, estes fatos não foram tão impactantes quanto às mudanças no estilo de vida e, principalmente, no consumo cada vez maior.
Hoje há mais 20 milhões de pessoas desnutridas do que em 2000; anualmente, são perdidos 5,2 milhões de hectares de floresta; 85% dos estoques de pescaria estão super-explorados ou foram esgotados; as emissões de dióxido de carbono subiram 38% entre 1990 e 2009.
Diante de tais números, a ONU fez um painel em que recomendou 56 itens para o desenvolvimento sustentável. Dentre as sugestões, está a solicitação para que os governos incorporem novas metas para complementar as oito Metas de Desenvolvimento do Milênio até 2015 e também para que novas ações sejam criadas após este período. 
O relatório afirma que organizações internacionais devem trabalhar juntas para que a produtividade seja duplicada, ao mesmo tempo em que se reduz o uso de recursos e as perdas da biodiversidade.
Ecossistemas aquíferos e marinhos devem ser enquadrados na economia sustentável. Os fundos de pensão públicos, as agências de crédito para a exportação e bancos de desenvolvimento devem adotar critérios de desenvolvimento sustentável. Os sistemas fiscais e de crédito dos países devem fornecer incentivos em longo prazo às práticas sustentáveis e desincentivar as insustentáveis.
Outra medida será estreitar os laços entre política e ciência, estudando a ciência por trás dos limites ambientais. Ainda com previsão da ONU um conselheiro científico chefe ou um conselho deve ser nomeador para assessorar a organização. 
O documento está disponível na íntegra: http://www.un.org/gsp/.

Fonte: JMA-Jornal Meio Ambiente Com informações do iG.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Amazônia está emitindo cada vez mais gás-estufa


A Amazônia é importante para absorver gás carbônico e ajudar a combater o aquecimento global? O estudo mais recente sobre essa questão, que atormenta cientistas há décadas, aponta que ainda há dúvidas sobre se a região é mesmo um "sorvedouro" de carbono. Mas o trabalho conclui que o desmatamento e o aquecimento global estão gradualmente levando a região a se tornar mais uma fonte dos gases de efeito estufa do que um ralo para absorvê-los.

"Não sabemos de onde partimos, mas sabemos para onde estamos indo", disse à Folha Eric Davidson, cientista do Centro de Pesquisas de Woods Hole (EUA), que coordenou o trabalho.

"A mudança talvez seja de um sorvedouro de carbono forte para um sorvedouro fraco ou de uma fonte pequena de carbono para uma um pouco maior, talvez até cruzando essa barreira. Ainda não temos como estimar o fluxo líquido de carbono para toda a bacia Amazônica."

O estudo liderado por Davidson, publicado da edição da revista "Nature" nesta quinta-feira, foi um balanço dos quase 20 anos de pesquisas do LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), o maior projeto de pesquisa em ecologia e geociências da região.

Mesmo sem uma resposta detalhada sobre essa questão estratégica, cientistas comemoram o fato de que os dados da iniciativa têm ajudado nas políticas de preservação da floresta.

"O LBA mostrou que em um período de forte estresse climático, como as secas de 2005 e 2010, a floresta se torna uma pequena fonte de carbono", diz Paulo Artaxo, geofísico da USP, também autor do estudo.

"Isso é importante porque a Amazônia tem em sua biomassa um reservatório de carbono equivalente a quase dez anos da queima mundial de combustíveis fósseis. Qualquer alteração nesse regime é significativa do ponto de vista da mudança climática."

Uma das conclusões que o LBA permitiu tirar é que, apesar de a Amazônia ser robusta o suficiente para suportar fatores individuais de estresse --secas, desmatamento e queimadas, entre outros--, a floresta pode não suportar todos ao mesmo tempo.

"Há sinais de uma transição para um regime dominado por perturbações", dizem Artaxo, Davidson e outros autores do trabalho.

MONITORAMENTO

Segundo o pesquisador brasileiro, um dos problemas em responder a questões complexas sobre o comportamento da floresta diante da mudança climática é que, apesar de ser o maior projeto de pesquisa na região, o LBA não é grande o suficiente.

"Temos 13 torres de fluxo [instrumentos para estudos atmosféricos] hoje em 5,5 milhões de km2. Seria um engano achar que 13 pontos de medida seriam capazes de representar uma área continental do tamanho da Amazônia", diz Artaxo.

"O país precisa ampliar esse sistema para monitorar não só a Amazônia, mas também outros biomas, como o cerrado e o Pantanal."
 
 
JMA-Jornal Meio Ambiente | Fonte Folha.com
 

Criação de nova agência ambiental global ganha força

Por Fernanda B. Müller

A possibilidade de a Organização Mundial para o Meio Ambiente virar uma realidade ainda este ano é cada vez maior, com mais de 100 países já apoiando a iniciativa, afirmou nesta semana Nathalie Kosciusko-Morizet, ministra de Ecologia da França.  Entre as nações que já se manifestaram a favor da iniciativa estão os componentes da União Europeia e da União Africana (54 membros), Tailândia, Malásia, Nepal, Chile e Uruguai. Estados Unidos e China ainda não se posicionaram.

A ministra fez essa declaração durante um discurso na conferência internacional sobre a preparação para a Rio +20 no âmbito do Conselho Econômico e Social, em Paris, contando com a presença de representantes do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA), da OECD e de mais de vinte países, além de empresários, ONGs, sindicatos e outras organizações.

“A Rio +20 não será um sucesso se não propusermos uma reforma da governança mundial e o reforço do seu pilar ambiental”, enfatizou Nathalie. “Os vinte anos que seguiram após a Eco 92 não apresentaram avanços significativos em direção à sustentabilidade do modelo atual de desenvolvimento.”

O PNUMA é criticado por não ter força suficiente para lidar com os desafios atuais, sendo apenas um braço das Nações Unidas (não possuindo o escopo de uma agência) e contar somente com uma equipe de 58 membros eleitos pela Assembleia Geral das Nações Unidas e um orçamento voluntário.

“Há uma dispersão generalizada de todos os esforços, nacionais e internacionais, na luta contra a degradação da biosfera, tudo está separado, compartimentado”, resumiu Edgar Morin, sociólogo francês.

Sediado em Nairóbi, o PNUMA foi estabelecido em 1972, atendendo a proposta da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada naquele ano em Estocolmo, na Suécia.

Nova abordagem

Segundo a proposta atual, a nova agência auxiliaria na implementação de padrões ambientais globais, incluindo nas discussões e ações os movimentos sociais e as empresas.

"O novo capitalismo que emergir da crise precisa ser ambiental, ou não será novo", disse Nathalie, completando que as questões ambientais e sociais devem estar integradas com a busca pelo lucro.

A ministra enxerga que a princípio a agência deva ser um "local de acolhimento de todos os secretariados dos acordos multilaterais sobre o meio ambiente". Após esta primeira fase, ela disse, em entrevista ao jornal Metro France, que apoia o estabelecimento de um órgão institucionalmente mais poderoso, "que lute contra o dumping ecológico e possa impor sanções".

A França já havia encabeçado uma iniciativa similar em 2007, quando o presidente Jacques Chirac lançou a primeira ideia com o apoio de cerca de 60 países. Na época, a proposta era criar um sistema ao modelo da Organização Mundial do Comércio, com o poder até de impor sanções. Porém, Nathalie ponderou que não seria possível obter maioria com tal sistema.

Rio +20

Pelo menos cem presidentes e primeiros-ministros são esperados na Rio+20, além de 50 mil credenciados.

A Conferência ocorre duas décadas depois de outra que marcou época, a Rio 92. O objetivo agora é definir um modelo internacional para os próximos 20 anos com base na preservação do meio ambiente, mas com o foco na melhoria da condição de vida a partir da erradicação da pobreza, por meio de programas sociais, da economia verde e do desenvolvimento sustentável para uma governança mundial.

A conferência conta com o apoio e o comando da Organização das Nações Unidas (ONU). O secretário-geral do encontro é o diplomata chinês Sha Zukang. Porém, a presidente da conferência é Dilma Rousseff.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais

Estudo mostra redução na vulnerabilidade das famílias

Baseada em dados da PNAD, análise mostra que o país registrou melhoria de 14,3%, em média, entre 2003 e 2009
Fotos: João Viana
Bernardo Furtado, coordenador de Estudos Urbanos, afirmou que as
famílias brasileiras chegaram a 2009 em situação menos vulnerável


Na maioria das unidades da federação, o avanço na qualidade de vida – conceito oposto ao de vulnerabilidade das famílias – foi superior a 10% entre 2003 e 2009. Em média, o país registrou melhoria de 14,3% no mesmo período. Essa foi a conclusão do Comunicado do Ipea nº 131Vulnerabilidade das famílias entre 2003 e 2009, divulgado nesta terça-feira, 17, em Brasília. “Acredito que este seja um índice razoável. O acesso ao trabalho e à renda melhoraram muito. Assim como ao conhecimento. Mas não de forma tão rápida”, disse o coordenador de Estudos Urbanos da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Dirur), Bernardo Furtado, durante a apresentação.
De acordo com o estudo, os únicos estados em que a qualidade de vida melhorou menos que 10% no período foram o Pará, onde o avanço foi de 7,7%, Rondônia, que apresentou 8,8%, e Amazonas, com 6,8%. Os dados confirmam o fato de que a região Norte, em média, registrou melhorias menos significativas em relação às demais regiões. Em termos regionais, a análise mostra que os efeitos de redução da vulnerabilidade no período foram diferenciados entre as regiões e entre as dimensões. Em termos de acesso ao conhecimento, por exemplo, a redução da vulnerabilidade na região Norte foi de apenas 1,2%, bem inferior ao desempenho das outras regiões, da ordem de 7,5%. O mesmo ocorre em relação às condições habitacionais.
O Nordeste obteve avanços importantes proporcionalmente em relação às outras regiões. No entanto, na média, ainda possui índice de vulnerabilidade superior ao da região Norte. Segundo Bernardo Furtado, a região mantém os maiores valores em termos absolutos, indicando que a vulnerabilidade como um todo concentra-se com maior intensidade nas áreas rurais, em Alagoas, Maranhão, Piauí e interiores do Ceará e de Pernambuco. As unidades que apresentaram os melhores resultados foram o Distrito Federal, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
O índice
Realizado com base nos dados do PNAD de 2003 a 2009, o estudo analisa o índice de vulnerabilidade das famílias brasileiras em seis dimensões – vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, escassez de recursos, desenvolvimento infanto-juvenil e condições habitacionais – e traz os dados particulares de unidades da federação, bem como as confrontações dos números entre urbano e rural, metropolitano e não-metropolitano.
O índice leva em consideração critérios como, no caso da vulnerabilidade social, a capacidade da família de prover sua sustentabilidade, tanto financeira quanto de forma mais ampla, já que considera como parâmetros centrais a presença de bebês, crianças e idosos e cônjuges e sua proporção em relação ao número de dependentes no âmbito da família. Mais do que objeto de política pública, os resultados dessa dimensão retratam a evolução e composição dos membros familiares e sua capacidade de reprodução.

Fonte: IPEA