Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Olhem mais para o Ocidente, diz líder da 'bancada do Brasil' nos EUA

O Brasil precisa escolher quem são seus amigos -- e deixar os Brics de lado para se juntar aos EUA. É o que defende o presidente da "bancada do Brasil" no Congresso americano, o deputado republicano Devin Nunes, 40, da Califórnia.

"Decepcionado" com o cancelamento da visita de Estado de Dilma a Washington, ele acha que as denúncias de espionagem americana vão 'cicatrizar' e que o Brasil precisa começar a discutir mais livre comércio e investimentos com os EUA.

Bisneto de imigrantes açorianos em seu quinto mandato na Câmara, o deputado preside pela terceira vez a bancada que reúne congressistas com interesses no Brasil. Ele também dirige o subcomitê de Comércio da influente Comissão de Formas e Meios da Câmara, e é membro da Comissão de Inteligência.

Nunes recebeu a Folha em um dia nada silencioso em seu escritório: duas assessoras de Nunes recebiam ligações sem parar de eleitores reclamando do novo plano de saúde universal do governo, o Obamacare.

A poucos metros dali, na porta do gabinete do presidente da Câmara, John Boehner, imigrantes mexicanos rezavam ajoelhados no corredor em vigília, para pedir que Boehner apoiasse a reforma imigratória. Leia abaixo trechos da conversa:

ESCOLHER AMIGOS

A longo prazo, os EUA têm que focar mais no Brasil, um parceiro estratégico. Por outro lado, o Brasil tem ser um ator mundial. Precisa de liderança e tomar decisões duras. O Brasil precisa escolher quem serão os seus amigos. Entre o Ocidente ou olhar para trás. Eu acho que o Brasil precisa se juntar ao Ocidente

DEIXAR OS BRICS

A aliança comercial dos EUA com os países do Pacífico [bloco que reunirá de Japão e Sudeste asiático a Peru, México, Austrália e Canadá] vai acontecer. O acordo com a Europa virá depois.

Quando você olha os Brics, você vê que o Brasil não pertence lá. Deveria ser Rics. O Brasil é pacífico e democrático, diferente daquele grupo. Deveria desenvolver mais parcerias com o mundo ocidental

ESPIONAGEM

Há uma reação exagerada pelo mundo depois dessas denúncias. O Congresso faz a supervisão da NSA [Agência Nacional de Segurança]. O que pouca gente sabe, até mesmo aqui, é que a NSA é um braço das Forças Armadas, dirigido pelas Forças Armadas.

Não ligamos para outro país, "ei, vá atrás de onde a gente acha que tem um terrorista". Não funciona assim.

Juntam-se sinais, pistas, informação.

Os chineses e os russos, e outros personagens do mal, estão espionando por todos os lados as redes de vocês, por razões econômicas, e há pontos nevrálgicos no Brasil em temas de segurança.

Cada celular, cada tablet, cada email hoje em dia, todo mundo consegue grampear. Mas se você esta no seu telefone, email, alguém vai interceptar isso. Melhor guardar seus segredos, e cuidar mais da tecnologia.

PETROBRAS

Há uma razão para a espionagem da Petrobras, que não posso explicar a você porque é um assunto confidencial. Mas soube que o nosso Departamento de Estado compartilhou com a presidente Dilma Rousseff precisamente porque isso foi feito na Petrobras. Tem uma razão de segurança para isso.

O tempo vai passar, cicatrizar. Os brasileiros vão entender. Outros Brics são os maiores violadores de espionagem econômica. Nós não fazemos espionagem com fins econômicos para benefício de empresas americanas. Aqui seria um crime sério, com punição elevada.

CONSELHO DE SEGURANÇA

Se o diálogo melhorar, se o comércio começa a melhorar, acho que haveria esse apoio. O Brasil não precisa ser parte dos Brics, pode se erguer por si só.

Mas a Venezuela é um problema, a Argentina também, a Rússia é uma plutocracia. Eu entendo que vocês precisam ser aliados de seus vizinhos, mas será duro para o Brasil entrar no Conselho de Segurança com esses aliados. Mas é a Casa Branca que vai decidir isso.

VISTO AMERICANO

Acho que a liberação do visto é o objetivo comum. Mas o problema não tem nada a ver com a pessoas no Brasil, em São Paulo. A fronteira é muito porosa. Outras pessoas usariam o Brasil de passagem para vir aos EUA. Há essa preocupação.

CONGRESSO

Há diversos diálogos EUA-Brasil acontecendo, mas sem uma marca, muita papelada, algo confuso.

O objetivo final é desenvolver uma parceria econômica mais forte com o Brasil, como a que temos com Canadá e México.

Falar de livre comércio hoje é difícil por razões políticas, mas podemos falar de outras maneiras, de investimentos em infraestrutura a exploração de petróleo.
O Brasil é o país mais rico que já visitei fora dos EUA.

Vocês se alimentam e conseguem alimentar muitos outros.

SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS

Os subsídios estão no seu ocaso. Vamos reduzir drasticamente. A nova lei agrícola (Farm Bill) tem mais "food stamps" (vale-alimentação para os mais pobres americanos) e cada vez menos subsídios. É o caminho natural, abrir mais o comercio, não só nos EUA.

A minha região, na Califórnia, era muito mais agrícola há alguns anos e havia pouco apoio a acordos comerciais. Agora já veem com bons olhos.

Fonte: Folha de S. Paulo

Aldo Mendes: programa de intervenção cambial não tem data para terminar

SÃO PAULO, 1 Nov (Reuters) - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, afirmou nesta sexta-feira que o programa de intervenções diárias no mercado de câmbio, que teve início em agosto, não tem data para acabar.

Segundo ele, a autoridade monetária sinalizou que o programa iria até dezembro e ajudou a reduzir o impacto da volatilidade cambial na inflação.

"O programa está em curso, não tem data para terminar. A gente sinalizou que vai pelo menos até dezembro e na minha avaliação tem sido absoluto sucesso", afirmou Mendes, que participou de evento da Anbima em São Paulo, acrescentando que o programa também retirou parte da volatilidade externa.

Fonte: Reuters Brasil

Produção industrial avança 0,7% em setembro

Em setembro de 2013, a produção industrial nacional mostrou expansão de 0,7% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após apontar variação nula (0,0%) em agosto e recuo de 2,4% em julho. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria avançou 2,0% em setembro de 2013, após registrar queda de 1,2% em agosto, quando interrompeu quatro meses de resultados positivos consecutivos nesse tipo de comparação. No índice acumulado nos nove meses de 2013, a atividade industrial cresceu 1,6% frente a igual período do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao mostrar expansão de 1,1% em setembro de 2013, manteve a trajetória ascendente iniciada em dezembro do ano passado (-2,6%) e assinalou o resultado positivo mais elevado desde outubro de 2011 (1,4%).
A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/pimpfbr/.



13 dos 27 ramos investigados registram crescimento em setembro
A expansão no ritmo da atividade industrial entre agosto e setembro alcançou duas das quatro categorias de uso e 13 dos 27 ramos pesquisados. Entre os setores, a principal influência positiva foi registrada por veículos automotores (6,2%). Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de outros equipamentos de transporte (8,6%), outros produtos químicos (2,7%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (8,4%), farmacêutica (2,5%), produtos de metal (1,4%) e indústrias extrativas (0,8%). Por outro lado, entre as 13 atividades que reduziram a produção, os desempenhos de maior importância para a média global foram verificados em edição, impressão e reprodução de gravações (-12,2%) e refino de petróleo e produção de álcool (-4,5%). Vale citar também as quedas observadas nos setores de vestuário e acessórios (-10,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,5%), alimentos (-0,4%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-2,0%) e máquinas e equipamentos (-0,5%).
Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao avançar 4,0%, assinalou a expansão mais acentuada. O segmento de bens de consumo duráveis (2,3%) também apontou taxa positiva em setembro e aumentou a intensidade de crescimento frente ao resultado de agosto (0,6%). O setor produtor de bens intermediários (0,0%) repetiu o patamar do mês imediatamente anterior, após avançar 0,6% em agosto último. A produção de bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) foi a única que registrou recuo em setembro de 2013 e assinalou o terceiro mês seguido de queda, acumulando nesse período perda de 3,7%.

Média móvel trimestral recua 0,6%
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou queda de 0,6% no trimestre encerrado em setembro frente ao nível do mês anterior, após também apontar taxas negativas em julho (-0,8%) e agosto (-0,1%). Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-1,8%) assinalaram o recuo mais acentuado, mantendo a sequência de resultados negativos presente desde julho último. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%) também apontou taxa negativa nesse mês e interrompeu a trajetória ascendente iniciada em abril último. A produção de bens intermediários (0,0%) repetiu em setembro o patamar registrado no mês anterior e permaneceu com o comportamento predominantemente negativo presente desde novembro do ano passado. O setor produtor de bens capital (0,6%) assinalou o único resultado positivo nesse mês, mas em ritmo menor que o verificado em agosto (1,4%).

Na comparação com setembro de 2012, produção industrial cresce 2,0%
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial cresceu 2,0% em setembro de 2013, com predomínio de resultados positivos, já que três das quatro categorias de uso e 19 das 27 atividades apontaram expansão na produção.
Entre as atividades, a de máquinas e equipamentos (17,9%) e a de veículos automotores (11,6%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de outros produtos químicos (4,3%), outros equipamentos de transporte (9,8%), alimentos (1,9%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (13,7%) e produtos diversos (23,0%). Por outro lado, ainda na comparação com setembro de 2012, entre as oito atividades que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (-22,2%), farmacêutica (-20,4%) e bebidas (-6,5%).
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital, ao crescer 24,1% em setembro de 2013, assinalou o sexto mês seguido de crescimento de dois dígitos e a expansão mais intensa nesse mês entre as categorias de uso. Os segmentos de bens de consumo duráveis (1,5%) e de bens intermediários (0,4%) também registraram taxas positivas em setembro, mas que ficaram abaixo da média nacional (2,0%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (-1,6%) apontou o único recuo entre as categorias de uso nesse mês e marcou o segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.
O setor de bens de capital, ao crescer 24,1% em setembro de 2013, mostrou o nono resultado positivo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior e o mais intenso desde abril último (24,3%). Vale citar a influência da baixa base de comparação, já que esse segmento recuou 14,5% em setembro de 2012. Na formação do índice desse mês, o setor foi influenciado pelo crescimento em todos os seus grupamentos, com claro destaque para o avanço de 23,8% assinalado por bens de capital para equipamentos de transporte. Os demais resultados positivos foram registrados por bens de capital para construção (78,9%), para uso misto (14,5%), para fins industriais (18,7%), agrícola (32,2%) e para energia elétrica (3,4%).
O segmento de bens de consumo duráveis, ao crescer 1,5% em setembro de 2013, reverteu dois meses seguidos de taxas negativas nesse tipo de comparação, e foi impulsionado em grande parte pela maior fabricação de eletrodomésticos da “linha marrom” (25,9%), de outros eletrodomésticos (16,4%), de motocicletas (18,0%) e de artigos do mobiliário (6,5%). Nessa categoria de uso, foram observados impactos negativos na produção de telefones celulares (-17,0%), de eletrodomésticos da “linha branca” (-3,5%) e de automóveis (-0,5%).
O setor produtor de bens intermediários (0,4%), que após mostrar queda de 2,0% no índice mensal de agosto voltou a assinalar avanço em setembro, apontou impactos positivos nos produtos associados às atividades de outros produtos químicos (4,0%), veículos automotores (4,2%), produtos de metal (3,7%), minerais não-metálicos (1,6%), produtos têxteis (1,9%) e indústrias extrativas (0,7%), enquanto as influências negativas foram verificadas em refino de petróleo e produção de álcool (-5,3%), celulose, papel e produtos de papel (-0,7%), borracha e plástico (-0,8%), alimentos (-0,7%) e metalurgia básica (-0,3%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os resultados positivos vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (5,2%) e de embalagens (1,0%), com ambos revertendo as quedas registradas no mês anterior: -1,6% e -1,5%, respectivamente.
O segmento de bens de consumo semi e não duráveis, ao recuar 1,6% no índice mensal de setembro de 2013, assinalou a queda mais intensa desde março último (-7,7%). O desempenho nesse mês foi explicado em grande parte pela redução na produção do grupamento de outros não duráveis (-8,7%). Vale citar também o resultado negativo assinalado por alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,3%). Por outro lado, as influências positivas foram observadas nos grupamentos de carburantes (10,9%) e de semiduráveis (1,8%).

Indústria avança 1,6% no índice acumulado de 2013
No índice acumulado para os nove meses de 2013, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou crescimento de 1,6%, com taxas positivas em três das quatro categorias de uso e 16 dos 27 ramos pesquisados. Entre as atividades, a de veículos automotores (11,2%) permaneceu exercendo a maior influência positiva na formação da média da indústria. Outras contribuições positivas relevantes vieram dos setores de refino de petróleo e produção de álcool (7,7%), de máquinas e equipamentos (6,6%), de outros equipamentos de transporte (7,2%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,9%) e de borracha e plástico (3,4%). Por outro lado, entre os 11 ramos que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (-11,2%), farmacêutica (-7,6%), indústrias extrativas (-4,6%) e metalurgia básica (-2,7%).
Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o índice acumulado no período janeiro-setembro de 2013 mostrou maior dinamismo para bens de capital (14,6%), impulsionada pelos índices positivos em todos os seus grupamentos, com destaque para a maior fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (22,5%). O setor produtor de bens de consumo duráveis (2,3%) também apontou expansão acima da média nacional (1,6%) nos nove meses do ano, influenciado em grande parte pela maior produção de automóveis (2,8%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (10,3%). A produção de bens intermediários (0,2%) registrou ligeira variação positiva, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis, com redução de 0,2%, assinalou o único resultado negativo no índice acumulado do ano.

Fonte: IBGE

Agricultores cobram políticas para o desenvolvimento da produção no Semiárido



Campina Grande - Reunidos no 3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido, os produtores rurais reivindicaram ontem (31) de representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente e do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) políticas públicas para melhorar a produção agrícola.
"Os agricultores do Semiárido não querem mais aquelas políticas que só viam a gente como necessitados da seca. Não queremos ficar na dependência de carros-pipa, aguardando a próxima seca voltar. Queremos produzir de forma sustentável. Para isso, precisamos garantir o acesso adequado à água”, disse diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Remígio, no agreste paraibano, Roselita Victor da Costa.

Roselita defendeu os saberes tradicionais dos trabalhadores e tecnologias locais como as cisternas para captação da água da chuva. "Assegura o acesso à água em períodos de escassez e responde à ideia de que o Semiárido é um lugar que não tem possibilidade de desenvolvimento", declarou.

"Na medida em que nós propomos esta política [de cisternas] ela está democratizando o acesso à água nos sítios", completou a coordenadora da Articulação do Semiárido na Paraíba, Glória Batista. 

Ela defendeu a aproximação do conhecimento tradicional dos agricultores com o conhecimento técnico e acadêmico como uma caminho para a construção de políticas públicas para a região. "Esse conhecimento precisa ser cada vez mais valorizado para construir a convivência com o Semiárido", disse.

Glória também defendeu mais agilidade e incentivo para a compra das sementes crioulas, produzidas pelos agricultores. "Temos uma diversidade e riqueza de sementes, vindas das antigas gerações. A gente não quer as sementes envenenadas. Nós precisamos de políticas públicas que fortaleçam as nossas sementes", ressaltou.

O secretário de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Arnoldo de Campos, disse que o governo vem desenvolvendo políticas voltadas para a convivência com o Semiárido. Segundo ele, programas como o Bolsa Família, o Garantia Safra, uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) voltada para os agricultores e as agricultoras familiares da região tem garantido o acesso a recursos para a produção e períodos de estiagem.

"Começa com o Bolsa Família, passa pelo Garantia Safra, que quando vem a seca o governo repassa um recurso mensal para o agricultor a fim de que ele mantenha a sua capacidade de renda. O microcrédito, o Pronaf, o Pronaf B foram ajustados no último plano safra”, disse.

Campos também citou o Plano Nacional de Agroecologia e os programas de compras como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) como instrumentos de incentivo à produção agrícola do Semiárido.


Já o diretor do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Inácio Salcedo, disse que o órgão está buscando contato com os agricultores para, a partir dos saberes tradicionais, sistematizar novas tecnologias de convívio com a região. "Por meio do aprendizado que estamos tendo com agricultores experimentadores estamos buscando montar uma gestão de informação dos conhecimentos acumulados por eles e que posteriormente possa ser difundido para os agricultores da região", disse.

O debate sobre políticas públicas para o Semiárido encerrou o 3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores do Semiárido que promoveu a troca de experiência entre os produtores e também tratou de temas como o manejo agroecológico do solo, a produção e troca de sementes crioulas, além do lançamento de publicações e apresentações culturais que promoveram reflexão sobre a realidade do semiárido.

Fonte: Agência Brasil

CMN facilita formação de sociedades para investimentos em infraestrutura

Brasília – Os fundos de pensão poderão aumentar o investimento em sociedades para investimentos em projetos de infraestrutura. O Conselho Monetário Nacional (CMN) elevou de 25% para 30% o limite de participação de fundos de previdência fechada em sociedades de propósito específico, modelo em que se constitui uma nova empresa limitada ou sociedade anônima para executar determinado empreendimento.

A elevação, no entanto, só valerá caso a sociedade de propósito específico seja constituída exclusivamente para atuar como concessionária, permissionária, arrendatária ou autorizatória. Nos demais casos, continuará valendo o limite de 25%.

De acordo com o coordenador-geral de Seguros e Previdência Complementar da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Flávio Guimarães, a mudança ajudará na formação de consórcios para investimentos em infraestrutura. “A leitura dos técnicos é que a restrição de 25% dificultava a formação de consórcios para sociedades de propósito específico”, explicou.

O CMN também permitiu que os fundos de previdência fechada apliquem até 10% dos recursos de cada plano de benefício em cotas de fundos de investimento que apliquem em títulos do Tesouro Nacional emitidos no exterior. Nesse caso, os fundos atuam no Brasil, mas têm de aplicar pelo menos 80% do patrimônio em títulos da dívida externa pública brasileira.

Segundo Guimarães, o CMN apenas atualizou a legislação para os investimentos dos fundos de pensão. As entidades de previdência complementar, ressaltou ele, já estavam autorizadas a investir em ativos externos com maior risco que os títulos do Tesouro Nacional, como ações de empresas brasileiras na Bolsa de Nova York e ações de companhias estrangeiras que operam no Mercosul.

Apesar das medidas, o coordenador acredita que a alteração trará poucos efeitos para a política de investimentos dos fundos de pensão, que aplicam os recursos dos associados para financiar o pagamento de aposentadorias e pensões. “Abrimos uma possibilidade de investimento, mas atualmente os fundos investem quase nada em ativos externos”, explicou.

Fonte: Agência Brasil

Empréstimos ajudam a manter investimento direto no Brasil

Dólares (foto: Getty Images)
Brasil recebeu US$ 30 bilhões em investimentos estrangeiros diretos neste ano
Os investimentos estrangeiros diretos (IED) recebidos pelo Brasil só permaneceram estáveis no primeiro semestre deste ano graças ao forte aumento do volume de empréstimos concedidos pelas matrizes de empresas multinacionais às suas filiais brasileiras.
Essa é uma das conlusões de um relatório da Unctad (Conferência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento) divulgado nesta quinta-feira (31/10).
O IED representa recursos investidos na atividade produtiva e criação de empresas, fusões e aquisições de companhias e também empréstimos entre matrizes e suas filiais.
O Brasil recebeu US$ 30 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no primeiro semestre deste ano, o que representa um crescimento de 1% em relação ao mesmo período de 2012, quando o fluxo de IED para o país havia totalizado US$ 29,7 bilhões, de acordo com a Unctad.

Empréstimos
"Os fluxos de IED para o Brasil permaneceram estáveis, apesar da queda de 22% no volume de investimentos produtivos, resultante da diminuição nas fusões e aquisições e também da redução dos investimentos ligados exclusivamente às atividades de produção", afirma o relatório Monitor de Tendências do Investimento Mundial, da Unctad.
"Isso foi compensado pelos empréstimos entre matrizes (internacionais) e filiais (brasileiras), que aumentaram mais do que o dobro", diz o estudo.
Segundo a Unctad, o volume de empréstimos entre matrizes e as filiais brasileiras (chamados de empréstimos intracompanhias) totalizaram US$ 10,9 bilhões no primeiro semestre.
Isso representa quase o total de empréstimos efetuados durante todo o ano passado, que foi de US$ 12,4 bilhões. No primeiro semestre de 2012, o montante havia sido de US$ 5,2 bilhões.
Na prática, os empréstimos concedidos pelas matrizes internacionais às filiais brasileiras representam pouco mais de um terço do total de investimentos estrangeiros diretos no Brasil entre janeiro e junho.

Queda
Os recursos recebidos pelo Brasil em fusões e aquisições neste primeiro semestre, US$ 4,7 bilhões, foram os mais afetados: eles registraram queda de 58% na comparação com igual período de 2012.
"Uma parte substancial do IED recebido pelo Brasil neste ano poderá se referir a empréstimos entre matrizes e as filiais brasileiras, o que representa, na prática, dívidas. Esse dinheiro deverá ser reembolsado", disse à BBC Brasil Masataka Fujita, chefe da divisão de tendências de investimentos da Unctad.
Ele afirma que os recursos desses empréstimos, considerados como IED, podem ser utilizados na ampliação da capacidade produtiva de uma fábrica ou na compra de máquinas, por exemplo, mas também podem ser usados para outros fins, inclusive especulativos.
Não há, nesse caso, meios para fazer a distinção sobre o uso dos recursos referentes aos empréstimos, diz ele.
Fujita ressalta, no entanto, que os empréstimos entre matrizes e filiais não podem ser considerados "investimentos ruins" ou de "menor qualidade" do que os demais que entram na classificação do IED.
"Há empresas que podem fazer isso por motivos de estratégia fiscal, já que as dívidas permitem diminuir a receita e pagar menos impostos. As condições dos empréstimos entre a matriz e sua filial também são geralmente mais vantajosas do que as dos bancos comerciais. E existe ainda a possibilidade de que a matriz perdôe a dívida", afirma.
Segundo ele, o Brasil deverá receber em 2013 praticamente o mesmo volume de IED do ano passado, que totalizou US$ 65 bilhões. "Talvez seja um pouco menos. Ele deverá se situar entre US$ 60 e US$ 65 bilhões", prevê o chefe da divisão de investimentos da Unctad.
"O nível de investimento no Brasil ainda permanece muito forte, mesmo se houver desaceleração", diz Fujita.

Ranking
Segundo o relatório da Unctad divulgado nesta quinta, o Brasil caiu para a oitava posição na lista de países que mais recebem investimentos estrangeiros diretos no mundo. No primeiro semestre de 2012, o Brasil ocupava o sexto lugar e encerrou 2012 na quarta colocação.
O fluxo mundial de IED cresceu 4% no primeiro semestre do ano, atingindo US 745 bilhões. Mas os países ricos continuam sofrendo forte queda no volume de IED recebido. Na Europa, a diminuição foi de 20% no período.
"A Unctad estima que os fluxos de IED em 2013 vão permanecer nos mesmos níveis do ano passado, apesar de algumas melhoras nas condições macroeconômicas dos países desenvolvidos", diz o relatório.
"A desaceleração do crescimento econômico em algumas economias emergentes e a fraca demanda de consumo nos países desenvolvidos podem ter um impacto negativo nos fluxos de IED neste ano", diz a Unctad.

Fonte: BBC Brasil

China mira países ricos e reduz investimentos no Brasil

Dólar e yuan. Reuters
Investimentos chineses estão mais diversificados, com maior participação de empresas privadas
O apetite da China por recursos naturais continua grande, mas as investidas do país no exterior já não se limitam a projetos ligados à extração e obtenção de matéria-prima que, num passado recente, chegaram a elevar o Brasil ao topo da lista dos países que mais receberam investimentos diretos dos chineses.
No que alguns economistas definem como uma "nova onda", os investimentos chineses no exterior estão mais diversificados, com maior participação de empresas privadas, revelando uma aposta em setores como imobiliário e de tecnologia e foco em países ricos.
Nesse cenário, os investimentos diretos chineses no Brasil, após atingirem seu ponto máximo em 2010, vem sofrendo queda desde então, segundo o levantamento China Global Investment Tracker, do centro de pesquisas Heritage Foundation, em Washington.
De acordo com o levantamento, que só leva em conta investimentos de mais de US$ 100 milhões e não inclui títulos públicos, em 2010 o Brasil foi o principal destino de investimentos diretos chineses, com US$ 13,7 bilhões.
Em 2011, o montante caiu para US$ 8,63 bilhões. No ano passado foram US$ 3,37 bilhões e neste ano, até agora, menos de US$ 1 bilhão.
"A concentração de investimentos no Brasil fez parte de um ciclo (?)", disse à BBC Brasil o economista Derek Scissors, especialista em China do American Enterprise Institute e um dos responsáveis pelo levantamento da Heritage Foundation.

Destinos
Scissors lembra que, em 2006, a China concentrava seus investimentos na Austrália. Dois anos depois, o foco era a África Subsaariana, destino substituído pelo Brasil a partir de 2010.
Nos últimos dois anos, observa Scissors, a China tem investido pesadamente nos EUA e no Canadá.
"É um movimento normal, é assim que a China costuma agir. Concentra investimentos em uma região e, passado algum tempo, parte para outra", afirma.
Segundo a Heritage, se somado o total acumulado desde 2005 o Brasil é o quarto principal destino de investimentos da China, com US$ 28,2 bilhões.
O ranking é liderado pela Austrália (US$ 58,2 bilhões), seguida por EUA (US$ 57,6 bilhões) e Canadá (US$ 37,6 bilhões).

Mudança
O economista Claudio Frischtak, consultor do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), observa que até 2010 os investimentos chineses no Brasil foram caracterizados pela concentração em matérias-primas, principalmente petróleo e gás.
Empresas chinesas investiram em projetos de produção agrícola, exploração de petróleo, construção de dutos, iniciativas com o objetivo de expandir e dinamizar o complexo exportador brasileiro.
"A grande mudança após 2010 é a tentativa das empresas chinesas, ainda em curso, de diversificação e basicamente de estabelecer uma plataforma de manufaturas no Brasil", disse à BBC Brasil Frischtak, que é coautor de um relatório do CEBC que analisa os investimentos chineses no Brasil entre 2007 e 2012.
"Mas minha percepção é de que já houve mais entusiasmo das empresas chinesas em relação ao Brasil", afirma.
Frischtak cita reclamações de empresas chinesas sobre problemas como a estrutura tributária complexa do Brasil, carga tributária pesada e restrições à entrada de mão de obra estrangeira.
"Hoje, do ponto de vista de atrair investimento chinês para o Brasil, a bola está muito mais com a gente do que com os chineses", diz Frischtak.
"Está muito mais no sentido de melhorar nosso ambiente de negócios, reduzir custos, melhorar nossa infraestrutura, fazer o país mais atraente como um todo", afirma, lembrando que os problemas também afetam os próprios investidores brasileiros.

Tendências
Segundo o analista Thilo Hanemann, especialista em China do Rhodium Group, a diversificação dos investimentos chineses e o crescente interesse nos EUA estão relacionados às mudanças em curso na economia do país asiático.
"Muitas empresas sofrem pressão para aumentar sua competitividade, melhorar sua tecnologia, expandir para mercados globais e diversificar seus negócios. Tudo isso levou ao atual interesse nas economias desenvolvidas", disse Hanemann à BBC Brasil.
"Apesar disso, ainda há um forte interesse em commodities. Petróleo, gás e agricultura vão continuar sendo parte importante dos investimentos chineses no exterior", observa.
Hanemann diz que as empresas chinesas estão investindo em recursos naturais também nos países desenvolvidos, principalmente EUA, Canadá e Austrália, onde encontram "acesso a esses recursos aliado a um ambiente político estável".
Outra tendência é o interesse no setor manufatureiro e de serviços e em setores que proporcionem segurança e possibilidade de lucros altos. Hanemann cita o crescente interesse dos chineses no setor imobiliário de cidades como Nova York.
"Vamos registrar um novo recorde de investimentos diretos chineses nos EUA neste ano. Até o momento, estamos em US$ 12 bilhões. E é uma tendência que deve continuar, está apenas começando", afirma Hanemann.
Para Scissors, porém, a concentração nos EUA deve durar pouco, assim como os ciclos anteriores. Ele aposta na Europa como próximo destaque nos investimentos chineses. E não descarta um retorno com força ao Brasil, no futuro.
"Não acho que vamos ver um aumento de investimentos chineses no Brasil em 2014 ou 2015. Mas o ciclo vai continuar", diz.
"Acredito que antes do fim da década pode haver um novo salto nos investimentos chineses no Brasil."

Fonte: BBC Brasil