Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

ANÁLISE-Alta da inflação no Brasil destaca necessidade de reformas


A inflação brasileira provavelmente piorará antes de melhorar, apesar dos esforços do governo para derrubar o nível de preços com medidas extraordinárias, destacando a necessidade de reformas econômicas mais profundas na maior economia da América Latina.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu em janeiro no maior ritmo em quase oito anos, elevando a inflação anual a 6,15 por cento apesar do corte das tarifas de energia elétrica, promovido pelo governo, que, segundo economistas, reduziu o índice em 0,1 ponto percentual.

Embora boa parte do avanço se deva aos preços de alimentos, os dados também mostram um aumento preocupante da pressão de preços apesar do fraco crescimento econômico, o que distingue o Brasil de seus pares que estão desfrutando maior crescimento com inflação mais baixa.

Ao contrário do México, onde um novo governo conquistou apoio de partidos de oposição para promover importantes reformas estruturais, a agenda de reformas do Brasil parece estar parada. Alguns analistas questionam o interesse do governo em reformas que poderiam reduzir o poder do Estado, com autoridades brasileiras recorrendo em vez disso a medidas extraordinárias para impulsionar o crescimento e conter a inflação.

As medidas vão desde pedir às prefeituras que adiem o aumento das passagens de ônibus até a sinalização de corte de impostos dos produtos da cesta básica.

"É um enfoque de 'remendos' em vez de uma postura de reformas fundamentais", disse o economista do Capital Economics, Neil Shearing.

"Fundamentalmente, a economia enfrenta restrições no lado da oferta, de uma maneira que não ocorre no México, então as pressões inflacionárias no Brasil são muito maiores e continuará assim, particularmente se o governo continuar tentando impulsionar a economia com uma política fiscal frouxa."

O Banco Central, que cortou agressivamente os juros para a mínima histórica de 7,25 por cento no ano passado, queixou-se de que o crescimento lento deve-se em grande parte a restrições na oferta, o que foge de sua alçada, já que a política monetária lida com a demanda, não com a oferta.

A alta inflação em janeiro elevou as apostas de que o BC irá aumentar a taxa de juros neste ano, uma movimento que pode complicar ainda mais os esforços para impulsionar a economia.

Embora o BC possa ajustar a demanda ao tornar o crédito mais caro, isso não resolve o descompasso gerado por fortes pressões inflacionárias domésticas e baixo crescimento -- um sintoma de uma economia ineficiente e em dificuldades.

"É como usar um carro velho: você pisa no acelerador e faz barulho, fumaça, mas não ganha muita velocidade", disse o economista do BNP Paribas, Marcelo Carvalho.

"Você sempre pode culpar os preços internacionais de alimentos em uma safra ruim, mas isso não explica por que a inflação de serviços continua persistentemente alta no Brasil."

Economistas preveem que a inflação provavelmente subirá em direção ao teto da meta do BC, de 6,5 por cento, no primeiro semestre de 2013, antes de recuar no segundo semestre.

A inflação de serviços e de bens não negociáveis, ambos sinais de pressão inflacionária doméstica, estão atualmente acima de 8 por cento, e o nível historicamente baixo de desemprego de 4,6 por cento está pressionando os salários.

Ainda assim, embora o presidente do BC, Alexandre Tombini, tenha admitido que está preocupado com a inflação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse à Reuters que espera que a medição de janeiro da inflação seja a maior o ano.

PASSOS CURTOS

A mudança na postura do governo ao permitir a apreciação do real, que valorizou para cerca de 1,97 por dólar, vai ajudar a reduzir os custos de bens importados.

Mas isso não é uma solução no longo prazo e torna as exportações mais caras, prejudicando uma economia que já enfrenta dificuldades para decolar.

Autoridades também tentaram derrubar a inflação reduzindo a indexação automática de preços, profundamente enraizada após anos de hiperinflação nas décadas de 1980 e 1990.

Mas economistas dizem que o governo deveria voltar seus olhos para medidas que possam melhorar a capacidade de produção brasileira. Isso inclui reformas para aumentar a produtividade; incentivar o investimento, que está a cerca de metade do nível da China; encorajar novos negócios; e apoiar a mobilidade da força de trabalho. Todas teriam como objetivo permitir que a economia cresça mais rápido sem gerar inflação.

O Brasil está tentando consertar os gargalos que tornam o país um dos lugares mais caros para se fazer negócios: o governo aumentou os períodos de concessão e melhorou condições de financiamento para atrair investidores privados para projetos rodoviários de bilhões de dólares.

Um recente relatório do Boston Consulting Group disse que a prioridade do Brasil deve ser incentivar a produtividade, por exemplo, por meio de mais investimentos em educação. Apenas um quarto do crescimento ao longo da última década, que alçou o Brasil à posição de sexta maior economia do mundo, deveu-se a ganhos de produtividade, frente a 90 por cento na China, mostrou o grupo.

"Num cenário em que você não pode aumentar o número de trabalhadores, matematicamente, tem de vir de produtividade, caso contrário não teremos o tipo de crescimento que aspiramos", disse o diretor do BCG Júlio Bezerra.

O Santander Brasil espera apenas "pequenos passos" do Congresso neste ano em relação às reformas, dada a difícil relação da presidente Dilma Rousseff com parlamentares, e reconhece que amplas reformas tributárias não são politicamente viáveis.

O Congresso vai focar, em vez disso, num novo Código de Mineração, numa estrutura mais simples para o ICMS interestadual e na mudança na distribuição dos royalties do petróleo, no que alguns dizem ser um movimento deliberado para deixar em segundo plano as reformas que levariam a economia a se tornar mais aberta.

"No México, a equipe econômica quer abrir a economia, o mercado, enquanto no Brasil há uma visão de que o Estado deveria ser maior e principal propulsor do crescimento econômico", disse o economista-chefe do MB Associados, Sérgio Vale.

"Mas a presença maior do Estado não gera crescimento, gera ineficiências".

Fonte: Reuters Brasil

Economia da Índia crescerá 5,5% neste ano, indicando recuperação


NOVA DÉLI, 9 Fev (Reuters) - A economia da Índia crescerá até 5,5 por cento neste ano fiscal e entre 6 e 7 por cento no próximo período, uma vez que a terceira maior economia da Ásia mostra sinais de recuperação, afirmou neste sábado o ministro das Finanças, P. Chidambaram.

Ele disse que a economia poderia ter uma performance melhor do que a previsão de crescimento de 5 por cento feita na semana passada pela Organização Central de Estatística, um órgão do governo.

O patamar de 5 por cento de crescimento está sendo usado como uma indicação de que a economia, cujo crescimento é o menor em uma década, poderia estar numa patamar pior do que se esperava antes.

Fonte: Reuters Brasil

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

ENTREVISTA-Governo não permitirá dólar a R$1,85, diz Mantega


BRASÍLIA, 7 Fev (Reuters) - O governo brasileiro não permitirá que o dólar volte a ser cotado a 1,85 real e intervirá no mercado caso seja necessário, assegurou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista exclusiva à Reuters nesta quinta-feira.

"O ideal é que não houvesse intervenção, mas isso é sonho. Agora, se houver de novo uma tendência especulativa, se o pessoal se animar: 'vamos puxar esse câmbio para 1,85', aí estaremos de novo intervindo", disse o ministro.

Entre as medidas que o governo poderia tomar, Mantega citou a elevação do Imposto sobre Operações Financeira (IOF) nas operações de ingresso de moeda estrangeira no país e a compra de dólares no mercado.

"Se houver tendência especulativa, aumentaremos a intervenção: posso comprar mais reservas e posso reconstituir os IOFs (que foram reduzidos)", disse, acrescentando que o dólar está flutuando em uma faixa adequada.

O dólar rompeu no final de janeiro o piso de uma banda informal de 2,00 a 2,10 reais que vigorou durante boa parte de 2012, e o mercado interpretou esse movimento como um sinal de preocupação com a inflação. Desde então, o dólar tem ficado em torno de 1,98 reais.

"O câmbio está flutuando mais ao sabor do mercado. Flutua sem causar prejuízo ao exportador, não está causando prejuízo ao importador de máquinas e equipamentos. O câmbio encontrou faixa de flutuação razoável", avaliou o ministro.

OPINIÕES DIVERGENTES

Mantega reforçou que o governo não irá utilizar o câmbio para conter a inflação, e se mostrou otimista em relação à variação dos preços.

Em janeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86 por cento, a maior taxa mensal em quase oito anos, acumulando em 12 meses alta 6,15 por cento, bem próximo do teto da meta oficial de 6,50 por cento.

"A projeção é que janeiro foi o pico. Eu não tenho projeção até dezembro, mas nos próximos meses ela (inflação) vai para baixo", disse o ministro.

A sua avaliação difere da manifestada pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que na manhã desta quinta-feira disse que a autoridade monetária está preocupada com a inflação no curto prazo, e que a inflação acumulada em 12 meses cairá apenas no segundo semestre.

Questionado sobre se a sua avaliação diverge da de Tombini, o ministro respondeu: "Por isso é que nós somos independentes, a opinião dele pode ser diferente da minha".

Mantega disse que espera para fevereiro uma inflação mais baixa em decorrência da contribuição da redução da tarifa de energia elétrica, que segundo ele, ficará entre 0,4 e 0,5 ponto percentual, além de recuo nos preços dos alimentos. Para o ano como um todo, ele disse esperar que a inflação fique inferior a 5,6 por cento.

RENTABILIDADE GARANTIDA

Com um tom mais cauteloso em relação ao crescimento econômico, Mantega disse esperar um melhor desempenho da economia este ano, mas salientou que a recuperação será gradual.

"A economia brasileira vem melhorando desde o segundo semestre do ano passado, gradualmente vem melhorando o nível de consumo, vem melhorando certos setores. Então, está em um processo gradual de recuperação".

Ele evitou falar em percentual de crescimento, embora venha dizendo que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) ficará entre 3 e 4 por cento este ano.

Para atingir esta taxa de crescimento, o governo está contando com a ampliação dos investimentos, principalmente em infraestrutura.

Para atrair os investidores, Mantega disse o governo vai assegurar uma taxa de retorno real superior a 10 por cento nos programas de concessão de ferrovias, portos e aeroportos, além das rodovias.

"Isso posso garantir: todos terão rentabilidade elevada e estamos falando de rentabilidade real acima de 10 por cento", informou.

"Tenho que examinar esses editais e as condições, se der para melhorar vou melhorar porque o objetivo é que todos tenham rentabilidade elevada."

Fonte: Reuters Brasil

CÂMBIO-Após cair 1% com Mantega, dólar ronda estabilidade com ação do BC


SÃO PAULO, 8 Fev (Reuters) - Após cair 1 por cento ante o real pela manhã e chegar ao patamar de 1,95 real, o dólar operava praticamente estável nesta sexta-feira após o Banco Central fazer uma intervenção e indicando que esse poderia ser o piso de uma nova banda informal.

A moeda norte-americana abriu os negócios nesta manhã em forte baixa após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmar à Reuters que o governo não deixaria o dólar ceder a 1,85 real, alimentando as interpretações de que a divisa poderia cair ainda mais.

Para alguns analistas, no entanto, a intervenção do BC também teve o objetivo de retirar o excesso de volatilidade do dólar, que na véspera já havia recuado 0,82 por cento ante o real.

Às 14h00, a moeda norte-americana registrava alta de 0,02 por cento, cotada a 1,9723 real na venda. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 1,115 bilhão de dólares.

"Eles (BC) parecem estar fazendo duas coisas: uma é tentar desacelerar a apreciação do real, mas eles também parecem estar colocando um limite de 1,95 real por dólar, pelo menos por enquanto", afirmou o estrategista-chefe para a América Latina do IDEAglobal em Nova York, Enrique Alvarez.

O teto dessa nova banda informal, segundo operadores, é de 2 reais. Por boa parte do ano passado, o dólar também ficou preso a um intervalo restrito, entre 2 e 2,10 reais.

Logo no início da sessão, o dólar bateu 1,9510 real na mínima do dia, com o mercado buscando novos patamares com a entrevista de Mantega. A fala veio após o pregão agitado da véspera, quando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, expressou preocupações com a inflação, fazendo os contratos de juros futuros dispararem e o dólar recuar para o menor nível em quase nove meses.

Em resposta à rápida valorização do real, o BC anunciou um leilão de swap cambial reverso no final da manhã, equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro e que ajuda a puxar o dólar para cima. O BC não realizava leilões de swap cambial reverso desde o final de outubro.

Uma fonte do governo já havia mostrado desconforto com o movimento do mercado na manhã desta sexta-feira, ao dizer à Reuters que a apreciação do real ante o dólar estava sendo "um tanto exagerada" diante dos fundamentos da economia brasileira e expectativas para a moeda.

Para o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, o mercado estava tentando entender qual é o novo piso de negociação do dólar. Até as declarações de Mantega, o mercado via 1,95 real como limite, mas o número dado pelo ministro abriu espaço para interpretações de que o governo toleraria um dólar ainda mais depreciado.

"A falta de volatilidade da moeda ou a perspectiva de ter um dólar estável em torno de 2 reais já traria benefício para a inflação", afirmou Santos.

O mercado tem apostado recentemente que as autoridades brasileiras usarão o câmbio como ferramenta de contenção da inflação, embora o governo já tenha rechaçado essa alternativa.

Após a divulgação do IPCA de janeiro na quinta-feira, Tombini afirmou que a inflação continuará pressionada e que deverá ficar na casa dos 6 por cento em 12 meses durante o primeiro semestre do ano, muito próxima do teto da meta, de 6,5 por cento.

Fonte: Reuters Brasil

Economia brasileira está se tornando um 'enigma', diz 'Financial Times'


A economia brasileira está se tornando um "enigma" por causa do nível de emprego recorde e do forte consumo interno combinado com baixo investimento, atividade industrial em queda e inflação em alta, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira pelo diário econômico britânico Financial Times.
A inflação de janeiro, divulgada na quinta-feira pelo IBGE, teve a mais alta taxa mensal em oito anos. O índice IPCA de janeiro foi de 0,86%, representando um índice anualizado de 6,15%.

O jornal observa que a inflação já está acima do centro da meta do Banco Central por mais de dois anos.
Para o Financial Times, isso "aumenta os temores de que a maior economia da América Latina esteja escorregando na direção da estagflação (inflação em alta combinada com recessão).

'Velho inimigo'
O jornal comenta que o retorno da inflação, um "velho inimigo do Brasil", ocorre num momento em que o país vem lutando para reativar a economia e recuperar o brilho relacionado com os grandes mercados emergentes.
"A economia brasileira está se tornando um enigma caracterizado por um recorde de baixo desemprego e forte consumo doméstico contrabalanceados por um investimento e por atividade industrial fracos e pela inflação em alta e entrincheirada", diz o jornal.
O artigo comenta que as autoridades já vêm agindo para tentar reativar a economia, com os juros no nível mais baixo da história, incentivos à indústria e ao consumo, cortes de impostos e a redução dos preços de eletricidade.
Apesar disso, observa o jornal, os analistas acreditam que os problemas brasileiros são relacionados principalmente à queda no investimento por conta da baixa confiança das indústrias.

Fonte: BBC Brasil

Ibovespa avança, após atuação do governo no câmbio


Na Europa, depois um dia de perdas, as principais bolsas da região se recuperam, amparadas por dados animadores vindos da China.

A volatilidade que a Bolsa brasileira passou na manhã desta sexta-feira (8/2) foi substituída por uma leve alta, após o governo anunciar uma operação de swap cambial reverso. Há pouco, o Ibovespa subia 0,16%, aos 58.464 pontos. O giro financeiro estava em R$ 2,52 bilhões.

A transação, que funciona como uma compra de dólares no mercado futuro, para, assim, elevar a cotação da moeda americana, que chegou a alcançar R$ 1,952 nesta manhã, levou otimismo ao mercado de renda variável.

De acordo com Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Corretora Renascença, com esta medida, o mercado interpreta que o governo não vai deixar o dólar cair mais. "Com isso, as empresas exportadoras, como as de commodities, que possuem forte peso na carteira teórica do índice, são beneficiadas", explica.

Segundo ele, a ação do governo visa controlar a inflação, que já preocupa as autoridades. 

Na Europa, após um dia de perdas, as principais bolsas da região se recuperam, amparadas por dados animadores vindos da China.

O gigante asiático anunciou que as exportações cresceram 25% em janeiro, em relação ao mesmo período do ano passado, o que indica que a demanda global está crescendo.

Perto do fechamento, o CAC 40, de Paris, avançava 1,15%; o DAX, da Alemanha, crescia 0,64% e o FTSE 100, de Londres, expandia 0,72%.

Entre os indicadores, o superávit da balança comercial da Alemanha em 2012 totalizou € 188,1 bilhões, atingindo o segundo maior valor da série histórica no país.

O dado dissemina bom humor, uma vez que a Alemanha, maior economia da Europa, mostra sinais mais consistentes de retomada internamente e no comércio exterior.

Nos Estados Unidos, Wall Street também opera com valorização. O Dow Jones tem acréscimo de 0,48%, o S&P 500 se valoriza 0,45% e o Nasdaq avança 0,87%.

Por lá, o Departamento de Comércio anunciou que a balança comercial registrou déficit de US$ 38,5 bilhões em dezembro.

O número veio melhor do que o previsto por analistas (-US$ 45,4 bilhões). No mês anterior, o saldo negativo foi de US$ 48,7 bilhões (dado revisado).

"Este resultado pode ser bom, pois significa que os Estados Unidos estão importando mais do mundo, mas por outro lado, mostra que os americanos estão consumindo, mas a indústria ainda está fraca", pontua Monteiro.

Destaques

Entre as maiores altas da sessão brasileira, as ações da Vanguarda Agro (VAGR3) e da Diagnósticos da América (DASA3) sobem 2,17% e 2,06%, nesta ordem.

Por outro lado, a Cteep (TRPL4) e a Cosan (CSAN3) lideram as maiores quedas, com baixas de 1,60% e 1,44%, respectivamente.

Câmbio

E no mercado de câmbio, o dólar opera em alta de 0,10%, cotado a R$ 1,972 na compra e R$ 1,974 na venda.

Fonte: Brasil Econômico

Fazenda derruba o dólar, e Banco Central volta à compra


Curva de juros futuros da BM&F Bovespa recuou em linha com o movimento da moeda americana, e voltou a subir também em sintonia com o câmbio.

Após uma primeira leitura sobre as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, terem levado o dólar à mínima de R$ 1,952 na manhã desta sexta-feira (8/2), quando a queda chegou a superar 1%, o Banco Central (BC) voltou a intervir com um leilão de compra de divisas, e fez a moeda voltar a operar próxima da estabilidade.

Há pouco, a divisa americana tinha leve desvalorização de 0,05%, e era negociada a R$ 1,971 para venda.

O ministro falou ontem que o governo não permitirá que o dólar volte a ser cotado a R$ 1,85, e intervirá caso seja necessário.

No entanto, como a cotação do dólar estava no momento ao redor de R$ 1,95, a interpretação feita pelos agentes foi a de que havia mais espaço para apreciação do real, nota Ures Folchini, vice-presidente de tesouraria do Banco WestLB.

"Acho que a mensagem do Mantega não foi compreendida direito. Acredito que ele estava se referindo àqueles R$ 1,65 do passado", pondera o especialista.

A declaração teve mais o intuito de transparecer a postura atual da Fazenda, de que não vai defender a apreciação do dólar, mas tampouco irá permitir movimentos especulativos do mercado para derrubar a taxa da divisa, diz Folchini.

A atuação do BC, por sua vez, teve como intenção mostrar que não irão esperar a cotação da divisa cair até R$ 1,85 para intervir.

O IPCA de janeiro divulgado ontem, mesmo que já fosse esperado forte, gerou uma expressiva abertura da curva de juros futuros, quando os operadores passaram a apostar em elevação da Selic ainda em 2013, e levou o dólar a uma queda de 0,80%.

Juros

A curva de juros futuros da BM&FBovespa chegou a cair pela manhã, acompanhando o movimento do dólar, e, também em linha com o câmbio, inverteu de tendência, e agora volta a alta da véspera.

Mais negociado, com giro de R$ 26,412 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 subia de 7,42% para 7,45% (mínima de R$ 7,36% no dia), enquanto o para janeiro de 2015 avançava de 8,18% para 8,23% (mínima de 8,11%), com volume de R$ 20,252 bilhões.

"O mercado continua apostando que vão precisar aumentar os juros, de outubro em diante", afirma Folchini.

Apesar disso, caso o ritmo no nível da atividade volte a decepcionar, tais apostas tendem a ser desarmadas, comenta o executivo do WestLB.

Fonte: Brasil Econômico