Índice oficial de inflação referente ao mês de dezembro superou as expectativas dos analistas de mercado. Dados fracos de atividade contrabalançam pressão de alta dos preços.
Mesmo com os 0,79% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, enquanto o mercado esperava por uma taxa ao redor de 0,74%, o que se observa nos juros futuros da BM&FBovespa nesta quinta-feira (10/1) é uma diluição dos prêmios embutidos na curva.
Mais negociado, com giro de R$ 15,294 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 recuava de 7,77% para 7,73%, enquanto o para janeiro de 2014 caía de 7,13% para 7,11%, com volume de R$ 11,989 bilhões.
De acordo com Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB, o que explica o movimento de fechamento da curva são dados decepcionantes em relação ao nível da atividade doméstica divulgados após o IPCA.
A produção de papelão ondulado caiu 1,3% em dezembro, na comparação com novembro, com ajuste sazonal, e o fluxo de veículos pesados recuou 3,6%, na mesma base de comparação.
"São dados negativos para a indústria nesse fechamento de ano, o que pode comprometer o Produto Interno Bruto", diz o especialista. "Aumentam as chances de o PIB ter um crescimento abaixo de 1% em 2012", emenda.
Além disso, o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, destaca que, após a reunião do governo realizada ontem, ganhou força no mercado a ideia de que não haverá racionamento de energia no país em 2013, boato que gerou a abertura da curva nos últimos dias.
Ainda que não haja o racionamento, Nepomuceno nota que dificilmente conseguiremos alcançar um PIB na casa dos 4% este ano com os reservatórios nos níveis em que se encontram atualmente.
"A geração de investimento passa obrigatoriamente pela energia", fala o estrategista da Coinvalores.
As últimas declarações de representantes da autoridade monetária, de que a Selic permanecerá inalterada por um período de tempo "suficientemente prolongado", também tornam as apostas por uma elevação dos juros menos atraente no momento, diz o especialista.
Fonte: Brasil Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário