Economista, Especialista em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná e Graduando em Estatística, também, pela Universidade Federal do Paraná.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Curva de juros futuros opera em baixa, mesmo com IPCA


Índice oficial de inflação referente ao mês de dezembro superou as expectativas dos analistas de mercado. Dados fracos de atividade contrabalançam pressão de alta dos preços.

Mesmo com os 0,79% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, enquanto o mercado esperava por uma taxa ao redor de 0,74%, o que se observa nos juros futuros da BM&FBovespa nesta quinta-feira (10/1) é uma diluição dos prêmios embutidos na curva.

Mais negociado, com giro de R$ 15,294 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 recuava de 7,77% para 7,73%, enquanto o para janeiro de 2014 caía de 7,13% para 7,11%, com volume de R$ 11,989 bilhões.

De acordo com Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB, o que explica o movimento de fechamento da curva são dados decepcionantes em relação ao nível da atividade doméstica divulgados após o IPCA.

A produção de papelão ondulado caiu 1,3% em dezembro, na comparação com novembro, com ajuste sazonal, e o fluxo de veículos pesados recuou 3,6%, na mesma base de comparação.

"São dados negativos para a indústria nesse fechamento de ano, o que pode comprometer o Produto Interno Bruto", diz o especialista. "Aumentam as chances de o PIB ter um crescimento abaixo de 1% em 2012", emenda.

Além disso, o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, destaca que, após a reunião do governo realizada ontem, ganhou força no mercado a ideia de que não haverá racionamento de energia no país em 2013, boato que gerou a abertura da curva nos últimos dias.

Ainda que não haja o racionamento, Nepomuceno nota que dificilmente conseguiremos alcançar um PIB na casa dos 4% este ano com os reservatórios nos níveis em que se encontram atualmente.

"A geração de investimento passa obrigatoriamente pela energia", fala o estrategista da Coinvalores.

As últimas declarações de representantes da autoridade monetária, de que a Selic permanecerá inalterada por um período de tempo "suficientemente prolongado", também tornam as apostas por uma elevação dos juros menos atraente no momento, diz o especialista.

Fonte: Brasil Econômico

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